Xbox Gamepass, sucesso ou insucesso?

A Microsoft não diz quantos utilizadores aderem ao Gamepass. Mas como diz o ditado, “quem não tem cão… caça com gato”, e assim sendo, podemos saber isso, de forma aproximada, de outras maneiras.

Faz agora algum tempo apareceu na internet um quadro com as receitas totais geradas pelos serviços de subscrição.

Esse quadro, que até abordamos numa outra notícia, foi deveras interessante pois permitiu saber que o serviço de subscrição dominante do mercado era o PSNow, que sozinho arrebatava 52% dos lucros. O resto era dividido entre o Game Pass, o Origin Access, o Origin Access Premier e o EA Access.

Ora curiosamente não sabemos como nunca ninguém explorou mais a informação contida naquela tabela, pois ela não inclui apenas dados sobre a receita dos diversos serviços! Na realidade, ali escondido há muita mais informação indirecta.



Naturalmente convêm indicar desde já que estes não são números oficiais, são apenas estimativas. As empresas que possuem estes serviços não fornecem estes números, pelo que estas empresas de pesquisa de mercado usam indicadores diversos para chegar a estes números. Tal significa que eles podem não ser correctos, mas tal não significa que o estudo não seja perfeitamente válido e baseado em ferramentas profissionais que estas empresas usam para vender informação aos seus clientes.

Basicamente o que isso quer dizer é que estes números não são atirados à sorte. São valores aproximados, com margens de erro e de confiança reconhecidas e aceites, e que se tornam ferramentas de análise válidas na falta de melhor informação.

Conscientes e informados sobre os erros que podem ali estar, vamos então analisar o que será a realidade do mercado para aqueles valores!

Basicamente a informação que imediatamente salta à vista é que no terceiro quarto de 2018, os serviços de subscrição ali indicados geraram uma receita global de 273 milhões de dólares.

Dessa receita, perto de 52%, mais precisamente 52,3% pois o valor referido é de 143 milhões, foram gerados pelo PSNow. O Gamepass, esse terá gerado 15% desse lucro, o que equivale a dizer que terá gerado algo perto dos 40.95 milhões! E usando simples matemática, da mesma forma podíamos calcular a receita dos restantes serviços.

Sendo esta uma receita de um quarto do ano, ou trimestre, o que temos é que esta é a receita gerada em três meses. Ou seja, dividindo o valor obtido por 3, temos a receita mensal de gerada pelos serviços.



Assim, por esta estimativa, o Gamepass gera por mês um total de 13.65 milhões de receita!

Ora este serviço custando 10 dólares por mês, ter uma receita de 13.65 milhões é o equivalente a dizer-se que, na melhor das hipóteses para a base de utilizadores, que é considerar que estas receitas são apenas as que advém das mensalidades pagas excluindo possíveis compras in-game, o serviço terá o equivalente a 1.365 milhões de subscritores pagantes fixos.

Perante estes valores, os utilizadores pagantes fixos mensais podem ser menos se considerarmos que a receita tem igualmente outras fontes, mas nunca podem ser mais.

A aceitarmos os valores relatados por analistas de 42 milhões de consolas Xbox vendidas, isto corresponde a um alcance de 3.5% dos seus utilizadores. Menos se as consolas vendidas forem em maior número.

Apesar de não acreditarmos que este estudo fuga muito da realidade, mesmo que considerássemos que a Microsoft obtinha o dobro dos lucros ali indicados, tal implicaria um alcance máximo de 2.73 milhões de utilizadores. Mesmo assim, estaríamos com apenas 7% da base, e um com um valor de utilizadores bem longe do que as assinaturas do Live alcançam.



Confesso que quando fiz estas contas fui surprendido peloa resultados. Esperava mais… pelas reações dos foruns, pelas referencias activas aos serviço, pelas reações de defesa do mesmo de muitos utilizadores, esperava mais… muito mais,

Apesar de este não ser um dado oficial, este estudo, ao ser das poicas ferramentas que há sobre estes assunto revela números que se mostram preocupantes. Aliás, mesmo que os valores fosse o dobro, eles continuariam preocupantes. Seja com 3.5% da base ou com 7% da base, a baixa adesão ao serviço mostra à Microsoft, desde já, que as subscrições não são algo que chame as pessoas aos magotes. E mostra igualmente que, pelo menos para já, o Gamepass está longe de ser um sucesso a nível de adesões.

Tal como temos vindo as escrever, os receios dos utilizadores nestes tipos de serviços são reais, e mais do que serviços aparentemente baratos, estes querem garantias de que o serviço lhes dará no futuro mais e melhores jogos, sem fragmentação de mercado e aumento de despesas pelas necessidade de múltiplas subscrições. Daí a hesitação que poderá estar a existir na adesão a um sistema cuja viabilidade e funcionamento futuro é questionável.

Infelizmente, a subscrição via streaming será o passo seguinte, e aquilo que nos querem impingir no futuro, e é nesse campo que os números de adesão ao Gamepass, que este estudo mostra, preocupam. Tal não aparenta ser o que o cliente quer, mas é claramente aquilo que lhe querem impingir.

 



 

 

 



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