Parece que foi ontem… mas na realidade foi já há 20 anos que apareceu a primeira Xbox.
Uma das curiosidades da vida é que a nossa memória retém aquilo que para nós é memorável de uma forma extrema. E nesse sentido acontece com enorme frequência olharmos para trás e vermos que se passou um enorme período de tempo, quando na nossa cabeça a coisa parece que foi bem mais recente.
Ora o lançamento da Xbox foi uma situação que me marcou. Foi uma consola olhada com ceticismo, mas igualmente com esperança. Estávamos em 2001, numa altura em que a PS2 dominava, mas igualmente uma altura, onde, apesar da PS2 ser uma consola de um sucesso tremendo, eu era muito virado para o PC, e percebia que o PC poderia fazer mais… e melhor. E daí que quando a Xbox foi apresentada a reação foi mista. Por um lado uma sensação estranha e de algum ceticismo sobre o que se esperar do produto e de ver a Microsoft a entrar num mercado com uma consola altamente baseada em hardware PC (algo completamente anormal pois até então todas as consolas tinham tido hardware proprietário). Mas por outro lado uma sensação de esperança de um produto que pudesse ser revolucionário, bem mais simples de ser programado, e que pudesse ser um ponto de partida para uma maior e melhor evolução das consolas.
Apesar de tudo a coisa era vista com maus olhos. A Microsoft tinha um historial de videojogos quase nulo, um sistema operativo onde as pessoas tomavam como normal os ecrãs azuis de crash, e uma imagem muito mais ligada à produtividade do que realmente ao entretenimento. E daí que a consola era olhada por todos com alguma desconfiança!
Mas rapidamente a consola mostrou o que valia. O seu hardware permitia jogos melhorados face ao que existia na PS2, e rapidamente vimos jogos com melhores resoluções, texturas, luz e mesmo fotogramas na Xbox. A sua maior memória, e maior capacidade de processamento eram fulcrais em permitir isso.
A consequência foi… aderi! Converti-me à compra de uma!
Mas não tendo aderido logo no lançamento, rapidamente levei a minha primeira cacetada da Microsoft. Apenas um par de anos depois de adquirir a consola… é anunciado o lançamento de uma nova… bem mais potente.
Confesso… não gostei! Mas dado que a Sony não ia lançar nada nesse ano, e o que via era de tal maneira revolucionário… Aderi mais uma vez. Tinha-me tornado um fan da marca, mesmo tendo ficado dececionado com o pouco tempo de vida (cortado sem aviso) e suporte que tive na Xbox original. Mas jogos como Halo tinham-me convencido, e promessas como Gears deixavam-me de água na boca.
E adquiri uma Xbox 360 no lançamento.
Curiosamente passei entre as gotas da chuva. As consolas da Microsoft caiam como tordos! Os problemas de fabrico que levavam ao famoso RED RING OF DEATH (RROD) eram altamente comuns, e as primeiras consolas foram mesmo as mais afetadas. Mas curiosamente, a minha passou ao lado de tudo isso, e ainda hoje está plenamente funcional.
Mas esta situação não passou ao lado do público em geral, e o resultado foi que a imagem da Microsoft ficou afetada. Eventualmente a X360 poderia ter vendido muito mais não fora a imagem que esse problema passou. A PS3 saia um ano mais tarde, e com um preço exorbitante, não atraindo minimamente para a compra. E nesse sentido a Xbox 360 manteve-se como a minha consola de eleição durante mais de dois anos, altura em que comprei a PS3.
Mas mesmo com a PS3, a Xbox 360 estava enraizada em mim. Estava convertido à consola! Adorei-a, e durante toda a geração foi a minha consola de escolha. E apesar de reconhecer as potencialidades do hardware da PS3, que sabia ser mais capaz que o da Xbox 360, o certo é que, fora nos exclusivos, isso demorou largos anos a ser visto. Mas mais do que isso… A PS3 era tão complexa e avançada para a altura, que acabou por morrer sem nos mostrar todo o seu potencial.
A Microsoft teve aqui a sua melhor consola de sempre, e a sua geração de maior sucesso. Acabou por ser ultrapassada pela PS3 na reta final e, como referido, certamente só não ganhou a geração devido ao seu problema inicial com o RROD.
E com isto tinham-se já passado cerca de 12 anos.
Eis que a Microsoft anuncia uma nova geração… a Xbox One.
As expectativas eram enormes, a Xbox 360 tinha acabado de deixar uma marca indelével na história das consolas, e os rumores apontavam para uma consola extraordinária.
Mas os rumores não eram mais do que ilusões de fanboys, e a realidade foi bem diferente. A consola dececionou em todos os aspetos, e a coisa começou logo na apresentação da consola, onde o foco, que deveria estar nos jogos, se colocou na TV. Dececionante!
A piorar a coisa, a Microsoft entra no erro da Sony da geração passada, e graças à sua vontade de forçar um Kinect com a consola, acaba por lhe atirar o preço para bastante acima do da concorrente, a PS4.
Mas a coisa não se ficou por aqui, e a deceção aumenta ainda mais quando se conhecem as especificações de ambas as consolas e se percebe claramente que a Xbox iria ser uma consola inferior, e pior do que isso, limitada pelas escolhas de hardware criadas para o suporte ao Kinect.
A Microsoft começava aqui um caminho descendente face ao conquistado antes, que piorou ainda mais com promessas de performance com o DirectX 12 e com a Cloud, que nunca chegariam a ser uma realidade.
Apesar de a consola ter imediatamente dececionado a maior parte dos fans, e a mim próprio, ao ponto de, apesar de uma 360 de sucesso, não a ter comprado no lançamento, adquiri uma pouco depois. Como referido a Xbox 360 tinha-me marcado por demais, e acreditei sempre que a Microsoft, apesar de ter uma consola inferior, poderia sempre rentabilizar a mesma com um suporte first party extremo, tal como a Sony fizera na geração passada com enorme sucesso na revitalização da sua PS4. E certamente a Microsoft tinhas meios para isso.
Infelizmente enganei-me… Não só tal não aconteceu, como cerca de 2 meses depois de ter adquirido a consola o suporte ao Kinect é abandonado, deixando-me com um pisa papeis de 100 euros, para o qual não tinha uso.
Era a segunda vez que ficava com hardware da Microsoft inutilizado. Tudo porque a Microsoft não se conseguia comprometer a suporte e resolvia terminar a vida útil. Fiquei dececionado, particularmente porque neste caso nunca tinha visto nada de realmente relevante que suportasse o Kinect, sendo que ele ia morrer, basicamente, sem sequer ter sido usado.
E mais dececionado fiquei durante toda a geração desta consola. O comprometimento da Microsoft para com ela foi terrível. Basicamente a consola teve um suporte muito fraco, demasiadamente espaçado no tempo, e historicamente, o pior de sempre de qualquer consola Xbox até ao momento.
O resultado foi que a Microsoft perdeu metade o mercado conquistado com a X360, e a Xbox, que poderia ter sido salva com investimento no seu software. E como consequência dos maus resultados, a situação obrigou a alterar o conceito de plataforma da Microsoft, estendendo-a ao PC, que agora tem exatamente o mesmo nível de suporte, e no dia um, que a consola.
Esta falta de comprometimento da marca, as promessas de poder, de computação na cloud, de melhorias de performance, etc, que se revelaram todas elas mera demagogia para vender consolas, levaram a que olhasse a futura geração de consolas da Microsoft, uma forma como nunca antes tinha feito. Basicamente sem interesse absolutamente nenhum!
A Microsoft estava, para mim, numa posição de, “ou faz e mostra, ou não tem o meu apoio”. O acreditar em promessas balofas vindas da Microsoft tinha acabado ali!
E eis que chega a nova geração.
A Xbox série X é tudo aquilo que se esperava. Uma máquina capaz, potente e com características que muitos julgariam ser impossível de serem vistas numa consola. E a sua apresentação empolgou, mas não convenceu. O hardware sozinho não chegava, e era preciso o software. E aí a Microsoft continuava na mesma senda de promessas, mas nada de palpável para se adquirir. Os primeiros exclusivos de renome irão aparecer agora… um ano depois!
Mas nem tudo foi bom na apresentação da nova geração. É que junto com uma série X eis que vem uma série S. E as disparidades na diferença de performances eram de tal forma que nos preocupou.
Basicamente, se fossemos olhar para um sistema escalável com a resolução, a série S até nem era verdadeiramente problemática. Não seria sempre a consola 1440p prometida, sendo que na maior parte das vezes até poderia ser apenas 1080p. Mas mesmo assim, acreditando num paradigma semelhante ao da anterior geração, com a computação a escalar de acordo com a resolução, a consola até seria aceitável para quem não tem ainda TVs 4K. E poderia dessa forma ser uma boa alternativa para a geração, oferecendo os mesmos jogos, mas a resolução diferente.
A questão era que a nova geração prometia um paradigma diferente. E juntamente com ela eis que nos chegam nova tecnologias relacionadas com melhorias em física, colisões, interações, animações e áudio, que podem ainda ser aliadas a Inteligência Artificial e Machine Learning. tais como redes neurais de capacidades diversas e capazes de aprendizagem, para melhorar os efeitos anteriormente referidos. Tudo situações que requerem mais processamento do GPU, mas que não são escalonáveis com a resolução.
E nesse sentido, a performance da S revelava-se preocupante, não só pelas performances que a consola em si pode obter, mas igualmente pelo travão que pode colocar à inovação da nova geração.
Recentemente tivemos até um jogo, o Fifa 2K22 em que os possuidores de consolas série S se queixaram da qualidade gráfica do jogo. Ora esse jogo é, curiosamente, um dos primeiros jogos a implementar características de nova geração, e possui nas consolas Xbox série X/S e PS5, características únicas que não existem em outras plataformas. Nem sequer no PC! E isso pode explicar as limitações da consola.
Falamos de um novo sistema de física, de interação e de animação, exclusivo da nova geração e não escalonável com a resolução, que acrescenta uma carga adicional no nível de computação realizada pelo GPU. E que pode ser o grande responsável pelos fracos gráficos na S.
Conforme explicado na SIGGRAPH 2020, este novo sistema permite um novo mecanismo de controlo em tempo real de uma personagens, baseado em uma arquitetura de redes neurais chamada “Phase-Functioned Neural Network”. E nesta estrutura de rede neural a computação toma em conta situações das mais diversas nunca antes sequer tomados em conta no jogo, e apesar de que este não é o artigo indicado para se falar desta metodologia, a realidade é que este é um processamento que rouba computação de uma forma não escalonável, e consequentemente o seu uso rouba a performance disponível para os gráficos.
Mas se numa consola como a série X ou a PS5, roubar alguns Tflops não faz diferença… aqui na S tal ação tem implicações imediatas na qualidade gráfica. Isso não quer dizer que no futuro não se consiga otimizar melhor estas metodologias, mas a realidade é que este tipo de situações terão tendência a ser mais comuns daqui para a frente, e nesse sentido, não sendo algo que pode ser desligado (como o RT), ou algo que pode re-escalar com a resolução, estas novas tecnologias podem ser um problema para a performance da consola.
Mas apesar destas situações, a Xbox tem vendido bem. E com o público a não ser na sua maioria devidamente informado sobre o que compra, o preço da série S torna-se apelativo, e tal tem permitido à Xbox crescer. Diga-se aliás que a Xbox está a começar a receber os seus primeiros exclusivos, e neste momento até possui uma oferta recente para este Natal que a concorrência não tem, com Halo Infinite e Forza Horizon 5. É um momento propício para boas prestações de vendas.
Sinceramente, o que mais gostaria era de ver a Microsoft a retomar as políticas clássicas e a tornar-se novamente tão competitiva e concorrencial como na geração Xbox 360. Todos tínhamos a ganhar com isso.
Mas entretanto o que temos são 20 anos no mercado, que tiveram altos e baixos, mas que no global cimentaram a marca, que se encontra agora a recuperar de uma geração menos boa.
Se há algo que se pode dizer é que a Xbox nestes 20 anos tornou-se um nome incontornável no mercado das consolas, ao ponto de já nem ser possível imaginar o mercado sem ela. Está tambem a ser pioneira numa mudança radical do mercado tal como o conhecemos. Mas apesar de essa situação nos criar diversos receios pelas questões que levanta, não a vamos discutir agora aqui.
A realidade é que esta consola está aí de pedra e cal. E com 20 anos em cima, temos mesmo de lhe dizer: Parabéns Xbox.
Parabéns a marca, está no meu coração desde seu lançamento lá em 2001, e pra mim o melhor console já lançado é o 360, que venham mais muitos anos pela frente
Parabéns para o xbox! É de suma importância para o consumidor quando há concorrência e tomara que tenha ainda mais nesses anos todos!
O tema natalino do site ficou bonito
É verdade…parece que foi ontem que fui comprar a Xbox original por 96 contos, com o Halo claro, para meu espanto, era o único a comprá-la, e assim foi por mais alguns dias, ainda hoje tenho uma totalmente alterada e pronta para usufruir de um excelente catálogo.
Quatro anos volvidos, lá estava eu novamente no mesmo local para comprar a 360 (versão Premium com uns loucos 20GB de disco), e mais uma vez era o único, desta vez veio o PGR3 e o Call of Duty 2, foi uma consola absolutamente revolucionária com a possibilidade de se jogar online e de comprar outro tipo de jogos e com vários preços, ao invés do tipico full price, na sua loja digital.
Infelizmente não tive a sorte do Mário, tive o RROD 2x, a segunda reparação foi feita pelo gerente da loja GAME da minha área que também modificava consolas, e até hoje ainda funciona.
A Xbox One, tirando a Mega CD, foi a pior consola que tive, não a comprei logo no lançamento devido ao desastre que foi o seu inicio de vida e mesmo assim a coisa não começou bem, quando cheguei a casa com a consola percebi logo que algo estava mal, a consola não estava devidamente embrulhada, um dos paineis laterais estava deslocado, a esponja do headset estava rota, os botões do comando pareciam já ter alguma kilometragem e a drive não funcionava…
Apesar de alguma desconfiança, lá me trocaram a consola e apesar de ter tido alguns jogos de qualidade, acabou por apanhar pó ao longo da geração, excepto quando saia um Forza Horizon, um Cuphead, Ori ou Halo MCC, acabei por vender já com o PC na mira.
Ao longo dos anos, a Xbox foi uma fiel companheira da minha PS2, Gamecube, Wii e PS3, mas a Xbox de hoje é uma sombra do que era nesses anos de glória em que a marca dava ao cliente o que ele queria, não aquilo que a marca quer dar, hoje sou olhado como um fanboy Sony por ser frontal em relação ao estado da Xbox, por parte de pessoas que não fazem a minima ideia de que tenho Xbox desde o primeiro minuto, já lá vão 20 anos, porque sei que não é com palmadinhas nas costas e a passar pano que a Xbox alguma vez vai mudar, até porque acredito que esses anos de glória nunca mais vão voltar, mas ainda assim, os meus sinceros parabéns à Xbox, embora acredite que não dure outros 20 anos.
Parabéns pelos 20 anos. Me lembro como se fosse hoje quando li nas revistas da época (Super Game Power) sobre a chegada da Microsoft no mercado de videojogos com sua primeira consola.
Na época eu achei interessante, porque conhecia a Microsoft pelo mundo de PCs com DOS, Windows, Office, DirectX. E pensei que o mercado de consolas poderia ficar bastante acirrado, pois o Playstation 2 havia acabado de ser lançado e tinha uma expectativa enorme em torno dele, o Dreamcast era um sucesso em termos de jogos (Soul Calibur, Shenmue, Crazy Taxi), o Nintendo 64 estava recheando ainda mais a sua biblioteca com Perfect Dark, Ridge Racer 64, com a promessa de que sua futura consola com unidade óptica fosse mais competitiva em relação ao Playstation 2. Apesar do Nintendo 64 ter tido alguns dos melhores jogos daquela geração, no geral foi dominado pela vasta e diversificada biblioteca do PS1.
Considerando a situação, onde a Sega aposentou o Dreamcast, a Sony bateu o récorde de vendas com o PS2 (também impulsionado pelo estrondoso sucesso do PS1), e a Nintendo mal conseguiu passar dos 20 milhões com o Gamecube, penso que a Microsoft fez uma estréia muito digna. Conheço pessoas que preferiram o Xbox em relação ao PS2 e até hoje não se dizem arrependidas, não apenas pelas tecnologias como pelo grafismo dos principais jogos. Acho que aqui é uma discussão parecida com Nintendo 64 vs PS1. De um lado alguns dos melhores jogos, melhores gráficos, e do outro lado a biblioteca mais vasta e diversificada.
Não tem muito o que dizer do Xbox 360, todos sabem da história. Fica só de recordação que, com 2 anos de vida, o console já tinha de exclusivos espetaculares como Halo 3, Gears of War, Bioshock (chegou depois no ps3), Mass Effect e Forza 2. Também gosto de lembrar do enorme barulho que fez o Kinect, projeto do brasileiro Alex Kipman na Microsoft. Eu particularmente sempre achei um recurso legal em festas, diversão em família e amigos, mas para jogar sozinho em casa, prefiro mouse, teclado ou joystick. De qualquer forma, foi uma geração bastante experimental nesse aspecto de novas formas em jogabilidade, com a Nintendo arrebentando com o Wii, o Kinect foi super bem sucedido no Xbox 360, e a Sony.. bem, tentou com PSmove, tentou com aquele Book of Spells (me lembro de uma E3 onde dedicaram um tempão para tentar vender isso rsss), mas nunca teve muito sucesso com esses acessórios. Pareceu muito mais como uma alternativa para quem fazia questão desses mecanismos.
Mas já na geração do Xbox One, o Kinect não era mais tão chamativo, o gamepad do WiiU também não rendeu com o grande público, e nem a Sony conseguiu vendas impressionantes, mesmo com seu pioneirismo em VR nas consolas. Tudo voltou à essência, os bons e velhos jogos nos seus joysticks. Depois do sucesso de jogos mundo aberto como a trilogia do Ezio Auditore em Assassin’s Creed, Red Dead Redemption e Batman Arkham City, queríamos era mais disso, ou seja, mundos mais densos. Nesse aspecto, The Witcher 3 foi uma ótima entrega em 2015.
A Microsoft tinha tudo para derrotar a Sony na oitava geração. Na geração anterior, o Xbox 360 era superior ao PS3 no geral, não apenas em joystick, UI, features, como tinha exclusivos para bater de frente, e os jogos multiplataforma no geral se saíram melhor no Xbox 360 (exemplo: https://www.youtube.com/watch?v=5ebZs-TPKIE). Na época, como jogador de PS3 e PC, eu até comentava com meus colegas de trabalho que eram jogadores de Xbox 360 coisas como “é bem provável que na próxima geração jogaremos no mesmo console”.
O declínio do Xbox One se deve a diversos fatores, seja o foco em central multimídia, DRM, declarações equivocadas do Don Matrick, lineup inicial de jogos exclusivos que embora fosse melhor que a do PS4, não era boa o bastante para se destacar com o grande público. Mas principalmente, poucos esperavam que o PS4 fosse evoluir tanto em relação ao PS3, com um hardware muito mais equilibrado até que o do Xbox One (demoraram para se adaptar à eSRAM, que foi comemorada quando tiraram do Xbox One X), um SDK bastante elogiado pela facilidade de se trabalhar, uma UI e um joystick bastante superiores aos do PS3. E quando a Sony de facto começou a entregar sua lineup de blockbusters a partir de 2016, o PS4 despontou de vez, e não tinha mais o que fazer, restando à Microsoft mudar sua estratégia e focar no ecossistema com o projeto gamepass/xcloud, e retornando às suas raízes com o PC.
Só de curiosidade, muita gente gosta de falar que a discussão sobre resolução começou no PS4/Xone, quando a consola da Sony renderizava seus jogos em 1080p contra 900p ou até 720p do Xbox One (https://www.ign.com/articles/2013/11/04/why-is-call-of-duty-ghosts-is-720p-on-xbox-one-and-1080p-on-playstation). Isso na verdade vem de antes, bem antes. Quem não se lembra do flamewar em 2010, com Red Dead Redemption rodava a 720p no Xbox 360 contra os “sub-hd” 640p no PS3? Ou da falta de grama no Mafia? lol A discussão sobre resolução se intensificou em 2013 e 2014 porque televisores full hd já estavam bastante consolidados na casa das pessoas (inclusive no Brasil), já era uma resolução padrão usada há bastante tempo em jogos de PC. A discussão sobre o 4k já não era tão forte em 2017 porque tais televisores ainda estavam se expandindo em popularização. Hoje, em 2021, já podemos dizer que televisores 4k são populares, mas mesmo assim arrisco dizer que o full hd era mais popular em 2014 do que o 4k em 2021.
Não vou comentar muito de PS4 Pro e Xbox One X, porque não houve mudança de geração, mas sim uma atualização de consoles premium para a crescente demanda por 4k. Mas cabe destacar o excelente projeto do Xbox One X, um hardware bem diferenciado para 2017.
Acho que o Xbox Series X|S foi um lançamento bem melhor que o Xbox One, apesar de algumas gafes como o Halo Infinite estar na caixa da consola e ainda não ter sido lançado. Inegavelmente o Xbox Series X é um console potente, tem um design arrojado, chamativo, tem novas features interessantes como o quick resume, e o fps boost é super bem vindo. Claro que a Microsoft expandiu o seu conceito de ecossistema, logo não pensa apenas na consola. Mas de qualquer forma, para bater de frente com o PS5 nesse mundo de consolas, precisará de um pipeline de grandes lançamentos, tornando seu ecossistema mais atrativo. Existem diversos anúncios interessantes, então resta aguardar para ver o que virá. A geração está apenas começando.
Parabéns ao Xbox
Comprei um X360 Jack Sparrow para jogar os Exclusivos da plataforma em 2010, joguei muita coisa nele até o fim de 2012 quando o vendi. Em 2014 comprei meu One Fat em Junho o qual me acompanho até início de 2020, agora em Jun/21 comprei o XSX, tenho aproveitado muito o mesmo, principalmente nos jogos do X360 que recebi pelo GwG os quais agora também contam com One X Enhanced e FPS (para muitos deles). De toda forma, o Xbox faz aniversário de 20 anos e eu nem havia percebido que sou clientes deles a 11 anos já hehehe
Não consigo dar os parabéns a Microsoft. Ela tem muito mais errado que acertado. No máximo, fico contente que não tenha encerrado o Xbox.
Estão fazendo um esforço pra algo, que não necessariamente sei se será algo que me valerá. É mais um esforço comercial do que realmente de melhorar o produto.
Acredito que poderia ser muito melhor se o console fosse o centro do esforço da Microsoft, mas infelizmente não é assim, e isto é uma lástima.
Esperança talvez seja uma palavra forte mas é o que eu diria que tenho do suporte de jogos da plataforma para os próximos anos, embora o receio seja proporcional.
Não me interessa uma profusão de jogos de baixo escalão. Se esse é o plano, eu estou fora.
O Serie S tem sido muito bom até o momento, como aparelho, um verdadeiro amigo da galera da crise, eu espero que ele possa ainda ter muito sucesso, embora também tenha receio de seu futuro.
Receio é a palavra pro Xbox.
Carlos, querendo ou não, de 6 games concorrendo ao goty esse ano, 2 são da Ms! óbvio que Deathloop já estava em pleno desenvolvimento quando a MS comprou a Zenimax media, porém Psychonauts 2 teve um grande investimento financeiro da MS para ser o game que é! sim, ele não está nem próximo ao nível visual do Ratchet, porém ele é um crossgen e msm assim tem um nível de criatividade bem acima dos outros, ao meu ver. Se não me falhe a memória, a MS lidera esse ano com mais indicações e isso é um claro esforço para melhorar seus games. talvez não tenha ali o que vc queira jogar, talvez vc seja muito ligado a gráficos de ponta, onde somente a Sony domine e por isso os games MS não te chamem a atenção, mas é louvável ver a MS nessa situação, algo que não acontecia há pelo menos uns 10 anos.
Pois.. eu bordei este tema numa notícia que sai para a semana, pelo que não me vou alongar aqui.
É bom ver a Microsoft com 2 equipas no game awards… pena é ver 2 jogos vindos delas, um multiplataforma, e outro um exclusivo playstation (temporário).
Bom se um jogo é indicado a uma premiação ou ganha, bom, pode ser como a Nintendo, super indicada, com Zelda sendo um super jogo pra meio mundo, mas pra mim de que isso adiantaria?! Estou falando de forma educada, por favor não entenda um tom grosseiro de forma alguma, pois é, eu espero algo mais avançado, é muito complicado explicar isso e mais ainda as pessoas aceitarem, mas, se esse for o nicho da Microsoft, essa pegada com cara de indies badalados, pra mim não serve, entende… Que as pessoas aproveitem, e eu vou curtir outra coisa.
Quando eu penso Series X por exemplo, eu não vejo esse tipo de jogo como carro chefe, vejo coisas grandiosas.
Não quero gerar polêmica kkk
Te entendo perfeitamente, Zidane! Acredite brother!!!
Sinceramente meus parabéns a Microsoft 20 anos não é pouca coisa.
Edosn respondendo ao seu comentário, vamos ser sinceros ela tem “2” jogos, pois esse ano foi muito fraco de lançamentos e nisso eu incluo quase todos os jogos, que para mim nenhum deles tem o que precisa para ser jogo do ano, vide: gráficos, jogabilidade, história etc…
Concordo Daniel, pois esse ano foi bem fraco msm!
Falando uma coisa que eu falei no direct que vai sair, o que eu mais quero é que Microsoft comece a dá uma “surra” na Sony, para gerar concorrência e as pessoas serem as beneficiadas.
Cara, não digo surra, mas uma proximidade maior em games single players, algo que acho um pouco difícil pelo conceito do game pass.
1- o goty mais fraco desde 2014
2- Psychonauts 2 e Deathloop não tem mérito algum da Microsoft.
https://www.uol.com.br/start/ultimas-noticias/2021/08/24/psychonauts-2-sem-microsoft-jogo-teria-menos-chefoes-diz-tim-schafer.htm
Nossa , que absurdo né. Microsoft comprou a empresa depois do jogo financiado e nem foi capaz de localizar em PT-br. Parabéns, Microsoft, sem vc não existiria Psychonauts 2. Parabéns. Ela gastou mais de 1 milhão nessa produção fantástica. Crendios né.
Não localizou, mas a pergunta não foi essa, André! Só coloquei uma matéria que o Tim apontou as melhorias do game por conta da compra da MS. Dublagem deve levar tempo, ou seja, não creio que tenha sido por falta de grana, mas sim por falta de tempo, pq o game tem legenda!
Melhorias tinham que ter, mas o jogo é o mesmo de antes da Microsoft. Colocar um Boss a mais ou a menos não faz diferença alguma na experiência geral.
Olá Sr. Mário, excelente artigo. O xbox 360 foi o primeiro console que comprei na minha vida em 2012 no meu primeiro emprego, só para jogar o Gear of War 2, antes era mais ligado ao PC game, ainda tenho ele até hoje funcionando perfeitamente, só para jogar alguns jogos de xbox classico como Call of Duty e Medal of Honor, e Quake 4, Stranglehold e Wolfenstein 2009 que não tem na retro da xbox one. A xbox one adquiri em 2016 para jogar o Gears 4, mas hoje basicamente é uma máquina para jogar jogos de 360 e remastered, temo que também este seja o futuro do xbox series e também do Playstation 5, para mim tem sido cada vez mais difícil achar experiências do tipo imperdíveis, o futuro ainda parece muito nebuloso e perigoso, esgotamento criativo, inflacionamento de preços, escassez de produtos, software extremamente bugados, a era do mínimo esforço possível….só vou adquirir um console novo daqui a uns bons anos quando entregarem os jogos.
Fui um dos que entrou na era da 360, era modificada, o que acabou por ser uma mais valia porque o meu filho mais velho era pequeno e fazia dos DVD’s patins, depois a drive avariou e agora só rola digital, tive uma enorme desilusão com o Kinect, um equipamento excelente muito mal aproveitado, ainda o vou ligar um dia destes para a minha filha mais nova, já agora no confinamento teria sido fantástico. Não estou arrependido de ter comprado a One, teve bastante uso, e estou bastante satisfeito com a minha SX, rola todos os dias (o comando já tem de ir para a garantia, é no analógico mas não é drift). Agora só espero que a MS cumpra as promessas de mais jogos first party.
Off: Mario quando puder gostaria de ver um artigo sobre o NFT nos jogos, fiquei com a ideia que com NFT nos jogos podemos vender os jogos digitais… Mas acho que não será bem assim