Introdução:
Wolfenstein: the new order. Mais um Wolfenstein!
Esta foi a ideia que me assolou a cabeça quando ouvi falar do jogo!
Confesso que não joguei os dois primeiros jogos da série, Castle Wolfenstein e Beyond Castle Wolfenstein. Eram jogos que não me fascinavam em nenhum campo, e daí me terem passado ao lado. Podem ver imagens dos dois jogos em baixo.
Mas eis que em 1992 o mundo é revolucionado com uma nova versão deste jogo: Wolfenstein 3D. Adorei, joguei, re-joguei e fiquei apaixonado. Era algo novo, algo inovador, algo que estava muito à frente de tudo o que se fazia na altura. Foi um jogo que sem dúvida revolucionou o que se fazia na altura.
E naturalmente a sua sequela, Spear of Destiny, foi outro sucesso, e outro dos jogos que joguei e devorei.
Tratava-se do primeiro jogo 3D texturado com movimentação livre. Uma espécie de mundo 3D (onde a altura não existia) onde as histórias estavam divididas por episódios que terminavam com uma batalha de um Boss. Um clássico que estreou o estilo de shooters FPS digno desse nome, algo que até então apenas tinha sido explorado de forma muito rudimentar.
Mas apesar das suas virtudes, Wolfenstein parecia ter acabado aqui. Durante quase 10 anos o jogo foi esquecido, mas eis que em 2001 uma nova versão aparece com o sugestivo nome de Return to Castle Wolfenstein que pretendia fazer renascer o título. E era certamente um jogo competente para isso, apesar de que, como shooter, não trazia verdadeiramente nada de novo ao existente na época e onde os FPS eram já comuns e em quantidade.
E o que se seguiu ainda foi menos extraordinário. Uma componente multi-jogador baseada no motor do jogo anterior deu origem a um jogo gratuito denominado Wolfenstein: Enemy Territory. Um jogo que de Wolfenstein mantinha basicamente o nome e o facto de ter nazis e americanos.
O que se seguiu foi ainda pior… Em 2008 fizeram do jogo um RPG numa versão denominada Wolfenstein RPG de fraca memória.
Talvez para compensar, em 2009 é lançado um novo jogo da série, com o nome de apenas Wolfenstein, que se revela um clone do Call of Duty, um pouco mais fraco, e com um pouco de ficção à mistura.
Basicamente o nome Wolfenstein deixara de ser sinonimo de um jogo de qualidade, e passou a ser apenas mais um jogo de tiro.
Daí que não esperava grande coisa da nova versão do jogo.
Wolfenstein: The New Order
Quando instalei os 40 Gigas que este jogo requer, não ia muito entusiasmado para o jogar. Adquiri-o numa altura onde não havia mais nada o que jogar, e pelo facto que estava a ouvir dizer bem dele. Daí que resolvi dar-lhe uma oportunidade.
E quando arranquei fiquei impressionado com o que vi: O menu de entrada possuía uma personagem que fazia lembrar claramente a original. Mas com um grafismo bastante mais actual.
E o jogo propunha-me vários níveis de dificuldade ao velho estilo de Wolfenstein 3D, nomeadamente:
- “Can I play, Daddy?”
- “Don’t hurt me.”
- “Bring ‘em on!”
- “I am Death incarnate!”
- “Uber”
O que via trouxe-me imediatamente velhas memórias. Foi um pormenor que adorei!
Mas quando comecei a jogar… decepcionei-me novamente. O que via… era fraco.
E efectivamente é… Os primeiro 15 minutos de jogo… são demasiadamente fracos e até desmotivadores. Mas mal deitamos a mão à primeira arma do jogo… tudo muda. E o jogo revela-se pura e simplesmente… FANTÁSTICO.
Wolfenstein: The New Order revela-se um shooter clássico old-school. Foge do realismo dos actuais Call of Dutty e Battlefields centrando-se apenas num único factor: A envolvência e diversão do jogo. E quando se entra no jogo, não se quer outra coisa.
É extraordinária a forma como o jogo cativa. A história é envolvente e original, com sentimento e mostrando os horrores da guerra e do domínio nazi, mas igualmente o lado humano que sempre perdura nestas situações, sendo acompanhada por um bom grafismo que, apesar de não ser do melhor que se faz actualmente, é mais do que competente e de qualidade.
A versão jogada foi a de PC, onde o detalhe foi puxado ao extremo, sendo jogável a 1080p 60 fps. E a experiência é absolutamente fantástica.
The New Order é completa ficção. Trata-se de desenvolvimento de uma história que se passa numa linha temporal paralela e na qual os Alemães tinham dominado o mundo e o controlavam sob o seu domínio, sendo que o herói vai tratar de criar uma resistência que derrube o poder de Hitler.
Torna-se difícil expor por palavras a forma como este jogo se revela cativante. É de certa forma um regresso às origens dos FPS, sendo um jogo de uma qualidade extrema, e que nos mostra como um jogo FPS pode ser divertido e não apenas frustrante. Mas uma coisa é certa, apesar de haver níveis de dificuldade reduzida, do terceiro nível de dificuldade para cima não julguem que vão ter um passeio pelo parque. O jogo apresentará dificuldade, uma IA inteligente e adequada, detecção de zonas mais sensíveis (como a cabeça) e tudo o mais que existe nos melhores shooter actuais, mas com uma jogabilidade, história, estrutura de mapas e mini bosses que o tornam uma diversão ao estilo mais clássico.
A única coisa que posso dizer quanto a este jogo é que me surpreendeu mais do que eu esperava, trazendo-me velhas memórias dos shooters old-school. E daí que só o posso recomendar a todos.
Wolfenstein: the new order - mini análise | |
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Gráficos | |
O motor é surpreendentemente leve para as suas capacidades. Apesar de não ser um prodígio de técnica, os grafismos são bem conseguidos para a fluidez apresentada. E seja nas consolas os nos PCs, os 1080p 60 fps serão uma realidade. | |
Som | |
Sinceramente não é memorável. Apenas os ruidos ambientes, sons de gritos, vozes e tiros, sem qualquer banda sonora. Basicamente contribui para o ambiente old school global, mas face ao audio actual revela-se apenas... adequado. | |
Jogabilidade | |
Acima de tudo o sentimento e as memórias de jogos antigos e momentos bem passados que este jogo traz valem mais do que tudo o que se possa dizer. A jogabilidade é clássica, e este jogo vai ficar na memória. Sinceramente, sem ser verdadeiramente diferente, possui algo que o distingue de tudo o resto que anda por aí. | |
Atracção | |
O jogo começa mal, e os primeiros 15 minutos não cativam minimamente. Mas a coisa altera-se e o jogo parece ir viciando cada vez mais. A variedade de armas, de inimigos, e a necessidade de se usar a cabeça com inimigos que pura e simplesmente não estamos em condições de derrotar tornam-se atractivos que viciam.. |
Overall | |
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Se o nome Wolfenstein estava manchado, com The New Order o nome volta à ribalta. E certamente ficarei ansioso novamente quando voltar a ouvir que há um novo jogo desta série. Gostos são gostos é certo, mas recomenda-se. |
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