A Xbox One All Digital será uma realidade em breve, estando prevista ser vendida a 230 euros. Mas será que este produto que não trará drive de Blu-ray reúne as condições para ser um sucesso?
Nota: Surpreendentemente o preço oficial deste produto acaba por ser 250 euros. Tão ou mais cara do que podemos encontrar versões com drive BD.
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A primeira ideia que surge quando se fala de uma consoa sem a drive de Blu-Ray é que este poderá ser um produto mais barato e interessante para quem estiver disposto a abdicar dos jogos físicos.
Agora se essa é a ideia que surge, a realidade é bem diferente.
Primeiro porque quem abdica da drive, abdica de muito mais do que jogos físicos. Abdica tambem dos formatos físicos de música em CDs, abdica de filmes, SD em DVD, filmes Full HD em BD, e… algo que apenas a Xbox suporta, de filmes Ultra HD 4K em BD.
Não é que a consola não possa fazer tudo isto na mesma. Mas não o pode fazer nos formatos fisicos. É uma perda, que pode não ser considerada significativa, mas mesmo assim uma perda.
Mas porquê falar de algo que no fundo é apenas uma limitação de formatos, e não uma limitação real nas capacidades da consola?
Já vamos perceber!
É que se do lado das perdas, a coisa pode ser considerada por muitos como pouca, do lado dos ganhos o que há é também muito pouco.
Basicamente uma consola como a Xbox One S All Digital corta apenas na drive de BD, mas em que é que se traduz monetariamente esse corte?
Na realidade, em pouco… ou nada! Uma drive de BD, apenas de leitura é um produto de 30 euros. Elas encontra-se vendidas para PC a 40 euros (preços de revenda), o que não significa o preço de custo. Mas aqui estamos a falar de drives com capacidade de gravação, e não apenas meras drives de leitura.
Isso quer dizer que a poupança real na construção de uma consola sem a drive de BD é de uns meros euros. Apesar de realisticamente não vemos que para a Microsoft uma drive fique a mais de 10 euros, até podemos aceitar que a coisa chegue aos 20 por ser uma drive UHD, ou fazer até um esforço e referir que ela custa 30 euros. Mas o que é isso realmente no preço final de uma consola?
Será que uma consola 10, 20 ou 30 euros mais barata, mas que não permite aceder a jogos físicos, novos ou usados, que não permite ler CDs, DVDs, ou Blu-Rays FHD ou UHD, vale mesmo a pena?
Não será que esses euros extra compensam, ao oferecer um produto muito mais completo? Especialmente quando a versão completa da consola pode perfeitamente funcionar com o media digital, mas a digital nunca pode funcionar com a media física?
A Xbox One S All Digital está prevista como vindo a custar 230 euros, sendo que a Xbox One S 1TB com Battlefield One custa 237 euros, mais 7 euros, e a mesma consola com Anthem está à venda por 249.99 euros, ou seja mais 20 euros. Daí que a questão é premente!
No global uma consola digital acaba por ficar bem mais cara a quem pretende manter os jogos do seu lado, uma vez que os jogos digitais custam o mesmo, mas os discos para armazenamento são uma despesa extra.
Basicamente o que parece existir com esta consola não é uma real benesse para o cliente que pela pequena diferença de preço, mas sim algo que é do interesse da Microsoft, o vedar do mercado físico, colando os clientes no seu serviço de subscrição, e fazendo-os abandonar de vez tudo o resto.
Diga-se que se a diferença aumentar perante estes valores estaremos perante ou lojistas com maiores margens de lucro, ou então promoções da Microsoft na versão All Digital que não coloca nas outras consolas, de forma a torna-la mais atractiva. Ou seja, um forçar do mercado no sentido de este aderir às subscrições pois com esta consolas sem drive a situação torna-se bem mais tentadora.
Torna-se inegável que as apostas da Microsoft são a de aumentar as assinaturas do seu serviço de subscrição, pelo que não será de estranhar se virmos a Xbox One S standard a ser descontinuada completamente.