Fomos convidados pela Joystation para uma noite de teste à WiiU, mas infelizmente a coisa acabou por sair algo mal. Apesar da quantidade de coisas que tínhamos planeadas para testar, como a duração da bateria, comparação gráfica com a PS3/Xbox, e tantas outras coisas, acabamos por não fazer nada. E a culpa… foi da WiiU e da diversão que nos deu durante a noite, onde não fizemos mais nada senão… jogar e estar na galhofada.
Por várias vezes já apresentamos aqui comparativos de hardware e mesmo queixas sobre a performance da WiiU em jogos multi-plataforma. Mas agora para nós a coisa é bem clara. Independentemente da potência do seu hardware, a WiiU está num patamar bem diferente da PS3 e Xbox 360. Trata-se de uma consola Wii, e tal é notório no seu software virado para os party games e a diversão. E tentar fazer da WiiU uma PS3 ou uma Xbox 360 é algo que é possível, mas que é desvirtuar o facto de a consola possuir nos seus genes um elemento separador, a marca Wii.
Após uma jantarada de preparação para a noite que se aproximava, foi altura de testar a WiiU. E podíamos começar aqui a dizer que a consola possui um transformador gigante, que o cabo de corrente da Gamepad é extremamente curto (foto em baixo), que a consola fica toda manchada com as dedadas (foto em baixo), etc, mas sinceramente o que interessa isso?
É que uma vez a consola ligada, a diversão começa, e o resto do mundo… deixa de existir.
O jogo escolhido para iniciarmos, e que acabou por durar toda a noite, foi o Nintendo Land, um dos jogos fornecidos com a consola. Trata-se de um party game, que usa os Mii’s em diversos mini jogos divertidos e inspirados em clássicos da Nintendo como Super Mário, Zelda, Luigi’s Mansion, e muitos, mas muitos mais.
A ligação da consola foi relativamente pacífica, apenas se estranhando o tempo exagerado que a consola demorou a definir a linguagem, num processo que deveria ser basicamente instantâneo. Mas após esse processo, e alguma configuração de parâmetros como a rede, localização geográfica e criação de Mii’s, a consola estava activa.
Ao arrancar a consola verificou a existência de actualizações, detectando um novo firmware. Questionou então se queríamos actualizar, ao que respondemos que não, verificando posteriormente que essa opção foi a melhor.
Se bem se recordam, apresentamos aqui queixas de utilizadores que referiam que o novo firmware demorava mais de duas horas a fazer download, obrigando a consola a estar parada e o gamepad ligado. No nosso caso estivemos toda a noite com o gamepad ligado à tomada uma vez que não tivemos tempo de o carregar, mas não era nosso interessa estar ali duas horas à espera da actualização. Assim ao dizermos que não evitamos estar a olhar para a barra de download por duas horas, mas… a consola fez o download na mesma.
Ou seja, ao dizermos que não queríamos actualizar, a consola fez o download do update em background, e apenas quando a íamos desligar nos voltou a dizer se queríamos actualizar, já com o download feito, tendo o processo demorado apenas uns minutos.
Desta forma passamos imediatamente aos jogos, inserindo o Nintendo Land, e nem imaginávamos nós que íamos ficar apenas por ali numa noite de diversão plena.
A realidade é que começamos por testar a consola no modo de jogador único. E nesse aspecto a WiiU não cativou. Trata-se de uma consola com jogos divertidos, mas na qual, em jogos como o Nintendo Land, até se questiona a real necessidade do televisor. É que dado que o que está no ecrã da TV é exactamente o mesmo que está na Gamepad, e dado que a interacção se faz na Gamepad, o jogador nem olha para a TV, estando no fundo a mesma a repetir a imagem, mas sem qualquer utilidade real. E nesta fase questionamos mesmo qual a necessidade do televisor.
Mas passando ao multi jogador, é que nos apercebemos da total capacidade da WiiU. Basicamente a consola revelou-se uma Wii, mas com gráficos de alta definição, processamento mais elevado, e o bónus do gamepad. E se isso é uma coisa má então alguém me vai ter de justificar o motivo porque a nível de vendas a Wii bateu de forma esmagadora a PS3 e a Xbox… Juntas.
E nos modos multi-jogador, dado o facto que o ecrã se divide mostrando as vistas dos vários jogadores que jogam com Wiimotes equipados com Wii Motion Plus, a alta definição é mais do que bem vinda, permitindo assim que cada jogador tenha na sua vista a resolução suficiente para mostrar gráficos detalhados e de qualidade.
Já a Gamepad permite ao jogador que a controla o acesso a uma visualização diferente da que os restantes jogadores possuem. Por exemplo, no mini jogo Mário Chase presente no Nintendo Land, o jogador com a gamepad tem de fugir dos restantes que o tentam apanhar. E se todos os restantes jogadores jogam na sua parte do ecrã dividido, visualizando apenas a parte do mundo para onde o seu boneco está virado, o jogador com a Gamepad possui acesso a um radar que lhe dá indicação da posição de todos os outros jogadores. É um dado que só lhe está acessível a ele, algo que só pode ser obtido com um periférico deste género.
A Gamepad faz igualmente bom uso do hardware que possui. Os sensores de movimento são usados para que o ecrã mostre, tal como acontece com alguns jogos iPad, o que seria possível ver-se olhando na direcção para onde a Pad está virada. Basicamente a ideia é a Gamepad ser uma janela para o mundo, o que chega a dar situações engraçadas como no Minijogo da Zelda, onde os jogadores com Wiimotes estava, todos virados para o ecrã, mas o jogador com o Gamepad estava literalmente de costas para eles a atacar um adversário que estava posicionado atrás de si.
A conclusão a que chegamos depois de testar a WiiU é que a consola vai ser uma nova Wii. O seu sucesso está garantido pela genialidade da Nintendo, e apesar de a Sony possuir hardware (a PS3 + PS Vita) que permite fazer igual ou mesmo melhor, essa não é uma empresa que esteja minimamente vocacionada para este tipo de jogos. Basta dizer que a Sony teve um ano de avanço sobre a Nintendo e o que fez neste campo? NADA!
No entanto a Nintendo lança a sua consola e a primeira impressão que temos ao pegar na mesma é… Esmagadora. Foi uma noite de diversão e galhofa total, muito superior ao obtido em jogos como Fifa ou outros com uma jogabilidade tradicional. E ficamos cativados.
Até agora a Sony apostou num Crossplay deficiente e que é mais publicidade do que uma realidade, como forma de vender o mesmo jogo para as duas consolas, quando o que deveria postar era em jogos PS3 que fizessem o mesmo que a WiiU faz: Streaming para a Vita que serviria como meio de interacção. Vendia assim um único jogo e explorava as duas consolas da melhor maneira.
Mas a realidade é que a Sony também já tinha copiado os WiiMotes. E apesar da qualidade dos seus Move, onde estão os jogos de qualidade que tirem partido deles?
Parece-nos assim seguro dizer que a WiiU manterá o ponto forte que fez da Wii um sucesso. A diversão. E será verdade particularmente nos jogos de família e/ou entre amigos. A isso juntará os jogos hardcore da PS3 e Xbox, que implementados de forma melhor ou pior, serão apenas complementos.
O que nós vimos ontem foi uma consola vencedora. Uma consola que terá forçosamente de ser um sucesso de vendas. E a qualidade do seu hardware é irrelevante pois como sempre, é o software que define o sucesso, e a WiiU está no bom caminho.
Por este motivo dispensaremos uma análise à consola mais cuidada. Como já referimos noutro artigo, a consola é apenas um veiculo para a transmissão da diversão, mas esta está no software e não no hardware. E se a Sony sempre soube criar grandes jogos, no campo dos party games está muito atrás. E aí, nem mesmo a Microsoft chega lá, sendo que o grande nome continua a ser só um. Nintendo.
Agradecimentos: Joystation