A Uber implementou uma característica no seu software que refere estar lá por outro motivo, mas o certo é que essa característica permite que os seus carros escapem à fiscalização.
Algo que não era do conhecimento geral é que a Uber usa um software de “despiste” que emite dados falsos para a sua aplicação.
Este software basicamente analisa com um software denominado “Greyball”, os dados do cartão de crédito, ou do telefone da pessoa que chamou o taxi, e caso esta tenha algum tipo de associação ou historial, a aplicação não responde ao pedido e passa a emitir falsas posições dos seus taxis.
A uber alega que esta situação foi criada como medida de protecção aos seus condutores, e caso a pessoa que está a solicitar um taxi esteja associada a alguma situação de violência ou fraude, ou aos serviços de taxi tradicional (taxistas), a aplicação nega-lhe o envio do taxi e fornece posições falsas. A ideia é, segundo a Uber, proteger os seus condutores.
Eis as declarações da Uber sobre o assunto:
Este programa nega pedidos de serviços a utilizadores que estejam a violar os nossos termos de serviço.
Seja que a pessoa pretenda agredir os nossos condutores ou perturbar o seu serviço, ou mesmo oponentes que estejam em conluio com entidades oficiais em situações destinadas a “tramar” os nossos condutores.
A situação em causa não só não é correcta, como implica um tipo de investigação e registo que a se desconhece se a Uber se encontra legalmente capacitada para fazer. Mas mais ainda, a situação permitir igualmente registar cartões e telefones usados por entidades fiscalizadoras ou policia e evitar assim fiscalizações surpresa às suas viaturas.
Apesar de aqui não estar ainda provada a existência efectiva de nenhum crime, a Uber recebeu já uma intimação do tribunal para prestar contas sobre esta situação, sendo que será submetida a inquérito e investigação.
E legal ou ilegal, o certo é que todas estas notícias não abonam a favor da legitimidade e da imagem da Uber. Apesar dos seus baixos preços, e das eventuais vantagens que possa ter, estas suspeitas de atuação ilegal e acima da lei, associadas ao facto que esta empresa já contorna uma série de legislação em vigor que é aplicada aos taxistas não ajudam a criar uma imagem de que este é um serviço leal e merecedor de continuar em serviço.
Recorde-se que a Uber já foi acusada de criar um programa, denominado internamente como Hell (inferno), que espiava os condutores de serviços concorrentes, e mais especificamente que condutores conduziam por mais do que um serviço, criando um perfil sobre os mesmos, e mandando prioritariamente os serviços para estes condutores, de forma a estes não prestarem serviços pela concorrência. Clara concorrência desleal!
A Uber foi já expulsa de vários paises, e esta situação de análise e geolocalização dos telefones (mesmo após o apagar-se da aplicação) já levou a Uber a ser chamada à Apple que ameaçou mesmo retirar a aplicação da sua loja caso a prática continuasse.
Fonte: TheVerge