Continuação da adaptação do post do utilizador anexanhume, publicado no Resetera, e que é um apanhado de todos os rumores sobre as futuras consolas.
A sorte dos rumores da imprensa
A especulação existente não existiria não fosse o facto de as fontes dos rumores serem bem conectadas, seja com membros da imprensa, ou sendo eles insiders com boas reputações. Mas dentro dessas pessoas há tambem outras que referem que na realidade não há nada a contar, como é o caso de Jason Schreier do Kotaku que por várias vezes veio referir que não só nenhum criador possui qualquer kit de desenvolvimento, como que ninguém sabe de qualquer plano de lançamento nesta fase. E esta falta de dados concretos leva Jason a acreditar que a existir um lançamento ele não existirá antes de 2020, algo que vários insiders admitem como sendo o mais provável, sendo que no entanto há vários que referem que a ideia inicial era 2019, mas que tal terá sido alterado recentemente.
Há vários factores que são apontados para a mudança de 2019 para 2020, sendo que a maturidade do software é o principal, acompanhado de mudanças radicais na PSN, a continuidade do sucesso de vendas da PS4, e questões relacionadas com a melhoria da retro-compatibilidade, algo que se espera existir, como referem alguns insiders apontando algumas patentes da Sony. Quanto à próxima Xbox sabe-se que a retro-compatibilidade está assente dado que ela se tornou um padrão na plataforma.
Mas outros leakers tem aparecido, nomeadamente um do Reddit, de nome RuthenicCookie, e cuja credibilidade foi verificada por um moderador. Entre as suas afirmações ele fala de uma revelação da PS5 em meados de 2019, com uma revelação total na PSX 2019 e um lançamento a decidir entre o final de 2019 e o primeiro quarto do ano de 2020. Outros rumores referem que a PS5 é uma besta 4K 60 fps e que os devkits do PSVR 2 serão revelados ao lado dos da PS5, sugerindo que o jogo da Bioware Anthem, está a ser testado em devkits das futuras consolas.
Apesar de o período temporal poder não ser exacto, a afirmação do teste de Anthem em devkits parece contrastar com o que outras fontes referem. Basicamente todos referem que não há nenhum divulgação extensa de qualquer devkit estar espalhado pelos criadores. Acrescentamos, da nossa parte que há referências recentes a que actualmente os devkits distribuídos são apenas software que permite emular aquilo que se espera sejam as funções básicas da PS5 em PCs.
Do lado da Microsoft, Brad Sams (Thurrot) e Jez Cordon (Windows Central) tem sido uma boa fonte de rumores sobre a próxima geração da XBox, datas de lançamento, nomes de código, capacidades de streaming, permutações de SKUs, e características técnicas. Um outro forum refere que a próxima Xbox incluirá suporte para Ray-Tracing, AI/ML, streaming, e que usarão a descompressão do GPU para diminuir o uso de memória e dos downloads.
Finalmente o rumor mais críptico de todos foi o lançado por Rabbid Peach, e que usamos misturado com outros dados na nossa mentira de 1º de abril.
Basicamente muito do que ali era referido revelou-se já como incorrecto. A Sony não estará na E3, e que PS Classica, que efectivamente existiu, não permite downloads. Mas o certo é que o controlador que se dividia aparece em patentes Sony pelo que se torna dificil de nesta fase tomar o que foi dito como totalmente falso, aceitando-se apenas que houve alterações ao inicialmente previsto. Será um rumor que interessará verificar de novo no futuro.
Listas anuais da industria
A Sony e a Microsoft são empresas com representação na bolsa e naturalmente que isso leva muitas pessoas a tentar prever o seu futuro na industria dos videojogos. Desde desconhecidos, passando pelo Michael Pachter, ao Mat Piscatella, habitual do Resetera, vários analistas de várias firmas fazem as suas previsões de quando veremos novas consolas. E aquilo que eles referem coincide com o resto dos rumores, na linha temporal de finais de 2019 a 2020. Isso é algo que faz sentido dado que eles olham para os mesmos indicadores que todos nós olhamos, mas eles possuem algo extra, fontes, e estão muito mais ligados às performances dos fabricantes e fornecedores de hardware que lhes dão dados extra para poderem prever o futuro da industria.
Alguns foram bastante mais específicos que outros, como Yuji Nakamura da Bloomberg que refere que a PS5 não sairá antes de 2020. Mais recentemente Pachter também opinou sobre os numerosos SKUs da Xbox com alguma especulação de refrescamentos na casa dos 240 hz que geraram muito gozo e noticias sensacionalistas. O GameDaily tambem postou o seu resumo de previsões de analistas para 2019.
Mas o mais interessante deste ciclo de consolas é que o ciclo de inversão de vendas que caracterizou todas as gerações de consolas e que mostraram que uma geração está a chegar ao fim não aconteceu ainda. Mat Piscatella chamou a atenção a isso numa série de Tweets, o que mostra como a estrutura de receitas da industria mudou ao longo desta geração. Jefferey Grubb tem um sentimento similar, particularmente no que toca à performance da Xbox que, percentualmente, teve o maior crescimento de todos. A PS4 chegou mesmo a apresentar crescimento ano após ano em 2018 no Reino Unido.
Esta situação não só se acredita afectou a linha temporal para o lançamento de uma nova onda de consolas, mas tambem mudou a forma como os criadores pensam no potencial das suas plataformas para gerar receitas, o que pode moldar planos, bem como a sua vontade de perder dinheiro na venda do hardware.
Geração nove e três quartos
Dependendo de quem se questiona há quem defenda que a nona geração de consolas começou com a Switch. Mas independentemente do debate, o certo é que haverá uma nova geração com novos produtos da Sony e Microsoft. Mas nessa geração as caixas estáticas não existirão. As consolas serão definidas tanto pelos serviços, como pelas comunidades, como pelo ecossistema que as rodeia. Será o fim da consola definida apenas pelo hardware.
Desde que a Microsoft apregoou o poder da Cloud para os servidores de Titanfall que o mercado ganhou consciência de que os servidores começaram a mostrar a capacidade de melhorar jogos com processamento do lado do cliente, bem como a mostrar as capacidades de fazer stream em tempo real de jogos, um tema quente na comunidade, e nem sempre de forma positiva. As discussões sobre o streaming sempre acabam focados no desaparecimento dos jogos físicos e no conceito de posse que passará a ser algo do passado. Mais ainda, a incerteza sobre limites de largura de banda e limites de tráfego face à neutralidade da internet levam a um futuro incerto que deixa os jogadores preocupados. Os problemas sobre a qualidade de serviço e a hesitação da comunidade em aderir ao streaming tem levado a dificuldades em sobreviver. Até ao momento todos que aderiram ao streaming acabaram ou “mortos” ou “adquiridos”. Mas a realidade é que agora o que temos e muito mais do que meras start-ups. A Sony tem o PSnow apoiado na tecnologia Gaikai, a Microsoft tem o seu projecto Xcloud e provavelmente hardware que se foca em unidades dedicadas de streaming, e a Google tem o seu Project Stream.
E apesar de ser natural que nesta análise a Sony seja vista como estando em desvantagem face à Microsoft e Google devido à sua falta de presença nos serviços cloud, a realidade é que actualmente eles possuem sozinhos mais de metade do segmento de streaming, com uma receita de 273 milhões obtida no último quarto do ano de 2018. Comparado com os 4.23 mil milhões de receita da Playstation, pode parecer pouco, mas a realidade é que a Sony é quem está melhor assente no segmento, e adicionou recentemente downloads ao serviço.
Há ainda a iniciativa Playlink que permite a ligação das PS4 aos smartphones. E apesar da Vita poder ser uma plataforma morte, o remote play foi uma característica adorada, e mostrou que o streaming de uma consola para outra pode ser feita no ambiente Wireless adequado. A Sony está certamente a colocar os seus esforços no lado do software também! Seja por novos postos de trabalho, por patentes ou por outros dados, claramente a empresa não pretende ficar para trás.
A Microsoft também está bem posicionada para competir neste espaço com a sua infra-estrutura cloud e know how de software. Mais do que o anuncio da Xcloud, a Microsoft apresentou o projecto Kahawai que permite ao cliente render o jogo com baixa fidelidade ao mesmo tempo que os servidores rendem o jogo com alta e baixa fidelidade. A compressão delta é enviada para o cliente, permitindo reconstruir a versão de alta fidelidade do jogo por uma fracção da largura de banda do streaming tradicional. Em cenários de largura de banda limitada este tipo de inovação pode ser uma chave para o sucesso. Se a Microsoft dedicar um Sku da Xbox para o streaming, é seguro dizer que estão a apostar as fichas todas.
A Google é o mais imprevisível deste grupo. Pelo menos para já a Microsoft e Sony vêem o streaming como uma forma de expansão das suas bases, já existentes. Uma forma de melhorar a marca e a consciência dos franchisings para melhorar o alcance. Mas a Google não possui qualquer IP de nome, pelo que não tem nada a publicitar. A iniciativa para eles pode não ser totalmente lucrativa, pelo que as motivações da Google podem ser questionadas.
Seja como for, independentemente da aproximação, o objectivo é remover barreiras e alcançar um patamar de conveniência onde o streaming possa ser o caminho de menor resistência, com a qualidade a passar a barreira do “bom o suficiente”. Alguém quer ser o Netflix dos jogos, mas haverá lugar para mais do que um?