Não haja dúvidas que os televisores evoluíram muito: Nos primeiros televisores o cliente só precisava de saber o preço, depois precisou de saber se era a preto e branco ou a cores, mas hoje em dia há muito mais factores a tomar em conta e muita terminologia associada que nem todas as pessoas sabem exactamente o que significam exactamente.
Dimensões (em polegadas)
Primeiro ponto importante é o tamanho do televisor. É certo que um televisor maior parece sempre melhor do que um menor, mas tal não é bem assim. Existem estudos que demonstram que um ecrã só deve abranger uma determinada área do alcance ocular, isto é, a sua dimensão não deve ser tal que obrigue os olhos a mover-se, ou pior ainda, a cabeça a mover-se, de forma a que se consiga abranger a totalidade do que está no ecrã.
Para alem do mais, existe a questão de o olho conseguir distinguir ou não a resolução da imagem, pelo que a distância de visionamento e a dimensão do ecrã estão intimamente ligadas.
Naturalmente que estes valores são discutíveis, mas no entanto este diagrama criado por Carltonbale, um reputado engenheiro e entusiasta da tecnologia, é muitas vezes usado como referência, sendo consensualmente aceite:
A conclusão que tiramos é a espectável. Quanto maior a distância de visionamento (Viewing Distance), maior deverá ser o tamanho do ecrã (Screen Size). Assim, vamos por exemplo ler os valores que tiramos da tabela para os tamanhos de ecrã mais comuns, os 32″ e 42″.
Para 32″, tiramos que a resolução se torna quase irrelevante ao nosso olho quando o televisor está a mais de 8,5 pés de distância (1 pé = 0,3048 metros), o que quer dizer que caso o televisor esteja a mais de 2,5 metros de distância vamos começar a não notar verdadeira diferença entre as emissões 480p, 720p e 1080p. No entanto, para distâncias entre os 2m e os 2,5 metros (já com as conversões efectuadas), os 720p são perfeitamente notórios. Já os 1080p revela-se verdadeiramente vantajoso abaixo dos 1,8 metros de distância ao televisor.
Nos televisores de 42″ para perdermos as vantagens do HD, precisamos que o televisor esteja a mais de 3,6 metros de distância, sendo que entre esse valor e os 2,3 metros os 720p são a melhor escolha. mas para se desfrutar verdadeiramente de 1080p teremos de ter o televisor a menos desses 2,3 metros.
Como referi, estes valores são discutíveis, mas servem contudo de referência.
Resoluções (480p, 720p e 1080p)
Estes valores referem-se à resolução máxima que o televisor é capaz de transmitir ser proceder ao re-escalamento da imagem.
480p é o formato mais comum, e que ainda hoje, especialmente em portugal abrange 90% da totalidade do conteúdo transmitido pelas estações de TV. A sua resolução é 640*480 emitidos em modo progressivo (para saber as diferenças entre o modo progressivo e interlaçado, consulte este artigo).
E quer queiramos, quer não, este é um factor a tomar em conta na compra de um televisor. É que quanto maior for o tamanho do ecrã, mais asquerosa irá parecer a imagem transmitida pelos canais de TV. Desengane-se se gostou da imagem do televisor lá na loja. O conteúdo era controlado e muito provavelmente HD, mas mesmo que se tratasse de simples DVD era uma imagem no formato PAL (720*576), ou seja, mesmo ela superior ao que irá ver em casa quando recepcionar a televisão standard.
Naturalmente que a maior parte dos televisores actuais possui alguns efeitos de filtragem de imagem que aplica nestas recepções de forma a minimizar os efeitos criados pela baixa resolução, mas independentemente de tal, a qualidade de imagem, comparativamente aos formatos HD, é algo de execrável.
Os 720p são já um formato HD. A resolução de um conteúdo deste género é de 1280*720 progressivos, ou seja uma imagem que contêm o triplo da informação contida no formato 480p. Existem alguns canais de televisão que já emitem nesta resolução, normalmente disponíveis apenas nos serviços de TV por cabo.
Os 1080p ou Full HD é o formato por excelência, com uma resolução de 1920*1080 pixels emitidos em modo progressivo. Normalmente não é uma resolução muito suportada pelos canais de TV, estando mais reservada ao conteúdo Blu-ray. Possui 6,75 vezes mais informação do que as emissões 480p, e 2,25 vezes mais informação do que o modo 720p. Independentemente deste facto, a mudança entre os 720p e os 1080p revela-se muito mais pacífica do que a mudança entre os 480p e os 720p, onde a diferença visual chega a ser chocante. Não é verdadeiramente o facto de a informação ser maior, mas sim que 480p é efectivamente uma resolução muito baixa.
Outros modos englobam os 1080i, um modo interlaçado cuja qualidade se revela algo inferior aos 720p.
Há ainda que alertar para a existência de televisores HD Ready, que na realidade não suportam nenhum dos modos HD (720p, 1080p ou 1080i), mas apenas estão preparados para receber e ajustar à sua resolução conteúdos nesses formatos.
Terminologias de tipos de TV
DLP : Uma tecnologia que actualmente só deveremos encontrar em ecrãs de 60″ para cima, dado ser uma tecnologia de baixo custo que ajuda a manter estes ecrãs acessíveis. No fundo trata-se de uma tecnologia baseada em retro-projectores (um ou mais) incluídos no interior do televisor e cuja imagem reflectida num sistemas de espelhos converge no ecrã principal. Possui o problema dos projectores ao possuir lâmpadas com uma vida muito limitadas e caras, bem como limita muito mais os ângulos de visão do que qualquer das outras alternativas.
Projectores: O método mais económico de se conseguir um ecrã HDTV de enormes dimensões. Grande inconveniente é o facto de necessitarem de estar num ambiente com luz controlada, sendo que os projectores menos sensíveis à questão da luz são igualmente mais caros.
Plasmas: Para alguns este é o formato que melhor qualidade de imagem possui. Um bom plasma possui normalmente bons ângulos de visão, negros bastante escuros e brancos bastante brilhantes, possuindo igualmente excelentes racios de contraste (podendo atingir os 5 milhões para 1). Não são normalmente tão finos como os LCD’s e o consumo de energia tende a ser maior, aquecendo igualmente mais.
LCD: A actual tecnologia standard dos televisores de 42″ ou inferiores, mas que pode igualmente ser encontrada em televisores maiores. São bastante eficientes a nível energético e bastante finos, mas normalmente não possuem a mesma qualidade global de imagem e ângulos de visão dos plasmas. Actualmente os LCD’s mais recentes deixaram de possuir lâmpadas de iluminação traseira para as substituir por lâmpadas LED.
Tipos de TV’s LCD
Devido a serem o formato mais popular, o LCD foi igualmente o que mais se desenvolveu, e actualmente podemos encontra 5 tipos de televisores LCD no mercado (vou manter os nomes dos diversos tipos sem tradução):
- CCFL-backlit LCD: O LCD tradicional que usa tubos de luz florescente nas bordas para a sua retro-iluminação. Baratos e eficazes.
- Edge-lit LED LCD: Estes ecrãs trocam as lâmpadas fluorescentes por um painel constituído por lâmpadas tipo LED, o que permite televisores muito mais finos. Existem contudo dois tipos de painéis, os constituídos por lâmpadas LED brancas que permitem uma gama de cores em tudo semelhante aos painéis fluorescentes, e os paineis RGB que melhoram tremendamente a reprodução das cores. Esta é contudo uma combinação rara quer pelo custo, quer pelo aumento de consumo energético.
- Edge-lit LED LCD with local dimming: Basicamente o mesmo tipo de LCD que referimos anteriormente, mas a capacidade de suavização da luz permite atingir níveis de pretos mais perto dos conseguidos nos plasmas:
- Full-array LED-backlight LCD: Nestes televisores, mais caros, em vez de termos os tradicionais painéis tipo LED na borda do ecrã, os LED estão distribuídos por trás de todo o painel LCD. Podem igualmente surgir com lâmpadas LED RGB, mas ambos os tipos são relativamente raros dado o seu custo.
- Full-array LED-backlight LCD with local dimming: A opção mais cara, mas igualmente a melhor. Trata-se do sistema anterior, mas com lâmpadas tipo LED que permitem suavização da cor. Este tipo de televisor, bastante raro dado o seu preço consegue a melhor imagem de todos os formatos, batendo inclusive os Plasmas.
Refrescamentos e 3D
60 Hz, 100 Hz, 120 Hz, 200 Hz, 240 Hz, qual escolher?
Estas soluções podem parecer disparatadas, mas não o são. A projecção tradicional faz-se a 25 imagens por segundo, mas um televisor 60 HZ apresenta 60 fotogramas por segundo. Quer isto dizer que o televisor obtém por interpolação mais informação do que a realmente contida no filme, conseguindo assim uma imagem mais suave. Quanto maior for o refrescamento do ecrã, mais suave será a reprodução, e daí o interesse em possuir o melhor refrescamento possível. Contudo se olhando para dois televisores, um a 60 Hz e outro a 240Hz não consegue visualizar diferenças (que as há e são muitas), esqueça preocupar-se com esta característica. Note contudo que para visualização 3D um mínimo de 120 Hz é necessário, isto claro para além do suporte ao formato e aos óculos.
Outras características importantes
Eis aqui uma lista de outros termos relacionados com ecrãs de actuais que podem encontrar nas características indicadas:
HDMI – Trata-se de uma interface totalmente digital de áudio e vídeo e capaz de transmitir dados não comprimidos. É assim um interface de comunicação entre qualquer fonte de áudio/vídeo digital como os leitores Blu-Ray, de DVD, consolas, amplificadores, set-up-boxes. O HDMI é também compatível com o High-bandwidth Digital Content Protection (HDCP), um sistema anti-pirataria. A sua ultima versão é a 1.4
DLNA (Digital Living Network Alliance) support: Um standard que permite a ligação do televisor à rede, ao leitor Blu-Ray e a outros componentes. Um televisor com suporte DLNA deverá conseguir aceder a outros aparelhos que suportem a mesma norma e obter deste conteúdo sem envolver outros aparelhos. Por exemplo, o televisor pode aceder a um computador que execute um software DLNA e obter assim um filme que nele se encontre para reprodução, sem a necessidade de existirem aparelhos intermediários (o acesso pode inclusive ser sem fios caso o televisor suporte wi-fi).