O processo é pura e simplesmente patético, apoiado em argumentos completamente sem sustentação, para uma prática que é… a normal na industria.
Foi aberto um processo no Reino Unido contra a Sony, por alegadas práticas anticompetitivas por parte da empresa japonesa.
As acusações referem que estas práticas estão a ser realizadas através da PlayStation Store, exigindo então a referida indemnização de 5 mil milhões de libras, ou cerca de 6 mil milhões de euros numa conversão direta..
O responsável pelo processo foi Alex Neil, ex-diretor da Which UK, uma entidade que existe para ajudar os consumidores a comprar produtos, de uma forma considerada como sendo consciente. Assim Neil explica que a Sony está a abusar do seu poder no mercado, usando-o para cobrar valores excessivos aos consumidores e para impor condições consideradas como injustas aos programadores que pretendem publicar jogos na PS Store.
A justificar esta afirmação, este refere o facto de a Sony cobrar uma taxa de 30% de todos os produtos vendidos, o que está a levar os programadores a aumentar o preço cobrado pelos seus jogos, o que, consequentemente, prejudica os consumidores.
Assim a acção pede que a Sony indemnize todas as pessoas que fizeram compras na PSN desde o dia 19 de agosto de 2016 até à presente data, o que se equivale a cerca de 9 milhões de pessoas.
Curiosamente, apesar de o processo entre a Epic e a Apple ter demonstrado que 30% é a taxa comum praticada por todos os detentores de plataformas, o processo apenas envolve a Sony, e não outros nomes com práticas idênticas, como a Apple ou Microsoft.
Para justificar isto, Neil refere que “chegou a hora da Sony PlayStation“, mostrando que haverão motivos menos claros por detrás da sua acção, pois na realidade a sua acção não está a defender os consumidores, mas sim a atacar uma empresa em específico.
A queixa é assim ridicula. A taxa não é um valor fixo, mas uma percentagem. Que pode prejudicar o consumidor, mas nunca o vendedor, que só tem de compensar a mesma.
Mas mesmo o consumidor não tem porque se sentir lesado. E isto porque os preços da Playstation Store são iguais aos preços para produtos idênticos praticados em outras lojas, incluindo lojas físicas.
Este será por isso um processo com muito poucas pernas para andar. Um processo que se questiona mesmo se chegará a avançar de tão ridículo que é!
Vamos ver os argumentos um a um:
- Sony has a near monopoly on the sale of digital games and add-on content through its control of the PlayStation Store.
É falso. É possível comprar-se conteúdo da App Store, fora da App Store e a preços mais baixos, que são redimidos sob a forma de um código… Seja como for, tal como a Apple, a Microsoft, a Nintendo, etc. Mas os preços ali praticados são iguais aos de todos os outros, pelo que se houvesse um monopólio, ele teria de existir em todos os outros tambem, sendo que a acção não os inclui. Mas dado que os preços são iguais aos dos outros diga-se que seria um monopólio fraquinho, pois a Sony não tira partido dele.
- Sony uses this dominance to enforce strict terms and conditions on game developers and publishers.
Tal como todos os outros. É uma plataforma fechada, com regras impostas pelo detentor da plataforma. Não estamos a falar aqui do PC. Note-se que este é um tema já discutido no caso Epic vs Apple.
- These terms allow Sony to set the price of digital games and in-game content and charge a 30% commission on every purchase of digital games and in-game content from the PlayStation Store.
O preço é igual ao praticado por todos os outros elementos do mercado, e não é superior na loja digital ao físico. Para além do mais, como referido, pode-se comprar conteúdo da loja fora da mesma, a preços até inferiores.
- This results in excessive and unfair prices to consumers for their digital games and in-game content.
Se isto fosse verdade os consumidores tinham-se queixado, o que não aconteceu. Na realidade, como iremos mostrar em artigo futuro, o preço dos jogos atualmente está até inferior ao que era antes. Note-se ainda que qualquer loja, seja de produtos físicos ou digitais tem margem de lucro sobre os produtos que vende, criados por eles ou não.
- These prices are out of all proportion to the costs of Sony providing these services to its customers.
É igual a todos os outros. Não há motivo para se ver nas ações da Sony algo de ilegal pois esta faz igual aos outros. A Sony tem direito a ter lucro, e a margem praticada é a standard do mercado. nem mais, nem menos.
Recorde-se que a EPIC acusou a Apple do mesmo, sem ter tido sucesso em tribunal, e foi munida de argumentos bem maiores e com uma equipa legal bem maior, sendo que não ganhou a ação.
Uma coisa que este senhor parece ignorar é que as consolas, quando lançadas, e por um período que pode durar vários anos, são vendidas com prejuizo.
Isso permite que se crie um mercado sustentado, de que tanto programadores como clientes podem usufruir, sem ter de pagar mais do que isso, permitindo assim a formação de mercado e vendas numa fase onde, sem isso, o mercado dificilmente existiria. Algo que, convenientemente, este senhor esquece.
Na realidade o argumento da epic foi justamente o citado no final do texto. Por isso, na época processou apenas a Apple. Visto que as plataformas dependem da venda de games para sobreviver. Sony, Microsoft e Nintendo foram chamadas para demonstrar isso. E mesmo no caso da Apple é um processo que não se sustenta. A verdade é que bater na Sony chama atenção, ainda mais quando transformaram cobrar por games um crime.
Não esqueçamos o momento oportuníssimo de acusar a Sony de tentativa de monopólio mesmo ela não estando a “comprar o mundo” nem a “dar” seus serviços que “são o futuro”.
Além do mais, a menos que os mesmos jogos não existissem noutras plataformas (como alguns exclusivos ainda remanescentes) é que se teria alguma lógica de arguir a “monopolização”, no sentido de não se ter acesso por outros lugares, mesmo ainda havendo possibilidade concorrencial por poderem ser comprados em diferentes lugares e a diferentes preços.
No Brasil, se não me engano, ações coletivas não podem ser impetradas na justiça por qualquer pessoa, salvo por entidades representativas reconhecidas e com um tempo mínimo de existência ou advogados com procuração das partes, justamente pra não aparecerem loucos a brigarem por qualquer motivo supostamentes a brigarem pelo bem comum, sabe-se lá a que verdadeiro pretexto que o motive.
Pelo que entendi, esse sujeito aí, nem essa entidade do consumidor representa mais, e pra ter validade por aqui, quem entraria era a organização e não a pessoa física, que no máximo seria apenas o representante.
O caso da Apple foi algo diferente, pois a Google seguiria a Apple. Quem realmente dizia que não à EPIC à viva força foi a Apple, e daí ter sido o alvo da acusação.
Sinceramente o carinha aí só quer aparecer, em todos os locais onde vi esse assunto a maioria comenta que o processo não se sustenta, aliás aqui foi o único local que melhor explicou a situação, nos demais só se falava de DLC.
Trabalhei por 2 anos em uma loja de venda de componentes para manutenção eletrônica, qual era o valor mínimo de lucro para cada componente?
30%
O valor de venda de qualquer componente não poderia ser vendido caso esse valor fosse inferior e digamos os componentes eram vendidos com valor de lucro muito superior a 30%. Será que se eu falar isso para esse advogado ele irá processar essa loja que está há mais de 30 anos no mercado?
Os supermercados tem uma margem de lucro tambem sobe os produtos de terceiros. A plataforma quando cedida tem de dar direito a percentagem.
A única questão é mesmo a parte do monopólio da Loja da Playstation é falsa. A Sony vende os jogos PC apenas no Steam, e os da PS na PSN e em outros locais. Eis um exemplo:
https://digitalworldpsn.com/
achamos o xbox milgrau do reino unido.