A Sony pretende ou fundir-se com outras empresas ou adquirir novas equipas. Para a empresa a nova geração traz novos desafios, e combater os mesmos requer, mais do que nunca, conteúdo exclusivo.
Nota: Artigo editado, tornando mais claras algumas ideias que se pretendiam transmitir.
Jim Ryan, CEO da Sony Computer Interactive Entertainment deu recentemente uma entrevista na qual abordou os desafios da próxima geração.
Segundo Ryan, o Streaming traz novos desafios à industria, mas no entanto este acredita que a transição para essa nova tecnologia será gradual, o que justifica o investimento em, pelo menos, uma nova geração de consolas.
No entanto, a situação, especialmente pela entrada de novos competidores, coloca nova concorrência no mercado às vendas, e nesse sentido Jim Ryan acredita que o conteúdo que uma plataforma pode oferecer, será mais importante do que nunca.
Ora quando se fala em conteúdo, fala-se de absolutamente tudo o que constitui uma livraria de uma consola. E nesse sentido, a Sony entende que tem de fortalecer os laços com os diversos criadores, de forma a garantir que o suporte não possa falhar pela adesão destes a outros serviços. Aqui os grandes produtores tomam uma preponderância, sendo que, para uma geração que se espera concorrêncial, eles se revelam mais importantes do que os indies, uma vez que, como sempre aconteceu, será a qualidade e não a quantidade do ofertado a ditar a grande fatia do mercado que dita o sucesso de uma consola,
Mas, o suporte das thirds, apesar de ser super relevante, não é o único grande ponto de interesse. Acima de tudo torna-se cada vez mais necessário o ter de se garantir que uma consola tem conteúdo exclusivo, que só pode ser jogado ali, que a torne atractiva, motivo de compra, e a separe dos restantes serviços.
Nesse sentido a Sony, apesar do grande orgulho que possui nas equipas first party que possui, pretende ou a aquisição de novos estúdios, ou a fusão com alguns deles. Os exclusivos, ou seja, os jogos que só podem ser jogados na Playstation, vão ter uma relevância maior do que nunca, no sentido de promover a consola.
Esta vontade de Ryan tem dado origem a alguns artigos, sendo que alguns deles abordam a temática de quais podem ser os estúdios que, realisticamente, a Sony pode adquirir.
E realmente é uma temática interessante, uma vez que, apesar da boa saúde financeira, a Sony não possui a mesma liquidez de uma Microsoft, e quando sabemos que um estúdio como a Mojang, um pequeno estúdio, com um jogo indie de sucesso, por 2 mil milhões de dólares, percebemos que a aquisição de um estúdio que possua um jogo na mesma situação mas dotado de alguma qualidade superior não será barata, e que tal seria um investimento de peso para a Sony.
Apesar destes artigos adiantarem alguns nomes interessantes, mas significativamente mais baratos, como a Super Massive Games ou a Bluepoint Studios, a incerteza sobre a disponibilidade financeira da Sony entrar num esquema de compras deste tipo de estúdios é questionável. Não sendo o produtor detentor de um título de sucesso cuja aquisição fosse uma mais valia, sairia bem mais económico, pura e simplesmente fundar novos estúdios, recrutando talentos, do que os comprar.
O que parece ter passado um pouco ao lado, foi que Ryan usou umas palavras muito interessantes, e que podem significar uma abrangência bem diferente. Falamos Da referência à possibilidade da Sony ponderar uma fusão com outra empresa.
O que é uma fusão? Bem, uma fusão é algo diferente de uma compra. Numa compra há acima de tudo de haver liquidez para a compra, e igualmente interesse de quem é comprado, em ser comprado. Mas uma vez a aquisição feita, essa empresa passa a pertencer à empresa compradora, perdendo a sua identidade, e ficando às ordens da que a comprou,
Numa fusão a coisa é bem diferente. Para começar uma fusão, pelo facto de ser algo do interesse das duas empresas envolvidas, pode envolver valores bem mais altos, a que nunca seria possível chegar-se numa compra. Basicamente pelo facto de a fusão não requerer liquidez ou qualquer tipo de pagamentos, mas sim, e apenas, a vontade de duas empresas se fundirem, considerando haver nisso uma convergência de interesses, sendo por ussi uma operação que pode envolver duas empresas de grande valor, que nunca se ponderaria poderem ser adquiridas facilmente dado o seu elevado valor de mercado.
O resultado final não é uma empresa sob domínio de outra, mas sim uma nova empresa, com quotas de acordo com os valores das partes. Ou seja, uma empresa que se funde com outra, tem assento na direcção, algo que não acontece com uma compra.
Ora as notícias que estão a falar desta entrevista, a nosso ver, não estão a dar o devido relevo à frase usada por Jim Rian. Basicamente uma fusão é algo pouco comum pela perda de identidade que uma empresa pode ter, mas a acontecer seria algo de muito grande e de extrema relevância, que poderia, teóricamente envolver nomes grandes da industria. Apenas a título de exemplo, uma EA, uma Ubisoft, uma Activision, ou uma Rockstar, empresas que, tal como a SCIE possuem diversas equipas e produzem muitos títulos por ano.
Note-se que não estamos a dizer que isto vai acontecer, mas sim apenas a destacar o facto que Ryan referiu essa hipótese, e que a mesma não está a ser devidamente analisada pela imprensa. E que uma fusão permite acesso a empresas bem maiores do que aquelas que uma Sony ou mesmo uma Microsoft poderiam comprar.
É porém de se referir que as fusões são alvo de escrutínio por entidades governamentais que as necessitam de aprovar, verificando que a situação não é danosa para o mercado.