Slightly Mad Studios anuncia que vai lançar uma consola.

É anunciada como a consola mais poderosa de sempre quando for lançada. É uma consola anunciada como sem compromissos, com 4K e 180 fps.

Ian Balle, fundador e CEO da Slightly Mad Studios veio no Twitter anunciar que está em negociações com os criadores de hardware para o lançamento de uma consola que rivalizará com a PS5 e a Xbox Anaconda. A consola será uma loucura (Mad) de potência, e daí ter já o apelido de Mad Box.

A consola, se é que alguma vez ela chegará a existir, seria para ser lançada dentro de 3 anos, segundo foi referido ao website Variety, e iria rivalizar com um PC de topo de daqui a 2 anos, sendo optimizada VR e com suporte a todos os dispositivos na altura disponíveis.

Eis o Tweet original de revelação:



Ian Balle refere ainda que a consola não terá qualquer compromisso e será compatível com todos os sistemas VR, suportando 60 fps, o que permite 60 fps para cada olho em modo VR!

Analisando tudo o que rodeou este anuncio cremos estar perante um caso de mediatismo. Uma consola da Slightly Mad? Mas quem é a Slightly Mad? Eles mal são conhecidos como produtores de jogos e querem meter-se no negócio das consolas? Com que arcaboiço financeiro esperam eles concorrer contra uma Sony ou Microsoft? Que tipo de suporte poderemos esperar desta empresa?

Diga-se ainda duas coisas: Uma consola com a qualidade gráfica igual ao superior ao que será apresentado pela próxima geração, para daqui a 3 anos, e capaz de correr esse conteúdo a pelo menos 120 fps, a existir, será tudo menos barata. Daí que referir-se que se pretende ultrapassar a próxima geração e alcançar 120 fps só com um produto que certamente não é destinado às massas, até porque para tantos fps o streaming, salvo uma nova e pioneira tecnologia até hoje desconhecida que a equipa tenha desenvolvido, parece à partida excluido.

Mas o mais curioso é que para uma suposta consola de topo, pensada para o VR, 120 fps não é muito. 120 fps são 60 para cada olho, e isso é o mínimo que se espera. Mas para algo assim inovador e tão dedicado ao VR, esperava-se pelo menos 90 fps em cada olho, ou 180 fps. E é aqui que Ian aparentemente mete a pata na poça pois quando chamado à atenção para isso por um terceiro, corrige a coisa, alegando que obteve afinal a informação do CTO de que a consola afinal debitará 180 fps.

É no mínimo caricato que um CEO recorra a um Director técnico (CTO) para obter as informações de um produto que ele está oficialmente a informar. Das duas uma, ou é um CEO incompetente, ou na realidade a consola está muito, muito longe de ter sido estudada para a realidade do mercado e tudo está ainda muito, muito prematuro e apenas na mente da equipa.



Diga-se que tipo de anuncios sonre consolas bombásticas que arrasarão a concorrência estabelecida não é exactamente uma novidade. Várias empresas já o fizeram em outras gerações, mas sem que no final tenhamos visto qualquer produto a ser lançado. Aliás, anunciar uma consola com 3 anos de antecedência (que serão sempre mais pela falta de experiência da empresa neste campo), não faz absolutamente qualquer sentido. A consola neste momento está ainda completamente no papel, ou se calhar nem isso, e nem sequer há ainda acordos com os produtores de hardware. Há aqui um claro desejo de protagonismo neste anuncio, tendo a carroça sido metida à frente dos bois!

A consola a existir, será, quando muito, uma espécie de Steam Box patrocinada pela Slightly Mad. Uma consola que no fundo é um PC, devidamente adaptada e costumizada pela Slightly Mad. O preço falta saber, mas as especificações agora anunciadas, para daqui a 3 anos não parecem nada de extraordinário. 4K 60 fps sao já conseguidos com a Xbox One X e os seus 6 Tflops. Puxar isto para os 120 não é mais do que subir essas especificações para o dobro, algo que a próxima geração de consolas já fará! Mas ultrapassar essas consolas em qualidade e ir aos 180 a consola terá certamente um senão… o preço!

E sim, daqui a 3 anos poderá ser possível, mas a Slightly Mad acredita que poderá concorrer com uma Sony ou uma Microsoft já devidamente implementadas no mercado nessa altura, e com uma livraria de jogos tremenda, apenas porque tem uma consola mais potente, e cujo suporte, qualidade exclusivos (que é referido não existirem) e outras situações são uma mera incerteza. Sim, certamente haverá quem a compre, mas tambem deverá ser certo as pessoas não estarão a fazer filas nas lojas em todo o mundo no dia de lançamento, apenas para a obter.

Mas no entanto fica a notícia. A Slightly Mad quer lançar uma consola. E quer que seja a mais potente de sempre! Mas subir a barra para 4K 120/180 fps daqui a 3 anos, não parece exactamente algo que configure uma revolução numa consola. E sim, 120/180 fps pode ser algo muito bom, mas a empresa tem de mostrar muito mais do que mero hardware para conseguir fazer mercado e implantar essa consola. Afinal, consolas há muitas, mas somente 3 marcas conseguiram implantar as suas como produtos a se querer manter.





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