Showcase da Xbox foi dos melhores de sempre. Mas acabou por mostrar fragilidades da Xbox

O Showcase da Xbox deixou agua na boca, mas infelizmente mostrou igualmente uma Xbox que é já incapaz de competir por si só!

Diga-se que se o último Showcase da Xbox fosse mostrado à uns anos atrás, garantidamente a Xbox não estaria como está. Grandes jogos, e em quantidade. A Microsoft, depois de anos a acumular lançamentos que foram sendo adiados, finalmente mostra tudo o que tinha acumulado. E o resultado foi algo impressionante, particularmente numa altura em que a Sony parece dormente e, atualmente, sem grandes lançamentos no horizonte (algo que se espera mude ainda este ano com a apresentação da PS5 Pro).

Gears of War: E-Day

State of Decay 3

Indiana Jones and the Great Circle

Perfect Dark

South of Midnight

Starfield: Shattered Space

Avowed

Fable

Gears 6

Os nomes de cima e outros foram jogos apresentados pela Microsoft e que deixaram água na boca. Basicamente este apresentação fez lembrar os velhos tempos da E3, e nesse aspeto criou um tremendo saudoso.

Mas analisando a coisa a frio, a realidade é que estes jogos já eram devidos à muito. O Indiana Jones and the great circle foi apresentado pela primeira vez em Janeiro de 2021.

Fable foi apresentado em Junho de 2020, Perfect Dark em Abril de 2020, e State of Decay 3 e Avowed foram também apresentados em junho de 2020. Basicamente estes eram jogos prometidos desde o inicio da geração, sendo que só agora tiveram direito a trailer ingame.

Como referido, o agora apresentado, apesar de impressionante, não é mais do que os jogos que estavam entupidos e prometidos à anos. E que saindo agora todos juntos dão ideia de uma fartura que esconde a seca que ficou para trás.

A novidade… Foi Gears 6… Que se ficou por uma cutscene.

Mas CGIs e jogos adiados à parte, o Showcase da Microsoft foi dos melhores dos últimos anos, e bateu claramente aos pontos todos os State of Play da Sony nos últimos tempos.

Infelizmente o apresentado vem numa altura em que a pujança da Xbox já era. E nesse sentido, juntamente com a apresentação tivemos direito a declarações do Phil Spencer onde este dizia “Vão ver mais dos nossos jogos em outras plataformas“, mostrando claramente que a Microsoft já não trabalha exclusivamente para a sua consola, e vai lançar mais e mais dos seus títulos na Playstation.

Basicamente o grande problema da diversidade de jogos apresentados é o atual estado da Xbox. Com um volume de vendas de deverá atualmente rondar os 30 milhões de consolas, a Xbox revela-se incapaz de gerar as receitas que cobrem as despesas de todos estes jogos, necessitando de recorrer a outros mercados. E se o mercado PC até ao momento era suficiente para suprimir as carências, com a aquisição da Activision, as coisas mudaram, e nesse sentido a Microsoft tem de ir buscar receita adicional a outros locais. Esse é o motivo com suporte da PlayStation e Switch, e igualmente o motivo pelo qual as ainda exclusividades Xbox irão manter-se, mas temporárias, passando depois os jogos para a Playstation. Um sinal de uma marca fragilizada, e que rouba muito do impacto que está apresentação teria sobre a consola. Ocorre-se a mesma à dois anos atrás, e a Xbox poderia não estar neste momento como está.

Da mesma forma, o anuncio de três novas consolas mostram que a MIcrosoft não se encontra preparada para a luta com a Sony. A breves meses de a Sony anunciar a sua PS5 Pro, a Microsoft presenteia-nos com 3 consolas que na realidade não trazem verdadeiramente nada de novo, exceto novas cores e/ou preços mais altos.

A primeira é uma Series S Robot White com 1 TB de disco. Esta consola não é verdadeiramente uma novidade pois, com excepção da cor, agora branca, é exatamente igual à Series S Carbon Black lançada no ano passado. E é vendida ao mesmo preço de 349 euros.

O mais ridículo das consolas com mais capacidade de SSD, é que as Xbox series possuem slots de expansão para o seu armazenamento interno. Mas o preço dos mesmos tornam mais atrativa a possibilidade de trocar a consola por uma com mais armazenamento, do que de comprar a expansão.

A segunda oferta cai na mesma situação desta primeira. Trata-se de uma nova consola Xbox series X, Galaxy Black, Special Edition, com 2 TB de armazenamento, por 599 euros. Mais uma vez algo perfeitamente dispensável se os cartões de expansão fossem acessíveis.

A ultima oferta é uma Series X, adorávelmente, all digital, sem o leitor de BD que será vendida por menos 50 euros que a Series X standard, u 449 euros. Basicamente aqui não há nada de novo, excepto a remoção do custo do leitor de BD.

No entanto, basicamente, a Microsoft contradiz-se aqui. Por um lado apresenta uma consola com 2 TB que entende ter mercado, mas por outro mete a consola original com 1 TB sem leitor de BD no mercado. Uma consola que, ao ser all digital, tem mais necessidade do espaço em disco do que as outras. Não seria coerente a versão all digital ser a de 2 TB?

Basicamente a Microsoft apresenta mais do mesmo, sem haver um refrescamento dos preços. Um pouco o que a Sony fez, mas ao menos a Sony lançou uma versão Slim da PS5, e não novamente a mesma consola com novas cores.

Resumidamente, estas são ofertas algo estranhas. Não se tratam de versões Slim, ou sequer de versões mid tem, mas apenas e só as mesmas consolas com novas cores e mais disco.

Mas o mais estranho destes lançamentos é o Timing pois acontecem a poucos meses da Sony apresentar a Pro. E isso quer dizer que uma redução de preços para as tornar mais atrativas irá trazer muito descontentamento a quem as adquirir agora. Parece-nos assim que o timming de lançamento destas consolas não poderia ter sido pior.

Basicamente a Microsoft tem os jogos, mas não parece ter a oferta de hardware. E com os seus jogos a sairem no PC e, mais tarde, na Playstation, o Showcase no fundo soube bem, mas apenas a metade do que saberia em outras alturas.