Ninguém pode ter dúvidas que a Wii foi um sucesso de vendas. Aliás foi uma consola que conseguiu ser bem sucedida em agradar a quase todo o tipo de jogadores.
Mas, à semelhança da DS e suas concorrentes, a Wii perdeu claramente e em toda a linha no campo do hardware. A Nintendo lançou uma consola pouco superior à existente na geração anterior e que perdia totalmente face às características da concorrência.
Como conseguiu então a Nintendo conseguir colocar a DS e a Wii como as consolas mais vendidas e de maior sucesso?
A formula é simples: jogos casuais!
Se virmos a lista de jogos para a DS reparamos que 90% deles são jogos casuais. Nada de grandes jogos hardcore, mas jogos simples que apelam a miúdos e graúdos. E com a Wii foi a mesmíssima coisa. A Nintendo encontrou assim um nicho de mercado que soube explorar e agradou assim a um grande número de utilizadores. Aliás mesmo o hardcore gamer encontrou espaço para o jogo casual e não se revelou estranho encontrar pessoas com mais do que uma consola, sendo que normalmente a Wii fazia parte desse pacote.
Surge então a pergunta: Mas qual o problema disso? Nenhum absolutamente nenhum. Com um pequeno senão! É que a Wii U não será uma Wii 2 e não dará continuidade, pelo menos da mesma maneira, à exploração desse mercado, uma vez que a Nintendo, como claramente já o afirmou, pretende cativar os jogadores mais hardcore.
Essa situação, caso seja a política dominante, será fatal para a Nintendo. Primeiro porque para uma consola da próxima geração a Wii U apresenta-se pouco superior a consolas que foram fabricadas em 2006. Um bocado à imagem da Wii quando foi lançada, e uma tentativa da Nintendo de tornar a consola lucrativa desde o primeiro dia não caindo na situação da Microsoft e Sony que andaram anos até a consola se tornar rentável.
O problema é que todas as semelhanças com a Wii terminam aqui, pois com este hardware pouco superior à geração anterior a Nintendo quer captar o público hardcore. Uma mudança de mentalidade que poderá não ser a ideal, tudo dependendo do grau de implementação que a Nintendo pretende dar a ela.
Se analisarmos os jogos mais vendidos da Wii apercebemo-nos sem dúvidas que os jogos casuais é que venderam o hardware:
Wii Sports 76.76 milhões, Wii Sports Resourt 27,68 milhões, Wii Play 27,38 milhões, Wii Fit 22,61 milhões, Wii Fit Plus 18,48 milhões.
Claro que muitos poderão discordar desta ideia, mas há mais argumentos no sentido que a Nintendo poderá estar a ir no mau caminho com a Wii U. Reparem:
A consola só será colocada à venda em 2012, mas a Nintendo não resistiu em apresentar a mesma na E3 de 2011. Ora quando a Microsoft e a Sony estão já a desenvolver novas consolas, a Nintendo dá um ano inteiro a estas empresas para contra-atacarem. E na primeira linha deverá estar a Sony que poderá fazer do conjunto PS3 + PS Vita tudo aquilo (e muito mais) que a Wii U tem para oferecer.
Ficará mais caro? Provavelmente Pelo menos para já, mas a verdade é que o conjunto PS3 + PS Vita acaba por ter mais potência do que a Wii U, e ao existir processamento no lado do comando (coisa que não existe na Wii U), podermos ter situações muito mais complexas do lado da Sony e já em Dezembro deste ano.
Aliás, com uma descida de preços na PS3, o conjunto PS3 + PS Vita poderá acabar por ficar numa vantagem de preços extremamente interessante face à Wii U.
Estas situações que aqui referimos são coerentes e lógicas. Ninguém pode prever o futuro, e naturalmente que a Wii U pode ser um grande sucesso, mas a verdade é que estes receios existem no mercado e mesmo os investidores da Nintendo pensaram neles. E como prova está a descida do valor das acções da Nintendo com a anúncio da nova consola. Há muito em jogo, e a Wii U não vai trazer nada que a concorrência não possa explorar mais cedo com as suas consolas (a Sony em situação privilegiada, pois já possui a PSP e a PS Vita)
Curiosamente em cena entra igualmente um concorrente inesperado, a Apple com o seu iPad 2, que como podem ver pelo vídeo que se segue, apresenta já uma tecnologia semelhante à que a Nintendo prevê para a WiiU.