Segredos da PS5 desvendados? – Parte 0

Como é que a PS5 irá ter tanta performance no seu SSD? Que placa de som equipará a PS5? Como funcionará o seu 3D audio? Qual a solução para Ray Tracing usada? Que Ram possuirá a PS5? Que tipo de memória usará? Estas são perguntas que estão no ar, sendo que algumas poderão ter uma resposta bem evidente, e outras possuem rumores muito bem fundamentados sobre o que poderá existir.

Introdução

O artigo em três partes que vai começar a ser publicado a partir de amanhã na PCManias será baseado na entrevista de Mark Cerny à Wired, e nos dados que ali são apresentados como fazendo parte do futuro hardware da PS5. Teremos tambem na última parte uma análise a dados de um rumor que, verdadeiro ou falso, pela sua fundamentação, merece ser referido.

Convêm começar por ser dito que o artigo da Wired é das piores peças de jornalismo que vi na vida. O artigo, aparentemente obtido em regime de exclusividade, possui mais texto de relato do responsável pelo mesmo do que realmente de citações do Mark Cerny. E tal leva a questões sobre se o que estamos a ler foi realmente algo dito por Cerny, ou se situações meramente assumidas pelo repórter pela interpretação do contexto das palavras e comparativos de Cerny.

Se contabilizarmos a quantidade de citações de Cerny, colocadas entre aspas, temos apenas um conjunto reduzido de linhas, sendo que tudo o resto é basicamente relatado pelo reporter. A proporção de texto que pode ser especulativo é basicamente mais de 95% do artigo.



Nesse sentido não podemos ter qualquer confiança sobre se aquilo que é referido pode ser tomado à letra ou não, sendo que o caso do SSD é, na nossa perspectiva, o mais flagrante de todos. Não há, em todo o artigo, uma única citação que coloque directamente na boca de Cerny que a PS5 terá um SSD. Há isso sim referências às vantagens dos SSDs, e comparações de performances usando um SSD, mas não uma referência directa de Cerny. Tudo o que há como associação directa à PS5 são palavras do reporter que podem muito bem ser apenas meras presunções baseadas nas comparações feitas.

Nesse sentido, de forma consciente não podemos tomar a existência de um SSD em substituição de um HDD como certa. O que podemos tomar isso sim como certo é que a solução usada será eficaz, e até mais eficaz do que consegue ser um SSD num PC. Segundo o artigo, até 19x mais rápida, de acordo com os valores diferenciais medidos no pequeno teste!

Se no entanto estes ganhos são obtidos pela presença de um SSD ou de outra solução cujos resultados acabam equiparados a um SSD é que não é algo claro do artigo. E isso porque como referido, a existência de um SSD não é algo que apareça como uma citação de Cerny.

Uma solução que poderia permitir o mesmo resultado que um SSD, seriam um scratchpad de 100 GB ou mais. Basicamente uma memória eprom ou até um pequeno SSD, que não substituía o HDD, mas trabalhava em conjunto com ele, que manteria os dados mais relevantes e presentemente em uso pelo jogo, de forma bem mais rápida que o disco. Esta solução permitiria as performances do SSD, mas sem substituir o disco que continuaria a ser um HDD, tendo ainda a vantagem de permitir expansões do disco pelo uso das portas USB, tal como acontece com a PS4, e sem a preocupação de custos exagerados dos discos adicionais e falta de largura de banda causada pelo USB.

Basicamente, esta solução seria bem mais inteligente, barata, e vantajosa para o cliente, revelando-se igualmente bem mais versátil, mesmo que podendo apresentar tambem alguns inconvenientes face ao uso puro e duro de um SSD em substituição do disco.

No entanto, dado que não sabemos se a mesma está ou não aplicada, no correr das partes que se seguem deste artigo, e onde tentaremos procurar possíveis respostas às questões presentes no texto introdutório que podem ver no topo, vamos usar apenas a referência SSD. Se depois estivermos perante uma substituição geral do HDD pelo SSD, ou apenas um scratchpad, tal será, aparentemente irrelevante pois as performances estarão sempre dentro dos parâmetros medidos pelo jornalista da Wired.



Ainda relativamente ao que foi divulgado, não pode os deixar de referir a estranheza de tal não ter ocorrido numa revelação oficial da Sony, mas sim numa apresentação exclusiva a um website que nem sequer entendo como uma referência no mundo dos videojogos. Mas por esse motivo é convicção da PCManias que o que foi revelado por Cerny foi exclusivamente aquilo que podia ser revelado. Situações básicas, basicamente já conhecidas, e das quais a concorrência, tivesse ou não conhecimento da sua adopção pela Sony, tinha conhecimento da sua existência e poderia igualmente ter adoptado. Basicamente, com ou sem alterações proprietárias, referências a tecnologia padrão da AMD. Seria muito pouco coerente e dificilmente perceptível que Mark Cerny, fora de uma apresentação da Sony, revelasse algum tipo de situação proprietária não standard que pudesse aparecer na PS5, numa altura onde a consola nem foi ainda oficializada.
Esta revelação, que não revela no fundo os “pormaiores” da consola, acontecerá agora apenas porque as decisões de ambos os lados estão já tomadas, e bem ou mal, terão de ser mantidas, sendo por isso o seu conhecimento já irrelevante.

Para já, esta é a introdução que julgamos ser necessária para o devido enquadramento do que será futuramente publicado. Amanhã começaremos então a ver possíveis respostas às perguntas de cima, tomando em conta a convicção do ponto anterior.

 



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