Escrevo este artigo devido a um thread do Neogaf com o título “Sinto que as consolas já não se sentem como máquinas únicas, que justificavam possuir, como antes, mas sim como PCs mais fracos”
Será que as consolas são apenas PCs mais fracos? Há certamente quem pense que sim, mas pensar dessa forma é apenas um erro e uma ilusão causada pela semelhança do hardware.
A realidade é que atualmente há muito a tendência de se comparar o hardware das consolas com o hardware dos PCs. E efetivamente há razões para isso uma vez que a base é a mesma, nomeadamente hardware AMD, e arquitetura x86.
Perante isto, surgem os entendidos que gostam de comparar as consolas com os PCs, argumentando que as mesmas são piores que estes.
Mas vamos olhar para trás, e ver a realidade das consolas!
As consolas alguma vez foram mais poderosas que os PCs?
A evolução do hardware foi uma realidade que fomos constando existir. Antes os sistemas informáticos eram basicamente geridos por sistemas que pouco ou nada tinham de standards. Cada um construía a sua máquina, e estando as mesmas numa fase onde o hardware estava longe de maduro, era possível, com custos diferentes, obter-se máquinas com performances variáveis, ora mais capazes, ora menos capazes.
E nesse sentido as consolas começaram por optar por hardware personalizado, sendo possível conseguir-se, a baixo custo, sistemas com performances capazes de rivalizar com o que era na altura o PC.
A questão depois é que o PC tornou-se um standard, e as evoluções foram sendo criadas mantendo a arquitetura base. Já as consolas, sem essa standarização, continuavam a apostar no hardware personalizado, que se tornava cada vez mais caro de se produzir.
Na era Xbox 360 a Microsoft entrou na corrida das consolas, e com ela trouxe a arquitectura X86 para as mesmas. A sua consola Xbox não era mais do que um processador Celeron com uma Geforce 3, mas metido numa caixa distinta e com um sistema operativo proprietário, mas mesmo assim baseado no Windows.
Já a Sony apostou durante muito tempo, como habitual, na criação do seu próprio hardware.
Os resultados foram claros. A facilidade de programação para uma arquitetura conhecida retirou toda e qualquer vantagem que o sistema da Sony, mesmo sendo mais poderoso, poderia ter. E o que vimos foi que a geração foi dominada em performances pela Xbox 360, e a PS3, essa acabou por morrer sem que alguma vez alguém tivesse conseguido tirar partido total da sua capacidade.
Isto deu uma lição aos criadores de consolas. A facilidade de programação era uma mais valia, e nesse sentido, tanto Sony como Microsoft resolveram apostar na arquitetura mais conhecida e usada no mundo. A x86!
Desde essa altura que as consolas deixaram o hardware 100% personalizado, e nesse sentido surgia a ideia de que as consolas não eram mais do que PCs, mas mais fracos.
Mas esta ideia… não podia ser mais errada.
E porque motivo?
Bem, porque o que muitos falham em perceber é que as consolas são um conceito. Um conceito que não é dependente do hardware que as equipa. E esse conceito, pelo menos para a Sony e Nintendo, continua bem vivo, e continua a atrair aqueles que são fans do mesmo.
Basicamente a ideia das consolas é um hardware que garante ao seu utilizador um suporte dedicado e optimizado, com jogabilidade igual para todos, durante a vida útil desse hardware.
Um dos principais fatores que se tornam atrativos nas consolas é que estas recebem jogos que não estão acessíveis em mais lado nenhum! Apesar de este conceito se ter alterado de algo definitivo para algo temporário devido ao custo de produção dos jogos e que requerem o maior número de vendas possível, as consolas continuam com este conceito ativo, sendo a excepção os jogos GAAS que, por requererem a maior base possível de utilizadores, e que não são preferenciais na consolas, são lançados em simultâneo com o PC. E certos IPs de sucesso são criados sempre com o hardware das consolas em mente, sendo exclusivos das mesmas por períodos que até ao momento tem rondado os 2 anos ou mais.
Esta perspectiva foi aliás deixada bem clara por Hermen Hulst na seguinte frase:
É verdade, estamos a levar os nossos títulos para a plataforma PC. Mas aqui a nossa abordagem é dupla: Do lado dos live services (GAAS), lançamos os nossos títulos em simultâneo e dia um na PlayStation 5 e no PC. Mas os títulos que são a nossa imagem de marca e os nossos produtos estandarte, os nossos títulos para apenas um jogador e baseados em narrativas que são a espinha dorsal do que os PlayStation Studios entregaram nos últimos anos e na nossa história, adotamos uma abordagem mais estratégica. Assim, apresentamos as nossas grandes franquias a novos públicos e estamos a encontrar aí novos públicos que potencialmente estarão muito interessados em jogar, por exemplo, sequelas desses jogos na plataforma PlayStation. Temos grandes esperanças de que possamos como isso trazer novos jogadores para o PlayStation em geral, mas mais especificamente para a nossa plataforma PlayStation.
Basicamente a ideia é clara… Os jogos GAAS, como sempre foi dito, sairão na consola e PC dia um. Já os jogos que sempre definiram a Playstation, esses continuarão a não sair dia um no PC, mas sim apenas após algum tempo (atualmente dois anos mínimo), e continuarão servir de base para a manutenção do conceito consola que é a Playstation. E a Sony conta com isso até chamar pessoas que realmente se interessem por jogos, do PC para a Consola, de forma a terem acesso a esses jogos.
Mas o conceito de uma consola não acaba por aqui. Uma consola é igualmente um hardware com software simplificado e basicamente transparente para o utilizador, onde tudo funciona, mas o utilizador não se preocupa com nada. Algo bem diferente do que acontece no PC onde as incompatibilidades, problemas com drivers, software e mesmo hardware outros são uma realidade. Basicamente o PC é uma máquina generalista, sendo as consolas, uma máquina criada especificamente para jogos. A simplicidade de uso é assim parte do conceito de uma consola.
Outra parte do conceito é o jogo igual para todos, o que implica um hardware igual para todos. Aqui poderemos ter no máximo consola de meio de geração, destinadas a oferecer performances ligeiramente melhoradas, mas que não serão nunca consolas que verão os jogos a serem criados para si como base, sendo que esta continuará sempre a ser a consola original da geração em vigor.
A única empresa que quebrou esta barreira foi, mais uma vez, a Microsoft, que teve na criação de Forza Horizon 5 a Xbox One X como plataforma de desenvolvimento, cortando depois para a One base. Mas como referido, se há empresa que nunca entendeu o conceito de consola, foi a Microsoft. E isso porque ela não se importa com nada, apenas com as receitas e lucros, e se quebrar o conceito de consola for algo que se entende como vantagem sobre a competição, eles fa-lo-ão. Mas felizmente para quem aprecia o conceito, a Microsoft não se tem dado bem com tudo aquilo que tem feito.
Um outro dos conceitos que define as consolas é a optimização para o hardware. E mais uma vez aqui a Microsoft falha em perceber essa situação. Para que os jogos possam correr o melhor possível num hardware ele precisa de ser único. Somente dessa forma se consegue uma programação global ao metal que tire todo e completo partido das potencialidades do hardware da consola. Ao se introduzir um único hardware que seja pelo meio, que seja diferente, obriga à colocação de layers de abstração para compatibilidade (como acontece no PC), e isso quer dizer que as performances sofrem. Isso aconteceu com a One X cuja arquitetura basicamente copiou a da PS4 e não se baseou na usada pela Xbox One original. O resultado foi que, daí para a frente, os jogos da One sofreram ainda mais nas suas performances, com os 720p a se terem tornado quase um standard.
Já do lado da Sony a PS4 Pro seguiu uma retrocompatibilidade por hardware. Ou seja, basicamente a Sony garantiu que o que existia era exatamente o mesmo que na consola original, mas expandido. E assim sendo, as optimizações podiam ser mantidas em pleno, independentemente de se expandir ou não o jogo para usar o hardware extra da PS4 Pro. Uma filosofia que se acredita será mantida na PS5 Pro.
Mas existe um outro fator que distingue uma consola de PC, e que é o motivo pelo qual, mesmo com a tecnologia X86, as marcas produzem o seu hardware e não usam hardware standard do mercado PC e não podem competir em performances com os PCs topo de gama. O facto que o uso do termo consola para definir o seu produto tem consequências que lhes impõem limites.
Efetivamente o termo consola, e aqui entra mais o conceito de consola de mesa, não pode ser usado de forma livre. Uma consola é um produto destinado à sala de estar e, pelo menos na Europa, os produtos de sala tem regras próprias.
Uma das regras impostas aos produtos de sala é uma limitação aos consumos energéticos. Basicamente, apesar que nada impede alguém de ligar um PC na sua sala de jantar, há regras que impedem que um PC possa livremente ser apelidado de consola. E ela tem a ver com o seu consumo energético.
Essas regras aplicam-se a tudo. TVs, leitores BD, set top boxes e… Consolas, havendo limites impostos aos consumos para que esses produtos possam ser vendidos. No caso das consolas não há verdadeiramente nenhuma legislação sobre os seus limites e isso porque Sony, Microsoft e Nintendo, os três produtores de consolas, assinaram e revêm regularmente um acordo voluntário de limitação aos consumos de acordo com as exigências da UE.
Um acordo que, sem ser regra, tem de ser seguido, sob pena de a regra passar a ser imposta, quanto mais não seja porque segue linhas mestras impostas pela UE, e é vigiado pela mesma..
É esta limitação que obriga os fabricantes a criar o seu próprio hardware. A necessidade deste criar algo que, dentro dos limites impostos aos consumos, obtenha as melhores performances possíveis. E um dos motivos, para além da térmica, pelos quais a PS5 usa clocks variáveis.
Desenganem-se assim aqueles que acreditam que poderiam ter uma consola com uma 4090. Uma máquina dessas poderia existir, mas nunca poderia ser vendida como consola, e nunca poderia ser promovido como um produto para ligar à TV. Passando acima dos limites de consumo acordados, oficialmente o produto não é uma consola!
Eis o último acordo assinado pelos três produtores de consolas.
Resumidamente as consolas são um produto cuja filosofia é oferecer uma máquina de baixo consumo, dedicada a jogos e com jogos exclusivos e dedicados que se manterá cativa e capaz durante todo o seu ciclo de vida, melhorando as suas performances com o avançar da geração e o conhecimento mais profundo do hardware, e sem qualquer tipo de custo adicional em upgrades. Este hardware será simples de usar, garantirá sempre performances e jogabilidade, e terá um custo acessível a todos.
Este é o conceito de consola… e é bem diferente do conceito de PC. Mas explicar isto a alguém que gasta 2000 ou mais euros numa 4090 para argumentar que o seu GPU esmaga uma consola é efetivamente complicado. Apesar que depois andam a mendigar os jogos da Sony no dia um na sua máquina e a espalhar teorias sobre como o “PC supremo” que apenas gera uma pequena percentagem da receita que uma consola gera, é a o futuro, e que a Sony com a sua consola é anti consumidor.
Infelizmente a ideia de que os consoles são fracos e que podem não ter um futuro a médio prazo é divulgado por muitos influenciadores digitais de renome. Pelo que fiquei sabendo até o Mark Cerni teve dificuldades de se fazer entendido pelos especialistas da área, então exigir do usuário médio um conhecimento realista dos fatos é quase um exagero.
Quem não entendeu uns 15 dias depois da apresentação do Cerny não entendeu porque não quis e não entendeu até hoje, só ficaram em silêncio…
Porque na primeira oportunidade eles demonstram a frustração “mimimi, MS gastou mais na APU, apu maior, ela merece vencer” (nasci com papai rico, gastei mais com meu carro, mereço vencer a corrida contra quem tem muito mais cérebro)
E foi isso que a Sony logo percebeu depois da primeira apresentação… Quanto mais a Sony falasse de hardware, mais assunto para FUD os haters teriam…
Na estratégia da Sony o consolista é privilegiado por receber 2 jogos dela antes dos outros pagando mais caro.
Salvo coisas que ela fez questão de deixar pra trás, acho que só falta ao PC receberem o Spider 2, se é que já não receberam… Tudo bem, o atraso existe, mas tenho convicção que se não fosse a pirataria era tudi dia um no PC, como os GaaS.
Herman é mais um que esqueceu o que é um console. Decepcionante. São tão calhordas fingindo crise de identidade, que sabotaram até o adaptador do PSVR2 tirando o HDR.
Acredito que spiderman 2 chegue ao PC após o lançamento da DLC. E acredito que a DLC saia ao final do ano junto ao ps5 pro.
Parece que The Last of Us 2 já está pronto para o PC também! A técnica do Herman é boa, lança tudo pra PC e vê se o Astrobot achama os PCzistas pra comprar um PS5! “Jenius!” Lol
Imagino que fique para ano que vem. Já tem Gow para setembro. Muito jogo em pouco tempo. Mas a Sony tem tomado decisões tão absurdas que não duvido de nada.
Acho que sai logo, ela não tá preocupada com cronograma de lançamentos no PC, quer empurrar tudo lá. O 2 anos é só pra fazer graça e não perder tanto dinheiro pra pirataria.
Juca, estamos no século 21! Vc escolhe: Ou recebe uma enxurrada de AAs ou… Aceite o fato da Sony ter que expandir, vendendo seus jogos no PC, pois depois será por Streaming e assim sucessivamente. O mercado hardcore não cresce proporcional ao investimento nesses jogos e a Sony precisa mais do que qualquer outra, até pela qualidade e quantidade de games que lança, buscar soluções urgentes para conseguirem sobreviver no futuro. É uma linha tênue entre expandir seus jogos e poder tirar o interesse da sua plataforma, mas ela tem que arriscar. Vc pode gostar ou não do Jim, mas ele não era um Zé ninguém, e sim, um cara que estava desde o começo do PlayStation e sabia exatamente o que estava fazendo. Não duvide que vc verá a Sony fazendo um portátil para tentar expandir, não duvide que vc verá a Sony focando muito em Streaming e colocando mais games no PC e agradeça pq estão fazendo isso, pq se não fosse isso, o PlayStation poderia sumir lá na frente. Se jogos no PC fosse matar consoles, Xbox não venderia nenhuma unidade e o PlayStation ( está certo que a Sony não põe games day one no PC) não estaria batendo recordes de vendas. A sensação que tenho é que vc está sofrendo com seu conservadorismo, sendo que poderia estar preocupado com coisas mais sérias, como a luta de expansão de mercado por essas empresas.
Gabaritou!
Se o futuro dos PCs for migrar para APUs. Daí a diferença entre consoles e PC deve diminuir. Até lá são ferramentas completamente distintas, que executam alguns tarefas semelhantes.
A Intel está apostando nisso, ao menos pra notebooks/ultrabooks. O novo modelo até memória soldada do chip tem! Daqui uns dias o PC não tem mais upgrade nenhum possível a não ser trocar tudo.
As coisas boas no PC sendo bombardeadas por tudo que é lado. A MS querendo saber tudo da sua vida e o upgrade escalonado e planejado do PC ficando quase impossível.
tem as memórias CAMM lá que remediam os problemas de memória ram removível.
O problema, Deto, é que, com o novo chip da intel vc não pode aumentar a memória, encarece o chip sem necessidade se puder usar ram externa e num upgrade não leva nem memória, nem gpu, nem processador já que o chip agora é uma APU com memória interna, o que não permite modificações de nada nela. Mas entando que está surgindo um novo padrão de RAM também, é ver se realmente o futuro passa por aí. Pra CPUs, invariavelmente passará pela intel no que se fala de notebook e desktop.
Nessa caso ai o mercado vai se regular… Se as pessoas não se importarem em comprar Notebooks com RAM soldada, vai virar padrão.
Tem muitos fabricantes diferentes de notebooks para conseguirem empurrar um padrão que o consumidor não quer.
A despeito disso, acredito que os notebooks ultra portáteis vão ter todos RAM soldada mesmo porque o público vai preferir notebooks mais finos com ram soldada do que mais grossos com ram removível.
Por enquanto estou satisfeito com o PS5 e não reclamo de “poder”
Ghost of Tsushima precisa de uma 4090 para rodar 4k 80fps com gráficos um pouco melhor, enquanto o PS5 faz 4k 60fps
Enquanto o PC não entregar o dobro de FPS com gráficos um pouco melhores que o PS5, os consoles ainda estão muito bem.
Acho que um ZEN6 + 5090 já devem dar conta de entregar o dobro de desempenho líquido para o usuário custando 15x mais e consumindo 3x mais eletricidade… Mas até essa configuração ter 1% de usuários no STEAM o PS6 já saiu.
Isso dessa geração de consoles não entregar não sei o que é puro “bla bla bla” de gente chata… Maioria dos jogos tem opção ou é 60fps comparado com PS3 e PS4 com praticamente tudo 30fps.
Quem tem que reclamar é o pessoal do “monstro 12tf full rdna2” que para terem gráficos de nova geração precisam de jogo com tarja preta para diminuir os pixeis efetivamente processados e ainda rodando a 30fps.
Aqui com R&C, Demon’s Souls e Returnal eu já estou bem servido de “nova geração”. Cada um desses três jogos entrega “nova geração” pelo menos em um quesito… Returnal por ex precisa de SSD para entregar o RT pré processado e ainda tem audio 3D de nova geração, R&C entrega gráficos e uso do SSD; Demon’s Souls entrega gráficos de nova geração “padrão normal” de tech demo apesar de ser um jogo de verdade.
O problema do PS5 não é o hardware, são as políticas da Sony.
PS5 é excelente pelo preço, mas os jogos continuam mais caros e o online é pago, e nem de longe oferece a liberdade de uso e aplicabilidades de um PC, obviamente que o PC tem incovenientes, como insegurança, menor praticidade e maior gasto energético, além do alto custo inicial pra se ter uma máquina realmente boa pra games.
Como cliente, não acho que a Sony esteja priorizando seu console como já fez noutras épocas e está cuspindo no prato onde comeu. Não fossem os acordo pra tirar jogos do PC, certamente contaria com a vantagem de pouquíssimos exclusivos pra ter uma plataforma de jogos com apelo significativo.
A política de preços no Brasil para jogos indies e o online pago é o que mais ferra o cliente. Se você gosta de jogos indies, não tem como ter apenas um ps5. A diferença de preço é inviável.
A vantagem é que a maioria dos indies ao menos joga em hardware mais simples e mesmo antigo. Mas é isso, pra jogo indies/leves e menos custos o PC é uma opção melhor, tanto por receber mais títulos, quanto preço dos jogos e não ter de pagar mais um serviço pra poder jogar online. Mas assim, em jogos de enredo e qualidade geral dos games a Sony vai noutro nível com pouca gente como a Rockstar fazendo algo à altura.
Por hora a única babaquice da Sony com o PS5 vs PC foi o on line pago no HD2.
Tudo isso se resolvia bem fácil… HD2 por 55USD no PS5 e Steam, MAS com promoção “eterna” para 40USD no PS5 para quem tem a Plus.
Nas mídias físicas, bastava vender por 55USD com um cartão de PSN Plus de 4 meses.
Pronto, resolvido o problema
Por hora eu fico de olho nisso ai, uma coisa que talvez vai pegar aqui é esperar sair o PS6 PRO ou algum jogo que eu realmente queira jogar.
Não vou fazer igual o PS5, que eu comprei na pré venda “de olho fechado”
Olá Mário, tudo bem? Estes dias estava conversando com um pessoal que dizia que o processador dos consoles atuais são muito fracos, pois possuem 8MB de Cache enquanto no PC há 32MB…Poderia me expliar melhor a necessidade ou não dos consoles possuirem isto em comparação aos pcs?
Bom dia Eron.
Respondendo à tua questão.
O cache existe pois CPUs fazem cálculos constantes cujos resultados intermédios são guardados nessas cachês internas, que são tremendamente mais rápidas que a RAM, permitindo assim que o CPU se torne mais rápido ma sua execução. E nesse sentido a cache é relevante.
Já a quantidade de cache, apesar de ser igualmente relevante, não tem uma relação tão linear com a performance como isso, sendo que a cache, que tem de existir na quantidade adequada, não é o único fator a se revelar importante nas performances.
Neste momento não tenho facilidade para te fazer uma pesquisa, pelo que te deixo apenas o dado e se quiseres pesquisas, mas analisa alguns dos CPUs do mercado e verificas que alguns CPUs de performances equivalentes possuem cachês de dimensões diferentes. Podes ainda ver que, com a mudança geracional de CPUs, a cache por vezes decai nos novos CPUs, que mesmo assim superam as performances dos CPUs anteriores.
Isto porque a Microarquitetura interna, o IPC, a velocidade de relógio e outros fatores, precisam também de ser tomados em conta.
Ou seja, uma cache maior não implica de forma direta, maiores performances.
Tem em conta que as consolas possuem hardware personalizado, com alterações internas criadas para melhoria de performances face ao hardware standard. Nem o CPU da Xbox,nem o da PS5 são CPUs standard de mercado, mas sim, componentes criados especificamente para as consolas.
Toma também em conta que, se um CPU de PC é um CPU genérico que tanto vai correr um AutoCAD, como um programa de edição de imagem, como um software de IA, ou outra coisa qualquer, tendo de ser igualmente performance em todos, os CPUs das consolas são criados tendo em conta apenas a execução de jogos, e o tipo de rotinas mais comuns encontrados nos mesmos.
Não quer isto dizer que os CPUs das consolas são excelentes. Não são,pois são obrigados a ter baixos consumos, e custo, pelo que não podes esperar a melhor das performances, mas podes isso sim, face a um CPU equivalente, esperar que sejam superiores.
Até porque tens de tomar outro fator em conta. Por serem CPUs de consola vão correr em hardware único. E isso permite APIs de baixo nível. A consequência é que o overhead , ou sobrecarga, causado no CPU pelo processamento gráfico é bem inferior nas consolas do que no PC. Tu no PC, mesmo com um DirectX 12 não chegas a um nível como tens, por exemplo, no API da PS5, onde o processamento gráfico tem pouco impacto no CPU graças ao se API que pode ir completamente ao metal (apesar que nem todos os devs o usam convenientemente, a possibilidade está lá).
É o ignorar esse tipo de coisas que por vezes eu critico aqui. Por exemplo, a Digital Foundry fez em tempos uma análise a um CPU que pelos vistos era o usado pela PS5 ou pela Xbox (não me recorda agora qual) e que se vende também para PC. E comparou com PCs normais.
O que eles ignoraram foi que esse teste altera toda a realidade de funcionamento real desse CPU nas consolas, uma vez que lá eles não correm o Dx12 do PC, mas sim ou o API da Sony, ou a versão dedicada do DX12 da Xbox. Qualquer um deles de muito mais baixo nível que o DX12 do PC que, pela enorme diversidade de hardware suportado, possui mesmo assim layers de abstração que tem impacto nas performances.
Resumidamente, quando quiseres comparar consolas com PCs, compara as performances finais. E se a ideia é mesmo ver o que as consolas são capazes, usa jogos vindos das equipas first party da consola.
E depois percebe que um SpiderMan requer um CPU e um GPU bem superiores aos existentes na consola para poder fazer igual ou superior.
E esse é o motivo pelo qual, ao contrário dos CPUs PC, onde basta ver a diferença entre as performances deles uma vez e já sabes o que esperar, nas consolas, cada título que sai, a DF vai comparar com o PC. Porque dependendo do nível de optimização colocado na consola, as diferenças variam.
Espero ter esclarecido.
Obrigado Mário, fico extremamente grato por ter tamanha dedicação a esclarecer algo, mesmo sem qualquer obrigação.