Numa altura em que as TVs eram CRTs, já existiam filmes em alta definição!
Esta ano tem começado com uma série de notícias sobre situações que nos passaram a todos em 2022. E aqui está algo que nos passou a todos… em 1998!
Ora as primeiras TVs LCD 1080p apareceram em 2006, mas antes disso, em 1998, já tínhamos direito a produtos HD. E tudo isso graças ao D-VHS! Um produto destinado a substituir o VHS e criado pela JVC, in colaboração com a Hitachi, Matsushita, e Philips.
Se calhar poucos ouviram falar deste D-VHS, mas basicamente eram cassetes, em tudo iguais ao VHS, mas onde o conteúdo ali gravado era digital, e não analógico.
Isso permitia que os filmes pudessem ser ali gravados em resoluções até 1080i, o que passa os 720p que os primeiros LCDs HD ofereceram. E mais do que isso, o conteúdo podia ser reproduzido numa TV CRT, ou num LCD.
Os formatos de ligação suportados eram cabos de componentes ou… ilink firewire… Woa!
Basicamente os leitores de cassetes D-VHS eram videos podiam ler cassetes VHS normais ou as digitais. E havia mesmo um modo D-Teather, onde as cassetes reproduziam ao dobro da velocidade, o que implicava o dobro da informação por fotograma.
O fascinante é que o formato que matou este, o DVD, não tinha esta qualidade, apesar de ser mais versátil em outros pontos, como as pesquisas de capítulos, que, apesar de tudo, tambem estavam disponíveis nas cassetes, apesar de mais lentas na mudança pois tal implicava rebobinar a fita.
Basicamente, onde o DVD lia fotogramas a 720 × 480 pixels, o D-VHS lia imagens a 1920×768 pixels, apesar que em modo interlaçado, o que significa que na realidade em cada fotograma o lido era de 1920*540, sendo num fotograma lidas as linhas pares e no outro as impares. No entanto, mesmo com isso, o resultado visual era, em tudo, superior ao do DVD.
Onde esta tecnologia brilhava era alcance dinâmico das cores e no contraste, que estavam ao nível do que se faz hoje com o BluRay. Basicamente a qualidade era altamente comparável ao BluRay 1080p. Note-se que o HDR não era suportado nem no D-VHS, nem nos BD 1080p.
Basicamente se o BluRay em 2006 usava compressão MPEG 4 AVC a 1080, com um bitrate de 32 Mbps. O D-VHS usava compressão MPEG 2 a 1080i, com um Bitrate de 25.0512 Mbps.
Impressionante para uma tecnologia de 1998, e acima de tudo, baseada em cassete!
Tem ideia do custo de produção disso. Parece muita tecnologia pra um vhs.
A memória me falha, sinceramente não lembro de resoluções muito altas nessas épocas (meados pra fim dos 90), mesmo para computadores, não recordo exatamente se o máximo era o SVGA (800×600) ou se já era possível o 1024×768 que já seria uma resolução “HD” só que numa proporção 4×3.
E realmente, mídias magnéticas ou mesmo nos primórdios de vídeos digitais (os avi…) geralmente encodados em mpeg2 não passavam pelas resoluções padrões de NTSC ou PAL pra época.
Se não me engano, nessa época tinham projetores e TVs de retroprojeção com 1080i.
É difícil localizar exatamente as coisas no tempo. Mas poderia ser.