Após a escrita do artigo técnico de desmistificação do rumor dos 1.9 Ghz da Xbox One, fiquei com a ideia de que poderia ter argumentado algo muito mais palpável e menos técnico. E eis aqui então a lógica que mostra como todos os actuais rumores sobre a Xbox One são falsos… e é fácil de ver porque!
Nota: Antes do mais fica novamente o alerta que devido a um pequeno período de férias não poderei responder a questões que me queiram colocar nos comentários. E com isso dito, passemos ao artigo em si:
Quando compramos um produto o mesmo possui determinadas especificações que o fabricante lhe forneceu. Uma delas é a velocidade de relógio, e isto aplica-se quer a CPUs quer a GPUs.
No entanto o produto que compramos pode, muito certamente, sofrer overclock. E não é anormal, mesmo usando apenas a ventoinha/dissipador fornecidos com o produto, e sem qualquer cuidado adicional, podermos fazer overclocks de 10 a 15% sem qualquer tipo de problemas.
Mas então há que questionar: Se é assim, porque motivo esses produtos não são vendidos logo com maiores frequências de relógio? Seria certamente boa publicidade que em vez de um CPU/GPU anunciar, por exemplo, 1 Ghz anunciasse 1.1 Ghz, e se essa velocidade extra consegue ser obtida por qualquer um sem qualquer preocupação adicional, bastando chegar à bios e alterar a velocidade do bus ou os multiplicadores, o fabricante poderia-a aplicar.
Mas isso não acontece. Aliás acontece! nunca vi isso nos processadores, mas vê-se nas placas gráficas, onde após cuidadosos estudos e melhorias no sistema de dissipação, e mesmo assim apenas em determinados modelos. No entanto, este ganho que pode ser tão facilmente obtido por qualquer um em casa nunca é aplicado pelo fabricante a todas as placas.
Quais os motivo porque tal acontece? Bem, porque um produto quando é fabricado é sujeito a rigorosos controlos de qualidade, e são esses controlos que determinam a velocidade máxima a que o produto deve estar sujeito. Não se quer dizer com isso que esse produto não aguente maior velocidade, mas as garantias de fiabilidade, estabilidade e controlo de aquecimento deixam de ser garantidos.
Dessa forma, sabendo que um aumentar das velocidades de relógio significam mais avarias, mais aquecimentos, problemas, instabilidades, e chatices das mais diversas para o utilizador, os fabricantes não fazem eles os overclocks. E as excepção são lotes de produtos que saem com maior qualidade, e que associados a sistemas de arrefecimento melhorados, podem oferecer maior velocidade de relógio de fábrica. E esse é o motivo porque as placas que são vendidas com overclock de fábrica se limitam a um número reduzido de modelos, com arrefecimento melhorado, e usando chips que saíram da linha de montagem com maior qualidade.
Sabendo-se de todos os inconvenientes que o overclock traz, mesmo assim o utilizador aplica-o. E porque? Porque junto com ele há aumentos de performance. E esse é um risco assumido pelo utilizador.
Actualmente muitas placas gráficas até são fornecidas com utilitários de overclock. Mas o seu uso é da responsabilidade do utilizador e nunca do fabricante, daí que o overclock não venha já aplicado de fábrica. Seja como for falamos de percentagens de overclock autorizadas por estes programas que são estudados de forma a garantir que não trazem danos ao produto nos dois anos de garantia, sendo que o que advier daí para a frente, já não é problema de quem fornece o software ou vende a placa. Aliás nessa fase as avarias até poderão significar a venda de novos produtos.
Daí que relativamente à Xbox One só há uma coisa a dizer: 53 Mhz.
A decisão da Microsoft em aplicar um overclock à sua Xbox é uma situação que deixa o que pensar: Há uma passagem acima dos valores que o fabricante (AMD) estipulou no seu produto base e que a marca (Microsoft) resolveu assumir. Será certamente algo que no futuro, com a melhoria contínua do processo de fabrico deixará de ser problema, mas que nesta fase inicial, com a consola no seu início e com um sistema de refrigeração estudado ao longo de 3 anos, e apenas concebido para garantir o bom arrefecimento de um produto a 800 Mhz, acaba por ser um risco assumido pela Microsoft. Apesar de tal não ser uma certeza, como todos os overclocks, foi uma decisão que pode trazer problemas, instabilidades e aquecimentos, mas que mesmo assim a Microsoft assumiu. E se pensarmos que uma consola demora algo como 3 anos a conceber, fazer uma alteração baseada num overclock, a poucos meses da consola ser vendida, mostra uma posição e uma necessidade que sem mais justificações plausíveis só pode ser vista como algo desesperada.
Ora sabendo que a performance gráfica melhora com o aumento da performance do CPU, se a Xbox One possuísse um CPU mais rápido do que o da PS4 porque motivo haveria necessidade de um overclock tão desesperado e acima de tudo tão pouco justificado? 53 Mhz??? Justificava arriscar a estabilidade, o aumentar do numero de problemas com aquecimento e possíveis queixas por 53 Mhz se tal não fosse um acto de desespero.
Mas esse nem é ponto principal. A questão é que a Microsoft sentiu necessidade de publicitar um overclock. E curiosamente, por questões de estabilidade, de apenas 53 Mhz. Daí que alguém acredita que a Microsoft teria 300 Mhz no bolso, e estaria calada?
Mas estes números não confirmados não me espantam uma vez que o fanatismo que acompanha as consolas é algo que me surpreende pela negativa. Vejam lá que até há agora um tal de MisterXmedia que afirma que a Xbox One possui um segundo GPU.
Mas provavelmente mesmo os funcionários da Microsoft devem desconhecer esta realidade, e vejam lá…foram fazer um overclock totalmente desnecessário e desesperado de 53 Mhz no outro GPU. É mesmo falta de comunicação… E pior ainda… meteram DDR3 com 68 GB/s de largura de banda que já é pouco para alimentar um GPU, mas que agora vai alimentar… Dois… Grandes malucos!
Mas deixando a Microsoft em paz, eis que este senhor refere que a Sony, sabendo disso, anda desesperada a tentar meter também um segundo GPU na sua PS4 (como se meter um GPU nunca consola fosse como num PC (abre-se e mete-se lá na slot), não requerendo anos de testes e preparação). Mas como na Sony também deve haver falta de comunicação interna, alguém se esqueceu de colocar o segundo GPU e em vez disso mandou as fábricas da empresa trabalharem a todo o gás a fabricar consolas. É triste!
O certo é que desde que comecei a acompanhar este assunto, a Xbox já teve mais memória, GPU a 1 Ghz, componentes secretos… Eu sei lá mais o quê. E se é certo que com as mudanças constantes nas políticas da Microsoft estas referências a estas anormalidades até parecem normais, este é um assunto que começa a ser doentio particularmente depois da Microsoft ter apresentado a sua arquitectura na Hot Chips.
Mas muito certamente a Microsoft foi lá e… MENTIU. Apresentou ao mundo uma arquitectura que é… FALSA! Na realidade há ainda muita coisa escondida… mas a Microsoft não pode ainda revelar. Está impedida… e por isso… MENTE! Ai o raio dos aldrabões que ainda lhes caem os dentes todos!
Mas depois veio o Pai Natal e foi com o coelhinho da Páscoa no comboio ao circo.
Caros Fanboys, ganhem juízo! Ver homens feitos a fazer figuras de fanboys e a “inventar” é a coisa mais triste que se pode imaginar. E se houver algo credível que dê vantagem à Xbox, nós estaremos aqui para falar dela. Mas sobre o abominável homem das neves, a carochinha, o Pai Natal e o Coelho da Páscoa, excepto se oficializados… não falamos (ops… acabamos de falar deles 🙂 ).
Parafraseando alguém que referia nos fóruns: “A Microsoft não foi clara quanto à sua arquitectura, deixando coisas por explicar. Há algo que a Microsoft quer esconder”. Ora eu não sei com que sentido este senhor falava, mas efectivamente há algo a esconder. E nesta fase, pelo que é conhecido oficialmente… É que a consola da concorrência é mais potente!
NOTA FINAL: Para nós todos os rumores são válidos. Mas são tratados como rumores. Apenas com dados concretos e oficiais poderemos considerar as situações. Um segundo GPU seria excelente, mas com o actual estado do rumor, e sem explicações sobre tudo o que questiono em cima, não possui qualquer credibilidade.