Revelado APU que poderá ser o usado na PS5. Numero de série revela vários dados, mas algumas interpretações estão erradas!

Um novo APU AMD, com o nome de código Gonzalo, foi revelado. O seu número de série revela dados muito interessantes, mas no entanto a parte relativa ao GPU está a ser mal interpretada.

A Imagem de cima foi recentemente revelada, mostrando um novo APU AMD, com o nome de código Gonzalo, e com o número de série 2G16002CE8JA2_32/10/10_13E9.

A imagem foi posteriormente complementada com a seguinte, que fornece mais informação sobre a descodificação dos dados contidos no número de série:

Pela análise os seguintes dados parecem saltar à vista. Note-se que vou usar termos como presumivelmente, provavelmente e supostamente, uma vez que a interpretação dos dados pode estar incorrecta, e não se pretende que dados incorrectos passem como verdadeiros.



2G16002CE8JA2_32/10/10_13E9

2 = Protótipo ES1

G = Produto Gaming

1600 = Velocidade base de relógio a 1600 Mhz. Esta situação parece apontar para um protótipo da Sony uma vez que 1600 Mhz é a velocidade da PS4.

2C = Provavelmente relacionado com o TDP, mas não enquadrado nos valores indicados na tabela, provavelmente novo.

E = Presumivelmente relacionado com o Physical Package, mas sendo um tipo não especificado, provavelmente novo.



8 = Supostamente o número de núcleos do CPU, neste caso, 8 núcleos

J = Provavelmente o tamanho da cache. Mais uma vez um valor não presente na tabela, provavelmente novo.

A2 = Provavelmente relacionado com o stepping, mas igualmente algo novo.

32 = Supostamente a velocidade máxima de relógio, ou seja 3.2Ghz (Boost)

Estes dados parecem apontar para um APU baseado num processador Zen+ ou Zen 2, com variações de velocidade de relógio entre os 1.6 Ghz e os 3.2 Ghz, e pela designação G (Gaming), destinado a cobsolas. Tal enquadra-se como uma luva no que poderia ser um APU para a PS4, especialmente devido à patente de Mark Cerny para a retrocompatibilidade que passa por descer a velocidade de relógio do sistema para os valores idênticos aos do sistema a emular. Nesta caso, correndo a PS4 base a 1600 Mhz, a velocidade mínima ajusta-se plenamente.



Onde parece existir alguma disparidade é na interpretação dos últimos dígitos, onde o 10_13E9 é apontado como sendo a velocidade do GPU (1 GHz) num GPU que alguém denominou, bem ou mal, como Navi 10 Lite (onde ou porquê se foi buscar o termo lite é algo que se desconhece)

Ora apesar de o Navi 10 não parecer estar em causa, especialmente porque todos os rumores apontam nesse sentido, é na questão da interpretação da suposta velocidade de relógio do GPU que surgem dúvidas.

É que se aceitarmos a mesma como verdadeira, eis as possíveis performances desta Navi 10, consoante o número de CUs disponíveis:

Como podemos ver, com 64 CUs, o limite do GCN, e aceitando que o cálculo de performance continua a ser feito da mesma forma que todos os sistemas GCN usaram até hoje, a 1 Ghz, este GPU estaria limitado a 8.2 Tflops.



Somente com limites acima desta contagem de CUs, algo que eventualmente a Navi pode ter uma vez que a AMD o definiu como “escalável”, podemos obter valores superiores. Infelizmente, apenas com 88 ou 96 CUs poderíamos ter valores de performance dentro dos esperados para a nova geração. E isso seria à custa de um GPU de topo, cujo custo será pouco provável de ser visto em consolas.

Desta forma, se este fosse o APU da PS5, e aceitando o limite de 64 CUs (que obrigaria a um GPU com 72 para questões de fabrico), este não deveria debitar mais de 8.2 Tflops, o que diga-se é considerado pouco, especialmente quando Mark Cerny deu a conhecer (e já demonstramos a validade das suas afirmações aqui na PCManias), que essa seria a performance para levar jogos PS4 a 4K.

Naturalmente que a nova geração, a mostrar um salto qualitativo semelhante ao que existiu na passagem da PS3 para a PS4 não poderá nunca trabalhar com 4K nativos, e isso está igualmente demonstrado no artigo acima linkado. Mas com reconstrução de imagem ao estilo do feito na PS4, mas aplicando novas técnicas de reconstrução de imagem como o directML (o equivalente genérico do DLSS da Nvidia), e excluindo outros ganhos trazidos pela arquitectura, 12.5 Tflops poderiam ser suficientes. Daí que parece pouco coerente que uma nova consola aponte abaixo disso!

Daí que surge a questão: Será que aquele 10 efectivamente se refere à velocidade do GPU, apontando para 1 Ghz?

Para tirarmos isso a limpo, vamos ver o número de série do APU da Xbox One X:



1G5211T8A87E9_ /23/17/09_1561.

Efectivamente, por comparação, vemos um 23 onde no outro caso temos um 32. E 2.3 Ghz é efectivamente a velocidade máxima de relógio do CPU da X, pelo que podemos aceitar que o 3.2 representa 3.2 Ghz e a velocidade máxima do CPU do Gonzalo.

A questão é que o 09 não representa a velocidade de relógio do GPU da X, que é na realidade 1.172 MHz. E nesse sentido não podemos afirmar de forma clara que aquele 10 represente 1 Ghz!

Ora olhando para as consolas existentes o que vemos é que todas elas possuem uma velocidade de relógio do GPU que é basicamente metade da velocidade do CPU, Daí que será de presumir que a velocidade de relógio deste Navi varie entre os 800 Mhz quando o CPU está a 1600 Mhz e 1600 Mhz quando o CPU está a 3.2 Ghz.

Mais uma vez aceitando as normais limitações do GCN e que não há alterações na sua eficiência ou capacidade de processamento no Navi, 1600 Mhz  permitiria um GPU com 64 CUs, dos quais 56 estariam a uso, com um total de 11,468 Tflops. E este valor parece muito mais coerente, até porque com os ganhos adicionais aportados pelas novidades do Navi, este valor enquadra-se dentro do expectável. De notar que ele pode subir caso a velocidade de relógio ou o número de CU subam, ou o Navi seja diferente do GCN clássico!.



 

 

 



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