A Nvidia anunciou as suas novas plagas destinadas a gamers, sendo que a novidade é a inclusão das mesmas capacidades de Ray Tracing das profissionais RTX.
Pois é… se dúvidas havia que o Ray Tracing poderia chegar até placas mais acessíveis, ei-la tirada. A Nvidia anunciou a sua nova gama de GPUs 20xx, destinados a substituir a série 10xx, e a novidade é a manutenção da designação RTX, graças a inclusão de processamento Ray Tracing por DSP’s dedicados.
Eis então a nova gama de placas anunciada:
A grande novidade passa pela inclusão das capacidades de Ray Tracing em tudo semelhantes à usada nas gamas Quadro. Aliás, para surpresas de muitos, a minha incluida, a RTX 2080 Ti, que custará na versão standard 999 dólares, tem uma capacidade de 10 GigaRays/seg, algo que na gama Quadro se encontra na RTX 8000 de 10 mil dólares e na RTX 600 de 6300 dólares.
Daí para baixo todas as placas cortam nessa capacidade, sendo que a RTX 2080 de 699 dólares tem um corte de 20%, ficando-se pelos 8 Gigarays/seg, um valor mesmo assim surpreendente pois bate os 6 Giga Rays da RTX 5000 de 2300 dólares.
A placa “mais económica” aqui anunciada, se é que podemos considerar uma placa de 500 dólares como económica, foi a RTX 2070, cujo preço exacto será de 499 dólares, e com 6 GigaRays/seg. Algo mesmo assim surpreendente pois iguala a Quadro RTX 5000 cujo custo foi já referido ser de 2300 dólares.
Há por isso aqui uma clara aposta da Nvidia no Ray Tracing!
Note-se que estes são preços recomendados, mas que dificilmente encontraremos.
Do lado da AMD continuamos sem saber se há uma tecnologia semelhante prestes a entrar em cena. No entanto é ainda cedo para nos pronunciarmos nesse sentido, sendo que para já o relevante é saber-se até que ponto o Ray Tracing pode alterar o panorama dos videojogos, e a que custo.
Pois bem, a PCGamesn teve a oportunidade de testar a placa mais cara desta gama… a RTX 2080 TI, e usar a mesma nos dois jogos já existentes com suporte a este Ray Tracing, Shadow of The Tomb Raider e Battlefield V.
Os resultados possuem pontos positivos, mas que, pelo menos nesta fase, não se sobrepõem aos pontos negativos, daí que antes de apresentar qualquer imagem, vamos resumir os resultados:
O Ray Tracing consegue efeitos de reflexão bastante interessantes, mas que de forma alguma, no seu estado actual, esmagam aquilo que se consegue fazer com os métodos tradicionais. Aliás, em alguns casos, o desejo de usar o Ray Tracing é de tal forma que as características dos materiais são exageradas e pouco realistas. No entanto não se pode negar que o efeito é bonito!
Agora o grande senão, pelo menos nesta fase, é a performance. Jogos que usando o sistema de renderização tradicional correm nestes GPUs a 4K 60 fps foram não conseguiram passar dos 1080p com Ray Tracing, e piors, nem sequer conseguem com essa resolução atingir os 60 fps ficando-se entre os 33 e os 48 (e isto na placa de 1000 euros com mais capacidade)! Apesar do elogio que se pode fazer por se conseguir trazer aquilo que foi feito com várias Titans X para um único GPU, os resultados não são estrondosos. Salvaguardando o facto de que estamos com drivers de primeira geração, e com código muito alpha, se isso não se alterar o que temos é um retrocesso tremendo para um ganho que acaba por ser questionável, tornando nesta fase a tecnologia mais uma prova de conceito do que realmente outra coisa. E futuros ganhos à parte, falta saber se aquilo que a AMD tem previsto para este campo, se é que possui alguma coisa, tem as mesmas limitações, se é melhor, ou se é pior.
Eis então algumas imagens comparativas do uso do Ray Tracing face aos métodos tradicionais:
Um caso com diferenças menores:
Um caso com diferenças maiores, mas que considero pouco realista pelo efeito de reflexo exagerado, estando a gerar imensas piadas, nomeadamente dizendo que este é um dos carros do Mr Miyagi, o mestre e tutor no filme Karate Kid, com a Cera posta, Cera tirada (Wax On, Wax Off).
Really though… this is blowing my mind. The reflections in #Battlefield V’s Rotterdam map using the Nvidia RTX tech is incredible. #GraphicsReinvented pic.twitter.com/zpPsMI5fZA
— Memelord @ Gamescom (@dan_mitre) August 20, 2018
“Holy sh!t… that looks phenomenal!” – Me when I first saw the #Battlefield V Rotterdam map running on Nvidia’s new RTX technology. #GraphicsReinvented pic.twitter.com/ypQ2Xp0ICc
— Memelord @ Gamescom (@dan_mitre) August 20, 2018
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Conclusões
Apesar de não negar as vantagens que um Ray Tracing pode trazer, a realidade é que se o custo é a perda de FPS e resolução a este nível, não consigo ver que, pelo menos olhando para os resultados que se obtêm nesta fase, os ganhos justifiquem a situação. Mas esperemos que a tecnologia possa melhorar pois estamos perante drivers ainda prematuras e implementações de primeira geração (alpha), pelo que precisamos de mais tempo e mais benchmarks, sendo que, apesar de tudo, e mesmo neste estado, seria bom que a mesmo possa estar presente nas futuras consolas. Nas mãos de equipas super talentosas como as que ali existem, quem sabe não se conseguirão resultados surpreendentes.
Seja como for, não podemos deixar de referir que estes primeiros resultados são extremamente decepcionantes pois a performance, para se adequar a jogos de nova geração teria de subir 200 % para que os fps mais baixos se mantêm nos 60, aos quais teríamos depois de acrescentar 400% extra para quadruplicar a resolução para 4K. Estamos a falar por isso da necessidade de a performance ter de subir 800%, algo que nos deixa um pouco de pé atrás.