Terá o PC, tal como o conhecemos, um uso bastante mais limitado no futuro? E se sim, com que consequências?
Nota: O artigo que se segue é expressamente de opinião, e reflete a visão e experiência do seu autor, que pode ser distinta da de outras pessoas.
Estamos em 2021… em plena crise pandémica. Uma situação que, quer se queira, quer não, vai mudar o mundo. É que um dia, quando retomarmos a normalidade, as cicatrizes desta pandemia vão perdurar por alguns anos, e claramente a crise financeira que se instala cada vez mais e que não será superada rapidamente, vai ter consequências.
Uma dessas consequências é que o poder de compra das pessoas será afetado. E tal terá grandes consequências no mercado, em todos os sectores.
A ideia deste artigo é analisar algumas situações que poderão vir a ser afetadas e ligadas ao sector tecnológico, com o objetivo último de questionar qual o futuro do PC, tal como o conhecemos, uma vez que esta cada vez mais perde terreno para tecnologias alternativas, tendo-se tornando uma ferramenta cara e com um uso cada vez menor.
Recuemos ao passado.
Comecei a minha jornada pela tecnologia informática com o ZX 81, mas foi com o ZX Spectrum que a paixão pelos computadores realmente cresceu. Esta foi uma máquina que fascinou miúdos e graúdos e que introduziu muita gente no mundo da informática e dos computadores, tendo nesse sentido ganho um merecido lugar na história.
Mas quem se apaixonou pelos computadores nessa fase não se ficou por aí… e quis mais… Atari ST, Commodore Amiga, e posteriormente os PCs tornaram-se ferramentas indispensáveis.
Ora recorda-me que no período entre 85 e 90, um PC era uma máquina cara, cujos custos rondavam algo entre os 200 e os 400 contos (1000 a 2000 euros). E nesse sentido soluções como o Atari ST ou Commodore Amiga, que se obtinhas a 100 contos (500 euros) tornavam-se preferíveis para a maior parte das casas.
No entanto, para quem queria uma máquina com uma vertente mais profissional, o PC cada vez mais se tornava indispensável, uma vez que era nele que as empresas trabalhavam, e onde o software de produtividade se encontrava.
E nesse sentido o PC cresceu. E com a entrada dos processadores 486 este evoluiu e tornou-se uma máquina poderosa que batia tudo o que a concorrência poderia oferecer, tornando-se assim numa referência incontornável.
Esse domínio durou por vários anos, ao ponto que o PC era visto por todos como algo indispensável, fosse para trabalho, ou para jogar.
Em 2013 vi as coisas mudarem. O lançamento das consolas Playstation 4 e XBox One não foram uma novidade, uma vez que as consolas sempre coexistiram com o PC. A grande questão foi que, apesar de, comparativamente à tecnologia PC, essas duas consolas serem das mais desfasadas de sempre a nível de capacidade teórica de processamento, PS4 e Xbox conseguiram competir a nível de qualidade com o que o PC oferecia.
Até essa geração, apesar de, como referido, as consolas terem capacidades de processamento bem mais próximas dos PCs de topo existentes nas respetivas gerações, a versatilidade de uso, o custo da consola, e acima de tudo as capacidades gráficas a nível de capacidade de armazenamento de texturas e resposta visual, tornaram as consolas mais atrativas que nunca.
Apesar que poderíamos ir mais atrás, vou apenas ficar-me pela minha experiência pessoal com as consolas, começando então pela PS1.
A Playstation foi lançada a 299$, no ano 1995, algo que, aplicada a devida correção monetária ao dólar, se equivale a 520.25$ nos dias que correm! Ora naturalmente que em 1995, este era um produto que não só era considerado de luxo, como era visto como um gadget. O gaming não tinha aceitação na comunidade, e os Gamers eram vistos com maus olhos, como nerds de óculos de fundo de garrafa (mesmo que não os tivessem), e autênticos bichos de buraco anti sociais. Havia todo um estigma contra aquilo que as consolas representavam, e nesse sentido estas não eram mais do que um produto de nicho.
A PS2 lançada em 2000, e a Xbox em 2002, tiveram o mesmo preço de lançamento, algo que à data atual representa algo como 462,76$ e 440,76 doláres, respectivamente.
Esta era uma altura em que os PCs prosperavam, e que a custos acessíveis se montavam boas máquinas que facilmente superavam as consolas. Apesar das suas elevadas capacidades de processamento face ao PC, as consolas eram gráficamente muito desfasadas do que o PC apresentava, muito em parte culpa do desfasamento das capacidades de memória. Efetivamente quando as consolas nesta altura apresentavam 32 e 64 MB de RAM, a média dos PCs andava entre os 256 e 512 MB. E tal era claramente notório no ecrã!
No entanto, crédito a quem o merece, e a Playstation 2 ficou na história por conseguir cativar um número gigantesco de utilizadores, catapultando a fama e o nome Playstation para o estrelato, e tornando as consolas numa experiência apetecível e a ser repetida, que retirava grande parte do interesse no PC. No entanto, o PC, por ser, comparativamente, uma besta de performance e com resultados que acabavam por ser visualmente desfasados das consolas, destacava-se.
Mas tal não voltou a ocorrer da mesma forma na geração seguinte. A Xbox 360 foi lançada a 300 dolares, mas a PS3 custava 500 no seu lançamento. Tal criou aqui um grande entrave às vendas iniciais, permitindo que a Xbox, que ainda por cima foi lançada mais cedo, prosperasse.
A geração teve no entanto um novo interveniente. A Wii da Nintendo, uma consola que cativou milhões e milhões de pessoas de todas as idades, e que ajudou a cimentar a ideia que o Gaming era para todos, algo divertido, e não apenas destinado a alguns.
A realidade é que ao longo da geração, tanto a Xbox 360 como a PS3 superaram-se, e apresentaram resultados capazes de competir com o PC. Mesmo contando com quantidades de RAM bastante inferiores ao que o PC possuía na altura, a realidade é que os 512 MB de RAM destas consolas permitiam já resultados visualmente muito interessantes, e a geração teve vários jogos de elevada qualidade que eram exclusivos e que deixavam os possuidores de PC a salivar.
Pelo seu lado, o PC, esse continuava a crescer em potência, mas sem realmente mostrar separar-se das consolas. Até porque, tendo o mercado das consolas superado os 260 milhões de utilizadores, as vendas das consolas eram demasiadas para serem ignoradas, e nesse sentido o PC viu-se numa situação algo inédita, em que ficava preso ao que as consolas podiam apresentar.
A realidade é que em 2013, os PCs, apesar de potentes, estavam já caros, com uma boa máquina que garantia algum futuro, a custar os 1200 euros.
Ora com o lançamento da PS4 a 399 euros a consola torna-se um sucesso imediato. A Xbox essa ficou para trás, perdendo o momento que tinha conseguido na geração anterior ao ser lançada antes e mais barata, devido a políticas e preços da Microsoft que a tornavam mais limitada e… mais cara!
A realidade é que a geração passada foi um sucesso. A mais rentável de sempre para os fabricantes de consolas. As consolas conseguiram uma popularidade tremenda tudo devido a um suporte fantástico, jogos exclusivos com qualidade fabulosa, e que superavam mesmo os jogos PC, e acima de tudo preços bastante acessíveis.
Foi uma formula de sucesso que combateu um PC, cada vez mais poderoso, mas preso no que pode apresentar pelo mercado das consolas, e com preços cada vez maiores.
Mas os PCs enfrentavam nesta altura um outro desafio… os aparelhos móveis!
A crescente populariedade de smartphones e tablets roubavam mercado aos PCs. A sua versatilidade de uso fizeram com que as vendas de PCs decaíssem. Um tablet oferecia aquilo que muitos procuravam num PC: Internet, e pequenos jogos.
E nesta altura era comum encontrarmos parangonas com títulos como:
PC sales decline massively as mobiles/tablet sales boom
Esta tendência não se alterou… apesar de os preços dos aparelhos móveis ter crescido de forma radical, com um topo de gama a custar atualmente mais do dobro do que custava em 2013. Isso teve consequências, particularmente no mercado de tablets que decaiu brutalmente pelo facto que se tornava cada vez mais incomportável ter um smartphone e um tablet. E nesse sentido os smartphones foram-se tornando maiores à medida que subiam os preços e a venda de tablets decaia.
A realidade é que o PC enfrente atualmente desafios como nunca antes. Como máquina de jogos é mais uma peça de show off de resoluções e fps do que realmente uma mais valia face a uma consola, e face a um aparelho móvel a sua versatilidade cada vez mais se reduz ao software de produtividade.
Isso quer dizer que o PC como máquina de se ter em casa cada vez mais perde interesse. A aposta passa cada vez mais por portáteis, mais versáteis, e com capacidades moderadas, do que nas grandes máquinas para jogos. Máquinas essas que, actualmente, para superarem em todos os casos uma consola, custam mais de 1600 euros, sendo que para o show off, se torna necessário 2000 euros! Não é exatamente um bom investimento se considerarmos que os grandes jogos são atualmente exclusivos das consolas.
É devido a estas realidades que vemos Sony e Microsoft a terem apostas radicalmente diferentes.
É que se a Sony se centra no mercado das consolas, querendo o seu crescimento e sucesso, a Microsoft tem o seu core business no PC. E com a queda do PC, o que vemos é a Microsoft a querer apostar cada vez mais nos mercados moveis, bem como a querer levar as virtudes das consolas para o PC. Basicamente a Microsoft tenta segurar o PC à custa da perda de benefícios da sua consola, mas ao mesmo tempo aposta nas consolas e nos mercados móveis, garantindo assim que, tombe a coisa para onde tombar, eles estão por lá.
A pandemia tem ajudado a Microsoft nas suas apostas, particularmente no que toca ao Gamepass, uma oferta acessível que se torna assim mais atractiva. Mas a realidade é que a Microsoft não tem nada a ganhar com o declínio do mercado PC. Se por um lado ela tem como garante que as empresas não migrarão facilmente para outras plataformas, o mercado caseiro esse está em queda. E a questão é que se antigamente as pessoas queriam um PC porque era isso que se usava nas empresas e saber mexer nesse software era uma mais valia, agora a coisa passa-se em sentido contrário. As empresas é que se adaptam ao que as pessoas usam, porque o mercado é agora global e alcançar as pessoas é algo que é essencial em qualquer negócio. Daí que as empresas fecharem-se em nichos próprios não é um bom negócio, e os PCs começam a ser relegados para funções cada vez mais básicas, com muitos postos a substituírem-nos por aparelhos móveis.
Torna-se assim difícil prever o que será o futuro do PC, mas a garantia é que este está em mudança. Ao longo de toda a minha vida tive PCs juntamente com as consolas, e o PC sempre foi a minha máquina de eleição para jogar. Mas desde 2013 que isso mudou. E apesar de o meu PC bater a geração PS4/One, a realidade é que cada vez menos o uso para jogar. A versatilidade e o conforto de um sofá numa TV de 65″, sem preocupações de compatibilidades, drivers, atualizações ou outros problemas é algo que cada vez mais se preza, e algo que as consolas oferecem sobre o PC.
Da mesma forma, o Tablet é cada vez mais indispensável para navegar, evitando o PC, sendo que este está, para mim, agora reduzido a modelação 3D, trabalho, Processamento de texto, tratamento de imagem e Folhas de cálculo.
E pela primeira vez na minha vida, olho para um upgrade pensando em negligenciar o GPU, e em colocar o melhor CPU possível, uma vez que, pelo custo, e por ser detentor de consolas de nova geração, os jogos no PC não estão no meu horizonte.
Acredito que a situação de preços no mundo PC ajude estas novas consolas a prosperar imensamente.
O mercado de GPUs atualmente é de loucos e com previsões para piorar devido á minerização.
Atualmente como as GPUs têm falta de stock, já se andam a mandar para potáteis com RTX 30!
Como se costuma dizer, “assim não há c* que aguente”
Não estou de acordo com o declinio no pc, o pc é sempre será o n1 seja em trabalho e/ou jogos.
O Sr Mário fala nos 2 pontos mais fortes das consolas, o preço e a comodidade e alguns exclusivos, estou de acordo mas que eles estão em declinio não creio.
Um aparte, com a situação atual nos componentes e os preços a subir… ando me a perguntar a mim mesmo, será que a ps5 e a xbox não podem elas também subir de preço?
Devem perder dinheiro em cada unidade vendida e com a tendência atual do custo a aumentar, as perdas devem ser cada vez maiores, será que a Sony e a Microsoft estão a ponderar isto?
Perde em hardware e se recupera em sortware e durante os 7 ou 8 anos da geração. Não é a mesma coisa que Pc, onde os custos só aumentam a cada lançamento, é ao longo da geração que se recupera o prejuízo das vendas iniciais, que depois se equilibra e acaba até lucrando na venda de hardware futuramente. Agora, não sei como a Microsoft faz hoje para ter lucro, já que o foco é serviço e não vendas de software. A Sony ainda está num modelo clássico e recupera em vendas de jogos e mais afrente com o barateamento das peças, já a Microsoft não tenho dúvidas que tem um bom prejuízo com a divisão Xbox no atual momento.
Também não acredito no declinio do PC no geral, mas sim em matéria de gaming caso a situação atual não altere.
O minning vai lixar o mercado gaming, mas para as empresas é igual pois continuam a vender montes de GPUs.
Quem não gosta de abdicar dos 60fps ou mais e ultra settings vai ter uma vida difícil pela frente.
Infelizmente o declínio é uma realidade e os números de vendas comprovam-no.
O texto do Sr. Mário me trouxe muitas boas memórias e reflexões. E eu estou de acordo. Em linhas gerais, eu já fui mais empolgado com PC como hardware, apesar de ser fã da Steam e amar jogar com teclado/mouse.
Na primeira metade dos anos 90 nos jogos DOS, um Prince of Persia em 1 único disquete, ou um Mortal Kombat 1 em 3 disquetes arjeados, Pitfall em 3 disquetes, todos rodando em um 486 básico já era várias vezes superior a tudo o que eu via no Super Nes e Sega Genesis.
Na segunda metade dos anos 90 nos jogos Win95, eu ficava maravilhado com MDK, Duke Nukem 3d, Quake, Grand Prix 2, todos rodando em um Pentium 166 básico também, já bastante superior a tudo o que eu via no PS1 ou Saturn.
Na primeira década deste século sentia a mesma coisa quando jogava Need For Speed Most Wanted ou Underground no PC, e depois via o mesmo jogo rodando no PS2 na casa de amigos. Parecia um abismo de diferença.
Algo importante que eu preciso deixar claro sobre os 3 parágrafos anteriores. Eu sempre jogava em configurações bem defasadas no PC. Diria até pior do que chamamos de low-end. Então era um investimento relativamente baixo para ter resultados muito superiores. E claro, PC sempre foi importante para trabalhar e realizar outras atividades.
Na geração PS3/X360, já investi mais e comprei uma GTX 470 no final de 2010. Fiquei impressionado em jogar FullHD e sem serrilhados. Jogos como Farcry 3 e Crysis 2 rodando de forma tão bonita no PC, enquanto que nessas consolas a performance e os gráficos ficavam bem abaixo. Mas repare que o investimento já subiu um pouco.
Na geração PS4/Xone, eu notei que o distanciamento gráfico continuou grande. Dirt Rally 2 em uma GTX 970 com 1080p 60fps high presets é uma experiência bem superior para o mesmo jogo no PS4 base, que parece bem mais borrado. Só que algo mudou: equipar PC para destronar as consolas em performance deixou de ser algo barato como era no passado (aqui estou sendo repetitivo com o que está escrito no artigo. Mas fiz uma contribuição citando este exemplo).
Com o PS5 e Xbox Series X, estamos vendo essas consolas perderem para configurações caras, muito caras. É claro que isso vai mudar, e geralmente as peças de PC se desvalorizam mais rápido que as consolas. Na prática quero dizer que uma RTX 3070 tende cair de preço de forma mais acentuada que um PS5. Mas creio que nessa geração, quem quer performance realmente diferenciada terá que investir bem. As consolas vem reduzindo bastante o gap que era gigantesco no passado (como citei nos 3 primeiros parágrafos). No passado jogava-se bem melhor no PC a um baixo custo. Hoje o baixo custo é para jogar igual. Jogar melhor envolve investir mais.
A explicação para o que descreves é muito simples.
Desde á 20 anos para cá que as consolas de situam na faixa dos 300 a 500 euros.
As gpus mid-end no mesmo intervalo de tempo passavar de uns 100 euros para 500 ou 600 euros. As high-end passaram de 250 euros (penso que a minha geforce 2 Ti foi por menos de 200) para um valor entre os 1000 e 1500 euros.
Mas a melhor oferta pelo valor alguma vez existente no mundo dos videojogos foi a primeira xbox. um monstro ao preço da uva mijona, aquilo deveria ter sido uma perda de dinheiro enorme para a MS.
300 euros há 20 anos são o equivalente a 520 euros agora… Não te esqueças da correção monetária. Porque isso dá a entendes que as consolas eram algo barato! Até não há muito tempo, um bom GPU custava bastante menos que uma consola.
Não discordo, mas acrescento outro ponto.
O PC sempre venceu por força bruta. Isso é fato.
Mas no passado a diferença de força bruta era notória demais.
*desconsidere por favor diferenças de arquiteturas RISC, CISC, NVIDIA e AMD. É só um exercício de raciocínio*
Um Pentium 166MHz com 16MB RAM que eu usava era uma configuração várias vezes superior ao PS1 com 33MHz e 1MB RAM.
Em 2001 comprei um Pentium III 750MHz com 128MB RAM. Um PC mediano para a época, já que o Pentium IV estava sendo lançado. O PS2 que saiu poucos meses antes tinha 32MB RAM e 294MHz de CPU.
Como disse, em 2010 comprei uma GTX 470 com seu 1 TFLOP. Isso teoricamente é 4x superior aos 240 GFLOps da GPU do Xbox 360.
Eu tenho esse “feeling” que no passado podia usar um “PC qualquer” e alcançar performance bem superior às consolas. Isso mudou de alguns anos pra cá. Não é mais um “PC qualquer”, precisa investir bem.
E isso olhando apenas para números. Porque que RTX 2080 tem um grafismo como o de TLOU 2?
Não é que não seja capaz, porque é e com folga. Apenas que o hardware acaba subaproveitado e quando esse nível de gráficos chega ao PC o hardware já está obsoleto.
Totalmente de acordo com o artigo. Não sei o que virá mas a realidade atual é essa mesmo.
Eis a minha percepção sobre isso.
Pra mim, PCs estão em declínio de vendas simplesmente pq os PCs estão ficando com uma vida útil cada vez mais longa. Comprei um PC topo há 6-7 anos atrás (i7 6700k e uma gtx 980), a minha máquina ainda da conta do recado durante o dia, sinto que a performance não caiu desde o dia que comprei com exceção aos jogos. Mas estranhamente, msm com uma gpu datada, ainda consigo jogar todos os jogos que desejei, nunca sofri um gargalo ou uma percepção de gráficos ruins comparado com os atuais (1080p e 50-60 fps). Pra mim, assim como os consoles, pessoas que jogam casualmente em um pc tem uma vida útil tão grande quanto a de um console, aliás diferente de 20 anos atrás, os gráficos dos últimos anos realmente não empolgam a ponto de pcistas trocarem sua máquina por algo melhor, apenas entusiastas entram nessa. E convenhamos, jogos que o povão gosta, nao exige um PC parrudo, claro que as vendas irão estagnar. Minha opinião pode estar errado, mas é só uma percepção que eu tenho
Excelente artigo Mário, reflete na totalidade a minha opinião.
Desde sempre que eu tive consolas, e amigos com PC, desde que me lembro, acompanho a evolução de ambas as plataformas, muitas picardias tive eu com a malta do PC, que na altura da PSOne, dava uma abada às consolas em termos de resolução, com a N64 o anti aliasing entrou em cena no PC estava a milhas, mas a cada nova consola, Dreamcast, PS2, Xbox, as consolas iam reduzindo o fosso, com a PS3 e a 360 veio a era do HD, o que reduziu substancialmente esse fosso.
Com a PS4 já precisamos de uma Digital Foundry para ver as diferenças entre o PC e as consolas, e com a PS5 e Series X o PC perde a única vantagem que ainda tinha sobre as consolas, a resolução, algo que as consolas têm vindo a fechar a cada geração.
Hoje a vantagem do PC é absolutamente marginal, mas a que custo?
Com os preços de hoje e a performance gap anulada, diria que a imagem do PC bruto cheio de leds é puro marketing, uma farsa, ou como dizes no teu artigo e que sumariza perfeitamente o que é o PC hoje em dia, um mero show-off.
O que o Carlos referiu é igualmente uma outra verdade. Antigamente para superares uma consola bastava um PC mediano de meio de geração, sendo que os mais potentes acabavam por apresentar uma enorme disparidade de resultados face ao que as consolas possuiam.
Mas hoje em dia, apesar de a nível de performances a disparidade continuar a existir no final das gerações (basta compararmos o GPU da PS4 com uma RTX 2080), o que é apresentado como resultado não é assim tão díspar. Aliás as consolas até tem vindo a servir de benchmark gráfico, ao apresentarem algum do melhor grafismo da era, com jogos como The Last of US 2 ou Uncharted 4 não terem exatamente paralelo gráfico no PC.
Basicamente, e resumindo, podemos dizer que, apesar da evolução continuar ao mesmo nível, os resultados visuais não são agora percetíveis, e há mesmo grafismo de topo no hardware inferior que o superior não possui.
Isto tem tirado muito do interesse ao PC. Se antes o PC nos dava uma disparidade visual brutal, agora dá-nos mais fps e uns efeitos melhores, mas visualmente as consolas acompanham. E com a subida do custo de um PC de topo capaz de superar uma consola, o seu interesse cada vez mais decai, e fica limitado a um conjunto de pessoas de maiores posses que querem fazer show off de cada vez menos.
Já faz um bom tempo que eu também uso o PC cada vez menos para jogar, jogo principalmente nos consoles. Antes eu ficava pesquisando preços de placas de vídeo, e outras preocupações que foi bem comentado no artigo, são comuns no universo do PC, compatibilidades, atualizações, drivers. No console a única atualização que precisa é a do sistema que aparece de vez em quando. Um dia desse eu fui instalar o jogo Yakuza 3 remastered que o meu cunhado tinha comprado, mas não estava conseguindo jogar. Eu fiz novamente o download do jogo, quando finalmente terminou e começou o processo de instalação apareceu que o processador dele, que é um velhinho Core 2 Quad, não tinha a extensão SSE 4.2 e por isso o jogo não seria instalado. Nos consoles simplesmente não existe essa dor de cabeça.
O meu primo tem um caso mais caricato. Tem uma máquina actual, e comprou um jogo. Quando o meteu no leitor de DVD o DVD não foi reconhecido.
Pensou que fosse um DVD defeituoso, e levou à loja, mas quando ele foi testado, estava ok. O dono da loja trocou por outra cópia, mas foi igual.
Assim sendo teve de ficar com o jogo.
Contactou o fabricante e descobriu que o problema estava no DRM usado que alguns leitores não liam.
Dado que um leitor de DVD é barato, ele comprou outro mais recente e trocou, mas para sua surpresa… Também não lia.
Vendeu o jogo e o leitor de DVD. Perdeu apenas uns troços, mas jurou que nunca mais gastava dinheiro em jogos PC.
Realmente, esses problemas de compatibilidade que muitas vezes acontecem no PC são muito chatos, porque muitas vezes você gasta tempo e dinheiro tentando resolver apenas para fazer uma tarefa, como rodar um jogo ou como nesse caso do DVD. Parece que está tudo certo, mas fica aparecendo esses empecilhos.