Quando a Microsoft publicita a Xbox alegando que a consola não é necessária, fará sentido para eles manter exclusivos consola?

Políticas de venda são políticas de venda. Mas quando a Xbox é a primeira a publicitar-se como algo que não requer a consola, faz sentido uma exclusividade… na consola?

Vamos lá ver… Os exclusivos servem para que? Basicamente para criar interesse por um produto, em detrimento de outros. Esse é o intuito da exclusividade, e sempre foi o motivo pelo qual as marcas optaram por elas. Basicamente o produto é entendido como uma fonte de rendimento, e pretende-se que as pessoas adiram ao produto, sendo que para isso se o torna mais interessante criando conteúdo interessante que apenas está disponível nele.

Ora neste caso o produto é a plataforma de jogos, seja ela a Playstation, seja a Xbox, ou a Nintendo, e a ideia dos exclusivos é vender as consolas que constituem essa plataforma.

Qual o interesse de uma plataforma? Bem, basicamente desenvolver e vender produtos dentro dela obriga ao pagamento de royalties, algo que é das maiores fontes de receita que as consolas obtém. Daí que interessa vender o máximo de consolas possível para que terceiros tenham interesse em desenvolver para ela, e ganhar-se assim os 30% de tudo o que se vende na mesma. Depois o vender os seus próprios jogos é um negócio extra, e que interessa que dê lucro, apesar que o intuito da criação do exclusivo é o tornar a plataforma desejada e não forçosamente o dar lucro, apesar que, claro, dar prejuízo não é algo que interesse.

Ora o que acontece atualmente com a Xbox. Bem, a consola não tem verdadeiramente exclusivos, e isto porque tudo o que sai para a consola… sai para PC no mesmo dia. E isto é um off à compra da consola que basicamente se torna opcional e não obrigatória.

Mas o Xcloud não se fica por aqui, e basicamente alcança todas as plataformas capazes de streaming. Telemoveis, TVs, sticks de streaming, e outros, todos eles tem os jogos Xbox e tem-nos no dia um! Basicamente o interesse da consola torna-se cada vez menor, especialmente quando um stick de streaming é muito mais barato que a consola, e alguns até tem a possibilidade de fazer o streaming na TV sem gastar qualquer dinheiro extra.

Basicamente o interesse da consola torna-se pouco ou nenhum.

E menor se torna quando a Microsoft anuncia jogos em outras consolas. Algo que faz sentido uma vez que, claramente, a Microsoft está a abandonar a consola e a alcançar o maior mercado possível, mas que é mais um prego no caixão da sua consola.

Mas se dúvidas há que a Microsoft não liga mais à consola, temos a mais recente publicidade, onde a Microsoft, dentro da mesma, diz claramente “Não precisa da consola para jogar jogos Xbox”. Este é o tipo de frase que nunca se usa quando se pretende expandir o produto, mas manter a consola. Num caso normal a frase seria algo “Já pode jogar Playstation em outros locais”, mas nunca referir especificamente, de forma clara e direta e com as palavras todas, que a consola não é precisa para nada.

Ora com uma pessoa a poder adquirir um Firestick a preços entre os 31 e os 79 euros, dependendo da versão e resolução desejada, e com esta filosofia de jogos no dia um em tudo o que é plataforma, faz sentido excluir a Playstation de obter os jogos XBox? Ainda por cima sendo a plataforma que mais receita pode trazer a nível de vendas?

Repare-se que isto é completamente o oposto do que a Sony está a fazer, onde apesar de pretender expandir-se igualmente para Tvs e sticks, mantem exclusividades de dois anos na sua consola, deixando bem clara que nada a dispensa e que ela continua a ser a sua aposta primordial.

Assim sendo as exclusividades Xbox não me parecem continuar a fazerem sentido… e talvez por isso os rumores que Indiana Jones sairá para a PS5 continuam a aumentar.

Xbox diehard line holder, says Starfield and Indiana Jones are coming to PS5 and will be ready for a PS5 Pro. He has sources that would know. What are your thoughts?#Xbox#Starfield#Playstation5 pic.twitter.com/O4Yb8nPpUB

— Jaydub (@JayDubcity16) July 8, 2024