Processadores Ryzen da AMD. O que valem!

Os novos Ryzen estão no mercado. E a preços extremamente competitivos. Mas o que valem eles face aos Intel?

Os primeiros benchmarks dos Ryzen mostraram algumas performances pouco coerentes, pelo que era necessário obter-se mais dados sobre o que que está passa com estes CPUs. Nesse sentido tinhamos prometido voltar assim que tivessemos mais dados.

Eis então o que conseguimos apurar baseando-nos em resultados do GamerNexus:

Benchmarks Sintéticos

Os Ryzen r7 1800X justificam plenamente os seus 499 dólares, tornando-se uma competição de respeito aos intel 6900k de mais de 1000 dólares, quando os analisamos em alguns benchmarks. Eis alguns exemplos:

TimeSpy



No TimeSpy, os valores observados mostram os i7 7700K, mesmo a 5.1 Ghz (overclock) a serem batidos por um R7 1800X com valores de fábrica. O processador da AMD aproxima-se bastante do 6900K, que custa mais do dobro do preço!

Firestrike

No FireStrike os R7 1800X batem mesmo os 6900K, obrigando a colocar estes em overclock para voltarem a passar, por pouco, os R7 1800x!

Cinebench

O Cinebench não é excepção. O R7 1800X bate os i7 6900K de fábrica, sendo, mais uma vez, necessário overclock para o Intel obter o primeiro lugar.



Rendering

POV Ray Tracing

Neste teste com o POV os AMD não ultrapassam os Intel, sendo que curiosamente o overclock até obriga os AMD a piores resultados. Mas sendo a diferença de preço mais do dobro, os resultados são próximos o suficiente para justificar a escolha dos AMD.

Blender

Os resultados do Blender voltam a revelar resultados já anteriormente conhecidos, com os R7 1800X a baterem os i7-6900K com os seus valores de fábrica!

Adobe Premier Render



Mais uma vez os i7 7700K ficam bastante para trás e a disputa é entre os 6900K e os R7 1800X, onde os valores são bastante semelhantes, umas vezes a favor da AMD outras a favor da Intel, mas sempre com uma diferença insignificante, especialmente face às diferenças de preço.

Jogos

Infelizmente é nos jogos que a disparidade entre estes processadores e os Intel aparecem. E se anteriormente não sabíamos explicar o que se passava, agora já temos pistas que nos explicam o que se passa!

Sabendo-se plenamente que haveria quem deixaria de ler mal visse esses benchmarks, tirando conclusões imediatas dos valores, achamos que é melhor, em vez de os colocarmos, dar algumas explicações do que se passa atualmente com estes processadores nos jogos, uma vez que eles não estão a representar a real performance destes CPUs.

1 – O SMT, o equivalente da AMD ao Hyperthreading da Intel não funciona exactamente da mesma forma. Infelizmente para que o vejamos a funcionar correctamente em todos os jogos tal requer alterações futuras no código dos jogos, bem como a eventual actualização e melhorias das drivers da AMD para os CPUs e dos firmwares das Motherboards.

Essa é uma realidade constantada quando vemos que actualmente há diferenças de 10% de performances entre motherboards com firmwares mais recentes e outras com a versão antiga. No que toca ao SMT, que tambem requer melhorias, atualmente temos alguns casos onde em vez de fornecer melhorias, este está mesmo a abrandar a performance dos processadores em alguns jogos, que revelam ganhos até 38% quando ele é desligado.



Este Thread do Reddit aborda ambas essas situações. Estes são problemas que se esperam com solução, mas que requerem atualizações e suporte.

2 – O outro problema passa pela má optimização que continua a existir nos PCs para o multi núcleo. Tornou-se comum os programadores aproveitarem-se da grande performance de cada núcleo individual e, devido à supremacia Intel neste mercado, preocuparem-se bastante com a divisão do trabalho em sistema com até 4 núcleos (o normalmente possuido pelos processadores intel), mas não tirando igual partido dos restantes.

Ora os Ryzen são processadores de 8 núcleos, e necessitam do bom uso dos 8 para obterem as suas performances uma vez que cada núcleo individual continua a ser inferior aos dos processadores Intel. E por esse motivo sofre!

Vamos ver o que acontece nas aplicações e o que acontece nos jogos:

Para podermos perceber o que acontece temos de recorrer a uma motherboard MSI X370 XPOWER GAMING TITANIUM. Esta motherboard possui uma característica peculiar onde permite activar a desactivar núcleos dos processadores Ryzen, nas seguintes opções:



AUTO – Uso de todos os núcleos
TWO (1 + 1)
– Uso de 1 núcleo com SMT. 1 núcleo, 2 Threads
TWO (2 + 0)
– Uso de 2 núcleos
THREE (3 + 0)
– Uso de 3 núcleos
FOUR (2 + 2)
– Uso de 2 núcleos com SMT. 2 núcleos, 4 Thread
FOUR (4 + 0) 
– Uso de 4 núcleos
SIX (3 + 3)
– Uso de 3 núcleos com SMT. 3 núcleos, 6 Threads

 Vamos ver o que acontece com estas opções num dos programas de cima, onde o R7 1800X se portou tão bem, e depois num jogo, mas desta vez com um R7 1700.

Software de Render

Aqui os ganhos são normais. 1 Núcleo com SMT rende menos que 2 núcleos reais, que rendem menos que 3 núcleos, que rende menos que 2 núcleos com SMT, que rende menos que 4 núcleos reais, que rende menos que 3 núcleos com SMT e que rende menos que com a totalidade dos núcleos. Há aqui uma perda a cada aumento de núcleos, o que significa que 2 não é o dobro de 1, 4 não é o dobro de 2, e 8 não é o dobro de 4, algo que requereria um DX 12 ou Vulkan para minimizar, mas este programa está claramente pensado para utilizar convenientemente todos os núcleos.

Há espaço para optimização, mas o escalamento de núcleos está a funcionar!



Benchmark sintético

Aqui temos vemos que há igualmente possibilidade de melhoria uma vez que o SMT está a portar-se melhor que os núcleos reais. Mas seja como for, nada do que ali se vê é chocante. A cada aumento do número de núcleos há uma melhoria clara das performances do sistema.

Mas passemos agora aos jogos:

Jogos

Comecemos por ver um caso de má atribuição de núcleos, como acontece com DoTA2 usando Open GL. Começemos pelo Open GL e o seu escalamento manual de núcleos.



Como se vê, é a total salgalhada  como acontece normalmente com o escalamento manual… Os valores máximos acontecem com 4 núcleos, mas curiosamente, neste caso os melhores resultados até se obtem com 2 núcleos + SMT (2 nucleos reais + 2 virtuais) e não com 4 núcleos reais..

Escusado será dizer aquilo que salta à vista: o uso da totalidade dos núcleos implica as menores performances de todas.

Passemos ao mesmo jogo, mas com o Vulkan

A atribuição directa de núcleos do Vulkan possui problemas com este novo hardware requerendo uma atualização. Os resultados são, como se vê terríveis!



Vamos ver outro exemplo, este não problemático no escalamento, mas que mostra claramente como acima dos 4 núcleos, o ganho é basicamente nulo!

Como se vê, os ganhos a cada núcleo extra, estão cá… mas estagnam nos 4 núcleos que normalmente é o limite de optimização colocado devido aos processadores Intel!

Basicamente o que vemos é que os Ryzen estão atualmente a sofrer de uma realidade que muito hardware recente sofre. Drivers e firmwares pouco optimizados, e software não devidamente optimizado para as suas capacidades.

As capacidades dos CPUs estão provadas como se vê em outros softwares, mas nos jogos a sua performance é atualmente muito variável!



Nesse sentido não só a AMD trabalha em optimizações, como está em contacto com os criadores de software no sentido de futuramente os jogos sairem com o devido suporte para os Ryzen. E esta situação inclui igualmente patches para os atuais jogos.

Basicamente, após tudo isto, parece que estamos em condições de dizer que os Ryzen serão efectivamente tudo o que se esperava deles, e à partida só precisam mesmo é de suporte dedicado para atingirem o seu máximo exponencial. Mas acredita-se que eles são efectivamente os processadores que a AMD precisava para competir com a Intel. E graças aos seus preços, o consumidor tem agora escolhas de elevada qualidade a preços bem acessíveis. Há apenas que se aguardar pela estabilização das performances antes de se ter essas certezas.



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