A Microsoft pode perfeitamente perder dinheiro na Xbox, pois os seus lucros são desmesurados.
Gamepass… Lucro ou prejuizo? Bem, todos sabem a nossa opinião, e com a Microsoft a não divulgar qualquer dado que contrarie a mesma, iremos continuar a pensar que a MIcrosoft não descobriu o ovo de Colombo, e como tal, sofre do mesmo problema que os restantes serviços de subscrição que criam conteúdo próprio para se aguentarem e/ou pagam altos valores para conseguirem conteúdo de terceiros.
Ora a Microsoft não é alheia a perdas na Xbox. A grande e real pergunta que podemos fazer é: A Xbox alguma vez foi lucrativa?
Mas já veremos o porque!
Antes do mais, convêm explicitar que a perda de dinheiro da Microsoft com a Xbox não acontece porque a Microsoft é uma alma caridosa. Tal como em todos os seus negócios em que se mete e onde a empresa vê a possibilidade de assumir uma posição dominante, o investimento da Microsoft é desmedido e enorme pois a ideia é sempre o entrar nesse mercado para arrasar.
Mas essas perdas não são para serem mantidas para sempre. Se isso acontecesse em todos os ramos em que a Microsoft atua, a empresa estaria a ter enormes prejuízos. Na realidade essa perda é vista como um investimento para um objectivo, e o que temos visto ao longo dos anos é uma Microsoft que investe pesado, perdendo enormes quantias de dinheiro para atingir um objetivo.
Caso o atinja, dominando o mercado desejado, a empresa começa a rentabilizar os seus produtos, podendo nessa altura aplicar os preços que bem entender. Caso não o atinja, desfaz-se ou adapta o adquirido para outro tipo de negócio e assimila as perdas que se perdem no meio dos restantes lucros.
E nesse aspeto a Xbox não será diferente. Caso a Microsoft atinja os meus objetivos, os preços ajustarão, ou a qualidade decairá, ou as Microtransações (macro?) serão uma realidade constante, de forma a que o negócio se torne lucrativo. Caso não o consiga avança-se para o plano B, que é o desfazer-se ou re-integrar os ativos em outro tipo de negócio.
O curioso da Xbox é que ela já passou por todas estas fases, e não tendo tido sucesso, desejava implementar o Plano B, que passava pela intenção de venda da Divisão. Algo que teria avançado se Steve Balmer tivesse ocupado o lugar de CEO.
Mas com a vitória de Satya Nadella, a Xbox teve uma segundo ronda de oportunidade, com um plano mais arrojado. “Se não os vencemos no mercado tradicional, vamos alterar o mesmo para algo em que possamos ter vantagem”.
E assim nasceu o Gamepass e a Xcloud.
Ora uma das situações que mais se tem abordado aqui é a viabilidade financeira de um serviço como o Gamepass. E a questão tem toda a lógica vendo-se que outros serviços de subscrição, com maior base de clientes e custos operacionais iguais ou menores, lutam com dificuldade para ter lucro.
Já do lado da Microsoft não só se permitem esquemas de adesão a baixo custo, como ainda se lançam planos familiares para diminuir a despesa do cliente. Planos esses que poderão também vir a ser alvo de iguais esquemas de adesão a baixo custo, suportados de forma oficial.
Mas como pode então a Microsoft suportar um serviço com prejuízo?
A resposta é simples, e pode ser vista aqui:
Basicamente a receita liquida da Microsoft como um todo, ao longo dos anos é absolutamente gigantesca, ao ponto de esta ser atualmente uma das empresas mais valiosas do mundo, lutando regularmente pelo primeiro lugar. Ou seja, a empresa consegue absorver sem reais danos todo e qualquer prejuízo da XBox, criando assim uma situação de desigualdade concorrencial face aos seus adversários. Aliás vemos inclusive situações camufladas que acreditamos que deveriam ser alvo de uma análise profunda das entidades competentes, por podermos estar perante processos equiparados a “dumping”.
Mas se a Microsoft tem tido lucros, o mesmo não pode ser dito da Xbox. Vamos ver!
A tabela de cima mostra o prejuízo da divisão de Gaming da XBox até 2012, e como podemos ver os valores por várias vezes passaram o bilião de dólares em prejuízo. Estima-se que ao longo dos 10 anos em que a Microsoft reportou os seus lucros, os prejuízos tenham passado os 3 biliões. Isto inclui a era da Xbox original e a da Xbox 360, a consola de maior sucesso da Microsoft.
Será no entanto de se referir que os prejuízos da Divisão de Gaming não são exatamente os prejuízos da Xbox. Ao longo dos anos a Divisão em que a Xbox se encontrava inserida sempre possuiu outros negócios. E a divisão de Gaming incluía a venda de todos os periféricos PC da Microsoft (lucrativo), o Windows (lucrativo), e outras secções igualmente lucrativas. Atualmente, a divisão onde a Xbox se encontra inclui os Surface e o Windows.
Isto quer dizer que, ao estar inserida com negócios que dão lucro, os prejuízos da Xbox na realidade são bem maiores que os da divisão, e o que se vê é a soma desses valores negativos da Xbox, com os valores positivos dos restantes negócios. Ou seja, algo amenizado!
Eis receitas da Divisão Xbox para alguns anos, incluindo alguns em comum com o gráfico de cima, para se ter uma noção da despesa.
Será ainda de se referir, por ser uma situação altamente significativa, que a Microsoft, em data de início que se desconhece, e numa situação que durou, pelo menos até 2017 (altura em que vemos ainda uma referencia a elas na contabilidade da divisão onde se encontrava a Xbox), para ocultar os reais prejuízos da consola, injetava na divisão 2 biliões de dólares anuais que advinham de Royalties que recebia do sistema operativo Android, conforme relatado pelo Business Insider.
E nesse sentido, como se os gráficos acima já não bastassem, não nos pode soar a estranho uma situação em que a Microsoft, para manter a Xbox ativa, perde conscientemente dinheiro.
A Xbox One não pode de forma alguma ter sido um ponto de inversão das tendências. A geração foi a pior de sempre para a XBox, com a perda de mais de metade do seu mercado, e cortes significativos no investimento First Party, que ficou na história como o pior de sempre. A Microsoft fechou vários estúdios e cortou significativamente a sua despesa, dando a entender que apesar da decisão inicial de Nadella, a Microsoft poderia estar em vias de fechar a torneira à Xbox.
Mas eis que finalmente se vê o novo plano da Microsoft, com o Gamepass e o Xcloud, e a torneira volta a abrir. E desta vez abriu forte, com um investimento de gigante, com o intuito de ser dada a estocada final no mercado. Algo que se traduz na compra de novos estúdios, da Zenimax, e agora a intenção de compra da Activision, que se encontra em análise pelos reguladores.
Mas a realidade é que o Gamepass gerou um aumento de receitas, conforme se pode ver na imagem anexa:
Desde o lançamento do Gamepass as receitas aumentaram. E tornaram-se significativas. No entanto não se sabe o que está a acontecer com os lucros, uma vez que o Gamepass implica um grande investimento para ser mantido, nomeadamente os pagamentos a terceiros, e a quebra de vendas, isto apesar de ser fácil de perceber que aumenta as receitas dado o constante fluxo de dinheiro que entra.
Mas os lucros, se dúvidas houvessem, não podem ter existido. Sempre que há um lançamento de uma nova consola, as receitas caem, pelo que 2013 e 2014 não terão sido grandes anos para a Microsoft, especialmente sabendo-se que a One foi muito mal recebia no lançamento pelo seu DRM e foco na TV. E em 2015 a A Mojang custou 2.5 biliões, o que anularia basicamente qualquer lucro gerado nos dois anos anteriores. A Zenimax custa depois 7.5 biliões, fazendo o mesmo a eventuais receitas dos anos seguintes, e agora a Activision, a ser comprada com um custo de 69 biliões (contabilizando igual às restantes compras, isto é, sem impostos), atiraria a Xbox desde a era Xbox One para um claro vermelho.
E note-se sempre que estamos a falar das receitas da divisão de Gaming, que inclui muito mais do que apenas a Xbox, mas duma despesa que é só para a Xbox.
Basicamente é muito difícil ver-se aqui qualquer possibilidade de lucro da Xbox até ao momento. As despesas quer as já existentes, quer as propostas, associadas ao histórico de prejuízo da consola, aos negócios pouco claros com promoções de Gamepass a 1 euro/mês por 3 anos, e agora a 68 cêntimos/mês por 3 anos, e um aumento da despesa com despesas correntes de novos estúdios que pouco tem produzido, parecem apontar no sentido de um claro financiamento de um objetivo. O de criar mercado no Gamepass!
Um financiamento que só a Microsoft pode fazer, mas que a nível de igualdade competitiva não tem nenhuma.
Como nota, dado que esta conversa surgiu nos comentários recentemente, uma conta muito comum na Internet para justificar a viabilidade do Gamepass é a seguinte:
25 milhões de utilizadores a 12,99 euros são 324, 75 milhões por mês ou 3,897 biliões por ano.
Se desses 324,75 a Microsoft gastar todos os meses metade em novos jogos de terceiros, ainda restam 162,375 milhões, o que dá para financiar um jogo novo AAA todos os meses.
E quando há pessoas que fazem contas destas, eu só posso dizer que no que toca a economia elas tem de voltar para a quarta classe!
Dando um exemplo, a Sony tem anualmente uma receita de 25 biliões… A Microsoft 16 biliões. Estamos a falar de valores bem superiores!
Se subitamente as receitas de 16 biliões da Microsoft obtidas com vendas passassem a ser geradas pelo Gamepass, vamos fazer a contas para ver quantos assinantes o serviço teria de ter.
Assim, 16 biliões a dividir por 12 meses, daria 1,33333 biliões por mês, o que a 12,99 requeria 102,463 milhões de assinantes.
Ou seja, se a Microsoft recuperasse o seu mercado da Xbox 360 para o melhor que já teve, que foi de 86 milhões, e todo ele aderisse ao Gamepass, pagando os 12.99, estaria a ter bastante menos receita do que antes. E somente com 102 milhões de assinantes ela equilibraria as conta face às receitas que obtém atualmente, contando com as vendas.
Mas neste momento, entre Xbox e PC, o último número divulgado para o serviço está nos 25 milhões. Porquê? Será que as pessoas não querem um serviço tão barato como este?
Querer querem, mas as pessoas olham para os relatórios das empresas mais transparentes. E o que veem?
Que a Sony, com 25 biliões de receita, tem uma margem de lucro face à receita de cerca de 20% ou 5 biliões… Daí que pensar que aqui com o Gamepass a margem de lucro face à receita é 100% é, no mínimo, ridículo. Mas é isso que ali está, com a totalidade do dinheiro que entra a ser contabilizado como disponível para uso.
Para além do mais, esta receita assume que todos os utilizadores estão a pagar os 12,99 euros que custa o serviço, ignorando que há uma grande fatia, que não sei quantificar mas mesmo assim uma grande fatia, quanto mais não seja porque não há nada de ilegal no processo, e ele está dado a conhecer em diversos locais, que assina por uma ninharia.
Daí que atirar a receita para os 324,75 biliões, e tornar isto tudo em igual lucro, é claramente algo que só pode existir na cabeça de alguém muito pouco honesto.
Perfeito, meu “Papa” Mário, como disse um colega! 🤣
Só acho engraçado é que, apesar das minhas inegáveis preferências e gostos, na verdade não costumo olhar pras coisas com uma “visão religiosa” e sem críticas.
Mas sabe como é, nas discussões, pra alguns, é sempre melhor desqualificar o argumentador que mostrar que os argumentos dele não se sustentam. 😀
A MS tem histórico, as contas mostram, e o cara não se pergunta porque a MS insiste e em vez de melhorar a gestão até mesmo a pensar na sustentabilidade do ramo está a entornar dinheiro massivo num negócio que está à décadas praticamente no vermelho… Que tipo de investimento se busca a manter prejuízos? Mas há quem só pense no hoje sempre! Ou simplesmente segue o “Papa” como disse o colega! 🤣
Está na hora de alguém colocar a verdade escondida ao de cima e não estimar a quota de mercado apenas pelas receitas. É que isto dá um jeito doido à MS. Na verdade quem já é líder de mercado é a MS. Apenas querem destruir a concorrência.
Vê o descaramento do Nadella a afirmar que são o 4º ou 5º do mercado e que tem direito a serem concorrenciais. Uma mensagem clara para os provedores. Aliás de duas leituras. Ou que se estão completamente nas tintas para eles (atitude que pode sair cara como foi já no passado) por acharem que não têm poder para fazer frente à MS, ou o contrário, ou seja a necessidade da intervenção ao mais alto nível por receio. De qualquer maneira mentem com todos os dentes e passam incólumes. É isto que acho ridículo é uma autêntica farsa.
eu não sei como a MS ainda está insistindo.
pandemia, GP no PC e xbox, tem menos de 25M¹ de assinantes
o xbox 360 no EUA teve ~80M de base de usuário, suponho que quase tudo foi venda no EUA, já que vendeu mais que o wii lá e eles não conseguem isso de assinante dando por 1 real?
netflix já bateu teto de 220M de assinantes
todos os indicadores dizem exatamente o contrário, que o GP e xcloud não irão emplacar.
qualquer um aqui sabe qual a proporção de assinantes de “serie e filmes” vs “jogadores de video game”.. eu digo que é ~1/10. Cada 10 assinantes do netflix, um assinaria xcloud.
Unica explicação que eu imagino que eles ainda devem acreditar que irão conseguir pegar usuários de “jogo de celular” para assinarem o xcloud
cada geração tem um idiota que acredita no sonho do “usuário casual”
lá dentro devem ser igual os fanboys do xbox “espera isso, que agora vai”
compraram a bethesda e não teve comoção na internet com starphill “não saindo no playstation” ai agora “ahhh a bethsda não deu, espera a aquisição da activision”
Eles já devem ter mais de 25 milhões. Simplesmente não subiram como esperavam, e por isso não divulgam números.
Duvido, a pandemia passou e eles perderam mais assinantes que entraram novos.
A PSN perdeu, obvio que o GP tb deve ter perdido
Mas eles agora tem as promoções em que duplicam o tempo de adesão se meteres um cartão de crédito, e onde se usares vários cartões de 3 meses consegue assinar 3 anos por alguns centimos por mês.
Só insistem porque podem, MS nunca aceitou muito bem ter um mercado paralelo ao do PC pra jogos, por fora do seu Windows, mesmo com o fracasso do Windows Games eles querem é que só exista o Windows como plataforma, entraram no mercado pra levar o que se tem nos consoles pro PC, e até têm conseguido se não fosse pela insistente e dura Nintendo, mas não se preocupam tanto porque se conseguem fácil, mesmo que de modo ilegal, se levar tudo da Nintendo pro PC.
O problema é que a MS deu muita atenção ao Playstation e veio a Google e deu uma bela rasteira neles com o Android, e a Apple ressurgiu das cinzas com dispositivos voltados à elite… Agora, com os serviços, tentam reverter as perdas, destruindo ou tentando dominar tudo de dentro pra fora, por isso essa insistência nos serviços, é o único jeito de imporem um cavalo de tróia noutras plataformas e SOs… E depois o serviço vai conter tudo que o sujeito precisar, sendo o SO ou plataforma alheia mera camada de abstração pra se usar o serviço (ecossistema – ou SO dentro de outro SO) deles porque um serviço é isso, um sistema dentro de outro sistema.
Serviços podem nem ser o futuro, mas certamente são o único futuro possível pra MS, por isso tanto alarido nesse sentido dos micos amestrados.
Faz sentido, a plataforma deles esta morrendo, todo mundo usando celular no lugar do PC em casa.
O windows desktop doméstico que sobrou é “maquina de Steam” e o Steam OS esta vindo aí
O desespero é tanto no desktop doméstico que windows é praticamente grátis para usar em casa.
O windows phone morreu.
Eu não sei o porquê que os reguladores não exigem a abertura do balanço financeiro do Xbox. Aí já mostraria muito claramente o qie estão tentando fazer com o mercado.
Porque isso adiantaria pouco pois eles adulterariam a coisa, misturando situações e depois dizendo que não conseguem separar pois sempre contabilizaram assim.
Quando me falam em gaming, falamos de que? A divisão inclui o Windows e o surface, pelo que é fácil passar valores de uns lados para o outro. E as vendas de teclados, ratos, phones e outros? Inserem-se onde?
E quando se fala em serviços da Xbox fala-se de que? Live e Gamepass? As microtransações são contabilizadas onde? Certamente aqui!
Isto é tudo complexo, e não sei se seria fácil descortinar os bastidores disto e perceber exatamente o que rende o quê.
Não li o artigo todo mas prometo faze lo porque gostei do que li, no entanto um anúncio eu vou lançar uma consola no mercado, não tenho o dinheiro dos meus rivais? É mete-los em tribunal por concorrência desleal e por tudo o que me possa beneficiar.
Já sei qual vai ser a resposta mas fica ai a ideia no ar.
E juca não me esqueci de ti, vou preparar quando puder uma resposta exclusiva para ti.
Tá, vai juntando as performances aí da DF, quem sabes muda a realidade dos fatos! 🤣
Mas não quero que atrapalhe seu trabalho e suas férias por isso, então, só quando não tiveres nada de melhor pra fazer! 😀
E é sempre bom lembrar-se que é da classe operária, e que teu patrão não podes tudo só porque tem mais dinheiro do que tu, por isso fizeram-se leis e por isso uma sociedade pode existir, apesar de já ter havido muita coisa errada como a escravidão e ainda haver muitos absurdos!
A MS pode fazer o jogo maravilhoso que quiser que iremos aplaudir, pode fazer o console fabuloso que quiser, com uma 4090ti que iremos aplaudir… O que ela não pode é querer mudar o mercado comprando a todos e certamente tentando prejudicar a concorrência com aquisições que só ela ou alguns poucos fora desse mercado podem e práticas que minam negócios alheios.
Ao contrário do que pensas, provavelmente tu não gostarias de viver num mundo sem ética e sem leis onde os fins justificam os meios. A lei do mais forte já ficou no “tempo das cavernas”, é preciso co-existirmos.
Desculpa dizer isto Rui, mas por vezes parece que estou a falar com crianças. Tu devias ter um bocado de noção do que é concorrência desleal, e o que é ser mais capaz financeiramente. Porque são coisas bem diferentes.
Se tu tens mais capacidade, tu entras no negócio e fazes melhor que os outros. Crias mais estúdios, crias melhores jogos, lanças mais jogos, crias o melhor hardware. E concorres!
A Microsoft sempre foi mais rica que a Sony, mas no campo da concorrência falhou redondamente. Não criou estúdios, não criou IPs, não lançou jogos, não teve o melhor hardware.
Noutra situação, não houvesse o poderia financeiro da Microsoft, a Xbox tinha sido um Flop, e tinha ido ao charco.
O que se passa agora é desleal. Se não os podemos vencer e nem os podemos comprar… Compramos o resto.
Quando os outros compram um estúdio aqui e outro ali, a Microsoft está a entrar e a comprar aos camiões. Em vez de comprar estúdios compra distribuidores completos de cada vez.
E em vez de comprar estúdios que já quase trabalhavam em exclusivo para eles ou que nunca lançaram nada, ou que eram multi e se mantém multi, está a adquirir estúdios de topo, detentores nos maiores IPs e a querer tê-los como exclusivos.
Isto não é concorrer… Concorrer é lutar de igual para igual. A Microsoft está a querer impor-se no mercado à custa não da sua competência, mas comprando a competência dos outros e mais do que isso, privando os concorrentes dos jogos que mais vendem nas suas plataformas.
E isto é o que está em causa, é o que está a ser analisado pelos reguladores, pois caso se entenda que a Microsoft está a crescer no mercado à custa do prejuízo de terceiros, e criando uma posição dominante no mercado, a compra será barrada.
Enquanto as pessoas não perceberem que o mundo não é dos ricos e que a questão da justiça igualdade e lealdade não são para serem ignoradas, mas sim trazidas para a discussão uma vez que há entidades reguladoras que tem como função garantir isso mesmo, vamos ter um mundo de merda.
Num exemplo paralelo, eu abro os jornais e leio sobre como o FC Porto está mal por já ter perdido pontos, como o Taremi é um gajo que “mergulha”, etc. Mas no dia 16 a PJ divulgou o relatórios das investigações sobre o saco azul do Benfica e acusa o LFV e outros se usarem o Benfica para lavagens de dinheiro e negócios pouco claros.
Mas alguém fala sobre isso? Não, está tudo calado. Porque o domínio do Benfica sobre a comunicação social é de tal forma que só se fala do que eles querem. Basicamente eles fazem da realidade aquilo que eles querem que seja.
Pois bem… Neste site ninguém manda… E quando há injustiças eu falo delas, quer gostem ou não. E só peço que não argumentem com disparates pois aqui as coisas são o que são e não aquilo que se quer que sejam. E a realidade é que a Microsoft, ao contrários das compras dos outros, viu a pretensão de comprar a Activision a entrar numa fase de investigação mais aprofundada por se acreditar exatamente naquilo que se fala aqui, que podem estar a prejudicar terceiros.
Capitalismo selvagem, quem pode mais chora menos, em particular me parece que a Microsoft quer monopolizar o mercado de qualquer forma, vejo isso como unica justificativa sensata para sangrar tanto, pois uma vez com a industria na mão a mesma pode cobrar o quanto quiser por seu serviço e jogos e assim recuperar tudo que investiu.
As empresas ainda estão tentando tornar esse mercado de streaming lucrativo, vide spotify, netflix, entre outras que operam no vermelho, segurando o prejuizo, a propria amazon operou muito tempo dessa forma e por fim se tornou esse monopolio que é hoje.
Minha preocupação desse modelo de negocio na industria de jogos é que a qualidade dos mesmos caia, pois todos sabem que fazer um bom jogo custa (muito) dinheiro, que dificilmente se pagara por uma assinatura, com preço que lhe é cobrada atualmente.
Particularmente não gosto da ideia, pois amo video jogos e não gostaria de ver a industria se tornar no que hoje é o modelo mobile.
A diferença da Amazon é que ela fez isso num mercado onde jão havia concorrentes. E a outra diferença é que antes não havia as regras de Fair trade que há hoje.
Os estados preocupam-se com a existência de empresas que tem mais poder que alguns países…
Há diferenças mas o objetivo é o mesmo Mario, monopolizar.
Talvez os estados se preocupem, mas vejamos o que fará de fato sobre…
Ao que parece, Márcio, esse é o receio de quase todos nós por aqui, queremos bons jogos, independente de onde se prefere jogar e receiamos por um futuro oligopólico mais concentrado ainda e de baixa qualidade do conteúdo. Adoraria ver uma EA ser comprada pelo Google, Disney, Amazon ou Apple e que entrassem pra valer nesse ramo, quem sabe até com outro console… Isso talvez inibisse o espírito imperialista da MS nesse mercado do qual gostamos e que parece ser bastante prejudicial a ele.
É complicado meu amigo.
Sobre aquisição não vejo como algo tão simples, acredito que independente do player que entrar no mercado não é facil gerir um estudio, pior ainda varios estudios é preciso ter knowhow e a MS é um exemplo de má gestão, diria que ainda pode ver a acabar com varios estudios adiquiridos recentemente, como aconteceu com skype, nokia…
Acredito que a Sony e a Nintendo tem o prestigio que tem pois levam a serio sua divisão de jogos, e o fazem com amor, que é perceptivel quando se joga um titulo publicado pelas mesmas…ja outras empresas que só visão o lucro acima de tudo é outra historia. (não que Sony e Nintendo tambem não visem lucros, mas ha enormes diferenças.)
Excelente texto. É importante destacar que o argumento da mídia sobre a lucratividade da divisão Xbox vem de uma entrevista do Phil que diz “Eu sei que muitas pessoas gostam de escrever sobre isso, que estamos queimando dinheiro agora para um futuro pote de ouro no fim. Não. Game Pass é muito, muito sustentável nesse momento como está e continua a crescer”. A questão está nos detalhes. Primeiro não sabemos quanto a Xbox paga a Microsoft por sua estrutura. E o mais importante, o gamepass é sustentável. Não o Xbox. E na conta do gamepass não entra os estúdios, tão pouco os gastos com desenvolvimento, produção e venda de consoles. Logo o Phil pode não ter mentido, mas esqueceu de contar a verdade.
Sofisma é a linguagem do mentiroso eufêmico! 😀
Ele continua a dizer que o Gamepass é sustentável. E sustentável não implica lucros, apenas que é algo que eles podem e conseguem sustentar.
Tu quando tens um filho, também o sustentas… E se aguentas isso é sustentável. Mas não te traz lucro, apenas despesa.
Exatamente Mario aí eu te pergunto porque manter algo e investir tempo é dinheiro em algo que não dá lucros?
Ou pra monopolizar e depois reaver esses investimentos ou partir pra um próximo projeto que dê lucros afinal é o que importa…
Ótimo artigo. Eu acho que a MS além do domínio do mercado de jogos deseja:
1 desestruturar a concorrência e/ou eliminar a concorrência; 2 eliminar a necessidade de consoles; 3 fortalecer e a plataforma Windows para evitar uma desatualização da mesma. Acho que a luta não é só contra a Sony, ela pretende combater a Apple e a Google também. A escala financeira desta epopeia vai além de Xbox e Playstation.
Certamente que sim, Júlio, é tudo isso e mais alguma coisa, e sem qualquer teoria conspiratória, há uma guerra inclusive midiática e às claras mandando mensagem, é inibir a concorrência e novos players inclusive com frases como “All-in”e “as aquisições ainda não acabaram”…
Só um objetivo muito grande pode justificar os investimentos e prejuízos que a MS faz e tem. Você acha que em 2023 teremos um quadro melhor no que se refere ao Gamepass ? Será que teremos jogos em fatura e qualidade?
Fazendo meras especulações, acredito que sim, sobretudo se for concretizada a aquisição da Activision.
Para o próximo ano Starfield e Forza Motorsport (penso que só isso já seria melhor que esse ano) já são quase que certos e é de se esperar mais alguma coisa dos estudios próprios da MS, mesmo que AAs, fora que a MS sempre tem pago pra ter um ou outro lançamento de terceiros em seu catálogo.
A curto prazo o Gamepass deve receber AAAs, mas acredito que em médio (mais de 3 anos) e longo prazo (próxima geração de consoles, se houver), foquem menos em qualidade (AAA) e se concentrem mais em tentar ter um fluxo maior de novidades próprias que estar a produzir AAAs.
Semi off:
estou assistindo A Casa do Dragão e Os Anéis de Poder.
duas series com um caminhão de dinheiro, “nome” de alto impacto feitas para atrair assinantes para o super serviço, HBO Max e Prime Video.
Vários erros de roteiro, varias coisas mal pensadas que tu assisti e disse “como assim?”
Explodem um navio, dois caras saem dele nadando (um é o culpado e outro estava lá por coincidência) e são achados, todos sabem que foi um atentando no navio mas ninguém suspeita “das ultimas pessoas vistas na cena do crime” e era isso, nada mais. o Sujeito lá simplesmente não entrega o outro como autor “pq sim”
O Filho mata o pai e o irmão com um plano super complexo, não mostra nada de como ele fez, e o plano dá perfeitamente certo… sequer é citado pelo sujeito e por quem sabe “tu matou o teu pai e irmão?” e na Série só da para saber o parentesco por causa do Nome.
Sabe, nada me tira da cabeça que isso ai foi “forçado”. Ninguém queria fazer essas duas séries foram forçadas, coisa que não sairia do papel a uns 15 anos atras pq “não parece que esta bom” mas como hoje precisam fazer série “com nome e orçamento” para atrair público, temos isso ai.
Imagine o tanto que irão ordenhar a “vaca” das franquias famosas no “serviços” de video game… “tem que lançar assim mesmo, é por 1 real e se queimar o nome azar, não pode cancelar o jogo nem fechar o estúdio” (halo, i343 e the initiative)
House of dragons não vi… Aneis do poder é um atentado de tal maneira ao Tolkien que deixei de ver após o primeiro episódio.
Bate dizer que as armaduras são inspiradas no grego antigo e Tolkien inspirou-se na Europa medieval.
Meu Deus! Obrigado por relatar isso. Já estava com um pé atrás com essa série e agora que risco de vez da minha lista. Como um cara que leu toda a obra de Tolkien diversas vezes, não tem como eu cometer o erro de ver essa série.
A tal liberdade poética da adaptação! 🤣🤣🤣
Tu perdeu o Barco maluco explodindo hahahahhah
Mas isso que vc falou é o de menos… ta cheio de erro de roteiro igual esse ai do Barco.
Estou gostando de House of Dragons, não assisti o de ontem ainda, e não fico procurando defeitos, olhando pra aquilo como um mundo de fantasia que é. Agora, não dá pra reinventar a roda…
Essas questão de séries são um tanto complexas, mesmo GoT, que considero a melhor série que já assisto, é muito bom até a 4 temporada, tem uma queda considerável de enredo, e volta pra ter seu ápice com a entrada daquele sujeito que molesta a Sansa, e ruma para um fim morno, pra não dizer um tanto decepcionante, com alguns acreditando que forçaram uma mudança de personalidade de última hora, apesar de eu não achar tão assim.
Sobre o Sr. dos Anéis, eu só consegui assistir a primeira trilogia, esses dos “anões” tentei assistir várias vezes e sempre larguei por achar bem chato, a série, já nem tentei… 😀
Eu nao procurei defeito não, tive que procurar o Nome do cara no Google para ter certeza que era o filho e irmão mais novo…
Eu não quis acusá-lo de nada, quis dizer que nesses casos tento assistir com meu senso crítico mais brando, e sem buscar comparações, porque se não, ao ver dragões, já desligaria logo a TV! 🤣
Agora, inegavelmente, o pessoal que lê essas obras e busca fidelidade absoluta, tá ferrado… Dizem que ao menos Sandman parece ter sido respeitado… Não li, mas achei a série boazinha e assistível, traz ideias interessantes.