Porque motivo a Microsoft conseguiu atingir os seus objectivos para 2017/2018 com a Scorpio!

Seja a Scorpio um sucesso ou não, o anuncio da mesma parece ter ditado que a Microsoft acabou de sair por cima nos seus objectivos, pelo menos para 2017 e 2018.

A maior revelação da E3 2016 veio da Microsoft com a Scorpio. É uma nova consola, e é desenhada para correr os jogos da One a 4K e com fotogramas mais estáveis.

É, tal como a Neo da Sony, uma revolução a nível do conceito de consolas. Tratam-se de consolas de meio de geração, que não terão exclusivos, mas apenas farão melhor aquilo que as consolas já existentes fazes. Resumidamente, as consolas passarão a ter atualizações de hardware relativamente regulares, algo que poderá ser bem aceite por alguns, mas poderá ser muito mal aceite por muitos outros.

Pela primeira vez na história, estas novas consolas são lançadas antes das antigas estarem obsoletas, atualizando o hardware mas ao mesmo tempo fragmentando a base de utilizadores.



Basicamente com estas consolas de meio de geração há aqui algo de inédito neste mercado, e cujas consequências são imprevisíveis. É um mexer com o mercado que pode funcionar… ou correr muito mal. Mas a questão é que, dê por onde der… a Microsoft sai sempre por cima! E nesse aspecto garantiu o sucesso para os próximos anos. E vamos explicar o porque, sendo que todas as linhas que se seguem se baseiam parcialmente e, dados não oficiais existentes, e onde a Scorpio se revela mais potente que a PS Neo.

Basicamente a Microsoft começou o assalto ao PC à uns tempos com o anuncio da Plataforma Xbox. É o programa “play anywhere” que permite a compra cruzada (uma compra para tanto o PC como a consola), partilha de troféus, cross play, e mesmo partilha de saves. E se para já ainda há poucos jogos suportados, esta é uma estratégia para o futuro e que mostra que a empresa está interessada em deitar a mão ao Gaming no PC, e nesse sentido tenta levar o sucesso da Xbox para essa plataforma, apostando assim em simultâneo nos dois campos.

Ora esta situação parece ser um contra-senso para uma empresa que aposta igualmente em consolas. Porque com ela, e com os exclusivos consola no PC, a compra de uma Xbox oferece menos benefícios face ao PC do que acontecia antes onde a consola se destacava pelos exclusivos.

E com o PC a ser a única plataforma Microsoft a manter exclusivos (muitos jogos não saem para consolas), este novo conceito de consolas lançadas regularmente e com atualizações de hardware, associada a constante criação, por parte da Microsoft, de novas iniciativas que tornam o PC cada vez mais parecido com uma consola, levando as vantagens das mesmas para lá, a proposta PC torna-se mais atrativa face às consolas a cada dia que passa (Há mesmo rumores sobre um possível lançamento da Dashboard Xbox para o PC, o que permitiria que com a mesma executada o PC com Windows 10 tivesse um funcionamento e facilidade de uso em tudo idêntico à consola).

Ainda por cima, com os conceitos introduzidos pela Scorpio e a Neo das consolas atualizáveis, a realidade de custos das consolas torna-se muito pouco diferente da realidade PC, e essa situação vai eliminar mais uma das vantagens que estas tinham e que fizeram mesmo muitas pessoas migrar para elas.

Depois é fácil de perceber que um utilizador aceita mais facilmente a ideia de upgrades num PC que sempre viveu com os mesmos, e se encontra sempre na crista tecnológica, do que em consolas onde em 40 anos sempre nos habituamos a gerações espaçadas e a um grande retorno do investimento no hardware, e onde os upgrades serão sempre ultrapassados face à realidade do PC. Daí que a possibilidade do mercado consolas perder muitos utilizadores que retornarão ao  PC perante estas novidades é uma realidade clara e palpável que existe.



Ora se esta situação pode ser preocupante para o futuro da Sony que depende do sucesso da Playstation para sobreviver, e é certamente um contra-senso para a Microsoft no que toca à consola Xbox.

Mas no entanto, a realidade é que a Microsoft não tem verdadeiros problemas com isso. Diga-se mesmo que o fim das consolas (não efectivamente, mas no conceito em que sempre as conhecemos) seria o mínimo dos seus problemas! Dada a incapacidade da Sony de fugir igualmente para os OS suportado por si, terminava com a concorrência da Sony na área do gaming, e teria como plataforma privilegiada e em crescimento o PC com o seu Windows 10. E não fosse o Windows e seus produtos a maior fonte de receitas da Microsoft, caso tal viesse a acontecer, isso nunca seria visto como mau para os lados da Microsoft. Aliás, ao contrário das consolas onde há despesas com a criação, desenvolvimento, marketing, assistência e vendas, do hardware, o windows 10 é, comparativamente, tudo lucro, ao ser apenas software.

Resumidamente, mesmo que o seu ecossistema de consolas saia prejudicado com as alterações que por aí vem, a Microsoft não perde verdadeiramente!

Esta é a arma não tão secreta da Microsoft. A Xbox One não vendeu tanto como a PS4, mas o windows é a plataforma de jogos maior do mundo. E se as consolas sofrerem é o PC que fica com a fatia. Basicamente, se as consolas fracassarem a Microsoft ganha de qualquer maneira ao se manter no gaming e passar a ter o Windows 10 como um OS privilegiado para jogos!

Mas caso, por qualquer razão, após esta mexida no mercado com as consolas de meio de geração, as mesmas se mantiverem fortes, a performance pura prometida para a Scorpio permite garantir um domínio por algum tempo face à NEO. Ou seja, dê por onde der, a Microsoft parece que garantiu que, pelo menos para 2017/2018, o sucesso do seu negócio, batendo a Sony nesse período.



Falta agora  apenas saber se a Neo terá ou não as especificações que os rumores afirmam que possuirá!

Infelizmente, neste negócio das consolas não há só Sony e Microsoft. Há um terceiro elemento que é o consumidor. E como fica ele no meio de tudo isto?

Bem, quanto a nós jogadores, com estas jogadas das novas consolas Sony e Microsoft, veremos aquilo que nos levou a sair dos PCs (a durabilidade do investimento e ausência de upgrades) a desaparecer, e tudo porque a ganância comercial não quer mais manter produtos que duram vários anos e que ficam atrás das da concorrência (isto, infelizmente, aplica-se a todas as empresas). E a única forma de garantir que isso não acontece isso é lançar sempre uma produto melhor que a do oponente antes do oponente. Mesmo que isso torne as consolas um outro mercado PC a nível de upgrades e que desta forma se mate o conceito das mesmas que durante 40 anos as tornaram um sucesso.

Basicamente, a ganância empresarial, destruiu um modelo de produto que permitiu, durante dezenas de anos, a criação de uma base de utilizadores de consolas associada a uma metodologias de funcionamento e modelo de custos, que permitia um certo tipo de investimento acessível e a criação de um modelo de acesso aos videojogos, que se tornou uma paixão para muitos.

Seria bom que pelo menos um dos três grandes viesse a público garantir que as suas consolas continuariam a sair usando as políticas que durante 40 anos as caracterizaram, não lançando consolas de meio de geração, sendo que atualmente, e nesta fase, o único que aparenta ainda estar em condições de tal é a Nintendo.



Porque se o fizesse, poderia ter a certeza que a sua consola seria a minha preferência para o futuro, pois o conceito de upgrades que a Sony e Microsoft nos propõem… não me interessa!

Mas claro… nem todos são obrigados a pensar assim! E poderá haver quem esteja muito feliz por poder vir a gastar mais dinheiro em consolas que no fundo… vão fazer exactamente o mesmo!



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