Teoricamente sim, apesar de historicamente haver cada vez mais desfasamento entre consolas e PC.
Quando se fala da possibilidade de as futuras PS5 e Xbox Scarlett poderem ter performances aproximadas às de uma RTX 2080, há quem feche a porta ao diálogo alegando que tal nunca será possível!
Mas a realidade é que a impossibilidade não existe! No passado as consolas até eram mais potentes que os PCs, apesar de a diferença estar aumentar a cada geração que passa, sendo que atingiu o expoente máximo na atual geração.
Mas mesmo assim, a atual geração estreou muitas novidades que não existiam no PC! Mas vamos por partes, e vamos seleccionar aqui algumas consolas para comparar com os PCs da altura do seu lançamento.
Dreamcast
Data de Lançamento: Dezembro de 1998
Especificações: GPU PowerVR CLX2 (100 MHz) – 1.4 GFLOPS
GPU mais potente no PC na altura do lançamento: 3DFx Voodoo 3
Data de lançamento: Finais de 2018
O hardware da Dreamcast era um achado. Basicamente ela era uma versão com um GPU mais lento e com menor largura de banda do usado na Máquina de arcada Naomi, que custava mais de 10x o custo da Dreamcast.
Comparativamente ao PC, a Dreamcast revelou-se mais capaz durante os anos de 1998 e 1999, batendo as performances dos melhores PCs. O CPU, um HitachiSH-4 era capaz de calcular grafismo 3D mais rápido que um Pentium II de 1998, e mesmo que um Pentium III de 1999. O seu GPU , o PowerVR CLX2 usava já a tecnologia tile rendering e isso permitia-lhe possuir um fillrate e maior débito de polígonos que uma Voodoo 3 e mesmo uma Geforce 256 lançados em 1999.
Por esse motivo a Dreamcast era, no seu lançamento, mais capaz que um PC.
Xbox
Data de lançamento: Novembro de 2001
Especificações: GPU Customizado Nvidia Geforce3 (233mhz) – 7.3 GFLOPs
GPU mais potente no PC na altura do lançamento: Geforce3 (200Mz)
Data de lançamento: Fevereiro de 2001
Comparativamente ao PC, a performance do seu GPU caia entre uma Geforce 3 e uma Geforce 4. Tal devia-se ao vertex shader adicional presente no ASIC, e que duplicava o débito de vértices quando comparada a uma Geforce 3. A velocidade de relógio era igual à da Geforce 3, mas mais lenta que a da Geforce 4 que se iniciava a 250 Mhz.
A Geforce 4 só foi lançada em Fevereiro de 2002.
Pelo exposto, o GPU da Xbox era mais capaz que os dos PCs no seu lançamento.
Xbox 360
Data de lançamento: Novembro de 2005
Especificações: GPU Customizado da AMD, denominado “Xenos” (500 Mhhz) – 240 GFLOPs. 48 Shader Pipelines unificados, sendo o primeiro GPU com shaders unificados.
GPU mais potente no PC na altura do lançamento: AMD X1800 XT (500Mz), com 16 pixel Pipeline & 8 Vertex pipelines
Data de lançamento: Outubro de 2005.
Comparativamente ao PC o Xenos batia claramente a X1800 XT, e introduziu uma pipeline com 48 shaders, bem como usou EDRAM para subir a largura de banda. Estas caracteristicas só apareceram no PC com a X1900 XT lançada em Janeiro de 2006
A Xenos estava muito aproximada da arquitectura da R520 e muito similar à ATI Radeon X1900 no que toca a performances. Mas a Xenos tinha conceitos que foram depois usados na arquitectura Terascale, tal como a arquitectura de shaders unificados.
Basicamente, a nível de GPU, quando foi lançado, o GPU da Xbox 360 passava o que de melhor havia no PC.
Playstation 3
Data de lançamento: Novembro de 2006
Especificações: GPU Customizado da Nvidia, “RSX” (550Mhz) – 192 GFLOPS.
GPU mais potente no PC na altura do lançamento: GPU: 7900 GTX (650Mhxz)
Data de lançamento: Março de 2006
O GPU da PS3 era baseado na Nvidia 7800GTX e de acordo com a Nvidia era uma arquitectura híbrida entre a G70 e a G71, conhecida como NV47, e com algumas modificações.
A PS3 era suposto ser lançada em 2005, mas foi adiada porque o sofware não estava pronto. Mas o seu hardware estava já definido em 2005, pelo que se comparamos a RSX com a 7800 GTX de 2005, ela era superior de muitas formas. Mas o factor que distinguia a PS3 eram as capacidades adicionais que eram acrescentadas ao GPU pelo CELL, e que lhe permitia uma performance gráfica bem acima do que a 7800 e mesmo a 7900 permitiam.
O principal a tirar-se daqui é a percepção que as consolas sempre foram líderes em questões de inovação técnica, que na altura do seu lançamento excediam aquilo que o PC possuia. A excepção em toda a história foram a Xbox One e a PS4.
O resto permite ver que a realidade é que as consolas tem vindo a perder terreno face ao PC a cada geração, sendo que na geração actual, Xbox One e PS4 foram, pela primeira vez, inferiores ao melhor hardware de PC existente.
E aqui tivemos um maior foco no GPU, pois se formos a ver, o Emotion Engine da PS2 e o Cell da PS3 basicamente esmagavam tudo o que era oferta nas devidas alturas no PC.
Há no entanto uma grande diferença entre a actual geração e as anteriores. Nas anteriores houve um grande investimento para a criação de hardware proprietário, algo que na actual não aconteceu ao mesmo nível.
Aqui não sabemos exactamente como a coisa será, mas a Sony e a Microsoft poderão ter contribuído para o desenvolvimento do RDNA, e assim sendo, poderão ter condições de parceria com a AMD, que lhes consegue preços bastante baixos, e competitivos.
Mas mesmo na actual geração temos claros exemplos de avanços tecnológicos nas consolas que não existiam no PC no seu lançamento, sendo de destacar o que foi introduzido pela PS4 e pela PS4 Pro. A PS4 apresentava 8 unidades ACE, algo que só apareceu no PC na RX 290X lançada posteriormente. E da mesma forma a PS4 Pro foi a primeira a apresentava um GPU Polaris com características da Vega que só apareceria posteriormente.
Daí que as portas não estão fechadas, e sabemos que a futura geração será diferente da actual. Não só as consolas são esperadas como sendo mais caras, como se espera que as marcas vendam as consolas com uma boa margem de prejuízo. É o retomar de uma situação que sempre aconteceu, excepto na geração passada, onde o prejuízo era ridiculamente baixo e poucos meses depois as consolas da Sony já estavam a dar lucro.
Nota: Artigo escrito baseado em post do utilizador Tqaulity, e postado no NEOGAF.