A polémica dos NFTs, e o seu pouco interesse, sempre foi um tema consensual nas discussões tidas neste website. Mas será que com a nova tomada de postura de Phil Spencer, a coisa continuará a ser assim?
Os NFTs (Non Fungible Token ou Token Não-Fungível) são uma tecnologia que não foi verdadeiramente adotada pelo mercado. Não só a adesão foi pouca, como os casos de burlas com NFTs são gigantes.
No segmento gaming, já houve quem se pronunciasse sobre o assunto, e vimos empresas como a Ubisoft, a SEGA, a Konami, A EA, a Square Enix e a Nintendo a pronunciarem-se a favor dos mesmos. Mas a coisa não tem sido consensual com outras empresas, como o Steam a mostrar-se contra. Aliás mesmo as empresas que o defenderam, como por exemplo, a EA, que adoptou os NFTs, acabou por os abandonar devido às polémicas por eles geradas. Mesmo a Microsoft experimentou os NFTs, mas sem grande sucesso, sendo que a Sony já questionou os seus utilizadores sobre eles, tendo a receção sido muito má. No caso da Microsoft implementou-os no Minecraft, tendo acabado com eles posteriormente, sendo que as razões foram mais económicas do que outra coisa.
Efetivamente a Microsoft fica com 50% de todas as receitas geradas por terceiros dentro do seu jogo, mas no entanto, isso não acontecia com os NFTs. Daí que o motivo pelo qual a Microsoft acabou com eles foi apenas por estes não lhes estarem a dar a receita que eles queriam.
Talvez por isso, a Microsoft não esteja contra os NFTs… desde que a sua margem de lucro se mantenha.
A realidade é que durante uma entrevista à Bloomberg, Phil Spencer, diretor da divisão da Xbox e CEO da divisão de jogos da Microsoft afirmou que acredita no futuro potencial da tecnologia NFT no mundo dos jogos.
Phil Spencer ressalva porém que é fundamental lidar com estes com a devida cautela, de forma a serem impedidos usos indevidos.
Acho que às vezes é o caso de um martelo à procura de um prego quando estas tecnologias surgem. Mas a utilização do humano real, ou a utilização do jogador, no nosso caso, destas tecnologias, penso que pode resultar em algumas coisas interessantes.
Esta postura acaba por ser surpreendente, especialmente quando o fundador da Microsoft, Bill Gates referiu recentemente que esta tecnologia é “100% baseada na teoria do mais tolo“.
Ainda durante a mesma entrevista, Phil Spencer acrescenta que também é preciso cuidado com os sistemas conhecidos como “play to earn” (ou “jogue para ganhar”), referindo que este género de esquemas não são novos no mundo dos jogos, mas que é preciso cautela quando estes se integram nos jogos.
Sinceramente como Gamer de consolas este não é o tipo de discurso que me agrada ouvir. Sinceramente preferia ver uma rejeição total de absoluta deste tipo de coisas nos videojogos de consolas. Mas pelo menos do lado da Microsoft isso não acontece.
Do lado da Sony, teremos de ver. Afinal não é por estarem mais calados que isso significa que estão a por de parte estas ideias.
O fato da Sony questionar, mostra que ela quer usar, senão nem questionaria os clientes. A diferença aí é só que ela não quer é investir muito nisso se for pra ter prejuízos financeiros reais e de imagem, e finge que a opinião dos fãs importa, mesmo quando investe em 10 jogos como serviço sem se dar ao trabalho de perguntar se os fãs queriam isso.
Imagine qual a intenção de alguém que pergunta se você pagaria pra comer excrementos?!?!
Não foi a SIE que questionou… Mas seja como for, é indício que há indicação superior no sentido de se ponderar o seu uso.
Quanto aos jogos como serviço, teremos de esperar para ver.
O GT7 é um jogo como serviço e ninguém se queixa dele.
Mário, pela notícia que havia lido no site pushsquare havia entendido que foi a Sony:
https://www.pushsquare.com/news/2022/08/immediate-backlash-as-sony-asks-players-about-purchasing-nfts
Lá diz: “…a new PlayStation survey that’s available at Evo 2022…”
Fora isso, existem algumas outras notícias de adoção ou intenção de adoção de NFTs noutros ramos da Sony:
https://www.moneytimes.com.br/sony-lanca-colecao-limitada-de-nfts-em-3d-que-voce-quase-pode-tocar/
https://www.sonypictures.com/nft/movies/spidermannowayhome
https://u.today/sony-music-files-nft-related-trademark
Por isso disse o que disse, embora saiba que tenha tido manifestação da Sony pouco tempo atŕas pra dizer que não estava usando NFT no Playstation Rewards.
https://www.gamesradar.com/playstations-new-digital-collectibles-are-definitely-not-nfts-sony-says/
Olha… Eu li as notícias que referes menos a da PushSquare…
Perante o que disseste, fui procurar dados sobre esse assunto.
E o que encontrei fala de um inquérito na EVO. Que apesar de envolver a PlayStation, é um bocado diferente de um inquérito ao público, até porque a questão tinha 3 respostas possíveis:
-Coisas com logotipo da EVO
-Artistas de música favoritos
-Jogadores e equipas da EVO favoritos.
https://me.ign.com/en/ps5/200324/news/playstation-survey-at-evo-asks-players-what-nfts-theyd-like-to-buy
O contexto é por isso um bocado diferente pois apesar de ter envolvido a PlayStation o inquérito na realidade foi da EVO, e não da PlayStation em si.
Até entendo sua colocação Mário, mas as matérias dizem que é um questionário da Playstation aplicada na EVO (mesmo no link seu), e vale lembrar que a EVO é propriedade da Sony desde 2021.
Então é meio que tudo Sony.
Mas sim, você não tem um pronunciamento da SIE a falar que colocarão NFT em jogos. Mas há um evento da Sony e um questionário de PS feito e abordando sobre NFT mesmo após várias revoltas da comunidade gamer sobre o assunto. Me parece até desrespeitoso com a comunidade, pois penso ser um assunto superado, e não vejo mais como justificável a busca pra aprovação de algo do tipo.
Literalmente você não tem a SIE a afirmar coisas no sentido de querer adotar ou elogiar os NFTs como o Phil Spencer, mas você tem coisas com NFT acontecendo na Sony e questionário desse tipo num evento gamer feito pela PS.
https://www.theenemy.com.br/playstation/evo-compra-evo-torneio-online-agosto
Sim Juca… É tudo da Sony… Foi o que eu disse logo de inicio.
O que pretendo que seja dito é que a iniciativa não foi da SIE, e nem envolveu os compradores da PS, mas sim da EVO e aos participantes do torneio.
Agora, como eu já disse, apesar de entidades diferentes, a liderança é a mesma. E isso indicia uma tendencia.
O verdadeiro objectivo do gamepass é isto, conseguir uma quota de mercado dominante, e assim ter uma base para uma verdadeira máquina de monetização onde proliferam esquemas como este dos NFT, e até o conseguir, a Microsoft vai martelando, para bem da infustria, esperemos que continuem a usar um martelo de madeira para martelar um prego de aço.
[OFF]
Ótima entrevista da Digital Foundry com o Randal Linden, programador que fez o port de Doom para o Super Nintendo. https://www.youtube.com/watch?v=BIauSQ_hIgo
Achei bem legal eles terem disponibilizado o código-fonte do port no Github: https://github.com/RandalLinden/DOOM-FX
Se trata de um código-fonte escrito em Assembly (o que era comum até a geração 16 bits), e totalmente baseado no chip Super FX 2, que é um co processador RISC que estava incluído em alguns cartuchos para auxiliar na geração de polígonos, já que o Super Nintendo não foi originalmente projetado para isso.
Uma curiosidade interessante é que primeiro tentaram com o chip Super FX 1, que foi usado em Star Fox. Mas o jogo rodou de forma miseravelmente lenta. Então precisaram usar o Super FX 2 que apesar de mais caro, tinha o clock bem superior ao primeiro (Super FX 1 = 10.5mhz, Super FX 2 = 21.6mhz).
Muito interessante, Carlos!
E lembrar que os consoles tinham hardware no próprios cartucho para melhorar as capacidades de um console, algo impensável nos dias de hoje, a considerar a distribuição digital de games ou as mídias óticas.
Tem uma parte onde ele diz que liberaram 1MB de ROM para o jogo. Mas ele insistiu e acabou liberando 2MB na ROM haha. Claro que quanto maior a ROM do cartucho, mais cara seria a produção. Acrescentar bateria para salvar o game também aumentava em 2,50 dólares na produção de cada cartucho hehe.