Certamente não pensavam que iria deixar passar as declarações de Albert Penello sem comentar as mesmas, ou pensavam?
Quanto tivemos o trabalho de traduzir as declarações de Albert Penello, a ideia não era apenas dar a conhecer as explicações da Microsoft, mas igualmente comentar as mesmas. Isso surge agora, neste artigo.
Acima de tudo há que congratular a Microsoft pela sua nova e excelente consola, mas não podemos deixar de analisar algumas palavras da Microsoft comparando-as com a nossa forma de ver o mercado.
Eis então as declarações de Albert Peenello e os nosso comentários às mesmas:
A Xbox One X aparenta ter como alvo primordial o jogador Xbox mais hardcore, ou seja, aqueles que já pagaram $500 quando a Xbox saiu à alguns anos. Como é que passam a mensagem que se justifica pagar mais $500 para se obter uma experiência melhor?
Há um par de presunções na sua questão que gostaria de explorar. A parte melhor do que estamos a fazer com este upgrade de meio ciclo é que muitas das regras geracionais das consolas não se aplicam. Tipicamente, quando isto acontece pensa-se: “OK, aqui está porque tenho de convencer toda a gente que necessitam de passar de uma Xbox 360 para uma Xbox One, ou de uma Xbox para a Xbox 360, e é porque elas estão e irão desaparecer dada a presença da nova.”
Mas isso não se aplica desta vez, pelo que muda o tipo de conversa que temos com os clientes, penso eu. Basicamente podemos dizer que desde que comprem uma Xbox, estamos bem! Não vejo a necessidade de realmente ir provar porque devem fazer o upgrade se o valor inerente não estiver lá para vocês, e se não és uma pessoa que ligue assim tanto aos visuais ou aos 4K, e isso está totalmente bem. Está ok. Eu também não penso que a proposta de valores é relegada para os jogadores hardcore. Penso que vimos na história da Xbox que quando fazemos produtos premium, eles normalmente saem-se bem. Eles surpreendem-nos sempre. Vou usar o controlador Elite da Xbox One como exemplo de algo que fizemos e que julgavamos iria ter um mercado pequeno, e que excedeu tremendamente as nossas expectativas. Daí que não gosto de segmentar a Xbox One X e a S como “hardcore” e “casual”porque acho que tudo sobre performance e o que importa para ti e quanto tu jogas. Há pessoas que adoram tecnologia que vão obter uma TV 4K e que querem mostrar a TV 4K, e onde o quanto jogam até nem tem nada a ver.
O que Albert Penello refere em cima é, a nosso ver, pura demagogia. Dizer que a Microsoft não está a dizer às pessoas para comprar uma nova Xbox é, no fundo, brincar um pouco com os fans da marca.
Vamos tentar explicar porque:
Se olharmos para o panorama atual da Microsoft, qual é a oferta que a Xbox One possui? Exclusivos são poucos e isso tem uma implicação, o de os existentes poderem não agradar a todos. Afinal não é por existir um jogo que as pessoas o compram, é preciso que gostem do estilo que ele oferece. E dada a baixa oferta da Microsoft, ela espera mesmo que esses jogos alcançem a nível de gosto os mais de 30 milhões de consolas Xbox One? Claro que não o farão!
Ora sem exclusivos em quantidade, e sem previsões de lançamento de algo que já não fosse conhecido em 2016, e anunciado até ao final de 2018, qual é a proposta que a Microsoft deixa aos possuidores da Xbox One? Na prática, algo muito escasso e limitado!
Dessa forma, a Xbox One X é a única forma de se ter uma Xbox e fazer valer a marca, não pelos exclusivos, mas ao se ter a consola mais potente do mercado, e aquela que possui as melhores versões dos jogos multi.
Já do lado da Xbox One, a versão que se obtêm é, a menos conseguida de todas as versões colocadas à venda, e a única consola que regularmente está abaixo dos 1080p. E sem exclusivos, é só isto que existe!.
São os dois extremos da corda, radicalmente afastados, algo que já referimos anteriormente em outros artigos. e que achamos cria uma divisão interna no mercado Xbox que de bom não pode trazer nada. Há por isso, aqui um claro puxar para cima, algo que se vê inclusive no suporte exclusivos, por meio de patches, de jogos Xbox 360 com geometria melhorada, na Xbox One X.
Mas curiosamente os supostos fans Xbox, disso não falam… não só só comparam a sua consola com a Pro, como ainda estão entusiasmados com a ideia de um dia virem a ter exclusivos da X.
Mas como Phil Spencer, o responsável máximo da Xbox disse, “A Xbox One X é para os mais entendidos de videojogos e que tem uma TV 4K“… Daí que a One S fica para os que não tem TV 4K ou que percebem menos disto! É chocante ouvir isto, e não pode deixar de ser comparado às palavras de Don Mattrick quando veio referir que para quem não tinha internet a solução era a Xbox 360. A diferença é que aqui a frase acaba por ser mal recebida pelos Gamers em geral e não apenas os da comunidade Xbox.
Será que uma melhor maneira de parafrasear a coisa, em vez de “hardcore” seria usar o termo “pessoas que querem extrair o máximo de performance do seu sistema de jogos”?
Ah sim, certamente. Se falas das pessoas que gostam de performance, então estaremos a falar de como queremos oferecer a consola que tem a melhor versão do jogo. Agora, está nas mãos de quem faz as análises e dos fans, validar essa presunção. Acredito que iremos ver que as melhores versões do jogo estarão na Xbox One X, e construímos a consola para fazer isso mesmo. Serão as pessoas que irão julgar se esse valor é para eles. O melhor é que todos os jogos funcionam e a coisa será melhor na X mesmo que não tenha upgrades. Na minha S posso ver se tenho jogos com melhorias na X ou não, pelo que posso olhar para a minha livraria e dizer “”Wow! Metade da minha livraria está preparada!”. Isso ajuda nesta equação.
Penso também que os clientes de hoje estão habituados a ver os seus aparelhos a receberem upgrades mais rápidos, desde que as aplicações, os contactos e o software funcione, que é o motivo pelo que pusemos tanto ênfase na compatibilidade e em garantir que todos os acessórios e jogos sejam compatíveis entre os dois sistemas.
Acima de tudo, quem são estas pessoas que gostam de extrair o máximo de performance?
Segundo Phil são “os mais entendidos de videojogos e que tem uma TV 4K“. Mas correndo o risco de dizer disparates pois não tenho nem TV 4K e nem uma Xbox One X, pelo que não perceberei muito disto, diria o seguinte:
Se alguém se define como Gamer, o que lhe interessa são… os jogos! Já para alguém que se define como fan, a performance de um sistema em particular, especialmente o da sua marca preferida, é efectivamente o fator a tomar em conta. Basicamente os maiores fans que aderirão a esta consola de forma imediata são aqueles que compraram a Xbox no lançamento. E aqui não há que enganar! A Xbox One X, irá alcançar maioritariamente, pelo menos na fase inicial, aqueles que já gastaram 500 euros na Xbox One e que estão dispostos a pagar agora outros 500, quer para ter o melhor sistema, ou para poderem falar agora sobre a performance comparativamente à Pro (porque comparar com a One não convêm).
Depois sim, entra o fanático da tecnologia, aquele que gosta de mostrar ou de ter. Mas esse é fanático pela tecnologia… não pelas marcas! Esse, juntamente com o Gamer puro, reconhece as qualidades da X mas provavelmente não está muito a favor do que se está a passar. Porque sendo um fanático da tecnologia ou dos jogos, independentemente da plataforma em que estão, percebe que o caminho que o mercado está a tomar o vai forçar a ter escolhas no futuro, uma vez que não vai ser possível abranger tudo da mesma forma.
Quanto às pessoas estarem habituadas a ver upgrades mais rápidos… quem o diz é exactamente quem quer vender! Se nos viessem dizer que as consolas base não estão a conseguir acompanhar a evolução tecnológica do PC, eu concordaria com essa realidade. Mas dado que as consolas base continuam a ser aquelas para as quais se desenvolvem e continuarão a desenvolver os jogos (algo que Penello confirmará mais à frente), e como tal continuam a ter os mesmissimos jogos que as outras consolas, mantendo um nível de qualidade elevado, e que até vai superando cada vez mais o que conseguiram entregar no passado, mas claramente limitando as plataformas superiores, e sendo agora limitadas por elas, isto é mais uma vez paleio de vendas!
Note-se que tudo isto é uma pena que seja assim. A Xbox One X é uma maravilha tecnológica. E a um preço muito interessante. Não fosse o facto de ser uma consola de meio de geração, e como tal um atentado ao mercado que criticamos na Pro e forçosamente, por coerência, fazemos aqui igualmente, esta consola teria tudo para ser um sucesso. Mas pela forma como foi colocada, Não aceitamos esta divisão de um mercado, e muito menos o caso da Microsoft onde os extremos se afastam de tal forma que chega a haver uma diferença mais do que geracional e que prejudica a base.
Como exemplo, a subida de resolução dos 720p da Xbox 360 para os 1080p da One (que recorde-se nem sempre alcança) é de 125%. Acrescente-se a isto a melhoria das texturas devido á maior memória da One.
Mas aqui estamos a ver casos onde a One está nos 720p e a Xbox One X a 1800p o que se traduz em um ganho de 525%. E aqui também há ganho de texturas! Daí que se questiona: Se para os programadores a geração é a mesma pois usam o mesmo código, para o utilizador, para quem isso é irrelevante, onde está a manutenção da geração? Como se justifica isto às bases?
Como comparação, a PS4 Pro em média oferece ganhos de 77% face à PS4, mantendo as texturas.
Assumo que se está a referenciar nos ciclos dos smartphones e em como com eles vemos a tecnologia como um todo. em que medida isso influenciou a aproximação da Microsoft no lançamento de multiplos sistemas numa geração e em ter o software a funcionar nos vários modelos?
É interessante porque gosto do modelo dos smartphones em alguns casos, mas certamente tambem há pontos negativos em ter modelos anuais. Há muitos indicadores para os quais olhamos. Vimos as TVs 4K e gostamos – é importante que as pessoas olhem internamente para a tecnologia e acreditem nela – vemos a maior escala de cores, o HDR, os 4K e dizem, “Ok, isto é realmente bonito. Há algo aqui.”. E isso foi uma observação.
A segunda é quando falas com os produtores de TVs e lhes perguntas, “O que pensam que vai acontecer?” e eles são muito optimistas. Olhas para uma previsão de um analista e vês que as Tvs vão migrar e que o 4k será o futuro. Olhas para os jogos PC e vês como eles abraçaram as texturas 4K e os objectos 4K no PC. O conteúdo de jogo está cá. Então olhas para o comportamento dos clientes, nos smartphones e nos PCs, nos quais tivermos uma ressurgência nos últimos 5 ou 10 anos com as pessoas a actualizarem as suas gráficas e percebes que as consolas são a única tecnologia que nos faz esperar, género, uma década, entre saltos.
Daí que olhas para estas coisas e perguntas, “Qual a melhor forma de fazer isto para o gaming, para os gamers, e para a industria?”. Porque queremos escolher o melhor, a a parte mais lógica destas observações.
Isso foi o o divertido neste processo: Fazer-nos a nós mesmos essas perguntas. qual a melhor forma de fazer isto de uma forma que seja melhor para os gamers e para os criadores que nos dê toda a energia de um lançamento de consola, mas não tenha a interrupção do negócio e dos clientes que normalmente vem com ela? Isso influenciou muito o produto que criamos.
A utilização do modelo dos smartphones é um receio que sempre tivemos! Se considerarmos que Sony e Microsoft andam agora desfasadas nos lançamentos das consolas, aqueles que como nós, gostam de jogos e não de marcas, são os prejudicados no meio disto tudo. Onde um fan de uma marca compra apenas as consolas da marca, o verdadeiro gamer, aquele que procura os jogos e não as consolas em si, compra-as todas. E com consolas a saírem a cada 2 anos, a despesa será gigantesca, forçando o cliente a ter de optar.
Repare-se no exemplo da Samsung… Não só lança topos de gama todos os anos, mas lança 2 todos os anos. Um a cada 6 meses! Será esse também o caminho das consolas no futuro?
Uma coisa que não é referida é que no modelo dos smartphones as pessoas estão a afastar-se! A renovação tecnológica tem um custo… é que não é possível continuar-se a subir performances sem se subir os preços. Basta olhar para as placas gráficas topo de gama do PC, que já vão nos 1000 euros. E isso reflectiu-se nos smartphones que na ânsia de inovar tambem subiram os custos. Marcas como a Samsung e a Apple estão a vender os seus topos de gama a preços na ordem dos 1000 euros, e isso está a fazer com que as pessoas se afastem optando por marcas alternativas com custos intermédios e que oferecem basicamente a mesma experiência. É esta situação forçada de selecção que acreditamos não trazer nada de bom à industria. Afasta o cliente daquilo que quer, e até, mesmo que a longo prazo, diminui as vendas!
Note-se que não temos nada contra o Gamer que procura a performance. A performance é sempre relevante e podendo-se unir o útil ao agradável, porque não? Mas se é certo que há gamers que se fixam em apenas uma plataforma, aquele que é mais apaixonado por jogos não abdica de jogar todos os grandes jogos, e esse não se fixa em um sistema! E será esse, o Gamer mais apaixonado e hardcore, que sofrerá! Esses são no fundo os que gastam mais dinheiro em consolas, e são esses que as marcas pretendem forçar a ficar-se num sistema apenas, cativando apenas elas todo o investimento.
Quanto à necessidade dos saltos das consolas, não só já falamos disso em cima, como vemos que o aumento da performance não é verdadeiramente algo essencial para se ter jogos de qualidade. E a história mostra-nos isso quando vemos que numa geração a consola mais potente nunca foi a que vendeu mais. No fundo a Switch é tambem uma prova dessa realidade pois é, tecnológicamente, e face à PS4 ou Xbox One, um grande salto para trás, e a consola está a vender como pães quentes, com um período de vida de apenas alguns meses e já com 2 jogos com nota máxima quase consensual (10/10), algo que a PS4 e a Xbox nunca conseguiram, sendo que se espera que em Março de 2018 já tenha nas lojas metade das consolas que a Microsoft vendeu em 4 anos com a Xbox One.
Este é uma upgrade de meio de geração, pelo que não é verdadeiramente uma nova consola, mas a realidade é que estão a lançar uma nova consola. Penso que é correcto dizer que vários dos jogos que a Xbox esperava ter no seu estábulo exclusivo foram adiados ou até cancelados. Que desafios apresenta não ter um bom estábulo de exclusivos para lançar na mesma janela de lançamento da Xbox One X?
Definitivamente diria que há mais coisas para jogar, do que tempo para jogar. Quando olham para os jogos que estão a sair tanto das First como das Thirds, , temos o PUBG, temos o Forza Motorsport, e apesar de saber que não agrada ao core gamer, jogos como Lucky’s Tale e os jogos Disney games tem um lugar porque esse cliente está pronto a sair da sua 360 para uma nova consola pelo que isso são títulos importantes mesmo que tal não seja visível… jogos como Cuphead. O estábulo de exclusivos é bom: O estábulo entre plataformas é optimo. Temos retro-compatibilidade com a Xbox original, com a Xbox 360 e temos o Gamepass. Hámais conteúdo para consumir do que tempo para o consumir. Na perspectiva do conteúdo, sinto-me muito bem.
Especificamente para a Xbox One X é aqui que temos de dizer que não se comporta como uma consola de nova geração porque… eu uso a piada porque quando a Nvidia lança a 1080 Ti ninguém pergunta, onde estão os jogos para a 1080 Ti”. Os jogos antigos tornam-se melhores porque há mais GPU. Dado que não estou a pedir às pessoas que deixam a Xbox One S e se movam para a Xbox One X, penso que não há necessidade de haver um exclusivo Xbox One X para isso. Temos 160 títulos melhorados para a Xbox One X que foram anunciados. Dependendo nos números de quem acreditas, haverá 50 a 70 jogos que tiram partido da consola nas duas primeiras semanas de lançamento. Tipicamente uma nova consola tem 18 a 22 jogos: Nós teremos 50 ou 70. Mesmo nessa métrica, teremos mais conteúdo que tira partido do lançamento da X do que em qualquer outro lançamento de consola anterior.
Sinto-me bem com isto e acho que isto é uma facilidade a quem desenvolve e trabalha connosco e nos suportou, pelo esforço e energia que a equipa que fez esta grande plataforma de desenvolvimento está a tornar fácil de se fazer isso. Penso que o conteúdo da Xbox One X é realmente notável mesmo pelo standard de uma geração de consolas.
Aqui Penello, como não podia deixar de ser, foge à questão! Ter suporte à consola não tem nada a ver com um estábulo de jogos que a suportam melhor. Isso não se enquadra na definição de exclusivos. Exclusivos são jogos que não existem em outras consolas, e jogos melhorados não se enquadram nessa definição. Porque se esse fosse o caso, então quase a totalidade dos jogos PS4 poderia dizer ter exclusividade face à Xbox One pois também eles eram melhorados.
Mas a realidade é que a Microsoft aqui não tem muito para oferecer, é um dado real e conhecido, motivo pelo qual se refugia nesta situação de jogos com melhorias. É o velho proverbio de “quem não tem cão, caça com gato”.
Mas sim, os jogos com melhorias são bastantes e permitirão tirar partido da consola, e isso já é muito bom. É pelo menos bem melhor do que a PS4 Pro teve na altura onde poucos (40) jogos anteriormente lançados tiravam partido das características da consola! Mas a PS4 Pro contou com jogos exclusivos acabados de lançar e que iriam ser lançados na sua janela de lançamento, com suporte, e a a Xbox One X não tem esses jogos. Daí que tudo o que é dito é um contornar real da pergunta.
Com a Xbox One X a fazer o papel de um upgrade de meio de geração, deverá alguém ter receios de que uma Xbox ainda melhor pode ser lançada no próximo par de anos, após gastarem $500 nesta? Os ciclos tecnológicos estão a acelerar.
Esse é o motivo pelo qual fazemos uma promessa acerca da compatibilidade e realmente demonstrar que realmente gostamos de jogos. Isso é tudo opcional. Tens razão e é divertido, porque eu comentei antes que quando lanças uma nova consola a primeira coisa que perguntam é “Quando sai a próxima”? O compromisso que estamos a ter com os clientes com coisas como o Play Anywhere até à retro-compatibilidade com a Xbox original é esse, sim os ciclos tecnológicos movem-se mais depressa, e o investimento real que as pessoas fazem a longo prazo é na livraria, no Gamerscore na Xbox Live e nos controladores, e há aqueles que gastam dinheiro em controladores como os de luta do Killer Instinct. manter essa compatibilidade é importante.
Não penso que vamos entrar em ciclos de consolas anuais – pessoalmente acho nem sobrevivia a lançar uma consola todos os anos [risos]. Não penso que seja saudável para a industria. Penso que verão inovação mais rápido, mas dependerá dos clientes o dizer-nos quando é a altura certa. Então, o que eu penso que queremos realmente dizer é “Hei, estamos a fazer um grande investimento na compatibilidade.” Estamos a provar que ao voltar atrás e ao fazer upgrades a títulos da 360 e trazendo jogos originais, garantindo que teremos 100% de compatibilidade entre a S e a X. esse investimento no conteúdo Xbox é algo que se manterá e que nos vamos preocupar daqui para a frente
A retro-compatibilidade será algo que existirá sempre daqui para a frente. Nesse sentido não duvidamos minimamente do referido. Mas o ter os mesmos jogos a correr nas atuais consolas e tambem numa consola de nova geração, tirando partido dela como acontece agora com a X e a S/One base é que será algo mais complicado.
Se é uma realidade que o grafismo pode descer de resolução, e isso permite consolas com vários níveis de performance gráficas manter o mesmo jogo, apenas mudando a resolução, a mudança no CPU que aconteceria com uma consola de nova geração é algo que não pode ser compensado.
Como se faria com um jogo que usasse o CPU da nova consola de nova geração para lidar com uma IA avançada ou uma física complexa? Tornaria-mos a IA mais estúpida e a física menos realista para a adaptar às consolas atuais?
Mesmo que isso fosse possível a consequência seria só uma… Não era o mesmo jogo! Jogar futebol contra uma IA avançada ou contra matraquilhos não é a mesma coisa. Não pode nunca ser!
Há claro situações que poderiam acontecer. Usar o CPU para se atingir 60 fps em jogos limitados pelo CPU, ao passo que nas outras consolas correria a 30, mas de resto… pouco mais se poderia fazer.
Jogos criados para explorar ao máximo o CPU das consolas atuais podem correr em todas elas, mas jogos criados para explorar ao máximo o CPU de uma consola de nova geração necessitam de ter cortes para correr na geração anterior.
Como estão a trabalhar para namorar novos criadores e os fazer melhorar os seus jogos usando o poder da Xbox One X?
Anunciamos o projecto Scorpio na E3 2016, e as pessoas ficaram surpreendidas que anunciássemos a Xbox One S no início da conferência e uma nova consola no fim. Na realidade tínhamos duas consolas em execução, porque por cima da Xbox One X tinhamos o kit de desenvolvimento, que foi desenhado para ser o melhor do mundo. Os números, as especificações da consola, quando falas em 6 Tflops e 12 GB de GDDR5… todas essas especificações de performance, estão lá por uma razão.
O que é interessante no desenvolvimento da Xbox One X é que nas gerações típicas de consolas, começas de novo: tens as tuas especificações e atiras as mesmas ao mundo dizendo:”Por favor façam os melhores jogos que podem com estas especificações.” Neste caso, pegamos nos motores existentes e fizemos centenas de milhar de simulações para perceber o que seria necessário para levar os jogos a 4K e com os motores a usarem texturas 4K. Todos os números da Xbox foram especialmente desenhados para fazerem exactamente o que foi dito que faria. Isto faz a coisa muito interessante de uma perspectiva de hardware. Fizemos a Xbox para ter a performance e o devkit para tornar fácil a melhoria dos jogos, e esse é o motivo porque existe tanto suporte num produto que não foi ainda lançado.
Aqui nada há a comentar, excepto felicitar a Microsoft pelo bom trabalho na cativação dos criadores.
Vimos outros detentores de plataformas lançar versões mais poderosas das suas consolas ou portáteis e alguns jogos não correm bem na versão original. Pensa que veremos casos desses onde o jogo é criado para a Xbox One X e o sistema menos poderoso vai sofrer?
Não vejo isso como um desafio que teremos de enfrentar. Não foi assim que desenhamos o sistema. Os jogos vão correr bem na Xbox One S e ainda melhor na Xbox One X. Esta é uma questão que recebo muito, e gosto muito de falar da forma moderna de desenvolvimento de jogos, mas também de como construímos a consola . A Xbox One a Xbox One S são a mesma consola de muitas formas. É apenas uma versão mais poderosa da outra consola. O desenvolvimento nos dias de hoje constrói os motores para serem escaláveis. Mesmo que tirem as consolas da equação, o PC é quem tem o maior re-escalamento dos baixo de gama aos topo de gama e isso é bem mais do que o que temos na Xbox One S para a Xbox One X. Pelo que os jogos modernos já tomam este escalamento de performance em consideração.
De certa forma não ouves isto no PC, esta ideia que “Oh, se não tivesse de correr isto numa placa gráfica integrada Intlel, o jogo seria tão melhor.”. É o mesmo com a Xbox One S e a Xbox One X; são a mesma consola, as mesmas ferramentas, o mesmo motor, o mesmo ambiente de desenvolvimento. Mesmo com um tempo de desenvolvimento curto – Os kits de desenvolvimento da Xbox One X só estão aí desde a E3 – já vemos níveis de performance entre elas, porque é fácil colocar os motores prontos e a funcionar. Nada segura a Xbox One X por causa da Xbox One S; são ambas a mesma consola, a mesma plataforma, e ambas vão correr os mesmos jogos enquanto vendermos essas consolas.
O que Penello refere é uma realidade sobre a qual temos as nossas dúvidas. Até porque o exemplo do PC é muito mal dado!
Acontece que nos PCs há duas realidades. A primeira é que os PCs são todos compatíveis entre si, e nesse aspecto o que corre em um corre em outro. Nesse aspecto Penello faz uma boa comparação pois os jogos da One correrão na X mas, tal como nos PCs como diferentes performances, o jogo terá performances diferentes em ambos os sistemas.
A segunda realidade do PC é que há hardware diferente. E isso traz como implicação níveis de optimização diferente!
E infelizmente isso é o mesmo que se passa aqui com estas consolas.
Seja como for, vir dizer que uma consola que, pelas limitações que possui, é relegada para correr um jogo como Sonic Forces a 720p, um standard da geração passada, e outra mais recente, que o corre a 1800p, e com a possibilidade adicional de melhorar o grafismo e mesmo acrescentar texturas 4K, são a mesma consola é o mesmo que dizer que carne de porco e de vaca são a mesma coisa. Porque não são! A Microsoft é que quer dizer que são! Porque se fossem então certamente iríamos ver a Microsoft a publicitar os seus jogos com imagens 720p da One em vez dos 4K possíveis na X… Mas isso não acontece… porque não é igual, e a Microsoft, ao contrário do que diz, sabe-o!
Vimos grande empenho da Xbox em supotar as iniciativas de retrocompatibilidade. vamos ver um suporte similar com as melhorias para a Xbox One X?
Certamente espero que sim. Tal como disse, tentamos simplificar as coisas para que os criadores que estão a criar essas estruturas no PC possam ter outra plataforma para onde as trazer. A velocidade com que vimos o suporte aparecer foi incrível, e a minha esperança é que daqui para a frente todos os jogos sejam melhorados para a Xbox One X. No entanto essas decisões cabem a cada criador e publicador e serão elas que as tomarão. Estou muito encorajado baseado no que vejo agora.
Também esperamos que sim… seria mau que tal não acontecesse. Mas mais do que isso há que se ver uma aposta da Microsoft em first partys, jogos exclusivos para as suas consolas que façam os clientes terem vontade de as comprar.
Alguns dos patches são enormes para descarregar as melhorias 4K ou HDR. Com a Xbox One X a ter um disco de 1 TB em vez dos 2 que vimos em alguns modelos Xbox One S, houve preocupação que tal não seria suficiente para esses patches enormes?
Grande ponto. Geralmente vemos que os patches 4K são maiores, mas não são o dobro ou quatro vezes mais. São em média, provavelmente, um terço mais do que os dados 1080p. Estamos a desenvolver algo que chamamos de entrega inteligente que ajudará em ambas as consolas. Activamos um novo conjunto de ferramentas para os criadores que lhes permite segmentar os dados por consola, bem como coisas que usam enorme espaço como os packs de linguagens e outras coisas, que normalmente são obtidas num grande download. Estamos a fazer um grande esforço para melhorar os downloads.
Também me tenho de lembrar a mim e a outras pessoas na industria que temos livrarias de conteúdo anormalmente grandes para o consumidor médio devido ao que fazemos. Normalmente encontramos casos extremos que o cliente tipico não encontra.
A coisa que encorajo é o uso de drives externas como algo a usar-se desde logo. Vimos que mesmo quando tivemos a possibilidade de troca de drive na X360, as pessoas não gostavam de abrir as suas consolas. Ter o suporte para drives externas – e elas agora são baratas: vi um disco de 4 TB por $110, penso – é uma grande forma de se ter uma tonelada de armazenamento.
Penso que temos uma série de opções para as pessoas. Obviamente estamos a resolver as coisas com os criadores, estamos a tentar resolver com os utilizadores, e estamos a tentar tornar fácil para as pessoas que tem enormes livrarias o expandir o armazenamento sem ter de comprar uma nova consola, ou abrir a atual, ou algo assim.
Este é um problema que não existirá forçosamente na próxima geração e que é um pouco inerente à Xbox One X. Ao ser uma consola de meio de geração com suporte de dados e texturas 4K, ela usa o mesmo suporte físico da One nos jogos e, apesar de suportar um leitor de maior capacidade, pela compatibilidade, não possui jogos à venda num formato de maior capacidade que seja exclusivo para si e evite a descarga e armazenamento no disco de Gigas e Gigas de informação. Isso seria algo que mostrava uma divisão do mercado e na compatibilidade tão apregoada, e por isso não é algo ponderado (pelo menos para já). Por isso, mesmo suportando Blu-Rays de maior capacidade, a consola está impedida de poder obter jogos com os dados 4K em formato físico uma vez que eles não correriam na Xbox original, forçando a descargas de muitos GB e elevadas ocupações do disco rígido.
Numa nova geração essa situação já não necessita forçosamente de acontecer, bastando a inclusão de um novo tipo de leitor de BD de maior capacidade e que só tem de manter a possibilidade de leitura dos BD clássicos. Afinal nessa altura, apesar de a nova consola poder correr os jogos das antigas, o conteúdo para si pode ser separado.
Mesmo naquilo que a Microsoft chama de tecnologia de distribuição inteligente, ela seria bem mais simples e rápida se fosse feita apenas do BD de alta capacidade para o disco rígido, tal como poderá acontecer com uma consola de nova geração, não passando pela internet. Mas mais uma vez isso não abrange a Xbox One X.
Agora, podes pesquisar a livraria e ver que jogos possuem melhorias Xbox One X. Vai haver uma forma de procurar na loja quais os jogos com essas melhorias?
100%. Totalmente. Podes procurar a nossa loja e a loja .com – na realidade há mais filtros lá: Podes filtrar por 4k, hdr e Xbox One X-enhanced. na consola, podes pesquisar por Xbox One X-enhanced. Sambem podes fazer isso na Xbox One S, pelo que podes ver o que da tua livraria é futuramente compatível pelo que possas tomar a decisão se há valor nisso para ti.
Nada a acrescentar. É uma medida bem vinda.