A Microsoft refere que não consegue competir com a Sony. Mas a realidade é que as suas políticas nunca se conseguiram manter estáveis durante mais do que uma geração, e isso tem-lhes custado caro, não por culpa da Sony, mas sim por culpa própria.
Convem ter-se presente que este é um mercado de consolas, e que as consolas representam uma única coisa para os seus utilizadores: Jogos! Pelo que a existência de jogos… torna-se essencial, e tem sido ela a ditar o sucesso ou o insucesso das gerações.
Geração PS2/Xbox
Esta geração marcou a entrada da Microsoft nas consolas. Basicamente esta era uma geração onde as equipas First Party não contavam verdadeiramente, pelo que o grande grosso dos jogos advinha do suporte das thirds.
Nesse aspecto, a Xbox estava lado a lado com a Sony, não fora o facto que a Xbox entrou tarde demais no mercado, o que implicou que a PS2 não só já tivesse uma imagem criada por uma PS1, como igualmente um mercado PS2 já grande e devidamente estabelecido. Tal levou a que o suporte à PS2 fosse maior que o dado à Xbox, e que a Xbox tivesse sofrido pelo facto de ser uma empresa desconhecida neste mercado!
Resultado final:
PS2: 155 milhões
Xbox – 24 milhões
Geração PS3/Xbox 360
Para a geração PS3/Xbox 360 a Microsoft compensou o atraso da sua consola, basicamente mostrando que aprendeu com os erros, e corrigindo. Da mesma forma, corrigiu o suporte das thirds que nesta geração se revelou idêntico. O fator que distinguiu as duas marcas, nesta geração, foi o suporte First Party/Exclusivos, que foi superior do lado da Sony, e que lhe acabou por dar a vitoria, apesar do atraso na entrada no mercado, e os problemas iniciais derivados do elevado custo da consola.
Mas dado que a Microsoft competiu basicamente de igual para igual, tendo tido a vantagem inicial do lançamento, esta acabou por ser a sua melhor geração de sempre.
PS3: 87,41 milhões
Xbox 360: 85.8 milhões
Geração PS4/Xbox One
Deitando fora tudo o que aprendera antes, a Microsoft descuida completamente a Xbox acreditando já ter o mercado na mão, e pensando numa politica expansionista.
O resultado foi uma consola desleixada, uma falta de concentração no relevante, os jogos, e acima de tudo uma quebra brutal no suporte First Party dado à consola. A Microsoft em vez de apostar no cavalo vencedor que sabia resultar, mantém a sua política expansionista, e aposta no PC e Gamepass.
O suporte das Thirds sobe, e o da Sony à sua consola tambem!
PS4: 117.2 milhões
Xbox One: Estimado perto de 50 milhões
Geração PS5/Xbox series
Nesta geração a Microsoft expandiu o alcançe da sua consola para muitos mais locais. Com efeitos nesta geração, surge o Gamepass no PC, e o Xcloud que alcança smartphones, PC, e consola. Há ainda suporte em modo nativo aos smartphones.
O suporte First Party, esse continua fraco como sempre, apesar de promessas e de já haver inclusive estrutura interna para se colmatar essa lacuna.
Do lado da Sony os seus estúdios First Party conseguem cimentar-se no mercado como referências de qualidade. A Sony dá ainda suporte aos novos Tiers da PSN, que concorrem com o Gamepass, e leva os seus jogos para o PC. Algo que no entanto não acontece no dia um, como na Xbox, motivo pelo qual a seta que representa isso é colocada com cor diferente no gráfico.
A geração é marcada pelo Covid e pela guerra na Ucrãnia que levam à ausência de componentes que impedem o fabrico de consolas em quantidade suficiente para suprimir as carências. A situação afeta maioritariamente a Playstation, que fica sem stocks em quase todo o mundo.
Resultados temporários
PS5: 21,8 milhões
Xbox series: 16,1 milhões
Conclusões
Na primeira geração de consolas conjunta, a aposta foi em suporte de thirds.
Na segunda geração, essa politica alterou-se em ambas as marcas, acrescentando algo que se revelou super relevante até hoje, o suporte First Party.
Na terceira geração, a Sony apostou forte em manter e expandir as políticas que vinham de trás. Já a Microsoft deixou cair o suporte, e apostou numa política expansionista que não lhe trouxe grandes frutos.
Na quarta geração, até ao momento, o suporte continua por aparecer na Xbox, mas a política de expansão continua maior do que nunca. Do lado da Sony vemos a expansão a aparecer, mas de uma forma bem mais apoiada no conceito de não destruir os pilares que sempre sustentaram a consola.
Basicamente ambas as empresas tem adaptado as suas políticas aos tempos, sendo que aquilo que distingue as marcas é a forma como uma se atira de cabeça, e a outra procura dar passos devidamente suportados sempre que avança.
O grande problema da expansão da Microsoft é que ela está associada a uma tentativa de oferecer os seus produtos a muito baixo custo. O que tem implicações severas na qualidade, bem como nas vendas, o que está a levar a que o suporte das Thirds começe a mostrar fissuras, com algumas empresas a evitarem a Xbox, quer por não terem interesse ou propostas interessantes no gamepass.
Basicamente isso quer dizer que se a expansão fissurar o pilar principal da empresa, que é o suporte das Thirds, o futuro da Xbox será desconhecido.
Ótimo artigo, Mário! Ah! Viu isso? https://www.eurogamer.pt/novo-jogo-do-diretor-de-the-last-of-us-tera-a-estrutura-de-uma-serie-tv
Esperar pra ver como será. Se for vender cada capítulo com 3 horinhas de gameplay, será ridículo! Agora se for um pacote vendido com todos os capítulos juntos, pode ser algo muito interessante.
Irmão, eu acredito em games episódicos, porém com gameplays acima das 3 horas, sendo de algum universo já conhecido, como Uncharted, TLOU, etc… Acredito que nessa geração teremos muitas experimentações de formatos, pois os custos de produção estão cada vez mais altos e o mercado não teve nesses 10 anos, um crescimento nivelado de audiência com esses altos custos. A Sony mesmo elevou tanto que ela mesmo começa a se preocupar com seus elevados custos de produção. Veremos as cenas dos próximos capítulos…
Pelo menos 15 horas mas a um custo de 40 ou menos euros.
Mário, um Resident evil vc termina em 12 horas e custa 60 dólares, ou seja, possivelmente esses games serão menores em tamanho e custarão uns 50 dólares, chuto eu!
Isso é relativo Edson… Acho que gastei bem mais que isso no Village se for dele que você fala.
Sinceramente, torço pra que não sejam episódicos como já tentaram noutra época. Mas a conversa aí me soa um pouco a ideia de narrativa continuada para um jogo como serviço. Pra manter apelo.
Quando falei, pensei no 7 que foi o último que terminei!
Pelo que o Neil esclareceu no twitter não tem a ver com episodios e sim colaboração narrativa.
Quando eu li essa matéria, a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi: GAAS feito para tirar o dinheiro ao longo do tempo, com episódios estilo Resident evil revelations 2 e Hitman. Mas vou esperar para ver como vai ser.
Neil explicou essa situação porque deu muita interpretações, ele disse no seu twitter “trata-se de fazer nossos jogos de uma maneira mais colaborativa”, acredito que se trata de mais roteiristas e uma historia com varios nucleos, tipo game of thrones, the last part 2 teve 2 nucleos abby e ellie, devem querer expandir isso…agora espero que seja uma nova IP, tem rumores sobre um jogo de fantasia deles, in naughty dog we trust.
Isso é realmente muito interessante. Também espero que seja a nova IP que seja nesses moldes.
Acho que ele percebeu que somente uma pessoa, ele, decidindo todo o roteiro como Last 2, pode dar problemas.
Provavelmente se ele tivesse uma mesa de roteiristas, igual série de TV, alguém teria dito “tem muito personagem nessa história, CORTA”
Veja só como “cross mídia” ajuda, isso deve ter vindo dele participando na produção da série de TV
Um dos motivos da cagança do Game of Thrones foi que não existia mesa de roteiristas, tudo era feito pelos dois irmãos lá.
Penso por ai tbm, Daniel!
Vai ser interessante perceber até onde podem ir essas fissuras, a ideia que tenho é que começa a haver uma espécie de união involuntária por parte dos estúdios japoneses em evitar a Xbox, acho que graças ao gamepass a Microsoft pôs-se a si própria, entre a espada e a parede.
Começaram tentando copiar o playstation pq “a sony vai roubar o PC doméstico com Linux no Playstation” ou “roubar o espaço futuro do PC na sala de estar” e nesse período eles faziam de tudo para concorrer com o playstation, com isso estavam para trás crescendo ou na frente, embora fosse preciso queimar caminhões de dinheiro para isso.
Depois eles acreditaram na própria mentira fanboylistica, que tinham destruido a sony, e mostraram o que eles queriam desde o início, ganhar dinheiro fácil a despeito da qualidade do produto, prova foi criando restrições artificiais que nunca existiram e nem necessárias são, só para aumentar o lucro acabando com o mercado de games usados.
Nesse meio tempo a MS nunca aprenderam a fazer jogos, todos os “grandes sucessos” do xbox foram desenvolvidos por estúdios parceiros ou foi forza compiando GT. O melhor que eles fazem é montar “linha de montagem” de halo, gears e forza igual fosse linha de montagem de office e windows.
Eu digo que a MS só faz video game para “encher o saco dos outros”, tipo um fanboy mimado que não consegue perceber que não está agradando.
Vai embora que isso vai abrir espaço para um Google ou Amazon, se não existisse o xbox talvez Stadia ou/e Luna teriam versão console físico… acredito que o Google e Amazon tem uma cultura muito melhor que a MS para jogos.
Google já tem experiência com criadores de conteúdo no Youtube, Amazon com o Prime Video. Fazer filmes e séries de TV tem a mesma “vibe” que fazer video games, precisam de tecnologia e orçamento assim como “alma” ou “visão artística”
Ai botam o mesma cultura de fabrica de office e windows e dá nisso ai com Halo, não é criar um jogo para faturar, é ver o modelo de faturamento e fazer o jogo para esse modelo.
Queria ver se fosse a Nintendo ou Sony com esse incrível desempenho… Eu sei que o Patcher no Wii U escrevia a cada semestre um artigo de como “a nintendo vai falir”
Patcher já tinha escrito um artigo falando como a Nintendo/Sony não sabem produzir jogos e deveriam apenas seguir fabricando consoles ou sair do mercado.
Não concordo com o título. Não acho que a Microsoft falhou nas duas primeiras gerações, principalmente na do 360. A Sony vendeu mais, mas já era uma empresa estabelecida com marca forte. Na geração 360 a Microsoft foi bastante competitiva. Diria que até venceu a concorrência. Visto que mesmo não sendo a líder, ganhou muito share. O problema foi o completo fracasso na transição para o Xbox One.
o problema que o x360 perto de todo o resto que aconteceu na história do xbox faz parecer que o x360 foi pura sorte.
faz parecer que conseguir comprar Halo foi sorte, faz parecer que conseguir a Epic fazendo Gears tb foi sorte.
Não foi sorte… A X360 foi a consola que mais seguiu de perto as regras normais do mercado, sem tentar alterar seja o que for.
Ofereceu qualidade, diversidade e teve suporte. Manteve-se fiel aos princípios das consolas e lutou de igual para igual.
Teve sucesso.
Na One começou a utopia. Controlar a sala de jantar, set top box, serviços, jogos no PC, Gamepass, perda de suporte, diversificação de ideologias e políticas.
Espetou-se.
Agora na X… Querem comprar tudo o que podem para dominar o mercado e forçar aquilo que não conseguiram normalmente.
Basicamente eles com a X360 abraçaram o mercado (embrace).
Com a One, quiseram expandir o mercado (expand).
Agora com a X querem acabar com o mercado, para o controlar (Extinguish).
São os três famosos És pelos quais a Microsoft é conhecida.
então, no caso da MS eu acredito que é sorte quando eles resolvem fazer o que é bom, o que da certo 😛
veja só o windows phone, podiam ter copiado a Apple fabricando o hardware e software, mas resolveram reinventar a roda com aquela bobagem de aplicativo universal que fez a plataforma ficar fragmentada em versões diferentes do windows phone.
Acho que a MS ficou viciada no windows e office, mais claramente no monopólio do windows e office; tudo na MS tem que dar tanto dinheiro quanto um monopólio e/ou virar um monopólio.
Veja o Linkedin, não tem nenhum rede rival…. a MS deve adorar isso.
A Microsoft tem algo que não os podemos censurar. Querem inovar.
Mas o problema deles é que querem impor as inovações.
Quem teve o primeiro smartwatch? A Microsoft… Era o Spot.
Morreu porque nessa altura ninguém estava preparado para isso. Foi prematuro.
Tal e qual o PODER DA CLOUD em 2013. Todos com dois dedos de testa sabíamos que aquilo não dava em nada… Mas enfim…
Agora a Microsoft quer impor as subscrições e o Xcloud. E as pessoas ainda não estão preparadas para isso. Aliás está para se perceber se isso alguma vez pegará e se é realmente económicamente viável.
Eu pessoalmente acredito que sim, mas com conteúdo de menor qualidade, jogos Gaas, e conteúdo episódico.
Nada que eu queira!
Off: O Gran Turismo 7 está na lista de nomeados a melhores gráficos da nova geração.
Curioso que o Forza não está.
comprei GT7, apesar de ser crossgen e ter sempre on line….
comprei pq paguei uma promoção boa dele, continuo não pagando preço cheio em crossgen como tinha definido quando a Sony anunciou que iria ter eles.
Lembrando que Gears apareceu até uma Build de Ps3 em desenvolvimento. Aí vem a MS e compra a exclusividade de um jogo em desenvolvimento, mas tá tudo bem. Só que Spider-Man ser exclusivo do Playstation, que bancou todo desenvolvimento do game, o fanboy de xbox fica louco. São coisas completamente diferentes, mas pro fanático a MS pode tudo e a Sony nada.
A nível comercial, penso que a Sony foi a perdedora, pois msm com as 3rls da MS que deu um prejuízo Bilionário para eles, a Sony deve ter perdido ainda mais dinheiro, pois teve problemas sérios com estragos de ps3 com o famoso YLOD, somado a ter que bancar os custos de uma rede online gratuita, fora a invasão na mesma e ainda tendo a que gastar muitos milhões e milhões de dólares com a produção de games exclusivos.
Financeiramente se não me engano a Microsoft perdeu mais dinheiro. No entanto, trocou custo financeiro por share. Em um modelo de negócio claramente lucrativo.
Hoje a Microsoft queima rios de dinheiro, num negócio que só Deus sabe como vai se manter.
Já a perda de mercado da Sony levou a uma restruturação do negócio. Foco em games, com redução de custos e aumento de margens. O que culminou com o sucesso gigante da geração PS4.
O YLOD isoladamente comparado ao 3RLs deu mais prejuízo ao nome da marca porque em consoles a Sony já era mais famosa, mas financeiro mesmo, acredito que não, a MS deve ter tido mais prejuízo nisso, até porque foram vários modelos sucessivos de 360 que apresentaram o problema.
Eu tive 2 PS3 um eu perdi um FAT por YLOD, mas só depois de 3,5 anos. O meu segundo segue vivo até hoje.
Agora é bom lembrar que a Sony realmente teve mais prejuízo com o online grátis e o evento hacker. E lembro também que mesmo vendendo mais PS3 no fim, o 360 tempos atrás tinha maior venda de software que o PS3, não sei como ficou na contagem final.
Exatamente, Juca!
O YLOD não chegou perto do RROD.
E a PSN era um atrativo para a consola.
Existe um filme antigo com o Michael J Fox que mostra bem como as coisas são.
Estás a dizer que a Sony gastou milhões com os jogos exclusivos. E o filme aborda isso mesmo.
Ele entra numa empresa que está num momento mau… E que está a fazer cortes para diminuir prejuízos.
E ele convence-os que a estratégia é errada. Se a empresa tem capacidade, o cortar é um erro, e a aposta é no investir. Não só para chamar desde já pessoas, como para criar as bases para o futuro. Algo que os cortes não fazem. Pelo contrário, fragilizam a empresa.
A Sony seguiu a ideologia apresentada pelo Michael J Fox e deu-se bem na PS3, ficando com uma base de estúdios brutal que lhes garantiu a PS4.
A Microsoft seguiu a ideologia dos cortes na One.
Estripou-se, e esteve mesmo para acabar com a Xbox.
Voltou numa de All In radical onde agora investe ainda mais do que teria investido antes se tivesse feito uma aposta igual à da Sony, e pode até ver as suas tentativas barradas, destruindo toda a sua ideologia do All In.