Oferecido como sendo uma opção para aqueles que não querem registos da sua actividade e publicidade direccionada, a opção “Do not track” permitiria o desligar da colecta de dados dos utilizadores. Mas um novo estudo vem mostrar que a opção não só não funciona, como nunca funcionou, pois os dados são recolhidos na mesma com ou sem a permissão.
Um novo estudo sobre a opção “Do Not Track” (DNT) presente nos browsers de internet veio revelar que a mesma, pura e simplesmente, não funciona. E assim sendo a informação de navegação dos utilizadores pode ser apanhada pelas empresas publicitárias, sem qualquer permissão.
A opção, concebida à cerca de uma década, na era da administração Obama, por advogados da Federal Trade Commission de defesa do consumidor, o sistema DNT era suposto proteger as pessoas de anúncios direccionados e recolha de dados, mas a realidade é que o funcionamento da mesma não está a ser fiscalizado e não há quem a faça vigorar, estando esta a ser ignorada.
Infelizmente a forma como o DNT deveria funcionar nunca foi definido, e a comissão deixou a industria implementar uma solução à sua escolha. E acabaram todos aldrabados!
Arvind Narayanan, professor na Universidade de Princeton, e um dos criadores do DNT explica:
O Do Not Track poderia ter resultado se tivesse havido um incentivo da industria de anuncios para chegar a um concenso com os advogados da privacidade e os accionistas.
Acrescenta:
Perto de 2011, a legislação federal trouxe a situação para a mesa de negociações. Mas a suposta ameaça da falta de regulação desapareceu quando as negociações prolongadas criaram a ilusão de uma auto regulação voluntária da situação.
Infelizmente, aquilo que se vê, é que sem regulamentação e tecnologia regulamentada e certificada, a opção Do Not Track deveria ser removida dos Browsers, uma vez que está lá a enganar quem a usa.
Pessoas como Gabe Weinberg, criador do motor de pesquisa DuckDuckGo, que não regista as pesquisas dos utilizadores, vai mais longe, e acredita que a solução nem sequer passa por aí. Mas pelo forçar as empresas a clarificar a 100% porque motivo recolhem a informação, que informação exacta é recolhida, quem tem acesso a ela, e porque a recolhem. Somente quando pressionadas sobre as suas motivações e perante a lei vigente, essas empresas poderão sentir realmente a pressão para mudar as coisas.