A norma HDR prevê um uso de uma luminância por pixel que é problemática de ser atingida. Nesse sentido aumentar a luminosidade dos mesmos para cumprir com a norma HDR é um problema, e eis que surge o RGBW.
Um dos requisitos do HDR passa luminância em nits que os pixels necessitam de apresentar, e esse tem sido um dos maiores problemas das TVs que o suportam.
Quando a norma prevê luminâncias até 1000 nits, a quase totalidade dos ecrã que suportam o HDR ficam longe, bem longe desse valor. É um dos problemas que tecnologicamente não tem ainda solução à vista.
Há no entanto uma solução. Não é perfeita, tem falhas, mas faz o que se propõem, aumenta a luminosidade disponível nos pixels. Chamou-lhe RGBW, e isso porque ela é uma derivação da tecnologia RGB onde a cor de um pixel é criada pela combinação das três cores primárias, o vermelho (Red), o verde (Green), e o azul (Blue) presentes em sub-pixels que constituem o pixel de imagem. A diferença é que aqui há um quarto subpixel a branco (White), e destinado a criar luminosidade adicional no pixel.
As diferenças entre o RGB e o RGBW
Numa imagem 4k temos a mesma constituída por 3840 colunas e 2160 linhas. Ou seja, há um total de 8 294 400 de pixels que constituem a imagem!
Mas cada um destes pixels é na realidade constituído por um conjunto dos já referidos sub-pixels! Ou seja, na norma RGB, cada pixel é constituído por 3 sub-pixels com as três cores básicas.
Mas contando com os subpixels as fontes de luz são diferentes da resolução. Há 3840 pixels, sendo que cada um deles é constituído por um arranjo de sub-pixels RGB (3840 arranjos RGB). Ou seja, na realidade há um total de 11 520 subpixels por linha o que perfaz um total de 24 883 200 de fontes de luz individuais.
De forma esquemática, este é o aspecto dos pixels de uma TV RGB.
Aqui vemos um total de 20 pixels, distribuídos em 5 colunas e 4 linhas! Vemos também os sub-pixels RGB que constituem cada um dos pixels!
Já no RGBW a situação é diferente!
A imagem é na mesma constituida por 3840 colunas e 2160 linhas de pixels, existindo os mesmos 8 294 400 de pixels que constituem a imagem!
Mas os arranjos RGB são agora acompanhados de um pixel extra e branco, destinado a aumentar a luminância do pixel, fazendo então o RGBW.
Ou seja, tal como no caso de cima as as fontes de luz são diferentes da resolução. Há 3840 pixels, sendo que cada um deles é constituído por um arranjo de sub-pixels RGBW (O que inclui os mesmos 3840 arranjos RGB). Mas aqui temos um total de 15 360 subpixels por linha o que perfaz um total de 33 177 600 de fontes de luz individuais.
De forma esquemática, este é o aspecto dos pixels de uma TV RGBW.
Como vemos não há qualquer desvantagem no uso da tecnologia RGBW. A mesma obtêm exactamente os mesmos resultados da tecnologia RGB, acrescentando ainda a possibilidade de maior luminância nos pixels, obtendo assim um melhor HDR.
Esta é a tecnologia base do RGBW usada por empresas como a LG ou a Samsung nos seus televisores OLED.
O barato sai caro
No entanto se já leram alguma coisa sobre o RGBW poderão estar confusos. com algumas referências que referem que esta tecnologia reduz a resolução efectiva da imagem.
Porque motivo se refere que o RGBW reduz a resolução efectiva da imagem?
Como vimos em cima, o RGBW não altera em nada a realidade da imagem. A diferença é apenas a inclusão de um pixel extra com luz de cor branca.
Mas é aqui que entra a questão do preço… e daí esta secção estar incluída numa outra denominada “o barato sai caro”.
É que se é verdade o que vimos em cima, a realidade é que a maior parte das marcas apenas aplica a tecnologia RGBW, como explicada, nos seus televisores OLED. Quando a mesma é aplicada aos televisores LED, ela é aplicada de uma forma radicalmente diferente, e que efectivamente altera a imagem.
Vamos passar a explicar:
Pretendendo criar painéis mais económicos para o mercado LCD, as empresas alteraram o RGBW nesses paineis. E ele não funciona tal como vimos em cima. Para que melhor se perceba, vamos ver a disposição dos pixels neste tipo de ecrãs.
Como se pode ver, há aqui uma “salsaparrilhada” tremenda, com uma alternância na supressão de uma das cores dos sub-pixels em muitos dos pixels.
A imagem continua a ser constituída pelas mesmas 3840 colunas e 2160 linhas. E aqui nada se altera, há um total de 8 294 400 de pixels que constituem a imagem!
Agora a diferença está nos sub pixels! Tal como no RGB eles são constituidos por 3 subpixels, mas a diferença é que aqui nem todos eles possuem as três cores básicas. O número de arranjos RGB que até agora sempre coincidiu com o número de colunas do ecrã, ou 3840, neste tipo de ecrãs desce para os 2280.
Continuamos com os mesmos 11 520 subpixels por linha e o mesmo total de 24 883 200 de fontes de luz individuais, mas… esta redução no número de arranjos RGB tem implicações na imagem.
Basicamente, se a imagem continua a 4K, este tipo de solução tem problemas com os padrões. Vamos ver uma comparação entre dois ecrãs LCD, um RGB e outro com esta solução RGBW para determinados padrões de cor:
Como se pode ver, a criação de padrões fica comprometida, e o resultado nota-se em determinadas imagens:
Vamos ver alguns pormenores:
A imagem RGB (em cima) permite perceber muito melhor as bolas de golfe, sendo que em RGBW (em baixo) as mesmas não só são menos perceptíveis, como não dão o aspecto de redondas.
Com este tipo de ecrã RGBW LCD a resolução é detalhada, mas não cria a mesma percepção visual de um 4K RGB ou RGBW em ecrãs OLED. As áreas com grande detalhe parecem menos definidas e o aspecto geral é mais “soft”. No geral a resolução visualizada aproxima-se mais dos 2.8K do que dos 4K, isto apesar de a resolução de ecrã ser efectivamente 4K,
Este tipo de ecrãs LCD são por isso de evitar, sendo actualmente usado nas séries 6100, 6500 e 6800. No entanto dado que os modelos mudam e há sempre novos a sair, se optarem por um ecrã LCD é bom que questionem se a tecnologia usada é RGB ou RGBW! E não se fiem na primeira resposta do vendedor da loja, pois muitas vezes eles nem sequer sabem do que estão a falar.