A E3 está à porta, e todas as empresas aqui presentes estão dependentes dela para o que será o seu futuro. Diga-se que a E3 deste ano será das mais importantes de sempre na definição do futuro das consolas das três marcas.
A E3 deste ano, e a forma como ela convence os utilizadores será essencial a ditar o futuro das vendas das consolas destas três marcas.
A Sony é a que parte com maior vantagem pois é o atual lider de mercado e nesse sentido é a que menos tem a perder com a E3, podendo, quando muito, esta diminuir-lhe a liderança. Já Microsoft e Nintendo estão numa posição mais delicada pois necessitam forçosamente de convencer o público a manter-se fiel às duas consolas. Vamos então ver o que cada uma das empresas necessita para uma boa E3:
Nintendo
Nesse capítulo a Nintendo é a que mais necessita de uma grande E3 pois a sua consola Switch, apesar de boas vendas até ao momento, ainda não convenceu as Thirds a nível de apoio incondicional. Daí que a necessidade de continuidade de boas vendas seja essencial, e nesse aspecto a qualidade e quantidade do que será apresentado nesta E3 será essencial
O que tem a perder
Uma má E3 para a Nintendo seria algo de catastrófico. A empresa não se pode dar ao luxo de uma nova WiiU, e está dependente do sucesso da sua Switch. Infelizmente este ainda está longe de estar garantido, e um flop nesta E3 pode ser catastrófico a nível de vendas futuras e colocar todo o sucesso desta consola em causa. É a empresa que mais tem a ganhar ou a perder com esta E3.
As anteriores E3
As anteriores E3 da Nintendo foram… medianas. O sucesso da WiiU estava definido desde à muito tempo, e as “thirds” (empresas terceiras, isto é, não Nintendo) nunca a apoiaram. Nesse sentido, no que toca à sua consola de mesa, a Nintendo limitava-se a suportar a mesma, tentando manter o interesse de quem a possuía vivo. E nesse sentido não precisava de muito, limitando-se a lançar aquilo que a Nintendo em que a Nintendo sempre foi e continua a ser boa, os seus exclusivos.
O que precisa de melhorar
Basicamente a Nintendo, apesar de estar numa posição complicada, tem aqui uma vantagem. A Switch é uma nova consola e como tal não há uma verdadeira necessidade de se melhorar o passado, mas sim de se criar fundações para que a E3 deste ano seja convincente nas propostas que oferecerá.
Basicamente a Nintendo tem de oferecer uma diversidade de jogos que convençam as pessoas a aderir à sua consola, e nesta fase, dada a versatilidade da consola que é simultâneamente uma consola de mesa e uma portátil, os seus exclusivos, desde que de qualidade, podem ser suficientes. Terá é de haver diversidade e qualidade para ajudarem a manter o interesse na consola até os números de vendas se tornarem interessantes.
Estando a consola a vender tão bem com uma livraria atualmente tão pequena, nesse sentido, apesar do risco da Nintendo ser o maior das três empresas em causa, a sua tarefa parece simplificada pois bastará limitar-se a melhorar, mantendo a qualidade e aumentando a diversidade, o que há.
Como parte que levanta dúvidas, há rumores que a apresentação da Nintendo poderá apenas demorar 25 minutos… E se isso abordar as outras consolas da Nintendo, tal parece muito pouco!
Microsoft
A posição da Microsoft nesta E3 é diferente do existiu até hoje, tendo entre mãos momento complicado e uma necessidade de sair de uma posição que nunca antes existiu. A Xbox vende a níveis aceitáveis, mas longe do que a empresa alguma vez esperou, e o seu estado actual a nível de suporte exclusivo é comparável à vegetação presente um deserto, o que está a criar uma imagem da empresa diferente daquilo a que esta sempre habituou os seus clientes.
Ainda por cima a Microsoft prepara-se para lançar um novo hardware, e este nunca será nada sem software que o acompanhe. Há aqui um grande investimento em jogo que requer sucesso na E3.
O que tem a perder
Perante o atual estado de coisas, esta E3 é essencial para ditar o futuro sucesso da Xbox. E apesar de a subsistência da consola não estar em causa, uma má E3 e uma continuidade no trilho atual podem vir a ditar uma queda da imagem da marca Xbox junto dos utilizadores ..
A Microsoft precisa por isso que esta E3 seja um sucesso, e para o ser a empresa não pode cair em erros de promover um hardware sem software. Isso seria limitar-se a vender a nova consola à base de utilizadores já existente e desejosa de melhorar o seu hardware, mas não criaria as bases para que a Scorpio fosse um sucesso de vendas.
Dado o pouco sucesso da Xbox, é de todo o interesse da Microsoft que os pratos da balança pendam para lado da Scorpio, criando aqui uma nova base bem mais apetecível, mas isso é algo que tem de ser feito com muita sensibilidade uma vez que a empresa não pode correr o risco de alienar a atual base de utilizadores.
A Microsoft tem muito aqui em risco e o ideal seria mesmo uma boa E3 que garanta um bom suporte à base existente, e melhorias apetecíveis à Scorpio. E acima de tudo o preço da Scorpio tem de ser desejável face à realidade de jogos existente e apresentada.
As anteriores E3
Bem… aqui há muito que dizer, uma vez que analisados os dados da E3 2016, esta foi bastante má. e como tal há muito a melhorar.
Para começar foi dado muito destaque a hardware e pouco ao software.
E no que toca ao softwae a Microsoft apresentou 33 jogos, mas desses, apenas cerca de 9% (3 jogos) eram desconhecidos. Tudo o resto já se sabia existir para a Xbox! E desses 3 jogos, um deles era o Gwent, o jogo de cartas independente que vimos aparecer em The Witcher.
Resumidamente este é um capítulo a melhorar e que certamente, dado o vazio atual que existe, será bastante melhorado.
Mas ainda da E3 2016, dos 33 jogos apresentados, cerca de 70% deles, ou seja 23 jogos, eram Indies… Ora quando é tão comum ouvir-mos na boca dos fans Xbox queixas contra os Indies, criticando a PS4 pelos mesmos, a E3 2016 foi nesse aspecto atípica os fans da marca , especialmente se verificarmos que na conferencia da Sony do mesmo ano, apenas 6% do apresentado foram Indies.
E se realmente os fans Xbox não apreciam este tipo de jogos, então teremos de considerar que a E3 2016 caiu em erros gravissimos, sendo que pelo menos 2 dos jogos AAA apresentados acabaram cancelados.
O que precisa de melhorar
Acima de tudo… mais jogos! Mais jogos desconhecidos, e… menos cancelamentos posteriores! Mais jogos exclusivos.
O suporte à consola precisa de subir radicalmente, para valores próximos dos da Sony. Tem de haver um investimento em exclusivos, em novos IPs e na criação de estúdios First Party. E isso tem de ser apresentado como algo para curto prazo, não para médio ou longo.
De resto a consola tem tudo para andar… só precisa mesmo é de suporte de qualidade que em 2017 não tem existido.
A Microsoft referiu que a sua conferência vai passar os habituais 90 minutos. Provavelmente vai juntar os jogos a uma apresentação morosa da consola, sendo que apenas se espera que a coisa seja mais ao gosto daquilo que quem ali está procura, ou seja jogos, jogos, jogos, jogos, jogos, jogos, jogos, consola, e não consola, consola, consola, consola, consola, consola, consola, consola, jogos, como aconteceu em 2013.
Sony
A posição da Sony é certamente a mais confortável uma vez que parte na posição de líder. Mas no entanto perante uma boa E3 da Microsoft, que convença com a sua Scorpio, a liderança, ou pelo menos a margem de liderança pode estar ameaçada. E nesse sentido a Sony não pode dormir à sombra da bananeira.
O que tem a perder
Dificilmente uma má E3 pesará para a Sony como para as restantes duas empresas, mas no entanto a Sony tem aqui também coisas em jogo, nomeadamente a sua liderança a nível mundial. A Scorpio será uma concorrente de peso, com argumentos que a Sony, presentemente, não pode combater, e caso a concorrência saiba apresentar os seus argumentos e um bom nível de suporte, a Sony pode ver a sua liderança reduzida.
Nesse sentido apenas os jogos de qualidade e apetecíveis podem ajudar a Sony, e a sua E3 precisa de surpresas de qualidade.
As anteriores E3
A Sony tem sido dos três grandes a que melhores E3 tem apresentado nos últimos anos. Mais jogos e mais exclusivos, e nesse sentido nada deverá mudar. Não quer isto dizer que as suas E3 sejam perfeitas, mas face à E3 2016 a Sony foi não só a empresa que mais jogos apresentou, como tambem a que mais jogos lançou desde a apresentação (quer em número, quer percentualmente).
O que precisa de melhorar
Basicamente manter o nível que a ajudou a chegar a onde está é uma necessidade, mas concorrer contra novo hardware mais potente é uma novidade para a Sony que requer por isso uma atenção redobrada na qualidade e quantidade do que será apresentado, e acima de tudo na quantidade de novidades.
Conclusões
As três empresas requerem uma boa E3, mas por motivos diferentes. A Nintendo precisa dela para ditar o sucesso ou insucesso da sua Switch, a Microsoft para mostrar que continua na luta e que a sua nova consola será acompanhada de um suporte digno e que a marca Xbox continuará a ter elevado suporte, e a Sony para que não perca o conquistado até agora.
São objectivos diferentes, e com dificuldades diferentes, sendo que a posição mais difícil, é a nosso ver a da Microsoft. 2017 foi até ao momento um ano onde a Xbox a nível de exclusivos esteve a um nível históricamente baixo. Mesmo a Switch, acabada de lançar a com apenas uma mão cheia de títulos na sua livraria, a ultrapassou nesse ponto. A ideia de que esta situação não se repetirá necessita de mudar, e isso requer um grande investimento da Microsoft em exclusivos das First e Second Party, bem como a aquisição de alguns títulos de Thirds. Esta é conferencia mais aguardada, e onde se espera que a Microsoft não passe a mesma a apresentar as funções e características da sua nova consola, negligenciando os jogos.