O mercado… é aquilo que TU deixas que ele seja.

Cada vez vejo mais queixas de utilizadores sobre o estados dos videojogos. Mas estes esquecem que o mercado está como está… porque eles mesmos levaram a que ele estivesse assim!

Ah e tal… os jogos estão cada vez mais pequenos… Ah e tal, os jogos estão cada vez mais caros… Ah e tal, os jogos estão cada vez piores… Ah e tal, os jogos estão cheios de transações.

Estas e outras são queixas das mais diversas que existem atualmente sobre os videojogos. E a tendencia é culpar-se os programadores!

Mas não… o real culpado de tudo isto não são os programadores… Na realidade és tu… Tu, a pessoa que está a ler isto!

Como assim, eu, perguntam-se vocês?



Olhando para a realidade nua e crua, haverão muitas poucas pessoas que possam dizer que nunca pagaram por conteúdo num jogo. Poucos que poderão dizer que  não compraram jogos que sabiam serem fracos. Poucos que não compraram um jogo, mesmo sabendo que ele tinha bugs e problemas. Poucos que não compraram um jogo que não precisavam… apenas porque sim. Poucas que nunca compraram um jogo digital quando suportam o físico!

Conforme digo isto, digo outras coisas, mas a realidade é que o mercado é o que é atualmente por um simples motivo. Porque os programadores experimentaram fazer algo diferente… e esse algo funcionou e deu dinheiro! Muito dinheiro.

Quando vemos jogos a serem lançados com bugs criticas, com problemas de performance, etc, a conversa nos foruns é que os programadores são desleixados, que cada vez há menos testes de qualidade, etc. E a culpa é sempre de terceiros! Mas na realidade a culpa… é do consumidor! Que compra produtos naquele estado, que os compra em quantidade, e que diz às empresas “Não há problema nisto… nós compramos na mesma!”.

Num exemplo bem recente, quando Halo infinite foi lançado, eu fiquei estupefato com o que via. O jogo não trazia a componente single player, estava cheio de bugs na componente multijogador, não tinha conteúdo, e estava em falta de elementos considerados cruciais.

Mas quando há a votação para o jogo do ano na perspectiva do consumidor, quem ganha? Halo Infinite!

Isto é o que eu chamo de uma real e completa palhaçada… e um sinal ao mercado que diz de forma clara o seguinte: “Podem marcar coisas incompletas e com problemas, que nós compramos na mesma”.



Note-se que eu não estou aqui a dizer que o que existia em Halo não era bom, ou que não justificava só por si ganhar o título. A questão não é essa! A questão é que nunca, mas mesmo nunca se vai a um restaurante, se come algo mal cozinhado, e se diz que se gosta. Porque se o fizermos, teremos novamente a mesma coisa para comer em outros dias.

As pessoas queixam-se do excesso de jogos multi, Sim, eles existem em excesso! Porquê? Porque as pessoas não os querem, mas compram-nos… e jogam-nos! Experimentem deixar de o fazer e vejam como eles começam a diminuir!

É o mesmo com os GAAS. Ah e tal eu abomino-os! E depois vemos sondagens e mais sondagens com cerca de 60 ou 70% dos votantes a dizer que estão cheios deles e que querem antes jogos single player. Mas quando sai mais um GAAS… ele volta a ser um sucesso! Onde está a coerência nas queixas se as pessoas acabam por aderir?

As Micro transações são uma praga e tem de acabar… mas elas fazem mais dinheiro que os jogos full price… E porque? Porque as pessoas pagam! Não gostam, não querem… mas pagam! E fazendo do modelo um sucesso, ele nunca na vida vai desaparecer.

O “all digital” não agrada… Mas compram mais digital que físico. O always online é abominável, mas saem jogos assim, e compram-nos.



Basicamente o que as pessoas não se convencem é que elas são o mercado, e elas é que ditam o que será sucesso ou insucesso no mercado. Acreditam sempre no “oh, sou só eu, e eu sozinho não consigo mudar o mundo”. A questão é que todos pensam o mesmo, e isto sem consciência que se todos lutarem sozinhos, rapidamente se apercebem que serão muitos e que conseguem o que querem.

Porque a realidade das coisas é só uma. Se há coisas más no mundo dos videojogos, coisas que não gostas e que querias ver serem de forma diferente, o mais certo é que TU tenhas parte da culpa de as coisas serem como são. Daí que quem não faz nada para mudar as coisas… não se queixe!

Eu sei que sou só um, mas sou contra muita coisa do que se passa no mercado. E lutando contra moinhos de vento, não adiro àquilo que não defendo ou que acredito que possa criar dano ao mercado! E como eu existem milhares de Don Quixotes que fazem o mesmo. Ainda somos poucos, mas com um mercado consciencializado de que é ele que tem a capacidade de ditar o que quer, e não o que nos impingem, quem sabe um dia seremos um “exército” digno desse nome, e capaz de impor aquilo que queremos.

O certo é que para isso… TU tens de te mexer, e não ir com a corrente!

 



 



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Juca
Juca
22 de Fevereiro de 2024 9:36

Eu vou discordar um pouco do seu texto, Mário, porque ele faz da vítima o principal culpado, e essa não tem o dolo.
Os consumidores, em parte, podem ter culpa da manutenção do sistema danoso a si, seja por vício ou inconsequência futura daquilo que o prejudicará, mas essa é aquela culpa do existir.
Mas a culpa primordial é sempredaquele que gera o fato, que faz acontecer. O cliente não pediu pelo digital, não pediu pelas dlcs, não pediu por jogos GaaS, tudo foi uma imposição da indústria, de criadores de conteúdo, a indústria foi quem impôs os seus modelos com maior ou menor sucesso. O cliente, no máximo, tem a culpa de aceitar efazer-se perpetuar a coisa.
Veja, a MS, mesmo sem conseguir o que quer, está impondo o Gamepass insistentemente, e o negócio não cresce… Se a gente for ver sob a ótica da culpa da vítima, vamos achar que a culpa de existir sequestro é do sequestrado que por ficar muito tempo no cativeiro, perdeu a noção de mundo e se afeiçoou ao pouco de atenção que poderia ter naquele mundo possível. Então, eu acho, que no máximo, grande parte dos clientes estão com com algo semelhante a uma “síndrome de Estocolmo” e querem alimentar-se de qualquer coisa que lhes oferecem. Tirar opções dos clientes e impor o seu modelo, seus jogos é sempre coisa da indústria, sobretudo dos gestores de negócio. Hoje, compro muito menos EA, tento não comprar coisas que sei que não irei gostar, mesmo que baratas, evito o digital, dentro do possível, não pago ou monetizo jogos GaaS e etc, mas essa a experiência de ter consciência do que quer , demanda tempo, e o mercado não dá esse tempo a nenhum cliente ele se impõe, algumas vezes, no tudo ou nada, pra ganhar dinheiro como ele acha melhor.

Last edited 8 meses atrás by Juca
Juca
Juca
Responder a  Mário Armão Ferreira
22 de Fevereiro de 2024 10:32

Mas aí que está, nem toda “adesão” é de forma consciente, é volitiva, mas não consciente. Se todas as pessoas fossem conscientes de todos os resultados futuros no momento em que fazem a opção, mas como eu disse, existe falta de percepção e mesmo o vício de alguns, isso fora o fato de que somos bombardeados com propagandas sobre produtos o tempo todo. Como eu disse, quem impõe o modelo é o culpado de fato o que vem daí pode gerar até certa cumplicidade de alguns, mas tenho certeza que se lhes fossem dadas opções e clarificação de intenções, não fariam sempre a opção do que lhes pode ser danoso. Mas são óticas, Mário. E o assunto é complexo, envolve convicções pessoais, estudo comportamental e mesmo, questões filosóficas.
Às vezes é preciso nos lembrarmos que somos animais, que podemos agir como rebalho, que somos, quase sempre imediatistas, que por mais inteligente que sejamos nem sempre fazemos escolhas inteligentes ou as melhores, que somos influenciáveis, que sofremos de ansiedade, cansaço e que diante de tudo isso e mais algo que porventura tenha esquecido, tem gente que sabe disso e usa isso em prol de ganhar dinheiro.
Só acho que a Indústria é a principal culpada por qualquer rumo comercial que exista, são eles que impõem ou tentam impor como querem ser remunerados.
Mas é só minha ótica.
Eu enxergo muito a coisa como um casal onde apenas um é apaixonado e o outro quer abusar dessa paixão, o apaixonado vai levando a situação e se flexibilizado, às vezes até onde não dá, na esperança daquela chama voltar a arder, mesmo que em pequenos momentos, migalhas, só pra se “alimentar”, enquanto isso o abusador só quer tirar dinheiro pra cachaça e manipula a situação, e às vezes, nem sequer está preocupado em agradar… Enfim, nós gamers vivemos uma relação abusiva com a indústria de games, no fim, é mais ou menos isso. Lol

Last edited 8 meses atrás by Juca
Juca
Juca
Responder a  Mário Armão Ferreira
22 de Fevereiro de 2024 14:46

Eu não sei muito bem se eu me fiz entender na questão do animal, pois eu quis dizer pra além do sentido animalesco, que também é nossa verdade, mais que isso, quis falar da questão fisiológica toda, se for parar pra pensar, quase toda a nossa vida gira em torno de questões fisiológicas, e não intelectuais, a intelectualidade é coisa quase inventada, pra podermos justificar nossas necessidades fisiológicas de precisar comer, precisar ter conforto, precisar ter sexo… Não estou querendo ser minimalista e atribuir tudo há isso, sei que há afeto, e outros sentimentos racionais amplos, mas até o prazer de fazer as coisas cono ler e pensar é uma questão inconsciente de fazer liberar descargas de hormônios de prazer no corpo, entende. A intelectualidade é apenas uma das formas de conseguir viver em grupo sem ser morto por quem quer suas coisas a base da força, entende… Mas já estou divagando demais na questão. Só sei que não dá pra negar nossa natureza fisiológica, e os intelectuais do marketing sabem disso.

Juca
Juca
Responder a  Mário Armão Ferreira
22 de Fevereiro de 2024 16:47

Estou de acordo plenamente, “a coletividade” precisa ser mais esperta, mas é como dizem, “a corrente tem a força do seu elo (ou elos) mais fraco”, e nisso precisamos melhorar muito ainda.

Last edited 8 meses atrás by Juca
José Galvão
José Galvão
Responder a  Mário Armão Ferreira
22 de Fevereiro de 2024 18:52

Mário eu respondi positivamente a algumas perguntas, mas isso não significa que apoie más práticas, significa é que apesar de ser um consumidor consciente, não sou um consumidor perfeito, isto por que já comprei uma dlc (a espansão do Bloodborne por exemplo), comprei o Destiny, um jogo exclusivamente online, mas nunca comprei skins nem vantagens.
Jogos com bugs já comprei e isto levanta outra questão que parece que não tens em conta, que é o facto de que a maioria das más práticas são de pessoas que não frequenta os sites e segue este mundo regularmente, logo não têm a mesma percepção que nós, e se eu que comprei um Cyberpunk para a PS4 no lançamento sou enganado, imagino o resto.

Acho que não se deve apontar o dedo a todo o tipo de dlc por exemplo, da mesma forma que nem toda a gente pode ter um comportamento exemplar mas ainda assim não dar largas a este tipo de práticas, porque o verdadeiro problema está nas chamadas ”baleias” ou pessoas que têm problemas de jogo ou gastos que de certa forma contribuem.

Mas atenção que eu percebo a tua questão, eu desde sempre questionei o rebanho anual que vai a correr a mesma porcaria de jogo, FIFA e COD, mas penso que há que contextualizar as coisas de forma a não meter tudo no mesmo saco.

Last edited 8 meses atrás by José Galvão
Hennan
Hennan
22 de Fevereiro de 2024 11:53

Sinceramente acredito que a comunidade gamer ainda é uma das melhores, se não a melhor. Se dependesse das empresas seria tudo GaaS, 100% online, digital e com lootbox. Perdemos muito, mas ainda estamos vivos.

Juca
Juca
Responder a  Hennan
22 de Fevereiro de 2024 16:52

Eu chego a crer, por vezes, que nós que nos indignamos com GaaS, lootbox, 100% online e apenas 100% digital, jogos em early acess/malacabados… só somos uma minoria mesmo, muita gente deve gostar disso, e é aceitar ou pular fora do barco.

Hennan
Hennan
Responder a  Juca
22 de Fevereiro de 2024 18:04

Acredito que não. O problema é que o outro lado tem dinheiro e controle dos meios de comunicação. Ainda assim, as vezes fazemos muito barulho.

eduard08
eduard08
22 de Fevereiro de 2024 19:02

Off: a Sony para “festejar” 1 ano de PsVr2 anuncia que este podera ser usado no pc e espera que seja possivel ainda este ano, apos que alguns testes sejam feitos

Juca
Juca
Responder a  eduard08
22 de Fevereiro de 2024 19:17

Triste, vou terminar comprando os jogos no PC… É muita burrice!

Livio
Livio
Responder a  Juca
22 de Fevereiro de 2024 19:52

mas para quem ainda não tem pode ser uma boa, por exemplo a reduçãono preço

Livio
Livio
Responder a  Livio
22 de Fevereiro de 2024 20:05

fora que para alguns projetos no PC o PSVR2 poderia cair bem

Juca
Juca
Responder a  Livio
22 de Fevereiro de 2024 20:35

Não duvido, Livio, mas pode fazer é deixarem de lançar jogos pra PS5 por isso.
De qualquer forma, não era como eu esperava jogar half life alyx mas, pelo visto, será no PC. E duvido muito que o preço do periférico baixe, não tem porque subsidiar umperiférico pra PC, pra mim é até bom, vou poder usar mods e tudo, mas acho uma burrice por parte da Sony.

Last edited 8 meses atrás by Juca
Hennan
Hennan
Responder a  eduard08
22 de Fevereiro de 2024 20:01

No caso do VR pode ser um mal necessário. Não sei se as vendas foram suficientes para garantir o interesse dos desenvolvedores.

Juca
Juca
Responder a  Hennan
22 de Fevereiro de 2024 20:39

Mas vai vender hardware e vão deixar de fazer jogos pra PS5? Sendo um periférico de PC a base no PS5 vai ficar estagnada na mesma. Como vender PSVR2 pra PC ajuda os desenvolvedores de jogos VR a verem PS5 como uma plataforma pra desenvolverem pra ela?

Hennan
Hennan
Responder a  Juca
22 de Fevereiro de 2024 21:09

Imagino que portar um jogo VR do PC para o ps5 não seja tão difícil. A principal questão deve ser desenvolver para o hardware especifico do PSVR2. Sendo assim, uma base maior incentivaria a produzir novos jogos para o hardware do psvr2 que seriam vendidos em ambas as plataformas. Não é o cenário ideal. Mas se as vendas estão fracas, é a última alternativa. Vai prejudicar um pouco as vendas do PS5 em prol de tentar salvar o VR2.
E acredito que num futuro próximo a Sony vai lançar a PSN no PC. Daí vai rentabilizar as vendas em qualquer plataforma.

Juca
Juca
Responder a  Mário Armão Ferreira
22 de Fevereiro de 2024 20:42

A vantagem é suporte a vídeos e jogos que o PSVR2 no PS5 não tem, mas não entendo a Sony querer fortalecer o PC em detrimento da sua plataforma fechada, vão me fazer cogitar comprar uma 4070 ao invés de um PS5 Pro pra jogar VR. Só vão ficar com exclusividades temporárias agora, esse é o futuro dos consoles?

Last edited 8 meses atrás by Juca
João Paulo Antão
João Paulo Antão
Responder a  Juca
22 de Fevereiro de 2024 21:12

Até te entendo Juca. Mas é vantagem o psvr 2 ir p o pc, pois é muito caro. e tem opções melhores no pc q o psvr2, vide o meta quest 3 . estive olhando uma 4070 super também, mas não resisto a um console playstation. passei meu ps5 p frente esse ano. na espera do Pro!

Juca
Juca
Responder a  João Paulo Antão
23 de Fevereiro de 2024 10:15

Até acho que pode, de alguma forma, fortalecer o mercado de VR, que é ainda uma parcela muito pequena dos jogadores, pouco popular, mas ao invés da Sony aumentar suporte na sua plataforma, trazendo maior suporte pra filmes, youtube, parcerias com a Meta ou coisas do tipo, vai dar suporte a PC?! Sinceramente, parecem estar desistindo do console.

Last edited 8 meses atrás by Juca
eduard08
eduard08
Responder a  Mário Armão Ferreira
23 de Fevereiro de 2024 12:03

Para mim e uma boa ideia pois quem o comprou sempre pode usar sem ter que estar preso a consola, e de certeza que muitos que tenham pc e ps5 vai ajudar na decisão de comprar pois assim sempre podem usar nos 2 aparelhos e compensar a compra visto o preco que custa

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