É inevitável. O descontrolo de acções e a liberdade excessiva ao nível da libertinagem que se exerce na internet necessita de controlo, e tal poderá acontecer mais rápido do que se pensa.
O passado dia 3 de Junho de 2017 foi um dia negro e um dia que marcará a história mundial. Um atentado terrorista em Londres matou 7 pessoas e feriu 48 quando três pessoas usando uma carrinha e facas atropelaram e esfaquearam um grande número de pessoas que se encontravam na London Bridge a fazer a sua vida pacata.
Esta situação levantou um alerta que já à muito tempo se falava, a liberdade excessiva e não controlada que existe na internet. Uma liberdade que no fundo todos apreciamos, mas que necessita urgentemente de desaparecer, para a segurança de todos. É que se alguns são conscientes e sabem como usar a liberdade que lhes é concedida, outros não o sabem e exageram, e há ainda outros que se aproveitam dessa liberdade para doutrinar terceiros para situações que terminam em desgraças como as que já referimos.
E porquê? Porque a liberdade não controlada que existe na internet é que tem permitido o “recrutamento” e a organização deste tipo de situações. E a regulamentação e controlo do cyberespaço são uma necessidade.
O discurso da Primeira Ministra Inglesa, Theresa May, foi claro nesse aspecto (e este será um sentimento partilhado por muitos outros primeiros ministros por todo o mundo). O tempo em que as instituições que fornecem serviços internet sem controlo do que os seus utilizadores fazem está contado e torna-se urgente que os líderes mundiais reunam para legislar nesse sentido.
E isso implica que no futuro um utilizador que faça algo na internet seja registado pelo ISP e outros serviços que use, de forma a poder ser responsabilizado pelo que faz! Ou seja, a liberdade que todos gozamos e que de certa forma prezamos, acabará. E com ela terminará os filmes e músicas piratas, as trocas de ficheiros ilegais, as liberdades expressivas abusivas, a violação de direitos de autor, etc a acontecem de forma anónima e impune. Basicamente a Internet será tão regulamentada e controlada como a vida normal, e as barreiras entre países que impedem muitas situações deixarão de existir, com os utilizadores a poderem sofrer penalizações, independentemente da sua origem.
Tal implicará certamente a queda da internet em mãos e interesses empresariais, e consequentemente uma mudança radical no paradigma de como esta funciona.
A situação não ocorrerá de um dia para o outro… mas ocorrerá! São questões de segurança internacional e vidas de pessoas que estão em causa. Há pessoas a morrer porque os facebooks permitem conversas não controladas, porque os twitters ou snapchats não registam e verificam as conversas e conteúdos, porque o Google permite que se encontre páginas com conteúdos que não deveriam existir, porque os ISPs não registam os passos dos seus utilizadores, etc, etc.
Mas no futuro, isso acabará, e estas empresas serão responsabilizadas pelas acções dos seus utilizadores, forçando as mesmas a tomar medidas. Tal levará certamente a aumento dos custos da internet pois os custos das empresas acabarão por se refletir nos clientes, mas este é o estado atual das coisas, a situação que as pessoas criaram porque quando algo de bom aparece, não se sabem controlar e abusam das mesmas dando cabo do que já existia e de direitos adquiridos.
Isso são situações que já abordamos aqui, e que aconteceram igualmente com a realidade dos videojogos. A praga dos DLC, dos jogos incompletos com conteúdos pagos, das Microtransações, começaram da mesma forma. Como mera opção… mas a adesão em massa levou a que se tornassem quase um standard. É a falta de consciência das consequências que existe nas atitudes dos utilizadores!
De certa forma, websites geradores de conteúdo agradecerão. O plágio, com a cópia na integra de conteúdos é uma realidade constante, e algo que aqui na PCManias já experimentamos, mas sobre o qual nada pudemos fazer uma vez que os fóruns de treta de outros pasises que permitem a colocação desses artigos, mesmo perante e-mails de alerta nada fazem para remover os conteúdos e penalizar os utilizadores. Algo que no futuro, com a legislação mais apertada, poderá, felizmente, mudar.
Torna-se necessário que possa existir acções legais contra os utilizadores. E que queixas apresentadas numa esquadra não caiam em saco roto, ouvindo-se um simples “ah, não podemos fazer nada, está fora da nossa jurisprudência, pois o utilizador é de outro país”. Futuramente uma queixa numa esquadra, após se apurar que há razões para a mesma, será julgada e a penalização será exercida no outro país, nem que isso passe apenas pelo mero impedimento do utilizador de continuar a aceder, mesmo que por um período limitado, à internet. Será uma consequência do controlo e da possibilidade de fiscalização com leis internacionais aplicáveis a todos e aplicadas por todos.
É necessário que haja controlo e ferramentas para se agir… É pena, mas muita pena, que as entidades internacionais só se tenham apercebido disso perante a morte constante de pessoas em ataques terroristas continuados. Mas é bom ouvir-se na boca da Primeira Ministra Inglesa que isso necessita de mudar! Não porque se deseje uma internet diferente, mas porque como consequência do que há, terroristas passam impunes em acçoes coordenadas na internet.
A liberdade da Internet, algo que durante tanto tempo foi tão bom, é agora preocupante, e tem de ser controlada. Num contexto mais simples e do dia a dia, uma pessoa não pode pura e simplesmente chegar a um local e insultar outro só porque esta tem uma opinião diferente. A internet tem de ter ferramentas legais que permitam a identificação de um utilizador que se identifica como “Zé das couves” com o mail “apanhacouves@naquinta.com”, que use um IP falso usando um Proxy, e agir contra ele, caso assim se entenda. E os responsáveis pela prestação dos serviços tem de colaborar com isso sob pena de não poderem operar.
É esta liberdade que permite que hackers de todo o mundo hajam no anonimato, sem grande receio de serem rastreados!
Aqui na PCManias tentamos dar um pouco de ordem à libertinagem da internet. Mas as pessoas, que não percebam que passaram os limites do aceitável, podem eventualmente chamar isso de censura. Nós chamamos de mediação e de fornecimento de conteúdo e discussões de qualidade, e é por isso que nas nossas regras de participação o insulto e a acusação gratuita e opinativa não é permitida. Infelizmente as pessoas actualmente não aceitam divergências de opiniões face à sua, e partem logo para a acusação de parcialidade (uma acusação grave pois implica que a a pessoa é corrupta). E como tal um website que tente transmitir a realidade do mercado e o porquê das coisas serem como são é logo acusado de parcial… é triste, mas é a liberdade que a internet permite a pessoas que se escondem atrás de um computador sem receios de penalizações ou um processo em tribunal. E basta ver as secções de comentários de outros locais onde as pessoas acusam-se umas às outras em insultos sem fim. Algo que aqui nunca acontecerá…
Tendo acompanhado a internet desde os seus primórdios, vi-a crescer de forma ordenada… tal e qual como uma sociedade em desenvolvimento! Mas mal a mesma se estabeleceu… os aproveitamentos da liberdade imposta apareceram. O receio da penalização não existindo, as pessoas abusam, e isto é um facto!
Ainda à pouco tempo circulou na internet uma notícia de que o Facebook iria contratar mais 3000 pessoas para monitorizar conteúdos. E isto quase dá vontade de rir… Quando as próprias estatísticas do facebook revelam que em Março de 2017 o facebook teve 1,94 mil milhões de utilizadores activos, 3000 pessoas servem para que?
Ora quando o Facebook tem receitas de 8.81 mil milhões de dólares a cada 3 meses, convenhamos que estas 3 mil pessoas é atirar areia para os olhos… Algo que felizmente irá terminar quando os governos começarem a responsabilizar civil e criminalmente estes serviços por situações que se determinem foram exercidas de forma não controlada nos mesmos.
Ainda bem recentemente passou uma notícia na televisão sobre uma página no facebook onde se partilhava ilegalmente videos privados! É a prova de que no facebook, como em muitos outros locais na internet, se faz o que se quer, e este não tem ferramentas para controlar o que ali se passa. Algo que terá de mudar, mesmo que isso implique o fim do Facebook ou outras redes sociais, tais como as conhecemos. É a segurança mundial, a vida de pessoas inocentes que está em causa…