A geração de fotogramas, introduzida nas RTX 4xxx trouxe um problema relacionado com o lag na resposta. Um problema que se poderá agora intensificar bastante nas RTX 5xxx.
O problema relacionado com a multiplicação de fotogramas prende-se com o facto que o que nos está a criar a fluidez no ecrã são fotogramas interpolados e não reais. A consequência disso nota-se na resposta aos comandos, uma vez que qualquer alteração efetuada nos movimentos da personagem só vai ser efetuada quando um novo fotograma real, com essa informação, chegar ao ecrã, e permitir ao GPU voltar a interpolar baseado nessa nova informação.
Normalmente duplicar os fotogramas seria uma tarefa complicada. Num exemplo, se um GPU já gasta 33,3 ms para obter uma cadência de 30 fps, obter aqui uns ms adicionais para o calculo de um frame interpolado, atiraria o tempo de fotogramas para mais do que 33 ms. O resultado é que apesar de passarmos a ter mais fps, não só não teremos o dobro (neste caso 60), pois estamos a ultrapassar os 33,3 ms, e como tal o número de fotogramas nativos cai. como o input lag aumenta devido a isso.
Para resolver isso, a NVIDIA criou o Reflex. Basicamente este sistema impede que o GPU atinja os 100% de utilização, verificando qual o frame rate mais adequado para isso, o que traz consequências na redução do input lag que se torna um problema se o GPU não conseguir processar mais, reduzindo os FPS alcançáveis, mas garantindo o melhor latência possível. Usado em combinação com a duplicação de fotogramas, torna-se possível reduzir o impacto desta última.
O reflex pode ainda ser usado em conjunto com o DLSS, aumentando a taxa de fotogramas em mais de 2x, ao se reduzir a resolução nativa, de forma a se libertar mais GPU.
Repare-se como DLSS pode fornecer mais fotogramas:
Como se pode ver, a 4090 está a quadruplicar os fotogramas, e a 4070 a aumentar os mesmos num factor de 4,7x.
Ora apesar do reflex, a realidade é que aumentar os fotogramas com o DLSS implica, segundo a Digital Foundry, 10 a 15 ms extra de latência. Ou seja, por muito que se tente fugir à realidade, a latência aumenta com a duplicação de fotogramas. E nesse sentido há diversos artigos criados por jogadores profissionais, que procuram a latência mais baixa, com títulos como “Quando os frames não ganham jogos”, e que se referem ao input lag usado quando há aumento de fotogramas. Uma situação que é mais extrema com o uso do DLSS e a duplicação de fotogramas em conjunto.
Eis um artigo sobre esse assunto, e uma das imagens que o ilustra.
Ora a RTX 5090 será nisso que se vai basear para conseguir as suas performances. Por exemplo, em Black Myth Working, sem qualquer ajuda, mesmo a 5090, a 4K, com o detalhe no máximo, não consegue passar dos 29 fps (melhor que os 21 da 4090). Mas com as ajudas, ela alcança os 248 fps.
Nesse sentido as questões sobre o input lag necessitam forçosamente de existir. A NVIDIA introduz aqui um reflex2 mais capaz, mas será que isso chega?
Esta é uma das questões pertinentes que somente as reviews mais cuidadas irão responder. E uma questão que recomenda prudência na compra até existirem respostas.
O maior problema que vejo é o uso das IAs para complementarem vetores de movimento, induzindo o continuísmo de movimento ou mesmo antecipando um movimento não natural do jogador. Penso que o uso de IA pra reduzir lag dessa forma, como dá entender a Nvidia e patentes registradas pela Sony, nos farão ser o irmãozinho menor da sala que brinca com o controle desligado, enquanto o irmão mais velho (a IA) é quem realmente joga. Mas vamos esperar pra ver.
Como eu comentei antes…
Se a nvidia fizer o jogo rodando a 30fps nativo:
+ 90fps gerados = 120fps no total
com as coisas de IA diminuir o lag para o lag equivalente de 60fps
Dai fica ok, vai servir para todos os jogos, menos MP
No MP vai continuar rendendo mais usar 120fps nativos no on line e usar o anti Lag por IA para diminuir ainda mais o lag.
Até o Cerny já falou que aumentar o desempenho bruto da rasterização está difícil…
A grande questão da tecnologia do frame generation é que o input lag adicional é maior quanto menor for o fps inicial. Ou seja, o input lag adicional numa 5090 será muito menor que numa 5070 considerando o mesmo preset. Só que numa 5090, a força bruta + dlss já é suficiente pra colocar todos os jogos acima de 60fps sem frame generation. Logo mais fps é basicamente um número que pouco vai melhorar a experiência. Já nas gpus que mais precisam, a experiência será bem ruim.
Por fim, em jogos competitivos, mais vale reduzir a resolução e o preset que adicionar latência. Mesmo que seja pouca.
Só um adendo. Isso também vale para qualidade da imagem. Quanto mais fps inicial, menos artefatos na imagem final. Logo quando sair os reviews mostrando o multi frame generation, as pessoas tem que entender que aquele resultado vale apenas para 5090. A medida que o poder bruto vai diminuindo, a qualidade também cai e o input lag aumenta.