O grande problema da Microsoft, que tem vindo a causar inúmeras dores de cabeça nos patches é que a empresa substituiu uma equipa de alguns milhares de Beta Testers por testes em máquinas virtuais!
Se acompanham as notícias, já não será novidade saberem que a cada novo patch que a Microsoft cria para o Windows 10, ele traz mais problemas do que os que resolve.
E isso foi particularmente problemático no último patch, a atualização KB4549951, que registou um enorme número de queixas com questões variadas, como com o WiFi, Bluetooth e até muitos blue screen of death, bem como consumos anormais de CPU e de memória.
Uma situação que está a deixar a Microsoft completamente perdida, solicitando ajuda a quem tem os problemas, relatando-os com mais detalhe, uma vez que ela não consegue detectar os problemas.
Mas porque motivo isto acontece?
Bem, até 2015 a Microsoft tinha uma equipa de cerca de 3 mil beta testers que testavam o sistema operativo. Eles estavam divididos em equipas que testavam partes diferentes do sistema operativo, e depois reuniam e relatavam aquilo que experimentavam. Estes Beta Testers usavam máquinas reais, com cerca de 1000 configurações diferentes, que permitiam ter uma noção da realidade.
Mas em 2015, a Microsoft resolveu unificar o Windows para todos os aparelhos, e isso trouxe para o desemprego uma carrada enorme de pessoal que estava destinado a testar as diversas versões.
Talvez para não beneficiar uns e excluir outros, a Microsoft acabou por os dispensar a todos, passando a fazer os seus testes em máquinas virtuais. Máquinas virtuais essas que não conseguem alcançar a variedade de hardware que existia antes.
Para compensar isso, a Microsoft resolveu criar um novo conjunto de Beta Testers… Os seus próprios utilizadores!
A empresa testava a coisa nas máquinas virtuais, e passando os testes ali, o patch era atirado para o mundo real. Depois, pela recolha de telemetria do Windows 10, vinda dos diversos milhões de utilizadores das máquinas, a Microsoft ia tapando os buracos que fossem aparecendo.
E os problemas começaram a acumular-se!
Esta última versão é particularmente peculiar. E isto porque os seus problemas não causam erros no windows que a telemetria consiga captar. Basicamente tudo continua a funcionar… apenas funciona mal! E a telemetria não é capaz de detectar isso!
A consequência disso é que a Microsoft refere que a telemetria recolhida não reporta nenhum dos problemas relatados, e assim sendo não sabe o que fazer para reparar os problemas, uma vez que não sabe quais são os problemas.
E é nesse sentido que resolveu pediu a ajuda a quem tem os problemas, com a descrição do hardware da sua máquina e software instalado, bem como do problema encontrado, no sentido de os tentar replicar nas suas máquinas virtuais.
Basicamente e muito resumidamente, a Microsoft entrou em contenção de custos, e achou que poderia substituir os beta testers humanos por recolha de telemetrias e máquinas virtuais, o que lhes saia mais barato.