A recepção da Nintendo Switch está longe de ser algo consensual. E infelizmente mesmo dentro de quem gostou da mesma, tem havido queixas.
Todos sabemos que a maior queixa face á Nintendo Switch foi o seu elevado preço. É certo que a qualidade da consola não está em causa, pois a nível de performance é a portátil mais potente que alguma vez existiu, mas o seu preço foi considerado demasiadamente alto, e tal tem afastado muita gente, pelo menos nesta fase, da potencial compra!
Mas esta não tem sido a única queixa da consola. Uma outra é a pequeníssima duração da bateria, que apenas dura 2.5 horas em uso! Naturalmente que uma consola com este nível de potência requer bateria, mas o Tablet da Google, o Pixel C, que usava o mesmo SOC, mas com velocidades de relógio mais elevadas, apresentava uma vida de bateria de 10 horas. Ora a conjugação do conhecimento destas duas situações tem causado queixas de pessoas que acusam a Nintendo de não ter investido numa bateria mais capaz e adequada a um produto que se sabia à partida iria ter elevada utilização.
As queixas nesse sentido juntam-se a outras relacionadas com a não possibilidade de troca de bateria. A bateria da Switch não é amovível e como tal isso impede que se possa ter uma bateria de reserva para aumentar a autonomia, forçando assim a consola a não poder ser usada em situações onde não se pode carregar a mesma durante longos períodos de tempo, como por exemplo em grandes viagens de automóvel.
Outra das queixas prende-se com aquilo que as pessoas consideram ter sido mais uma poupança exagerada da Nintendo, o facto de a consola apenas possuir 32 GB de armazenamento interno.
Sabendo-se que a Nintendo pretende oferecer jogos com o seu serviço pago online, 32 GB soa logo à partida muito pouco, mas quando se sabe que Zelda: Breath of the Wild ocupa sozinho 13,4 GB desse espaço, claramente não há como negar que a Nintendo não colocou uma memória minimamente suficiente, forçando assim a subir-se o custo da consola, com a compra de memória adicional, e para um cartão de largas dimensões.
A acrescentar às queixas, as pessoas referem que acreditam que a Nintendo não conseguiu ainda garantir o apoio dos criadores de software Third Party.
Para tal, apoiam-se nas palavras de Reggie Fils-Aimé que em entrevista e questionado directamente se “poderia reassegurar um público nervoso que desta vez a situação do suporte está coberta”, este foi tremendamente evasivo respondendo que não poderia dizer muito, mas que se a questão fosse para as equipas first party da Nintendo, ele poderia dizer que a perspectiva é muito robusta e que entregarão ano após ano.
Basicamente, uma fuga e uma subversão total da pergunta.
No entanto acrescentou ainda que as third parties procuram 4 coisas da Nintendo
- Um ambiente de desenvolvimento franco onde possam criar os seus jogos.
- Uma base demográfica de consumidores que possa garantir as suas necessidades para o conteúdo que estão a criar.
- Uma grande base de utilizadores instalada
- Uma gama larga de forma de monetizar o seu investimento.
Ora estes 4 pontos referidos foram o que mais preocupou quem leu a entrevista, pois entendem que neste momento a Nintendo não está em condições de garantir os dois do meio!
Ao que se entende as Thirds só estão dispostas a apostar a sério na consola se esta vender, receando assim que a consola possa ter um sucesso semelhante à Wii U. Um tipo de postura longe do que tiveram com a PS4 ou Xbox One onde apostaram nelas desde o inicio.
Infelizmente a questão é que sem os jogos derivados desse suporte a consola não vende, e sem vendas, não tem suporte (uma pescada de rabo na boca). Ou seja, parece que fica ao cargo da Nintendo, nesta fase inicial, o garantir o sucesso da consola (e nesse aspecto, as palavras de Reggie sobre as first parece que garantirão isso).
Como dado adicional, dos 4500 inquiridos na Game Developers Conference deste ano, apenas 3% revelaram estar a desenvolver para a Switch. Uma percentagem em tudo semelhante ao suporte revelado para a Xbox 360 e PS3. E apesar de a tendencia poder ser de subida, tal revela que o interesse inicial na consola pelas Third poderá efectivamente não arrancar a um ritmo elevado.
Outra queixa prende-se com o servigo online pago. Não só este tipo de situação é uma novidade na Nintendo, como as vantagens ofertadas pela Nintendo para justificar melhor o pagamento parecem esfumar-se rapidamente.
É que quando questionado sobre os jogos mensais ofertados, Reggie Fils-Aimé veio confirmar que os mesmos só ficarão disponíveis para os utilizadores durante esse mesmo mês, sendo que posteriormente o utilizador perde o acesso ao mesmo, a não ser que o compre.
Quando questionado se tal era verdade, eis a sua resposta:
Correcto. Significa que, essencialmente, tens acesso a esse jogo por um tempo limitado, e após esse mês será apresentada uma nova selecção. Terás a oportunidade de o comprar, mas depois desse mês, passaremos para outro jogo.
Recorde-se que na PSN+ e no Live o utilizador mantêm os jogos enquanto mantiver o pagamento na rede, sendo que os mesmos ficam suspensos em caso de cancelamento, só voltando a ficar ativos mediante novo pagamento.
Finalmente a última queixa. O facto de os Joy-Cons que são fornecidos com a consola serem diferentes dos que são vendidos em separado. Os fornecidos com a consola apenas podem ser carregados na própria consola e com ela ligada à dock (ver aqui), ao passo que a versão vendida separada possui um conector USB que permite a sua carga separada da consola (ver aqui). Naturalmente tal tem igualmente implicações no peso que sobe ligeiramente!
Fontes:
Polygon, Eurogamer, MMO Examiner, ThisGen Gaming e fóruns diversos, entre outros.