A Microsoft mostrou a sua Xcloud em funcionamento, fazendo streaming de Forza Horion 4 para um Smartphone. Se o que foi visualizado foi um streaming sem engasgos, o mostrado levantou outras questões que estão de momento sem resposta.
A Microsoft mostrou a sua Xcloud em funcionamento, fazendo um streaming de Forza Horizon 4 para um smartphone Android.
Eis o video:
O que é ali mostrado não é verdadeiramente uma novidade para a maior parte das pessoas. O Streaming existe à muitos anos, e o que ali está é apenas a implementação da Microsoft de uma tecnologia que já todos conhecemos.
Diga-se que nem o facto de o jogo estar a correr num smartphone é uma novidade. Para quem não conhece serviços de streaming com esse suporte, conhecerá pelo menos o facto que PS4 faz isso com o seu Remote Play, e de forma gratuita à alguns anos, tendo suporte Android e iOS. Aliás, para streaming, a capacidade do sistema receptor é basicamente irrelevante, necessitando apenas de capacidade para executar uma aplicação que receba e envie os comandos de input e aceda ao stream video de forma fluída.
Agora o que foi visto na apresentação levanta uma série de questões, umas mais pertinentes do que outras, mas que não deixam de ser questões:
Parte 1: Questões sobre a jogabilidade e universalidade dos jogos
1 – O visualizado foi um smartphone com um controlador Xbox ligado. É esta a única forma de input?
Sinceramente, para o caso em questão, não havendo possibilidade de controlar o jogo com o ecrã táctil do smartphone não estamos a ver que este sistema possa ter qualquer interesse. Qual a vantagem de se poder aceder aos jogos num smartphone se tal requer um controlador Xbox e um adaptador?
Caso o controlador não seja dispensável, há que se questionar o interesse deste serviço para aparelhos móveis, pelo que esta é uma questão premente.
2 – Havendo outra forma de controlar o jogo, nomeadamente usando o ecrã tactil, qual a qualidade do input?
Esta é uma outra questão premente, e que deveria ter sido mostrada na apresentação. Nunca se deveria ter mostrado jogo a correr como se mostrou, mas sim, caso possível, no smartphone, usando as capacidades internas do smartphone, e sem extras.
Mas o certo é que um sistema de controle táctil em smartphone implica a perda da sensibilidade existente nos analógicos do controlador Xbox, algo com que o jogo conta como existente para controlo preciso. O que significa que, particularmente jogos de condução e de tiro, apenas para citar alguns, não apresentarão a mesma sensibilidade em sistemas móveis que não usem um controlador, criando disparidades que certamente levarão as pessoas a não quererem jogar online com estes sistemas, e matando assim o interesse da universalidade do serviço.
3 – O stream estava a ser feito sobre rede Wifi ou 4G?
Apesar de o 4G poder ser tão ou mais capaz que o Wifi, a realidade é que a variação da qualidade da ligação é menor numa rede Wifi do que no 4G que depende de inúmeros factores externos que podem tornar a fluidez menos estável. Para além do mais, as ligações pela rede móvel possuem tarifários com limites de tráfego nada adequados à transmissão de video de qualidade em largos períodos de tempo. Daí que, mesmo que a rede móvel seja suportada, não a estamos a ver ser muito usada para este tipo de serviços.
A questão torna-se pertinente pelo facto de o uso do Wifi fora de casa só acontecer em locais específicos, sendo que somente em casa o seu acesso é constante. Mas aí o interesse do smartphone torna-se mais limitado pois o PC ou a TV da casa oferecem uma melhor qualidade de visualização ao possuírem um ecrã de maiores dimensões.
Daí que, mesmo achando-se que tal terá um uso muito esporádico pelo uso elevado de tráfego, o interessante seria ver a qualidade do serviço sobre a rede móvel.
Parte 2 – Questões sobre o streaming visualizado.
Olhando para o que foi mostrado há questões sobre o streaming em si que ficam no ar.
É inegável que o que foi visualizado foi um streaming com uma continuidade relativamente perfeita (apesar de um saltinho aqui e ali), muito certamente realizado por Wifi. Mas mesmo assim o video não aprece demonstrar uma cadência de fotogramas por aí além. Certamente não os 60 fps que são norma no forza!
Mas esse é um sacrifício espectável. e um mal menor perante o acesso ao jogo. Daí que nesse aspecto me fico só pela mera nota, até porque estamos perante videos de um video, o que pode alterar a percepção real dos fotogramas!
Agora a grande questão é esta: Vejam mais uma vez um pedaço do video:
Mas que raio? Quem é que joga assim? A pessoa que está a jogar tem medo que os botões mordam? Ela não acelera, ela não muda fixamente a direcção, e limita-se a dar toques nos controles. E como podem ver no video de cima, isso não é pontual, mas uma constante ao longo de toda a demonstração!
Podemos até aceitar que a Julia Hardy pura e simplesmente não consegue fazer duas coisas ao mesmo tempo, e dado que teria de jogar e falar, ela optou por jogar assim. Mas esta forma de jogar, associada uma análise ao video que parece mostrar uma resposta aos comandos lenta, levantaram questões aos fans que surgiram com teorias para o sucedido, como alguns questionários mostram:
A mais votada, e que diga-se desde já, não tem razão de ser, passaria pelo conceito que a Microsoft recordou velhas ideias e preparou algo rápido para responder à publicidade da Google ao seu serviço de Streaming, e que estaríamos novamente perante algo como isto:
A segunda mais votada é a que consideramos mais realista é mais simples. O seu serviço, tal como qualquer serviço streaming possui uma quantidade de lag mais elevada que o jogo local!
A hipótese de um video falso fica anulada quando vemos que efectivamente há coerência entre os movimentos e a resposta no ecrã, e que, ao contrário do caso de cima, a pessoa mexe-se sempre primeiro que o que está no ecrã, e na direcção correcta.
Mas se visualizarem o video a 0.25 de velocidade podem perceber que entre o contactos com os analógicos e a resposta no ecrã há um elevado tempo de resposta. Não é nada de chocante, mas apenas um tempo de resposta ao nível do que qualquer serviço de streaming oferece, e certamente superior ao tempo de resposta de um jogo local.
No entanto há casos extremos. Alguns a favor do serviço, outros contra.
Na imagem animada de cima vemos uma resposta relativamente rápida do jogo, com a luz dos travões a acender num tempo que se pode considerar como bastante aceitável. Fosse esta a diferença para o local e o streaming seria certamente um sucesso.
Mas na imagem que vamos ver de seguida, a coisa ocorre em sentido contrário:
Há todo um movimento do analógico para a direita que se arrasta durante mais de um segundo, mas a viatura só começa a virar já depois de o analógico ser reposto na sua posição central, forçando mesmo um ajuste para a esquerda . Uma situação que implica um lag completamente inaceitável, e que aparentemente, e salvo outra explicação, parece mostrar que o serviço da Microsoft, pelo menos nesta fase, não se destaca a nível de problemas com o lag.