Mas infelizmente… não convence!
A Microsoft veio dar a conhecer as vantagens de segurança do Windows 11, com o seu suporte TPM 2.0 e outras medidas de segurança. E para isso chamou o seu “hacker” interno, para demonstrar um ataque ao Windows 10, e dessa forma mostrar como ele é inseguro, mostrando depois como o Windows 11 impede essas situações.
Tal pode ser visto neste video:
A questão é que este video funcionou para muitas pessoas em sentido contrário. Para começar a segurança do Windows 11 depende inteiramente de medidas implementadas no hardware. E isso quer dizer que elas não são específicas do Windows 11, podendo igualmente ser implementadas no Windows 10, uma vez que as máquinas já possuem esse suporte.
Ou seja, nada do que é mostrado é uma justificação para o Windows 11, e a pergunta que se faz até é a oposto. Porque motivo a Microsoft vai abandonar milhões de computadores à sua sorte se sabe das falhas do Windows 10, e se o hardware que dá a proteção está lá, podendo ser suportado?
Aliás a forma como a Microsoft mostra as vulnerabilidades do Windows 10 chega a ser chocante. Convêm não esquecer que aquele é o produto que a Microsoft tem atualmente. E daí que se pergunta como é que é possível que, sabendo-se dessas vulnerabilidades, e estando a solução já implementada na maior parte dos computadores, porque não haver módulos para suporte ao mesmo, oferecendo a segurança a quem a pode ter desde já?
Afinal, mesmo que se mude para o Windows 11, a mudança será sempre gradual e as grandes empresas irão demorar a fazer essa passagem (pelo risco associado de possíveis incompatibilidades ou drivers, ou mesmo outros, como já aconteceu no passado, de se fazer tudo de uma vez), mesmo que os seus computadores tenham o suporte para isso. Afinal qual é a empresa que quer ser cobaia, quando esperando um bocado poderão já ter uma noção daquilo que se pode esperar.
Mas mesmo com as virtudes da segurança explicadas, a Microsoft não consegue justificar o motivo pelo qual deixa tantos utilizadores para trás. O Windows 11 trará outras novidades que, apesar de tambem poerem ter sido implementadas no Windows 10, acabaram, por mera decisão empresarial, por ser exclusivas do Windows 11. E não há justificação para que quem não tenha suporte às medidas de segurança ficar excluído das mesmas. Afinal a segurança é uma decisão de cada um, e desde que devidamente alertados para os riscos, não há porque não deixar as máquinas fazerem o upgrade. Afinal o Windows 10 está como está a nível de segurança, como demonstrado no vídeo, e as pessoas usam-no no seu dia a dia.
Mas a Microsoft insiste no uso das novas medidas de segurança, e apesar de até ter explicado como as desativar para se poder instalar o Windows em sistemas não suportados, diga-se que a sua metodologia não é tão simples como meter o DVD na drive e o Windows instalar apenas os módulos suportados. Se seguirmos a metodologia da Microsoft, vemos que na realidade este é um processo que se calhar nem está exatamente ao alcance de todos ao implicar mexer no registo do sistema.
Mas apesar desta “ajudinha” da Microsoft, que até está a fornecer as atualmente as atualizações a sistemas não suportados oficialmente, a mesma continua a dizer que um Windows sem o suporte hardware necessário poderá ser deixado para trás a qualquer momento, e que não há qualquer garantia de não poder vir a ser problemático no suporte. Ou seja, a Microsoft contradiz-se a cada afirmação o que não tranquiliza ninguém e na realidade o que há atualmente não é um suporte oficial, mas apenas algo que está a ser permitido provavelmente numa tentativa de “acalmar ânimos” de quem investiu bastante em máquinas ainda perfeitamente funcionais e que de outra forma seria deixado para trás.
Curioso é notar-se uma situação. O Surface Studio II, um dos surfaces mais caros da Microsoft, com um custo de 3000 euros, ficou de fora das especificações solicitadas pela Microsoft. Mas quando a polémica sobre isso rebentou, a empresa foi muito solícita a modificar os requisitos do Windows 11 para acabar por o suportar. Mas isto aconteceu por ser um produto seu, ainda à venda, e bastante caro, sendo que com os restantes produtos do mercado não houve o mesmo cuidado. É uma curiosidade que mostra apenas como afinal os requisitos impostos pela Microsoft acabam por ser artificiais, e na realidade nada impede outras máquinas de serem suportadas pelo OS. É tudo uma questão de políticas, e devido a isso, há muitos clientes Microsoft desagradados com a situação.
A resposta é uma só, aumentar controle comercial na plataforma. Já tive inúmeros problemas com o Kaspersky no Windows 10, ao ponto de desistir de adotar um antivírus no SO, deixando o defender mesmo pra evitar dores de cabeça, hoje só adoto a encriptação de pastas do próprio sistema para evitar os ransomwares.
Na conveniência da MS, ela pode começar a controlar os programas que são instalados e sugerir pra que evitem dores de cabeça os usuários façam a compra de software em sua loja pois lá a compatibilidade foi testada.
O novo windows vai ser assim, se a MS quiser, programas específicos poderão dar problemas.