Cada vez mais um browser é tudo o que as pessoas precisam. E nesse sentido a Microsoft pensa num futuro pós Windows
Não é novidade nenhuma que qualquer empresa necessita de olhar para o seu futuro a curto, médio e longo prazo. E no caso da Microsoft um futuro a longo prazo tem de prever a possibilidade de o Windows poder deixar de vir a ter o peso que tem.
Atualmente, Satya Nadella quase não tem dúvidas que o Windows, pelo menos tal como o conhecemos, tem os dias contados, e nesse sentido a Microsoft até já re-estruturou a Microsoft que deixou de ter uma divisão dedicada a ele, algo que há alguns anos ninguém se atreveria a dizer que fosse sequer possível acontecer.
Mas agora a equipa do Windows foi dividida em duas, ficando uma parte com a secção que tem a seu cargo a Cloud da Microsoft, a Azure, e a outra parte a ficar ligada à secção que lida com o Office 365.
Claro que isto não significa que o Windows irá ter um fim para breve, ou que o suporte vai decair… nada disso! Mas mostra que a Microsoft aposta num futuro onde não dependa do Windows como meio de subsistência.
Mas porque motivo se há-de pensar assim? Bem, o sucesso dos Chromebooks e o seu Chrome OS são a prova que atualmente a maior parte das pessoas não precisa da total e completa versatilidade que um OS estilo o Windows pode trazer, e que tudo o que fazem no seu dia a dia pode ser feito com a presença de um simples Browser. Cada vez mais os smartphones e os Tablets tomam foco no nosso dia a dia e os computadores de secretárias acabam relegados para segundo plano, não tendo a posição central de há alguns anos atrás.
Para muitas pessoas os desktops servem agora apenas para funções que cumprem com um de dois requisitos:
1 – São mais simples de serem feitas com um teclado e rato e a versatilidade de uma computador.
2 – São situações que não podem ser realizadas num tablet ou smartphone.
Ora perante estes dois requisitos, o software não precisa forçosamente de um Windows… precisa apenas de um browser! Naturalmente que existirão sempre pessoas que terão preferência por algo mais completo, mas tal não será o grosso das pessoas, e isso retira parte da centralidade como elemento fundamental que o windows hoje ocupa.
Esta visão de Satya Nadella parece-nos por isso extremamente relevante, mas curiosamente é algo que nos deixa a pensar.
Poderia ser de pensar que, perante tudo isto a Microsoft apostasse então, de forma clara, no seu Browser. Mas não… tal como em muito do que a Microsoft se mete, a necessidade de imposição de standards por parte da empresa, acabou por matar toda e qualquer popularidade do Edge Browser, motivo pelo qual a Microsoft aposta agora em serviços que os browsers dos outros poderão fornecer.
Falta saber se, tal como em muitas coisas criadas recentemente pela Microsoft, a forma como esta vai querer implementar os seus produtos vai ou não de encontro ao que os utilizadores esperam, sendo que há aqui uma série de riscos para a Microsoft. Mas seja como for, o relevante é saber-se que a Microsoft se prepara para o futuro.