Micro transações de Gran Turismo 7 são carissimas

Tal é uma péssima notícia… para quem adere ao pay to win.

A notícia de que Gran Turismo 7 tinha micro transações de elevado custo começou por me chocar. Mas ponderando um bocado sobre o assunto, chocou-me mais ver as queixas sobre os preços do que os preços em si, pois tal demonstra que muitas pessoas afinal, apesar das criticas que fazem às microtransações, gastam muito dinheiro nelas. E ficam chocadas quando há preços altos!

Basicamente o valor das Micro Transações de Gran Turismo seriam chocantes se o que ali se adquire fosse absolutamente necessário para o jogo e altamente complexo de ser adquirido de outra forma.

Como exemplo, um carro que antes custava 5 euros no Gran Turismo Sports, agora custa 3 milhões de créditos, o que a ser adquirido em dinheiro, obriga a gastar 40 euros. É um aumento de custo de 800%.

Mas a questão aqui é que esse carro não fica impossibilitado de ser comprado sem se gastar dinheiro. Ele custa 3 milhões de créditos, que podem ser adquiridos jogando. Mais ainda, o carro em questão não é essencial, e há muitos mais no jogo que se obtém meramente ganhando algumas corridas.

Como alguns jogadores de GT7 já o referiram, só por jogarem um fim de semana já amealharam mais de 100 carros. E tudo sem gastar dinheiro em micro transações.

Outra coisa que se torna clara é que o jogo subiu os prémios pelas vitórias, tornando os carros de 3 milhões bem mais acessíveis. Se antes o carro custava 5 euros, mas a alternativa em créditos era custosa, agora 3 milhões não soam a algo assim tão longínquo quando vemos que mesmo as corridas iniciais oferecem prémios de 30 mil créditos por uma vitória. E estes valores dos prémios sobem com o avançar no jogo.

É muito, muito triste ver micro transações a estes preços. Isso nada tem de elogiável, e quando vi os valores a minha ideia foi escrever aqui a descascar neste situação. Mas ao longo do fim de semana fui lendo mais e mais, e a minha opinião mudou.

Sim, as micro transações são caras, mas não são necessárias, e o que oferecem não é assim tão difícil de ser obtido.

Vejamos:

O jogador começa com 20 mil créditos… 3 milhões é realmente algo distante!

Mas com um carro e alguns upgrades, e com um limite de 350 pontos de performance, temos uma corrida de duas voltas que oferece um primeiro prémio de 35 mil créditos.  Caso façam uma corrida limpa a 50% o prémio pode subir para os 52 mil créditos.

Tudo isto usando o Mini Cooper S ’65 que recebem quase no início do jogo ganhando umas corridas. e metendo-lhe apenas uns pneus de corrida, participando da Clubman Cup Plus em Goodwood., com um carro como o Supra GT500 de 97, participando na GT Cup Gr.3 em Lago Maggiore, oferece um prémio de 75 mil créditos por uma vitória.

Como se pode perceber, os prémios começam altos e sobem ainda mais ao longo do jogo. E com eles, 3 milhões não se tornam algo assim tão distante. Ao ponto de as microtransações soarem cada vez mais a uma alternativa, cara, a quem não quer perder tempo a jogar.

Nesse sentido critico os valores, mas não critico o jogo. As Microtransações são algo que deveria desaparecer, mas apenas quando o jogo nos força ao seu uso, e tal não aparenta ser o caso aqui. Sim, o jogador caso queira os carros todos tem de suar ali… mas a realidade é que não precisa dos carros todos para evoluir. E pelo que aparenta, é perfeitamente possível ir-se até ao final do jogo sem se gastar um tostão, e sem se andar ali a moer de forma interminável.

E desta forma os preços aparentam ser apenas uma alternativa, que se tornou cara para a compra de carros não ser algo tão comum.

Seja como for, há algo que não pode deixar de ser criticado. É que as Microtransações em jogos Full Price deveriam ser abolidas. A ideia da venda destes carros acaba por não ser muito diferente da venda de cosméticos, mas neste caso os carros podem ajudar a evitar andar a farmar dinheiro. A questão é que se há vendas, o jogo deveria ser ou mais barato ou mesmo gratuito. Microtransações em jogos Full Price são um péssimo princípio, e algo que deveria ser abolida.