Itália multa Apple em 10 milhões por publicidade enganosa dos iPhones serem à prova de água.

A Autorità Garante della Concorrenza e del Mercato é a autoridade reguladora da concorrência e do mercado Italiano, e analisando as alegações da Apple face à resistência à agua dos seus iPhones , e a realidade experimentada pelos consumidores, resolveu aplicar uma coima à Apple.

Segundo esta autoridade, o publicitado é conseguido em condições ideais de laboratório, e em condições reais os telefones não se comportam como anunciado.

Assim, na sua publicidade aos seus telefones, a Apple afirma que cada um dos produtos tem resistência à água até uma profundidade máxima que varia entre 4 metros e 1 metro, dependendo do modelo, e isso durante 30 minutos.

Mas dado que isto não se comprova na realidade a autoridade da concorrência refere que se a Apple conseguiu isso, então fê-lo na presença de condições específicas.

A realidade é que a certificação IP67 e iP68 que a Apple obteve são obtidas mediante testes em laboratório, testes esses que usam água estática e pura e não a água que os utilizadores vão encontrar na sua vida normal.

A piorar a situação, apesar da Apple alegar esta impermeabilidade, a empresa recusa cobrir com garantia problemas com telefones que sofreram danos por água.

Ora se a Apple afirma que os telefones podem resistir à água por 30 minutos em profundidades de 1 a 4 metros, não pode pura e simplesmente e de forma clara referir e assumir que “a garantia não cobre danos causados ​​por líquidos”.

Esta contradição e negação de análise da situação leva a entidade reguladora a acreditar estar perante um caso de publicidade enganosa.

Dessa forma a entidade entende que a Apple, no seu pós-venda, tem de honrar as garantias. Afinal os consumidores ouvem publicidade de telefones à prova de água, mas caso o mesmo seja exposto à mesma, é-lhes negada qualquer garantia.

Dessa forma, a entidade resolveu aplicar uma coima de 10 milhões de dólares

Realidade do pós-venda da Apple

A entidade reguladora da concorrência também considerou adequado considerar a recusa da Apple, na fase de pós-venda, em honrar as garantias quando estes modelos de iPhone foram danificados por água ou outros líquidos. Tal comportamento priva os clientes dos direitos que deveriam esperar da garantia ou no Código do Consumidor.

A Apple equipa os iPhones com indicadores internos que mostram quando houve entrada de água no dispositivo. Tais indicadores são usados pela empresa de Cupertino para recusar a reparação ou substituição em garantia quando este indicador for ativado.

Isso significa que os clientes ouvem uma coisa quando compram o telefone, mas poderão obter outra quando precisam do serviço pós-venda.

Como resultado, a Apple foi multada em dez milhões de euros. Adicionalmente, foi obrigada a publicar um aviso sobre o assunto no seu site italiano através de um link denominado ‘Informações de proteção ao consumidor’.

Falta saber se efectivamente os argumentos desta entidade são válidos ou não, mas com ela abre-se o precedente para que outras decisões iguais possam surgir em outros países, pelo que certamente a Apple deverá contestar a decisão, apesar de até ao momento não ter feito qualquer comentário.