É aquilo que nunca ninguem tinha feito. Um sistema operativo open source compatível com as apps Android, e capaz de rivalizar com este, tirando das mãos da Google o monopólio do mercado.
Quando o governo Norte Americano tomou a posição de força em que mandou as empresas Norte Americanas parar de lidar com as empresas chinesas, a Huawei viu a sua mão forçada, e como tal decidiu avançar com o lançamento de uma situação que preparava já à muito tempo, uma alternativa ao Android.
O sistema operativo, de nome Harmony OS foi apresentado na Huawei Developer Conference que ocorreu em Dongguan, China, e trata-se de um sistema operativo baseado num microkernel capaz de servir para muito mais do que apenas smartphones.
Segundo o CEO do Consumer Business Group da Huawei, Richard Yu, o HarmonyOS não surgiu do nada, e está a ser preparado desde 2017. Apesar de o mesmo poder ser usado em smartphones, e estar preparado para smartphones, não era intenção da Huawei usa-lo nesse sentido dadas as suas boas relações com a Google, mas perante o sucedido, e as potencialidades do OS, os planos futuros podem ser bem diferentes. Nesta fase o Harminy OS não está planeado para ser usado em smartphones, mas poderá sê-lo de um momento para o outro, se necessário.
O HarmonyOS é um sistema operativo leve, com funcionalidades poderosas. Pode ser usado em smartwatches, ecrãs smart, systemas auto, colunas smart, e claro, smartphones.. O sistema operativo foi desenvolvido para garantir a total integração entre as diversas peças de hardware suportadas, criando um ambiente seguro ao mesmo tempo que entrega uma experiência “smart” em todos os aparelhos suportados.
Basicamente o HarmonyOS há 4 situações que o distinguem da concorrência e que prometem a performance máxima ao seus utilizadores:
Estes 4 pontos são o ser transparente, suave, seguro e unificado. O que é conseguido pelo uso de uma arquitectura unificada e com suporte a um bus virtual. Dessa forma o Harmony OS oferece possibilidade de comunicação partilhada para uma experiência transparente em todos os aparelhos. Isso quer dizer que as aplicações podem correr em aparelhos diferentes, e apresentarem a mesma experiência de uso, sendo que os criadores das aplicações não terão eles mesmos de lidar com esta integração, uma vez que a mesma é lidada pelo sistema operativo.
O sistema operativo possui ainda aquilo que se denomina de um Motor de latência determinista e um Inter-Processo de comunicações (IPC) de alta performance, que permitem a entrega de uma experiência suave. Devido a isso, o sistema operativo define as prioridades de execução e os temos limites para o agendamento, de forma antecipada. Assim os recursos são distribuídos de acordo com as prioridades maiores, o que permite reduzir a latência de resposta em 25%. O microkernel é ainda capaz de melhorar a performance do IPC de forma até cinco vezes mais eficiente do que o existente actualmente, ao entregar os recursos usando uma análise e previsão em tempo real. Isto é algo que o kernel baseado em linux do Android não faz, ao usar um sistema de agendamento que divide os recursos. E é isso que permite melhorar a suavidade de experiência do Harmony OS.
Mas o microkernel oferece ainda outra caracteristica avançada para as questões de segurança evançada e baixa latência oferecidas pelo Harmony OS. Segundo a Huawei, Ele foi desenhado para simplificar outras funções do kernel, e para implementar muitos serviços de sistema em modo de utilizador fora do kernel. Esta situação acrescenta uma segurança protectora mútua ao fornecer apenas os serviços básicos como o agendamento de operações e IPC. Em cima disto, as tarefas do microkernel usam métodos de verificação formal para segurança adicional e confiança. Isto implica que é criado de raiz um Ambiente de Execução Seguro (Trusted Execution Environment (TEE)), o que torna o harmony OS o primeiro sistema operativo a realizar verificações formais desse mesmo TEE.
Para a criação de uma experiência unificada, o Harmony OS usa um “multi-device IDE” que permite que as aplicações podem ser criadas e colocadas em aparelhos diversos. Este “multi-device IDE” fornece uma compilação unificada multi linguagem, e um kit de arquitectura distribuida. Isto quer basicamente dizer que o OS adapta-se a varias resoluções e tamanhos de ecrã, diferentes esquemas de controla e formas diferentes de interacção. O IDE tambem fornece suporte para controlos drag-and-drop controls e programação visual orientada para visualização, permitindo que os criadores, de forma simples, rápida e eficiente, criem aplicações que corram em aparelhos diversos.
A grande questão é que, para que este OS possa vir a ter sucesso, o seu ecossistema tem de ser bem sucedido. Tal é a pedra base de qualquer sucesso de um OS. E isso implica que tudo funcione direito, desde a forma como os programadores criam as apps à forma como elas são distribuídas aos utilizadores.
Sem que tal aconteça, o Harmony pode morrer facilmente. Daí que o Harmony OS vai lutar contra isso, com a sua introdução em aparelhos smart diversos, nos próximos três anos. Wearables, o Huawei Vision, a rede 5G, IA e outros são exemplos!
Mas a melhor forma de encorajar os criadores a usar o Harmony OS, tal como demonstrado pelo Android, passa pela sua distribuição como Open Source, suportada pela Huawei, que gerirá a comunidade de criadores que suportem o OS, bem como o seu crescimento. O objectivo é que os criadores ganhem os utilizadores com menos investimento e serviços rapidamente inovadores.
Apesar de Huawei não referir ainda a sua utilização em smartphones, a guerra entre os EUA e a China podem forçar o seu uso nos próximos telefones da Huawei. Mas, de forma inteligente, a Huawei nesta apresentação evitou qualquer menção aos smartphones, para evitar problemas com a Google, com quem ainda mantêm boas relações, guardando a possibilidade para um caso em que o governo Norte Americano resolva apertar ainda mais com a China.