Diga-se que qualquer semelhança entre este novo God of War e os antigos… não é mera coincidência. Mas pode parecer dado que o jogo mudou radicalmente! Acima de tudo God of War passou de um jogo extremamente jogável para outro que, mantendo as qualidades dos antecessores, é igualmente uma proeza técnica.
Nota: Jogo analisado numa PS4 standard. Spoilers minimos presentes.
O novo God of War é um colosso! E esta frase sintetiza o jogo em todos os aspectos que este abrange e define um marco não só na história deste jogo, como na dos videojogos em geral. Diga-se que seja no que toca ao jogo, seja no que toca ao patamar de qualidade que este jogo definiu, há um antes de um depois de God of War.
Se os antigos God of War eram jogos lineares, o novo até pode parecer que tambem o é… mas isto apenas até se atingir uma determinada parte do jogo pois nessa altura o mundo abre e o jogador é livre de se mover como quer e lhe apetece, fazendo as coisas pela ordem que quer. Aliás o jogo nessa parte inspira-se tremendamente em outros jogos Sony como Uncharted: The Lost Legacy onde a determinada altura o mundo tambem abre. A diferença é que aqui abre bastante mais!
Mas não é só neste jogo que God of War se inspira. Horizon: Zero Dawn tambem é fonte de inspiração pois os elementos RPG que este jogo possui são claramente retirados daí.
Finalmente como igual fonte de inspiração temos de citar Ryse: Son of Rome. Aqui a posição da câmara é claramente retirada deste jogo.
No entanto as comparações com Ryse terminam aí. Tudo o resto é mera suposição, quanto mais não fosse por Ryse ser um jogo mediano e God of War um dos melhores jogos alguma vez criados, seja para que sistema for.
God of War refresca o Franchising de forma inovadora, e entra num patamar de qualidade da história, qualidade de jogo, qualidade gráfica, qualidade sonora, e qualidade em todos os aspectos, que poucos jogos conseguiram alcançar até hoje. É basicamente quase perfeito em tudo!
Mesmo a escolha de Christopher Judge, mais conhecido pelo papel de Teal’c na popular série de TV Stargate SG-1, foi bem conseguida pois este actor é dono de um vozeirão que se adequa plenamente à figura de Kratos. E se Kratos continua a ser a personagem principal, a realidade é que agora é uma personagem diferente, mais humana, e o jogo roda em torno da relação deste com o seu filho Atreus, sendo que é essa relação que torna a história tremendamente especial. É o primeiro jogo onde vemos o lado humano de Kratos, como ele lida com sentimentos, familia, perdas, e experiências de vida. É um abrir do coração e da mente daquele que era uma máquina de guerra brutal e implacável, que matou milhares de homens e derrotou os Deuses do Olimpo. É uma experiência memorável, e que demonstra a mestria da Sony no contar de histórias, fazendo ver que a sua experiência como empresas de entretenimento realmente a torna em algo especial no mundo dos videojogos.
Mas agora o combate é menos frenético, mais ponderado, mais vivido e sentido. E a presença de Atreus altera ainda mais tudo isso ao ser uma importante fonte quer de dano, quer de distracção. É um companheiro que não nos elimina sozinho um inimigo, mas que causa dano, que ajuda e que é extremamente competente no que faz, sendo mesmo por vezes essencial e fazendo a diferença num combate.
Graficamente o jogo é assombroso, como o comprovam as imagens que ilustram o artigo. E o pormenor das coisas é fantástico! Modelações de sonho, texturas de altíssima qualidade que nos mostram a real capacidade dos 1080p, deformações de neve em tempo real, desgaste da neve (a neve desaparece nas zonas em que tem baixa altura, quando é calcada), animações cuidadas e detalhadas como o bafo da respiração nas zonas frias, a barba não rígida e que abana com o vento, destruição de cenários, animações de altissima qualidade, efeitos de luz, de transparência, de som, enfim… tudo cuidado ao mais infimo pormenor. Exactamente o nível de detalhe que desde 2013 vínhamos a dizer que deveria ser o que devia definir a geração, e que tornam God of War num colosso de jogo, e um sonho de qualidade tornado realidade.
Uma das partes técnicas bem conseguidas é a transição entre largas zonas de “mundo mais aberto” e que acontecem sem qualquer paragem no jogo. Basicamente não há cargas, não há paragens nas passagem entre as cenas e o jogo, e tudo é feito em tempo real com o motor do jogo. Não posso aliás deixar de referir aqui a forma extremamente engenhosa como a equipa consegue carregar zonas maiores sem paragens no jogo, recorrendo a percursos onde basicamente tudo o que podemos fazer é… andar para a frente. Isso acontece por exemplo quando saímos da casa da Bruxa (mais tarde virão a saber quem ela realmente é), e nos dirigimos para o lago dos 9, e onde percorremos uma caverna extensa num barco. Uma forma de meter uma carga de uma zona maior, sem abrandamentos e sem se parar o jogo!
Apesar de tudo, mesmo com a parte aberta do mundo, e com o facto que certas zonas não podem ser alcançadas da primeira vez que as atingimos, sendo necessário desenvolver competências que surgem apenas mais tarde, e obrigando a voltar para trás, a realidade é que God of War continua a ser, basicamente, um jogo linear. Mas tão bem feito que não parece e realizado de tal maneira que a pessoa nunca perde a consciência do seu real objectivo, mesmo quando realiza missões paralelas.
God of War merece tudo de bom que se diga dele. É um dos jogos que define uma geração! É o tipo de jogos que marca e que serve de referência do que se melhor se faz! É um jogo que vende consolas! É dos jogos que ansiamos ver e que raramente aparece! Mesmo podendo haver pessoas que não gostem, o certo é que no geral este jogo é basicamente perfeito!
Análise: God of War | |
---|---|
Gráficos | |
A beleza do mundo é constante e impressiona. Poucos jogos conseguem atingir este patamar de qualidade gráfica com esta qualidade de animações, quantidade de efeitos, qualidade de texturas, etc. É dos jogos mais belos desta geração, senão mesmo o mais belo. | |
Som | |
A banda sonora é pura e simplesmente fantástica e os efeitos sonoros perfeitos. Até a escolha dos atores para as vozes foi bem feita. | |
Jogabilidade | |
God of War reinventou-se... e conseguiu melhorar sobre aquilo que já era o seu ponto forte, a jogabilidade. Fazer tudo isso com o aumento de qualidade gráfica e mudança no estilo geral do jogo, tal como foi conseguido, é uma proeza | |
Atracção | |
Muitas missões paralelas, muitas zonas, e muitos baús só são acessíveis após o avanço na história. Se este volta atrás para aceder a estas zonas e antes de acabar o jogo, é uma opção, mas certamente deixa muito o que fazer após se terminar o jogo |
Overall | |
---|---|
As análises são quase consensuais no 10/10. A nossa nesse aspecto não altera isso ao dar o nosso equivalente 5, e acreditem... não estamos a fazer-lhe favor nenhum! |
Clique se pretende explicações sobre este simbolo e o nosso sistema de avaliação