Para o efeito utilizou um médico em missão secreta que tentou recolher dados junto dos hospitais.
Como se já não fosse suficiente o escândalo de partilha de dado com a Cambridge Analytica, onde se veio a saber que os dados de 87 milhões de utilizadores foram cedidos e utilizados, numa clara violação de privacidade e utilização abusiva de dados, novos dados surgem agora que revelam que o Facebook realmente possui poder a mais, justificando, como publicado à alguns dias, a intenção do Presidente Frânces Emmanuel Macron, de desmantelar a empresa.
As últimas notícias revelam que o Facebook, por intermédio de um cardiologista chamado Freddy Abnousi, que podemos ver no ser perfil de LinkedIn, refere estar a “liderar projectos altamente secretos”, sob alçada de Regina Dugan, na altura chefe do grupo de projectos experimentais “Building 8” do Facebook, esteve em conversações com hospitais e grupos médicos, tentando obter a partilha de dados sobre pacientes mais vulneráveis. A ideia era cruzar depois esses dados com os seus, obtendo assim a complementarização de perfis de pessoas que incluíam as suas condições médicas bem como outras informações do sistema de saúde e respectivos factores sociais associados.
Alega o Facebook que a intenção era meritória, uma vez que a rede social pretendia apenas complementar dados de utilizadores de forma a ajudar os hospitais a descobrir quais os pacientes que poderiam necessitar de cuidados ou tratamentos especiais. Por exemplo, se o Facebook determinasse que um paciente idoso não tem muitos amigos próximos ou apoio da comunidade, o sistema de saúde poderia decidir enviar uma enfermeira.
Mas que raio? Quem é o facebook para decidir quem é e quem não é necessitado. Porque motivo uma pessoa tem de ter um perfil e o ter activo? Mas quem são eles?
Felizmente a situação nunca passou da fases de planeamento pois o escândalo da Cambridge Analytica despertou a atenção pública levando a uma olhar mais cuidado sobre o Facebook e a forma como este, e outros intervenientes recolhem e usam informações detalhadas sobre os seus utilizadores, sem qualquer pedido de autorização para tal.
No entanto tal não invalida que se saiba que o Facebook não só tinha esta intenção, como tinha mesmo já acordos assinados com a Stanford Medical School e a American College of Cardiology, para partilha de dados.
Independentemente do Facebook vir referir que os dados seriam apenas usados para pesquisas conduzidas pela comunidade médica, a realidade é que nunca ninguém mandatou ou autorizou o Facebook a utilizar os seus dados para tal. Mais ainda esta situação levanta preocupações sobre a enorme quantidade de dados que o Facebook possui sobre os seus utilizadores, e como eles os podem usar sem que os visados tenham dado autorização ou tenham qualquer conhecimento de tal.