Há, acima de tudo, que se ter a noção que a situação não é uma escolha sem consequências! E que ambas as situações podem ter vantagens e desvantagens.
Os jogos exclusivos são algo de bom ou algo de mau?
Um dos argumentos que se tem ouvido é que os exclusivos são maus para a industria uma vez que privam muitos de poderem usufruir de jogos que estão disponíveis em outros locais.
Mas essa ideia, por muito meritória que possa ser, ignora realidades que estão associadas ao conceito de multiplataforma. E essas realidades não abonam a favor da qualidade do jogo!
Um jogo multi plataforma pode sê-lo de duas formas. Correndo localmente no hardware, ou acessível via Streaming. E estas duas formas de disponibilizar o jogo são completamente diferentes, e só elas poderiam dar direito a um artigo completo com as vantagens e desvantagens de cada uma delas.
No entanto bastará dizer-se que o jogos enviado por streaming requer não só uma ligação activa à internet com qualidade, mesmo para jogos de jogador único e offline, como requer obter uma vaga nos servidores. E isto implica que não podemos jogar como e quando quisermos, mas apenas onde houver internet, e quando as vagas estiverem disponíveis.
E isso mostra claramente uma diferença brutal entre os dois métodos.
Mas neste artigo não é nossa intenção comparar o Streaming com o jogo local, e as vantagens e desvantagens de cada um, que existem.
Nesse aspeto vamos apenas abordar a questão do jogo local!
Ora quando alguém nos vem referir que o multi plataforma é bom por alcançar mais pessoas, esquece dois pontos muito importantes. A questão da optimização ao hardware, e o facto que um jogo que corre em vários sistemas fica sempre limitado na sua conceção pelas características do sistema menos capaz que é suportado.
Alguns exemplos são a diferente memória, que podem limitar o conteúdo, a diferente capacidade de leitura dos dados, que implica uma conceção adequada ao sistema mais lento, a diferente capacidade de processamento gráfico, que para alguma paridade, implica cortes nos sistemas mais capazes, a diferente capacidade de processamento do GPGPU, que implica restrições na física e na IA, e a diferença nas arquiteturas, que podem implicar que certas metodologias de jogo ou nem existam, ou não possam ser implementadas pelo facto de a arquitetura ter restrições.
Basicamente, um jogo multiplataforma é sempre realizado a pensar nas capacidades de todos os sistemas, e as restrições à criatividade são impostas sempre, em todos os pontos, pelo sistema que mais restringir nas diversas vertentes do jogo.
O resultado é então um jogo que está longe de explorar convenientemente qualquer dos sistemas suportados.
Ora isso está muito bom para o PC: ali todas as máquinas partilham a mesma arquitectura, o mesmo API, o mesmo OS, e isso implica que todas elas, apesar de graus de processamento diferentes, são compatíveis entre si. E isso permite criar níveis de detalhe diferentes baseados numa base, que se ajusta aos diversos sistemas.
Tal não implica que isso resolva o problema das restrições criadas à conceção, pois um jogo PC é sempre concebido tendo em mente umas especificações mínimas, mas o certo é que daí para a frente é sempre a somar, apesar da restrição colocada à liberdade e desenvolvimento do mundo pelo hardware mínimo.
Mas quando a coisa envolve consolas, estas requerem trabalho específico. Uma mera conversão não é suficiente uma vez que, sem otimização específica, as consolas são apenas PCs, e com especificações pouco mais do que medianas.
Mas uma optimização, mesmo que cuidada, para as consolas, não remove as limitações criadas.
Por exemplo, as consolas possuem enorme largura de banda para comunicações interiores, o que não acontece com o PC, O PCI-E, mesmo na sua versão mais recente, o PCI-E 5.0, apenas possui 8 GB/s de largura de banda por pista, o que significa que num PCI-E de 16 pistas, alcança 128 GB/s. Da mesma forma, as consolas possuem descompressores dedicados que não existem no PC, e que mesmo com o Direct Storage, requer alguma intervenção do CPU e uso de recursos do GPU. As caches tambem não comunicam, sendo estas capazes de gerar vários GB por segundo, o que requer a comunicação pelo PCI-E que para além de criar latência, rouba largura de banda ao BUS. Temos ainda o severo problema da compilação de shaders no PC, que causa stuttering e engasgos quando estes são em grande quantidade, o que acontece pela enorme diversidade de hardware, o que não acontece nas consolas.
Enfim, são várias as diferenças no funcionamento interno de um PC e de uma consola, pelo que tirar partido das consolas num jogo pensado de raiz para tirar partido do PC é um problema. Se o jogo estiver pensado para o PC, não está a tirar partido da consola, e se estiver pensado para a consola, tem problemas de performance na maior parte dos PCs.
Há ainda que se ter em conta que a disparidade entre PC e consola vai aumentar com o avançar da geração e o lançamento de GPUs ainda mais potentes. O que implica que a disparidade vai aumentar, e consequentemente os jogos terão de ficar presos a sistemas com 8 ou mais anos de idade.
Este é o lado negativo do multiplataforma. Que se sobrepõem ao positivo que é o conceito de jogos para todos.
Já do lado da exclusividade, especialmente os first party, se efetivamente temos como negativo o facto de ser exclusivo, do lado positivo temos exatamente a extração máxima das performances do hardware em causa, e um explorar máximo do hardware.
E estes são os jogos que cativam. São os jogos que desbravam barreiras, os jogos que revolucionam, os jogos que colocam as fasquias cada vez mais altas!
Daí que exclusividade ou multiplataforma não é uma simples questão de escolha. É igualmente uma questão de ao se escolher uma das opções, se abdicar das vantagens da outra.
Agora uma coisa é certa, sem exclusivos as consolas com hardware dedicado e menos standard não tem razão para existir, e cairemos num mercado onde as consolas serão apenas meros PCs de um fabricante. Algo que no fundo sempre existiu! Ou seja, o acabar com as consolas e os exclusivos é meramente ficar-se com o que sempre existiu no PC. E daí que se acredita seriamente que quem deseja este tipo de coisas são, no fundo, ex jogadores de PC.
Off – CMA bloqueia acordo entre MS e AB. Microsoft diz que vai apelar.
https://www.gov.uk/cma-cases/microsoft-slash-activision-blizzard-merger-inquiry#final-report
Podem fechar a divisão xbox!
Ms já disse que vai recorrer.
Pelo visto a estratégia da ms de se sabotar não deu certo… Espero que ela tenha outra carta na manga
Notícia bombástica, ainda mais pelo Reino Unido ser o segundo maior mercado do Xbox em usuários ativos
https://twitter.com/simoncarless/status/1650611485536845832?s=20
A Lulu Cheng da ABK deve estar a roer-se. Ela estava preparada para a festa, tendo publicado tweets sobre isso, e a Microsoft até referiu que iria assinar o contrato hoje mesmo, ignorando o relatório da FTC, que contam ter na mão.
Lembrando o marketing feito nos últimos dias no Reino Unido em relação a Activision
MS esqueceu de fazer lobby no Reino Unido!
Esta decisão não deixa de ser vergonhosa pois ignora tudo o que foram preocupações da fase 1 e que haviam sido dadas como provadas.
Tem como vantagem o facto que tira a Sony dos holofotes, não a declara como líder de mercado, e nega na mesma a compra. E fornece elementos à Sony para passar as suas aquisições: o criar uma estrutura capaz de ser competitiva na Cloud face ao monopólio reconhecido da Microsoft.
Poderá é ter existido aqui um acerto de estratégias com a UE, que estava mais inclinada a ir por aí, e poderá também bloquear nos mesmos termos.
No mundo dos sonhos todos os jogos seriam multi e otimizados para todas as plataformas. Na vida real, o desenvolvimento de games requer tempo e dinheiro. E as grandes empresas como Sony e Nintendo não investiriam tanto tempo e dinheiro se não fosse pra fortalecer suas marcas. Logo na maioria dos casos os grandes jogos não viram exclusivos. Eles são grandes porque são exclusivos.
Uma frase simples e muito acertiva.
Ainda mais que o PS5 e o Switch ja sabemos antes de comprar o console que a cada 10 exclusivos uns 8 são garantia de qualidade.
Exclusivo vende console
Microsoft peca nisso
Perfeito Hennan, os exclusivos são consequência do interesse de vender-se uma plataforma, de destacá-la perante as demais, a razão para os exclusivos chamarem atenção, não serem jogos comuns, não é não estarem nas outras plataformas – embora conceitualmente essa seja a definição de ser um exclusivo – mas sim uma qualidade sobre-comum que chama a atenção e que é consequência direta de serem exclusivos.
Ora, quantos jogos também não são exclusivos , por definição, no PC e ninguém a dizer que os queriam jogar nos consoles… A qualidade existente nos jogos de console que são exclusivos são a consequência de serem exclusivos e nada mais.
Perfeito!