Elden Ring… O que torna este jogo tão bom?

Nunca pensei sequer em pegar em Elden Ring. Mas agora que peguei… adorei. E mesmo que o venha a largar, a realidade é que não posso deixar de reconhecer que este é um dos melhores jogos alguma vez criados.

Quando Dark Souls foi lançado, nem lhe toquei. O alerta que vinha de amigos era que era um jogo desesperante, onde se morria, morria e morria. E desde essa altura que os jogos Soul me ficaram marcados como algo a evitar.

No entanto quando Bloodborne saiu, resolvi experimentar… E a experiência não foi boa!

Recordo que mal comecei o jogo, me apareceu o primeiro “Mob”… Um mero personagem ultra secundário que tinha de matar para passar… e morri com ele! Segunda vez… e morri com ele! Basicamente aprendi depressa que nesses jogos o “hack and slash” não serve!

Mas o certo é que encostei Bloodborne, sendo que apenas peguei nele de novo uns meses mais tarde! E dessa vez, com mais pachorra! E avancei… avancei… e avancei. Até que me chateei de morrer e ter de voltar tudo para trás, repetindo trajetos enormes para tentar depois matar o boss no final.



Daí que jogos Soul… nem vê-los, e quando me falavam deles só me vinha à mente que em Bloodborne tinha avançado apenas uns três ou quatro Bosses e desistido do jogo, sendo desesperante. E apesar de me dizerem que aqui Elden Ring era diferente… não acreditei!

Aliás o aqui leitor e colaborador, Daniel Torres bem tentou que eu jogasse esse jogo, mas sendo ele um apaixonado de Dark Souls, decidi ignorar e passar.

Até que bem recentemente um colega de trabalho me veio chatear com o jogo. E ignorei-o. Elogiei o jogo, mas disse-lhe que não pretendia avançar para uma compra de um jogo desse estilo.

Mas eis que um outro colega adquire o jogo a um preço reduzido e joga… E daí para a frente, eram já dois a moerem-me a cabeça!

Nesse sentido, porque me prometiam ajuda, e porque conseguia vender o jogo usado quase a preço de custo, avancei!

E o que vi… surpreendeu-me!



Eleden Ring… é um Souls… mas um Souls diferente! Não deixa de ser difícil, mas não tem a questão da frustração dos outros, e de ter de repetir corredores e mais corredores. Aqui o mundo é aberto, e tanto mobs como bosses, apesar de difíceis, que se calhar demoram algumas tentativas para se matar, não são aquilo que chamo de impossíveis.

E quando um boss se torna complicado, nada como ir “farmar” novas armas, evoluir o equipamento, e voltar lá!

Tudo isto pode parecer repetitivo, e certamente até o é, mas as musicas épicas, o grafismo cuidado, a atenção ao detalhe e pormenor, tornam o mundo vivo e cativante. Basicamente o mundo apaixona, e ver a personagem crescer, é algo que ajuda imenso. Para além do mais, com amigos, sempre que um boss se revela difícil, pode-se sempre pedir ajuda… e limpar-lhe o sebo!

O certo é que estou apaixonado. Não só pelo jogo, pela jogabilidade, pelo cuidado ali colocado na criação do mesmo, mas acima de tudo pela banda sonora épica, pelo pormenor e cuidado gráfico colocada no jogo. Ver aqueles castelos monumentais erguidos sobre zonas altas, e com as muralhas super trabalhadas, é qualquer coisa. E ainda recentemente, para obter uma chave para entrar numa academia que é um desses mesmos castelos, tive de combater um dragão gigante, numa batalha que considerei como épica.

Creio que acima de tudo o que mais prende no jogo é a satisfação de dever cumprido que surge quando se derrota um dos mais de 180 “bosses” espalhados pelo jogo, a maior parte dos quais são opcionais, mas que diga-se, ajudam imenso a evoluir, facilitando a vida face ao que vem de seguida.



O ponto menos positivo do jogo é a sensação de perdido que um jogador tem quando entra naquele mundo aberto. Basicamente não se sabe o que se fazer, sendo o mundo enorme e recheado de perigos. Mas o certo é que acaba-se por se encontrar o caminho, e quando nos apercebemos que não estamos ainda aptos a passar naquela zona, basicamente volta-se para trás para se “farmar” e evoluir.

Naturalmente que não queria estar no lugar daqueles primeiros que entraram no jogo, e que tiveram de o fazer sem informação nenhuma. Certamente esse jogo não seria para mim! Mas o certo é que agora há imensa ajuda e informação na internet, que nos permite ser mais objetivos e evitar andar perdidos à procura de algo. E isso é talvez algo que, para a minha perspectiva de jogo, se torna imprescindível para eu estar a gostar. Se estivesse perdido, vendo um mundo enorme à minha frente e sem saber sequer para onde me dirigir, e com toda aquela dificuldade. seria tremendamente frustrante. Mas agora, isso não precisa de acontecer, e para alguém que não aprecia esse tipo de coisa, isso passa-se por cima, permitindo desfrutar-se do jogo da melhor forma possível.

Nesta fase não vou fazer uma review do jogo, e sinceramente, nem sequer sei se o virei a acabar ou se me cansarei do mesmo (um problema que é meu e não do jogo), mas no entanto não posso deixar de elogiar tudo o que vejo e já joguei. O mundo foi criado com um cuidado extremo, o grafismo deixa-nos por vezes de boca aberta, a variedade de classes, armaduras, armas, magias, talismãs, e outros é abismal, e a banda sonora, eu nem quero falar dela. É absolutamente genial!

O que posso e pretendo dizer com este artigo, é apenas que se alguém está na posição que eu estava, e não queria ver Elden Ring nem pintado por ser um souls… Experimente! Acredito que vai, tal como eu, ficar agradavelmente surpreendido.

Não posso porém terminar esta postagem sem uma nota sobre algo que Eleven Ring me deixou ver com toda a clareza.



Um jogo não precisa de ser acessível, um jogo não precisa de ajudar o jogador. Bolas, um jogo nem sequer precisa de ter uma boa história (porque diga-se que a história aqui, para além de espalhada pelo mapa e a de ter de construir, é confusa como tudo). Basicamente um jogo tem de ter boa jogabilidade… E divertir! E apenas com isso, um jogo pode ser um sucesso.

 



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Julio Guilherme Estrela Júnior
Julio Guilherme Estrela Júnior
25 de Julho de 2024 10:22

Sensacional o seu relato sobre o jogo Mário. O jogo é fenomenal em todos os sentidos, penso da mesma forma. A sensação de exploração, misticismo e o clima de mistério são incríveis. Eu considero o 2° melhor jogo de todos os tempos, o 1° fico com The Elder Scrolls Skyrim, o jogo é simplesmente incrível para a tecnologia da época.

José
José
25 de Julho de 2024 11:27

Conheço muita gente que, tal como tu, tinham aversão aos jogos souls, eu era uma dessas pessoas, mas tal como tu, deixei a minha curiosidade levar a melhor, e hoje são dos meus jogos favoritos.
Penso que o Elden Ring por ser mundo aberto, por ser mais intimidante por ser tão grande, não é o melhor começo, mas o que importa é que agora percebes o que torna estes jogos tão especiais, porque a partir do momento em que há aquele ”click”, tu percebes o apelo e ficas deslumbrado com o genero e só queres mais e mais.

Agora que percebes o porquê de estes jogos serem tão adorados, sugiro que voltes a dar outra oportunidade a jogos como Bloodborne e Dark Souls, agora que tens uma perspectiva completamente diferente.
Quanto à questão da frustração, é normal mas é uma frustração que não te cansa mas que te leva a fazer melhor ou diferente, e quando derrotas um boss depois de uma área, toda essa frustração desaparece e dá lugar a uma sensação de revigorada de descoberta para uma nova área.
O Elden Ring é o jogo da From com mais bon fires, dai que quando morres não tenhas perdido tanto progresso, mas em abono da verdade, sendo os outros jogos mais lineares, é natural que hajam menos checkpoiints, mas até isso tem um fator de estratégia, tudo neste jogo é estratégico no bom sentido, desde o combate à própria exploração e gestão de recursos.

Fico feliz que tenhas descoberto algo entusiasmante que tantas alegrias tem dado a tanta gente, especialmente numa altura em que é tudo tão sem sal.
Quando acabares esse, não te prives dos anteriores, o Bloodborne é o jogo preferido de muita gente por alguma razão, o Dark Souls está sempre no Top 10 de sempre por alguma razão, são jogos verdadeiramente especiais.

Hennan
Hennan
Responder a  Mário Armão Ferreira
25 de Julho de 2024 12:42

Só uma dica. Faça as quest secretas. Algumas são quase impossível de seguir sem guia. Mas são as melhores batalhas do game e também necessário pra abrir a DLC.

Hennan
Hennan
25 de Julho de 2024 11:30

O grande feito de Elden ring é justamente entregar um game de mundo aberto com excelente gameplay. Como um souls é ruim e o pior jogo da from de longe. Mas como mundo aberto é uma experiência fantástica. Recentemente terminei a DLC e recomendo para quem já terminou o game.

Juca
Juca
25 de Julho de 2024 18:19

Os que cheguei mais perto de gostar – desses Souls – foram o Nioh e Lords of Fallen, mas não tenho paciência para esses jogos, pois o “farm” pra melhorar a força dos ataques, e o resto dos atributos, é muito lento e a tolerância de erro nos combates é muito pequena.

O mesmo acontece com Returnal, que achei legal, mas é bem irritante ter de jogar e descobrir todo o cenário novamente, com o agravante de que nesse, nem o farm adianta muito, pois inimigos não dão respaw na mesma rodada, a compra de itens é limitada e na próxima rodada praticamente não se guarda nada. Não é pra mim esses jogos, gosto de dificuldade leve ou moderada em que farmar seja compensatório e eu não fique emperrado horas a fio num mesmo lugar do jogo. Sentimento compensatório pra mim é encontrar diversão e terminar jogos que eu goste de jogar. Não tenho tempo a perder me irritando com jogo, deixo isso pros problemas reais pra economizar minha paciência que, com o avançar da idade, tem diminuido bastante.

Last edited 3 meses atrás by Juca
Hennan
Hennan
Responder a  Juca
25 de Julho de 2024 19:02

Acho que o elden ring pode funcionar para você. Visto que existe a possibilidade de jogar quase tudo de forma co-op. No mais, tenho o mesmo sentimento em relação a paciência. Hoje desisto na hora quando acho que a dificuldade não acrescenta em nada a diversão. Vide o último boss da DLC que está ali com o único objetivo de punir o jogador. Acho que é o pior chefe já criado pela from.

Daniel Cardoso
Daniel Cardoso
26 de Julho de 2024 17:34

Nunca achei assim tão difícil esses jogos da From. Lembro ter pegado o primeiro Souls quando comprei o meu primeiro Xbox, que foi o 360 lá em meados de 2011, e por mais difícil que o jogo fosse, morria mais nós obstáculo do caminho, ou em mobs estúpidos do que nos boss em si. O único que realmente sofri foi no Sekiro na primeira jogada, principalmente no boss macaco e Ishinn.

Last edited 3 meses atrás by Daniel Cardoso
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