Há que perguntar se a Bioware será a seguir. Mesmo sendo Anthem um dos títulos mais esperados atualmente… é single player!
Os jogadores já não gostam tanto dos jogos single player como antes. Esta foi a desculpa dada pela EA para justificar o fecho da Visceral que trabalçhava num jogo Star Wars single Player.
Mas será que realmente os jogos multi player são mais preferidos do que os single, ou será que o que vemos nos tops se deve apenas a uma outra realidade, o de haverem atualmente mais jogos baseados na componente multi do que jogos que se limitam ao single?
Vamos ver por exemplo Star Wars Battlefront. Um jogo que a EA considerou um sucesso! Este é um jogo multi, pelo que as vendas são gerais em todas as consolas, mas vamos reduzi-lo a uma plataforma, aquela onde vendeu mais, a PS4… e vamos comparar!
Sabiam que Battlefront vendeu menos que Uncharted 4?
Mas como? Se as pessoas não estão interessadas em jogos single player?
Falemos de outro jogo… o Call of Duty. Querem multi player melhor sucedido?
Pois bem… Tanto o Infinite Warfare como o Advanced Warfare venderam tambem menos que Uncharted 4. Mas curiosamente tambem venderam menos que o Fallout 4, outro jogo single player!
Destiny… Vendeu menos que esses dois… e menos que The Last of Us.
Battlefield 4? Vendeu menos que esses todos… e menos que The Witcher 3: Wild Hunt!
Curioso! Mas o que vemos é que quando os jogos single são bons… eles vendem! E chegam mesmo a bater os multi!
A EA sabe disso. Sabe muito bem disso, tanto que se prepara para lançar Anthem que terá uma forte componente single player! A questão não passa e nem nunca passou pela preferência do público pelos multi, pois mesmo que essa tendência possa estar a existir ela não define a totalidade do mercado. No global o público compra o que gosta dentro do que há, e o mercado é que, por questões económicas, lhes impinge o multi, mas a realidade é que quando o bom single aparece, as pessoas compram.
Como referido, Anthem é o caso flagrante… é da Bioware (pertença da EA) e atualmente dos jogos mais esperado que foram recentemente anunciados. E pelo que foi mostrado é totalmente single player! E a realidade é que isso , até ao momento, em nada afastou o interesse das pessoas no jogo.
A real razão desta postura já foi aqui abordada por nós em outro artigo. Na realidade o decidido trata-se de uma decisão financeira uma vez que os jogos single e offline são mais dificeis de monetizar que os online. E dados os custos de produção, se o jogo não vender dentro dos parâmetros desejados, não existindo a possibilidade de monetização… o jogo dá prejuizo!
Tudo isto é uma questão empresarial, de lucros. E aqui o resto dos argumentos são falsas questões!
Não há, nem nunca houve desinteresse pelo single, aliás o multi é algo que nem todos gostam! No multi estão pessoas, há componentes que não há no single como batotas, insultos, colegas que abandonam o jogo porque vão comer umas sandes e nos deixam abandonados, etc. Ali sabemos com o que contar, sabemos como agir, podemos criar uma estratégia que não depende do lag ou da qualidade dos colegas de jogo. Podemos jogar, divertir e avançar!
Nada temos contra o multi, mas há que convir que nem todos olham para o multi como a componente mais desejável. Isto não passa nem nunca passou por um produto ser mais desejável que outro, trata-se apenas de oferta para todos os gostos. Mas a EA usa estes subterfúgios para disfarçar uma realidade que não quer dar a entender, a de que pode ganhar mais dinheiro com o online!
Micro transações num jogo single não funciona muito bem. A não ser que ele seja forçosamente single, mas online, e isso sabemos que não cai bem. As pessoas mostraram a revolta a essas situações no início da geração. Ninguem quer deixar de poder jogar um jogo que não é 100% online só porque não há internet, e não se podendo forçar a internet nos jogos single sob pena de boicote, colocar ali lojas não funciona convenientemente.
Onde isso funciona bem é no online. Afinal as pessoas para jogarem jogos online estão, imagine-se lá, online! E desta forma, alterando o tempo que demoram para evoluir ou desbloquear, criam uma situação onde as pessoas são tentadas a aderir às compras.
Mas o que depois temos são jogos como Need for Speed: Payback, que tem tido avaliações miseráveis pela quantidade de vezes que o jogo obriga a jogar para se conseguir fazer algo de útil (tudo para incentivar as compras), ou Battlefront 2 que teve um dos maiores boicotes da história e que atirou mesmo as acções da EA para baixo, causando milhões em prejuizo à empresa.
Mas se é por este caminho que a EA quer ir, é livre de o fazer. Ninguem a pode obrigar a investir em jogos de maior risco. Não pode e nem deve é atirar areia aos olhos das pessoas, fazendo passar uma ideia que não corresponde à realidade para justificar as suas acções!
E a imagem que a EA passa para encobrir os seus reais motivos é que são os jogadores que não estão interessados nos jogos Single Player, mas as palavras usadas na reunião de investidores mostram a realidade das coisas. Eis aquilo que o DualShockers refere terem sido as conclusões da EA face ao jogo: “Apesar que o cálculo económico nunca é fácil de fazer, o criador chegou à conclusão que provavelmente nunca chegaria a cobrar os custos de criar o jogo, pelo que tomou a decisão de fechar o estúdio”.
Lá está… análise de risco financeiro!
Curiosamente o jogo estava em produção à alguns anos, pelo que este fecho não foi exactamente a custo zero. Entre vender pouco e recuperar parte, se calhar até perder menos do que perderam agora, ou quem sabe, até ter lucro como muitos jogos Single tem, a EA resolveu fechar já o estúdio e arcar com o prejuízo. Mas não se preocupem… irão acabar por o pagar nas microtransações em outro jogo qualquer!
Vamos lá e a ver se a EA não chega também à conclusão que os novos IPs já não interessam como antigamente. Afinal as suas maiores receitas são de jogos que se repetem todos os anos!