Os jogos para smartphones indicados como free to play, mas que depois limitam o jogador a não ser que ele pague, continuam em voga. E estes jogos acabam por sair bem mais caros ao jogador do que se ele pagasse 8 ou 10 euros por ele!
Um jogo AAA para consolas ou PC demora anos a fazer. Vende-se a 60 euros e qualquer ganho adicional surge depois com DLCs e outras situações que tem vindo a explorar os utilizadores.
Mas nos smartphones a situação é bem pior. Os jogos, cujos recursos para produzir em sequer se assemelham aos de uma consola ou PC, são cedidos como sendo gratuitos. Mas depois levam o jogador a pagar para efectivamente poder jogar sem estar limitado. E o custo dessa situação acaba por trazer bastante mais lucros do que a venda dos jogos AAA.
Um dos jogos mais polémicos actualmente lançados dentro do estilo foi na versão para aparelhos móveis de Dungeon Keeper da EA, que foi mesmo condenado pela entidade reguladora Britânica que o considerou como publicidade enganosa ao ser publicitado como “free-to-play”.
E face à sentença a EA veio a público admitir que se enganou na economia do jogo. Um mero lapso que iria corrigir!
Pois bem, ao que parece o erro voltou a ocorrer. Algo que vindo da EA em nada surpreende pois como sabemos esta empresa já se revelou capaz de tudo para extorquir dinheiro dos seus clientes. E desta vez foi em Need for Speed: No Limits, um jogo cujo nome entra em contradição com os limites que depois são impostos.
Neste jogo da saga Need for Speed aparece algo de diferente. As viaturas consomem combustível. E esse combustível quando acaba demora algum tempo a repor. A não ser que se pague por isso!
Ora esta situação não é novidade. Há alguns jogos que fazem isso. A diferença aqui está na forma como a economia real e virtual interagem, de forma completamente despropositada.
Reparem neste exemplo:
Para se evitar uma espera de 1 minuto e 25 segundos o jogo propõem o pagamento de 3 barras de ouro.
Por aqui não conseguimos ver grande coisa. Mas vejamos quanto custa em dinheiro real cada barra de ouro.
50 barras de ouro… 60 dólares! 1,2 dolares por cada barra de ouro! UMA EXORBITÂNCIA.
Poupar 1 minuto e 25 segundos custa 3,6 doláres!
E o jogo não se coíbe de pedir barras de ouro constantemente. Nem de os vender a custos como 300 ou mais dólares. Sim, 300 dólares… por 290 barras de ouro, algo que dá para poupar menos de 137 minutos, ou pouco mais de 2 horas!
Incrivel!
O que choca é que estas situações ficam nos jogos onde crianças pegando num telefone de um pai podem, com um simples toque, estourar as poupanças de uma vida. Em dois toques o salário de um ou mais meses de muitas pessoas podem desaparecer!
Naturalmente com joguinhos destes a vender pacotes de barras a 300 ou mais euros, como é que estas empresas se podem preocupar em criar jogos para as consolas de qualidade? Os custos de produção são bem superiores, e lá nao existem estas chulices. Daí que das duas uma, ou veremos a EA a descuidar a qualidade dos seus jogos AAA, ou este tipo de coisas a aparecer por lá também.
300 dólares por 290 barras de ouro imaginárias… Está bem está!
Agora a pergunta que fica. Mas haverá alguém no seu perfeito juízo que pague por este dinheiro virtual a este custo? Infelizmente sim… senão não estava lá!