Depois de alguém fazer, todos fazem. Mas a questão… é ser o primeiro.

A PS5 e a Xbox Series X foram consolas inovadora, e revolucionaram o mercado, fazendo o PC superar barreiras que possuía.

Há hardware que é efetivamente revolucionário, e a PS5 e a Xbox Series X foram desses produtos.

No global, o destaque terá de cair acima de tudo na PS5 pois ele inovou mais do que a Xbox, mas no entanto não podemos ignorar a Xbox pois foi ela que, através da Microsoft, superou algumas barreiras que o PC possuia.

Quando a PS5 foi anunciada, uma das coisas que se destacava na mesma era o seu SSD. Era revolucionário, e permitia transferências de dados na casa dos 5 GB/s.

Ora o que distinguia a PS5 não era a velocidade de transferência, pois SSDs capazes de valores próximos desses já existiam no PC. A questão é que a PS5 conseguia essa capacidade de transferência em pleno uso do seu hardware, ou seja, era capaz de fazer streaming a essa velocidade.

Ora aí é que a porca torcia o rabo, pois o PC, na altura, não conseguia fazer isso. E esse foi o motivo pelo qual, tanto Sony, como Microsoft, desenvolveram soluções para essa limitação, que aplicaram nas suas consolas. E aí i PC tem de agradecer o facto que a Microsoft é igualmente quem fabrica o Windows, e nesse sentido, conseguiu trazer para o PC as suas soluções.

O problema de se fazer um streaming a 5 GB/s nada tem a ver com a velocidade de leitura do SSD, apesar que, claramente, ler essa velocidade é um requisito. O problema do streaming é que os dados lidos são comprimidos para que não ocupem tanto espaço em disco, e isso implica que o sistema tem de fazer uma descompressão em tempo real dos dados que está a receber.

Ora o problema do PC é que recebendo 5 GB/s em dados comprimidos, o mesmo tinha de dispender enormes recursos de CPU e de largura de banda de RAM para os tratar, o que tinha claras penalizações nas performances dos jogos. Basicamente, e usando outras palaras, o PC não estava preparado para isso.

O motivo de tal era muito simples. Ao longo dos anos os PCs habituaram-se ao uso de largas quantidades de RAM, e dessa forma os jogos basicamente carregavam tudo para a RAM, correndo depois tudo a partir da mesma.

Mas as consolas não se podiam dar ao luxo de trazer 64 GB de RAM, pelo que tiveram de encontrar alternativas que não as limitassem usando apenas 16 GB, dos quais apenas cerca de 12,5 estão acessíveis. E o Streaming era a solução, mas uma solução que apresentava problemas devido às limitações do X86.

Assim, a solução da Microsoft e da Sony passaram por descompressores hardware, e um sistema de streaming que não penalizasse o CPU. As soluções dos dois lados foram diferentes, sendo a da Sony a mais completa, mas a da Microsoft igualmente funcional.

Quando a PS5 foi lançada, alguns entusiastas acreditaram que o PC não era limitado, e que bastaria o hardware adequado para se superar e até esmagar a PS5. O Linus da Linus Tech foi um dos que acreditavam nessa situação, e assim, equipado de um PC com um CPU de 64 Núcleos, com 128 GB de RAM e SSDs de topo, tentou bater os 5 GB/s em streaming, tendo falhado redondamente, e vindo pedir desculpas públicas por ter duvidado da situação.

Efetivamente os primeiros jogos que foram convertidos das consolas para PC tiveram problemas de performance, tendo sido usadas algumas artimanhas inteligentes de programação para se superar a situação. basicamente usava-se mais RAM, carregando mais de cada vez, e fazia-se a descompressão apenas durante os loadings usando a capacidade total disponível do sistema.

Não era a solução ideal, mas remediou. Infelizmente isto não permite comparar as performances do PC com a consola, pois o que se está a passar nos dois casos não é igual.

Isto até a Microsoft ter trazido o Direct Storage para o PC.

O Direct Storage foi a solução desejada, e que faltava no PC. Basicamente a descompressão de dados passa do CPU para o GPU que o faz de forma muito mais eficiente e capaz, e sem penalizar as performances.

Atualmente o PC, neste campo, encontra-se de novo numa posição de vantagem de performances face às consolas, mas convêm que se perceba que a solução para o PC surgiu das consolas. E que sem estas poderíamos estar a manter o PC com as limitações que tinha, aumentando-se cada vez mais a RAM para se conter jogos maiores.

Mas ainda há mais inovações da PS5 que se espera vir a ver no PC. Os cache scrubbers que evitam os cache misses e poupam a largura de banda, e o sistema que permite a descompressão de dados numa memória tampão, poupando assim largura de banda do sistema.

Estas situação estão num patamar diferente do que era a questão do SSD pois a força bruta ainda permite superar as mesmas. Mas o certo é que cada vez se paga mais e mais por memórias mais rápidas e GPUs mais rápidos que no fundo não estão tão optimizados para a performance máxima como agora sabemos ser possível.