Fica a saber qual a nossa opinião sobre a consola após 72 horas na sua posse e largas horas de Zelda. Vale a pena ou não?
Artigos sobre a Switch tem sido alguns aqui na PCManias, e como certamente se lembrarão, os mesmos tem sido acima de tudo de alerta para o facto que a consola poderá voltar a ser uma outra Wii U, ou seja, uma consola sem grande suporte e condenada a um suporte exclusivo da Nintendo.
Naturalmente, sendo estes alertas quase constantes nos artigos sobre a consola, surgirá como lógica a questão: “Se é assim, porque motivo adquiri uma?”
Bem, na realidade a situação foi um bocado por impulso. E tomei-a acima de tudo pela consciência que estaria a fazer um bom negócio. Digamos apenas que pelo custo que adquiri a consola + Zelda: BOTW + Bolsa de transporte + protector de ecrã, conseguiria vender absolutamente tudo novamente sem ter prejuízo, e quem sabe, até tendo lucro.
Sim, foi um negócio difícil de encontrar e que não podia deixar passar! E assim sendo, decidi dar uma oportunidade à Switch, que de outra forma, pelo menos para já, não compraria.
E agora que a tenho à 72 horas (na realidade serão mais na altura em que este artigo for publicado), e que já tenho umas boas horas de Zelda em cima, o que acho da consola? E do jogo? É efectivamente o jogo 10/10 que tantas vezes foi referido?
Bem, confesso que adoro Zelda… acabei poucos pois alguns deles tornam-se monótonos pela repetição e morosidade, mas jogar joguei todos os que pude. E a qualidade entre eles é variável, sendo que há uns melhores que outros.
Breath of the Wild tem uma história que, pelo menos pelo visto até agora, parece mais interessante que os restantes, não se limitando à velhinha história do Link ir salvar a princesa Zelda. Aqui há mais em jogo, e ambas as personagens são apenas intervenientes na mesma. São os intervenientes principais, é certo, mas a história tem muito mais do que isso.
Se Zelda é um jogo 10/10?… pelo pouco que vi até agora é um jogo muito, muito bom… mas não apontaria ainda para aí. E muito menos para dizer que ele supera Horizon: Zero Dawn. É graficamente interessante e supera muito bem as limitações da consola, tem muito (mas mesmo muito) mais variedade de acções e de intervenção, mas também é um pouco mais infantil (o que faz parte do jogo e estilo Nintendo).
Seja como for, dado que em Horizon Zero Dawn terminei o jogo, e aqui ainda só agora saí do grande planalto (que explorei até à exaustão), não vou tecer mais comentários sobre os jogos, reservando isso para uma fase posterior onde possa tecer uma comparação mais justa. Nesta fase vou-me concentrar apenas nas impressões sobre a consola!
E o que me impressionou a Switch. Bem, acima de tudo adorei a versatilidade da mesma! O passar de consola portátil a consola de secretária (e vice versa) é algo mais interessante do que se pode pensar, e algo que se usa com alguma frequência. Tem ainda a virtude das viagens e ausência de Tv, onde os jogos não precisam de parar, ou sequer de descer de qualidade para serem jogados. É um ponto muito forte!
Gostei da qualidade geral do produto, dos joycons quando encaixados no adaptador para servirem de comando até serem bastante ergonómicos, do botão de partilha, e de muitas mais coisas.
E o facto de a minha dock não tocar no ecrã (mantendo um afastamento constante), de a consola não estar torta, de os Joycons não terem problemas de desconexão, e não ter nada relacionado com as principais queixas existentes, ainda me agradou mais.
Mas de resto… Accionando a consola, com excepção de ver uns videos promocionais da Nintendo nada mais há para fazer. A Nintendo não disponibiliza absolutamente nada gratuito para a consola, o que quer dizer que, sem um jogo para se jogar, a consola é inútil. Nem um browser, nem um leitor de vídeos, nem uma demo, nem um jogo gratuito… NADA… NADINHA DE NADA! (Na realidade houveram umas Open Beta antes de adquirir a consola, mas duraram poucos dias)
Isto quer dizer que a consola é inútil sem um jogo, e não possui qualquer mais valia. Não é um centro multimédia para audio ou video, não é um browser portátil… Basicamente não é nada! Nesse aspecto, até a PS Vita, agora com vários anos, oferecia mais no lançamento, com alguns Indies gratuitos com alguma qualidade, com um browser e mesmo com a oferta de jogos de realidade aumentada gratuitos com a compra da consola.
Este é uma realidade que encontramos igualmente na PS4, e na Xbox One, com software gratuito ou free to play disponível na consola na altura da compra, para além de software diverso que permite o seu uso sem a imediata aquisição de software.
É realmente algo frustrante, mesmo tendo-se um jogo, olhar para a consola e apenas poder navegar nos menus, ou arrancar o jogo.
Outro ponto criticável é o facto de o adaptador que segura os joycons para uso quando da consola na PAD, não ter possibilidade de os carregar, forçando a que os mesmos sejam encaixados na consola e parando o seu uso durante uma carga.
Esse adaptador com possibilidade de carga necessita de ser pago à parte e custa 25 euros, apesar de na realidade ele se limitar a converter a energia da porta USB do carregador para os pinos de contacto dos joycons.
Outro ponto que considerei algo frustrante foi a livraria disponível. Sim, há jogos… mas a escolha… é fraca! Não só a escolha como a variedade são tremendamente reduzidas, e o pouco de qualidade que há, é produção da Nintendo.
Sim, a consola tem alguns jogos de terceiros que não me importaria de comprar. Rime, ou Lego City Undercover… mas bolas… A versão da Switch é a pior de todas a nível técnico, mas mesmo assim custa mais 10 euros do que as versões para as consolas de mesa.
Porque motivo haveria eu de querer pagar mais 10 euros para um jogo inferior? Pela portabilidade?
Neste momento gostaria de adquirir Mario Kart… mas não o farei sem a Nintendo revelar mais sobre as condições de uso da sua rede online que a partir de Setembro será paga. O que aquele jogo oferece no online é igual ao da DS e Wii U, e se essas consolas jogam de graça, porque motivo na Switch será pago?
A Nintendo terá de esclarecer isso!
Basicamente neste momento estou com Zelda, e estou a gostar muito da experiência. O jogo está muito mais estável a nível de performances do que se pôde ver no lançamento, e sinceramente nada noto de diferenças entre o modo portátil e a TV no que toca à fluidez do jogo. Estou ainda admirado com o Aliasing que não é nada notório apesar de estar a jogar numa Tv de 55 polegadas.
O que me quer parecer é que há aqui uma consola com potencial… mas que necessita de rever muitas das suas políticas. E que sem o fazer, poderá danar-se completamente.
Daí que nesse aspecto, a nossa opinião e recomendação sobre a consola mantêm-se! Nesta fase, se a adquirirem é bom que saibam o que estão a adquirir.